E o que nós fizemos para merecer o senador Styvenson?

Senador Styvenson Valentim

O senador Styvenson trava uma luta permanente contra tudo e contra todos. Permanente mesmo, talvez possamos classificar até mesmo como “eterna”. Usou seu sucesso na polícia, a fama de durão, incorruptível no comando das blitzen da “Lei Seca” para se lançar na política, se elegendo senador em 2018. Segue lutando, a todo instante, para que o país deixe de fazer a política através da política, a transformando em sabe Deus o quê, de uma maneira defendida por ele diariamente, com discurso fácil de pegar bandido, diminuir o tamanho do estado, etc etc etc.

Tudo isso são pautas extremamente louváveis e necessárias, mas se tornou o único “falatório” do senador, e até agora sem resultados práticos – infelizmente. Falta resultado prático também em ações firmes, na defesa de uma bandeira, de um grande projeto, de uma ação de contribuição para o Rio Grande do Norte. Nesses dois anos e meio, o que é possível destacar por parte do senador? O projeto da reforma de uma escola estadual. É claro que escolas estaduais merecem (e precisam) ser reformadas, ampliadas, melhoradas em todos os aspectos. Mas estamos falando da atuação de um senador da República.

Mas chegamos num ponto tão lamentável da inércia política do senador Styvenson e de grosserias desmedidas que é impossível crer que só ele esteja certo e todos estejam errados até mesmo em uma situação dessas. A violência contra as mulheres precisa ser combatida, não devendo ser relativizada em qualquer ocasião. Não existe isso de a mulher ter feito alguma coisa para “merecer” os tapas, como dito, tão tranquilamente, pelo senador, se referindo ao episódio ocorrido em Santo Antônio, quando um policial agrediu uma mulher. A maioria das atitudes do senador Styvenson, ainda que defendendo pautas importantes (não é o caso do “apoio” a violência contra mulher!) são lamentáveis e nos leva a essa reflexão: o que nós fizemos para merecer um senador desses?

Não custa lembrar

Tínhamos tantos nomes para o Senado nas eleições de 2018. Queriam experiência e uma visão mais conservadora? Geraldo Melo, Garibaldi Alves e Antônio Jácome, por exemplo. Preferiam alguém mais próximo a esquerda? Alexandre Motta. Ou, talvez, aquela com o mesmo perfil “independente” de Styvenson mas que certamente estaria vencendo o jogo, que era a ex-atleta Magnólia. Todos candidatos viáveis. Mas o discurso fácil, bonito, o bom exemplo do policial na caça aos bandidos prevaleceu. Agora, nem prende mais os bandidos, e ainda “aceita” mulheres apanhando.

A propósito I

Pensemos bem! Superior ao bem e ao mal, à esquerda e à direita, à política, a todos nós seres humanos, o senador Styvenson é categórico ao criticar tanto Lula quanto Bolsonaro. Tem ações muito bem orquestradas para isso, nos discursos de defesa da coisa pública. Assim sendo, em quem você acha que o cidadão potiguar verdadeiramente de direita, que também compactua com a defesa da moralidade e tem um perfil mais conservador, vai preferir votar para governo no próximo ano? No(s) candidato(s) ligados a Bolsonaro (leia-se Benes, Júlio César, quem sabe até o prefeito Álvaro) ou em Styvenson? Resultado prático: ainda mais divisão na oposição.

A propósito II

Enquete do atento Blog do Barreto na semana passada perguntou aos leitores do ilustre blog se entre os nomes atualmente especulados na oposição, quem seria o mais forte para enfrentar a governadora Fátima Bezerra em 2022? A resposta foi que todos os nomes colocados são considerados “fracos”. Nesse caso, Styvenson lidera com 19%; seguido por Benes, com 5%, e pelo ex-prefeito do Natal Carlos Eduardo Alves (PDT), lembrado por apenas 1%. Menos de 1% afirmaram que qualquer um vence Fátima. A conferir.

Seja solidário

A direção do Solidariedade em Natal aprovou a advertência ao vereador Klaus Araújo para que ele assine na Câmara Municipal o requerimento que pede a abertura de uma investigação sobre a compra de respiradores pulmonares pela Prefeitura do Natal durante a pandemia de Covid-19.

O requerimento é de iniciativa da bancada de oposição na CMN, e já conta com assinatura do colega de partido de Klaus, o vereador Anderson Lopes, além de Pedro Gorki (PCdoB), Professor Robério Paulino (PSOL), e das vereadoras Ana Paula (PL), Brisa Bracchi (PT) e Divaneide Basílio (PT). Klaus é atualmente o 1º vice-presidente da Casa legislativa de Natal.

Negociação

Excelente entrevista da deputada Eudiane Macedo ao Novo Notícias, na edição impressa do último sábado (24) e que está no site, onde explica e reitera sua fala a respeito de que “a governadora Fátima (PT) não aceitou negociar, não aceitou se sentar com nenhum deputado da oposição” e isso levou a abertura da CPI da Covid no RN.

Convido a quem quiser ir olhar o significado da palavra negociar no dicionário. Não há nada de negativo na palavra. Agora, a palavra negociar pode ser interpretada conforme a cabeça de quem escuta”. De fato. A oposição segue procurando fazer barulho, fazendo um estardalhaço por qualquer coisa. Para eles, é necessário, com vistas a 2022.

Calma, deputado!

Mas o que mais me chamou atenção na entrevista de Eudiane foi a seguinte fala: “Desde o momento em que cheguei na Assembleia Legislativa, é que existem alguns deputados que não aceitam a presença de uma parlamentar com meu perfil, popular, de comunidade, mulher, que não é política profissional e nem de família tradicional. Um perfil mais comum na Câmara Municipal de Natal, por exemplo, mas não na Assembleia”. É a mais pura verdade, que, felizmente, tem sido derrubada, e com projeções para que se modifique ainda mais a partir do próximo ano. O fim da obrigatoriedade do sobrenome político tem caminhado apressadamente.

Foto: Reprodução

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Sobre Thiago Martins, colunista do Por Dentro do RN

Thiago Martins

Thiago Martins tem 28 anos, é jornalista formado pela UFRN e atua do jornalismo político no Estado. Apesar de sua maior dedicação ser na área de Assessoria de Comunicação, observa e acompanha as principais ações políticas do Rio Grande do Norte, do Brasil, e do mundo, e escreve nesta coluna a respeito do tema. É proibida a reprodução total ou parcial deste texto sem autorização do autor e sem a inserção dos créditos, de acordo com a Lei nº 9610/98.

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