Parlamentares rejeitam moção de impeachment contra Yoon Suk Yeol, mas crise política se intensifica na Coreia do Sul
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, evitou uma votação de impeachment no parlamento liderado pela oposição, neste sábado (7.dez.2024). A moção foi descartada após não alcançar o número mínimo de 200 votos necessários, com apenas 195 parlamentares participando.
A crise teve início na última terça-feira (3.dez), quando Yoon chocou o país ao autorizar poderes emergenciais para os militares com o objetivo de combater o que chamou de “forças antiestatais”. A medida foi anulada seis horas depois, após intensa pressão do parlamento, mas mergulhou a Coreia do Sul em uma das maiores crises políticas de sua história recente.
A oposição precisava do apoio de pelo menos oito legisladores do Partido do Poder Popular (PPP), liderado por Yoon, para alcançar a maioria de dois terços necessária para o impeachment. Contudo, os membros do PPP boicotaram a sessão, deixando apenas três parlamentares do partido votando.
Durante o discurso televisionado na manhã de sábado, Yoon pediu desculpas à nação, mas rejeitou os apelos para sua renúncia. “Deixo ao meu partido a tarefa de estabilizar a situação política, incluindo a questão do meu mandato”, declarou. O presidente prometeu que não tentará novamente impor a lei marcial.
Han Dong-hoon, líder do PPP, afirmou que a permanência de Yoon no cargo tornou-se insustentável, aumentando a especulação sobre uma possível renúncia antes do fim de seu mandato em 2027. Caso isso ocorra, a Constituição exige a realização de eleições presidenciais dentro de 60 dias.
A última vez que a Coreia do Sul declarou lei marcial foi em 1980. Desde então, o país se tornou um exemplo de democracia na Ásia, mas os eventos recentes reacenderam debates sobre o poder executivo e a preservação dos princípios democráticos.
Foto: Kim Yong W/Via Fotos Públicas
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