Líder do MoDem assume com o desafio de restaurar a estabilidade política em meio à falta de maioria na Assembleia Nacional
O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta sexta-feira (13.dez.2024) a nomeação de François Bayrou, líder do Movimento Democrático (MoDem), como novo primeiro-ministro da França. Aos 73 anos, Bayrou, conhecido por sua experiência e habilidade como negociador, terá a missão de formar um governo em um cenário de fragmentação política, onde nenhum partido detém maioria na Assembleia Nacional.
A decisão foi oficializada após uma reunião de quase duas horas entre os dois líderes no Palácio do Eliseu, em Paris. Bayrou, que já foi ministro da Justiça no primeiro mandato de Macron, retorna ao centro do poder político após ter sido absolvido em um processo de acusações relacionadas a assistentes fictícios na Assembleia Nacional. Apesar da absolvição, o Ministério Público recorreu, e o caso ainda tramita na Justiça.
Bayrou é uma figura central na política francesa há décadas, tendo ocupado cargos de destaque, como deputado e ministro da Educação em governos anteriores. Ele também foi um dos principais apoiadores de Emmanuel Macron desde sua primeira candidatura à presidência, abrindo mão de sua própria candidatura em 2017, o que foi crucial para a vitória de Macron.
Nomeação após impasse
A escolha de Bayrou como primeiro-ministro veio após um impasse político. Segundo o jornal Le Monde, Macron inicialmente ofereceu ao líder do MoDem a posição de vice em um governo liderado por Roland Lescure. A proposta foi rejeitada por Bayrou, que chegou a ameaçar deixar a coalizão presidencial. A possibilidade de ruptura forçou o presidente a rever sua decisão e nomeá-lo como chefe de governo.
Desafios à frente
Como o quarto primeiro-ministro desde a reeleição de Macron em 2022, François Bayrou terá a tarefa de enfrentar uma oposição fortalecida, buscando aprovar reformas e garantir a governabilidade. Ele também precisará lidar com tensões internas dentro da coalizão presidencial, agravadas por divergências em questões cruciais, como a possível inelegibilidade de Marine Le Pen no caso de seu julgamento por assistentes fictícios no Parlamento Europeu.
Com décadas de experiência política e uma reputação de mediador, Bayrou se prepara para liderar um governo sob intensa pressão, enquanto a França enfrenta desafios econômicos e sociais significativos.
Foto: Guillaume Paumier/VisualHunt
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