O hidrogênio de baixo carbono, também conhecido como hidrogênio verde, é produzido com fontes renováveis e tecnologias para minimizar ou até eliminar as emissões de carbono
O Nordeste brasileiro tem se destacado nos últimos 20 anos pelo grande potencial na produção de hidrogênio verde a partir da energia eólica. Com o objetivo de estimar a geração de eletricidade por turbinas eólicas e, consequentemente, a produção de hidrogênio verde via eletrólise da água, a pesquisa Estimativa da produção de hidrogênio verde por meio da análise da energia eólica usando variáveis atmosféricas. Estudo de caso: região nordeste do Brasil analisou dados atmosféricos de cinco cidades nordestinas: Fortaleza, Natal, São Luís, Recife e Aracaju. O estudo foi conduzido por Amanda Ferreira Sampaio, durante o doutorado em Ciências Climáticas pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas (PPGCC/UFRN).
O hidrogênio de baixo carbono, também conhecido como hidrogênio verde, é produzido com fontes renováveis e tecnologias para minimizar ou até eliminar as emissões de carbono. Utilizado especialmente na descarbonização da indústria, é responsável 52% das emissões do setor de metalurgia e cimento. O combustível é uma alternativa que pode auxiliar o Brasil a atingir a neutralidade de carbono até 2050. A meta é um desafio global coordenado pela Organização das Nações Unidas (ONU) por meio da Convenção do Clima.
A pesquisadora Amanda Sampaio explica que o hidrogênio verde é produzido por eletrólise da água com energia renovável, um processo no qual a eletricidade é usada para separar os átomos de hidrogênio e oxigênio da água, não gera emissões de carbono e pode armazenar excedentes de eletricidade. Além de impulsionar o mercado interno, a alta demanda internacional, especialmente na Europa, reforça o potencial econômico do produto.

No entanto, apesar do bom cenário, a pesquisadora alerta que a produção no Brasil ainda enfrenta desafios regulatórios, tecnológicos e econômicos. Segundo Sampaio, a ausência de um marco regulatório claro pode dificultar investimentos, enquanto os altos custos da eletrólise e os desafios no transporte e armazenamento precisam ser superados. No aspecto econômico, o hidrogênio verde ainda é mais caro que outras fontes, exigindo incentivos e investimentos para se tornar competitivo.
Sobre a pesquisa
A análise utilizou dados coletados a partir de séries temporais mensais de duas centrais climatológicas localizadas em Fortaleza e São Luís, no período de 1961 a 1990 e de 1991 a 2020. Sampaio explica que foram analisadas variáveis como velocidade do vento, temperatura do ar, pressão atmosférica e umidade relativa. Essas informações foram determinantes para a eficiência na produção de energia eólica e, consequentemente, de hidrogênio verde.
COP30
O Nordeste brasileiro tem se destacado nos últimos 20 anos pelo grande potencial na produção de hidrogênio verde a partir da energia eólica. Com o objetivo de estimar a geração de eletricidade por turbinas eólicas e, consequentemente, a produção de hidrogênio verde via eletrólise da água, a pesquisa Estimativa da produção de hidrogênio verde por meio da análise da energia eólica usando variáveis atmosféricas. Estudo de caso: região nordeste do Brasil analisou dados atmosféricos de cinco cidades nordestinas: Fortaleza, Natal, São Luís, Recife e Aracaju. O estudo foi conduzido por Amanda Ferreira Sampaio, durante o doutorado em Ciências Climáticas pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas (PPGCC/UFRN).
O hidrogênio de baixo carbono, também conhecido como hidrogênio verde, é produzido com fontes renováveis e tecnologias para minimizar ou até eliminar as emissões de carbono. Utilizado especialmente na descarbonização da indústria, é responsável 52% das emissões do setor de metalurgia e cimento. O combustível é uma alternativa que pode auxiliar o Brasil a atingir a neutralidade de carbono até 2050. A meta é um desafio global coordenado pela Organização das Nações Unidas (ONU) por meio da Convenção do Clima.
A pesquisadora Amanda Sampaio explica que o hidrogênio verde é produzido por eletrólise da água com energia renovável, um processo no qual a eletricidade é usada para separar os átomos de hidrogênio e oxigênio da água, não gera emissões de carbono e pode armazenar excedentes de eletricidade. Além de impulsionar o mercado interno, a alta demanda internacional, especialmente na Europa, reforça o potencial econômico do produto.
No entanto, apesar do bom cenário, a pesquisadora alerta que a produção no Brasil ainda enfrenta desafios regulatórios, tecnológicos e econômicos. Segundo Sampaio, a ausência de um marco regulatório claro pode dificultar investimentos, enquanto os altos custos da eletrólise e os desafios no transporte e armazenamento precisam ser superados. No aspecto econômico, o hidrogênio verde ainda é mais caro que outras fontes, exigindo incentivos e investimentos para se tornar competitivo.
Sobre a pesquisa
A análise utilizou dados coletados a partir de séries temporais mensais de duas centrais climatológicas localizadas em Fortaleza e São Luís, no período de 1961 a 1990 e de 1991 a 2020. Sampaio explica que foram analisadas variáveis como velocidade do vento, temperatura do ar, pressão atmosférica e umidade relativa. Essas informações foram determinantes para a eficiência na produção de energia eólica e, consequentemente, de hidrogênio verde.
