Polícia Federal deflagra novas fases de operação contra abuso sexual infantojuvenil no RN

Polícia Federal deflagra novas fases de operação contra abuso sexual infantojuvenil no RN

Ação investiga suspeitos de produção e compartilhamento de conteúdo criminoso em Natal; crimes agora são classificados como hediondos

A Polícia Federal realizou, na manhã desta quinta-feira (31.out.2024), a 13ª e 14ª fases da Operação Carancho, que tem como foco o combate à produção, armazenamento e distribuição de material de abuso sexual infantojuvenil pela internet. A operação desta etapa mobilizou 12 policiais federais em Natal para cumprir dois mandados de busca e apreensão nos bairros Cidade Nova e Igapó, expedidos pela 2ª e 14ª Vara da Justiça Federal do Rio Grande do Norte, respectivamente.

Nos locais, foram apreendidos computadores, celulares e outros dispositivos eletrônicos que serão submetidos a uma rigorosa perícia para identificar a extensão e detalhes da participação dos suspeitos nas atividades criminosas. O trabalho faz parte de uma iniciativa nacional de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes na internet, que ganha ainda mais força com a recente mudança legislativa no Brasil.

Com a alteração na Lei, crimes como produção, venda, divulgação e facilitação de conteúdo pornográfico envolvendo menores de idade passaram a ser classificados como hediondos. Essa nova classificação representa um marco na legislação penal, pois traz implicações de um regime de cumprimento de pena mais rigoroso e o aumento das penalidades. Caso comprovada a responsabilidade dos suspeitos, as penas podem ultrapassar os 18 anos de reclusão.

Além do armazenamento e compartilhamento de conteúdo ilegal, a investigação também apura possíveis casos de estupro de vulneráveis e a participação dos investigados na produção de materiais de abuso. A Polícia Federal busca entender a extensão da atuação desses suspeitos e se há conexão entre eles e redes de distribuição de conteúdo ilegal que possam ter ramificações internacionais.

O nome “Carancho” faz referência a uma ave de rapina conhecida por ser adaptável e por seu comportamento oportunista, características que refletem o modus operandi dos investigados, que exploram vulnerabilidades e brechas na rede para atuar de forma criminosa. A operação Carancho tem sido uma das ações de maior intensidade da PF na Região Metropolitana de Natal. Só em 2024, a Polícia Federal já deflagrou 15 operações voltadas ao combate do abuso sexual infantil no estado, reforçando seu compromisso com a segurança digital e a proteção de menores.

Fotos: Divulgação/PF

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