Capital potiguar registra taxa de escolaridade superior à média nacional; taxa de analfabetismo no estado ainda é maior que a do país
O Rio Grande do Norte alcançou a maior média de anos de estudo da população com 15 anos ou mais na região Nordeste, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2024, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estado registrou média de 9,6 anos de estudo, superando Pernambuco (9,4), Ceará (9,2) e Bahia (9,2).
Em Natal, capital potiguar, a média sobe para 11,7 anos, número superior à média nacional, que é de 10,2 anos.

A pesquisa também apontou que, apesar do avanço nos indicadores de escolaridade, o Rio Grande do Norte ainda possui taxa de analfabetismo de 10,4%, superior à média nacional, que é de 5,3%. No Nordeste, a taxa geral é de 11,1%.
Entre os homens potiguares, a taxa de analfabetismo é de 13,5%, enquanto entre as mulheres o índice é de 7,7%. A taxa cresce de forma significativa entre os idosos: 27,8% das pessoas com 60 anos ou mais não sabem ler e escrever no estado.
Programas educacionais implementados pela Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer (SEEC/RN) nos últimos anos têm buscado ampliar o acesso à escolarização, incluindo a oferta de turmas em espaços não escolares, como comunidades e locais de trabalho, com o objetivo de alcançar públicos em áreas de difícil acesso.

O estado também apresentou crescimento nas taxas de escolarização. Enquanto a média nacional é de 27,1%, o Rio Grande do Norte obteve índice de 28,3%. Em Natal, o valor chega a 29,6%.
Na capital, a taxa de analfabetismo é de 4,7%, inferior tanto à estadual quanto à nacional. Além disso, 98,9% dos adolescentes entre 15 e 17 anos estão matriculados na rede de ensino. Entre os jovens de 18 a 24 anos, 44,5% ainda frequentam instituições educacionais.
A Secretaria Municipal de Educação de Natal (SME) atribui os resultados a ações como ampliação de vagas na Educação Infantil, eliminação da fila de espera por matrículas, oferta de Educação de Jovens e Adultos (EJA) também no período diurno, além da adesão a programas de tempo integral.
Outras medidas incluem aquisição de recursos pedagógicos, como tablets e laboratórios de informática, robótica, ciências e matemática, além da oferta regular de merenda escolar. Também foram implementadas ações de incentivo à matrícula em programas como o Aprendendo Mais e adesão ao Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação de Jovens e Adultos.

A SME informou ainda que tornou obrigatória, a partir de 2025, a coleta de dados sobre raça, cor e etnia no momento da matrícula, com o objetivo de aprimorar o diagnóstico educacional e orientar as políticas públicas.
Entre os dados destacados pela PNAD está a disparidade por cor ou raça na taxa de analfabetismo. Nacionalmente, o índice é de 3,1% entre pessoas brancas, e de 6,9% entre pretos e pardos. No Rio Grande do Norte, os percentuais são de 8,7% para brancos e 11,5% para pretos e pardos.
A ampliação do Programa Escola de Tempo Integral e o fortalecimento das iniciativas voltadas à alfabetização seguem entre as metas estabelecidas para os próximos anos pelas secretarias envolvidas.
Foto: Dênio Simões/Agência Brasília / Andre Borges/Agência Brasília / Renato Araújo/ Agência Brasília / Tony Oliveira/Agência Brasília
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