Ainda segundo a pesquisadora, para avaliar a viabilidade energética da região, foram aplicados modelos estatísticos, como a Distribuição de Weibull, que permite calcular o potencial eólico com maior precisão. Os resultados indicaram que, entre as cinco capitais nordestinas avaliadas, Fortaleza apresentou a maior potência média gerada (5,98 MW/mês), enquanto a produção estimada de hidrogênio verde foi de 125,60 kg/mês na capital cearense e 84,63 kg/mês em São Luís.
Amanda Sampaio esclarece que Fortaleza e São Luís se destacaram devido à qualidade e disponibilidade dos dados climáticos. Técnicas de imputação de dados foram utilizadas para lidar com falhas na coleta, um desafio comum em estudos atmosféricos, de acordo com a pesquisadora.
A partir da análise, Sampaio identificou que o Nordeste é uma das principais regiões para a produção de hidrogênio verde no Brasil devido à abundância de fontes renováveis. De acordo com a pesquisa, a região lidera a geração de energia eólica no país, alcançando um fator de capacidade de 16.835 MW médios em 2023. Além disso, a infraestrutura portuária estratégica, com portos como Pecém (CE) e Suape (PE), favorece a exportação do combustível para mercados internacionais. Segundo estudo feito em 2024 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), os investimentos anunciados para projetos na região já somam cerca de R$188,7 bilhões.
A pesquisadora destaca que a motivação para o estudo veio da crescente importância do hidrogênio verde e das aplicações em setores como transporte, indústria e produção de fertilizantes. “Com a transição energética em pauta, compreender como podemos utilizar o potencial natural do Nordeste para gerar um combustível limpo e sustentável é essencial para o desenvolvimento do país”, afirma. Sampaio acredita que o aumento dos investimentos governamentais e privados no setor reforça a necessidade de estudos que avaliem a viabilidade da produção desse combustível.
Hidrogênio verde e os ODS
A produção de hidrogênio verde no Brasil tem potencial para impulsionar a transição energética e a descarbonização industrial. Com a expansão da infraestrutura de produção e exportação, a redução dos custos da eletrólise e o interesse de mercados internacionais, o Brasil pode se tornar um dos principais produtores e exportadores globais do combustível. O avanço está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente aos ODS 7 (Energia Limpa e Acessível) e 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima).

O ano de 2024 marca o início de duas medidas para diversificar a matriz energética brasileira: a aprovação do Marco Legal do Hidrogênio de Baixo Carbono (Lei nº 14.948/24) e a criação do Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC), com incentivos de até R$ 18,3 bilhões entre 2028 e 2032. Esses incentivos priorizam projetos de baixo carbono, ampliando o acesso à energia limpa e promovendo a segurança energética ao reduzir a dependência de fontes fósseis, contribuindo para o cumprimento do ODS 7.
Além disso, ao focar em projetos de baixo impacto ambiental, o PHBC auxilia na descarbonização de setores como a indústria e o transporte pesado, essenciais para a redução das emissões de gases de efeito estufa e para o cumprimento dos compromissos climáticos globais, fortalecendo o impacto no ODS 13. A transição para o hidrogênio verde permite ao Brasil atender às suas necessidades energéticas de forma sustentável, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.
Sustentabilidade e hidrogênio verde
A pesquisa conduzida por Amanda Sampaio reforça o potencial do Nordeste brasileiro na produção desse combustível a partir da energia eólica. Os resultados destacam a importância da região na transição energética e no fortalecimento da economia nacional, ressaltando a necessidade de investimentos, regulamentação e avanços tecnológicos para viabilizar a produção em larga escala. “Com um planejamento adequado e investimentos contínuos, o Brasil pode se consolidar como referência mundial na produção de hidrogênio verde”, enfatiza.
A pesquisadora defende que para que o hidrogênio verde seja, de fato, uma solução sustentável, é essencial garantir que toda a sua cadeia produtiva utilize fontes renováveis, como energia eólica e solar, que apresentam menor impacto ambiental. A adoção de padrões de certificação também é fundamental para assegurar a origem da energia utilizada, garantindo que a produção seja realmente limpa.
Para Amanda Sampaio, investimentos em inovação tecnológica são necessários para aumentar a eficiência da eletrólise e desenvolver soluções de armazenamento e transporte que reduzam impactos ambientais. Ela acredita que a criação de um marco regulatório eficiente, aliado a sistemas de monitoramento ao longo da cadeia produtiva, contribuirá para que o hidrogênio verde cumpra seu papel na transição energética sem gerar novos desafios ambientais.
Temas discutidos na pesquisa como sustentabilidade, energia verde e descarbonização farão parte das discussões da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30). Coordenado pela ONU, o evento é o principal fórum internacional de debates climáticos e será realizado pela primeira vez no Brasil, na cidade de Belém, no Pará, entre os dias 10 a 21 de novembro de 2025.
Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN / Divulgação/EDP Brasil
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