Morte de Marcelo Oliveira e seu pai gera notas de repúdio e reabre debate sobre violência política no Rio Grande do Norte
A morte do prefeito de João Dias, Marcelo Oliveira, e de seu pai, Sandi Alves de Oliveira, em um atentado a tiros na manhã desta terça-feira (27.ago.2024), chocou o Rio Grande do Norte e repercutiu nacionalmente. O crime, que ocorreu em uma pequena cidade com pouco mais de 2 mil habitantes, foi imediatamente condenado por diversas autoridades e entidades políticas, que destacaram a gravidade do ataque à democracia.
A Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn) emitiu uma nota expressando repúdio ao atentado e classificando-o como um ataque direto aos pilares da democracia. “Este ato de violência extrema não só ceifou a vida de dois cidadãos dedicados à sua comunidade, mas também atacou, mais uma vez em nosso Estado, os pilares da democracia e da paz social”, declarou Luciano Santos, presidente da Femurn. A entidade também prestou condolências aos familiares das vítimas e à comunidade de João Dias, que está abalada com o ocorrido.
No cenário político, a violência em João Dias trouxe à tona questões sobre a segurança de autoridades públicas e o impacto da violência na política estadual. O senador Styvenson Valentim (Podemos) lamentou a situação e expressou solidariedade aos familiares das vítimas. Em suas redes sociais, Valentim afirmou que “o prefeito já havia pedido reforço de segurança, mas o Estado não conseguiu atender ao pedido”, e ressaltou a necessidade urgente de uma investigação rigorosa. Ele também destacou que o aumento da violência política no estado é preocupante e causa temor entre candidatos e cidadãos.
O ex-senador José Agripino, presidente do diretório estadual do União Brasil, também emitiu nota manifestando sua preocupação com o episódio. “Vemos com profunda preocupação um fato como esse, mas vamos acompanhar o caso e exigir das autoridades a manutenção da ordem no município e uma apuração rigorosa e rápida dos fatos”, disse Agripino. Ele também alertou para o histórico de violência na cidade, mas destacou que, em casos anteriores, não houve contaminação para outros municípios. O vice-presidente do União Brasil, deputado federal Benes Leocádio, reforçou que a elucidação dos crimes pelas forças de segurança do estado é essencial para evitar que novos episódios de violência ocorram.
As notas de repúdio emitidas pelas entidades refletem a gravidade do crime e o impacto profundo que ele gerou no cenário político local. O União Brasil, partido ao qual Marcelo Oliveira era filiado, manifestou sua indignação com o assassinato e cobrou uma rápida solução para o caso. “Esperamos que as autoridades responsáveis pela investigação encontrem rapidamente os autores desse crime bárbaro e os coloquem à disposição da justiça”, afirmou José Agripino em nome do partido.
A investigação sobre o atentado continua em andamento, com a Polícia Civil do Rio Grande do Norte liderando as apurações. As autoridades ainda não divulgaram detalhes sobre a motivação do crime, mas a violência política, que já fez outras vítimas no estado, volta a ser tema de discussão, evidenciando a fragilidade da segurança pública em regiões onde disputas políticas são marcadas por ameaças e intimidações.
Foto: Demis Roussos/Arquivo/Ilustração
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