Deputada federal foi condenada pelo STF e informou que está fora do Brasil para tratamento de saúde
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta terça-feira (3.jun.2025), a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). O requerimento foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a parlamentar afirmar que saiu do país. Zambelli declarou em entrevista a um canal no YouTube que deixou o Brasil para realizar um tratamento de saúde e que pretende solicitar licença do mandato. A deputada afirmou que está na Europa, sem revelar a localização exata.
Zambelli foi condenada recentemente pelo STF a dez anos de prisão em regime fechado, além do pagamento de R$ 2 milhões por danos coletivos, no processo que trata da invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023. O processo ainda está em fase de recurso, mas a saída do país motivou a manifestação da PGR para decretação de sua prisão.
Condenação por invasão ao CNJ
A condenação de Carla Zambelli refere-se ao episódio em que o sistema do CNJ foi invadido com o objetivo de emitir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes. A investigação apontou que a deputada foi a autora intelectual da ação e que o responsável pela execução do hackeamento foi Walter Delgatti Neto, também condenado e colaborador das investigações.

A invasão ocorreu no contexto de ataques institucionais promovidos por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo os autos, Delgatti teria sido orientado por Zambelli a inserir informações fraudulentas no sistema.
Outro processo em andamento no STF
Além da condenação já proferida, Carla Zambelli responde a outro processo criminal no Supremo. Ela virou ré em 2023 por um episódio ocorrido na véspera do segundo turno das eleições de 2022, quando perseguiu com uma arma de fogo o jornalista Luan Araújo em São Paulo, no bairro dos Jardins.
Na ocasião, a parlamentar alegou legítima defesa após uma discussão com o jornalista. O caso foi julgado no STF, e até o momento, seis ministros votaram pela condenação da deputada a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto. O julgamento está suspenso devido a um pedido de vista feito pelo ministro Nunes Marques.
Representação do PT na PGR
Também nesta terça-feira, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, protocolou uma representação na PGR. O documento solicita que a Procuradoria peça a prisão preventiva de Carla Zambelli e que tome medidas adicionais, como a inclusão do nome da parlamentar no alerta vermelho da Interpol, o início do processo de extradição, o bloqueio de bens e a revogação do passaporte diplomático da deputada.
Segundo o parlamentar, essas ações visam garantir a efetividade da Justiça diante da condenação já imposta e da possibilidade de fuga.
Defesa deixa o caso
Após o anúncio de Carla Zambelli sobre sua saída do país, o advogado Daniel Bialski comunicou que deixou a defesa da parlamentar. Em nota, afirmou ter sido apenas informado da viagem para tratamento médico e, por motivo de foro íntimo, decidiu se desligar do caso.

A deputada ainda não se manifestou oficialmente sobre os pedidos de prisão ou sobre as medidas solicitadas à Interpol.
Foto: Lula Marques/EBC
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