Governo do RN comemorou desafogamento, mas situação se repete; pelo menos 10 pacientes aguardam em macas
49 após a implementação da barreira ortopédica no Hospital Regional Alfredo Mesquita, em Macaíba, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, voltou a registrar pacientes internados nos corredores. A medida, anunciada pelo Governo do Rio Grande do Norte, tinha como objetivo reduzir a superlotação na unidade de referência estadual. No entanto, nesta quinta-feira (27.mar), foram verificados pelo menos 10 pacientes em macas em um dos corredores do hospital.

A situação foi observada em dois dias consecutivos – quarta (26.mar) e quinta-feira (27). Relatos indicam que alguns pacientes aguardavam desde o dia anterior por procedimentos cirúrgicos, sem previsão de liberação de leitos. A Secretaria de Comunicação do Governo do Estado não se manifestou sobre o retorno dos pacientes aos corredores até o fechamento desta matéria.
Números da barreira e desafogamento temporário
Inaugurada em 7 de fevereiro, a barreira ortopédica começou a realizar procedimentos cirúrgicos em 25 de fevereiro. Dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) mostram que, até a última quarta-feira (26), a unidade realizou 102 cirurgias e 834 atendimentos.
Em março, o governo estadual havia comemorado a redução da lotação nos corredores do Walfredo Gurgel, mas a situação atual indica que o alívio foi passageiro. No final de 2024, o hospital chegou a ter mais de 40 pacientes nos corredores. Embora o número atual seja menor, a presença de macas voltou a ser registrada.
Limitações da estrutura e busca por alternativas
A barreira ortopédica foi criada para atender casos de baixa e média complexidade na Região Metropolitana de Natal, com capacidade para oito cirurgias diárias, além de procedimentos como suturas e imobilizações. O projeto recebeu investimento de R$ 10,8 milhões do Ministério da Saúde.
Especialistas apontam que a medida não resolve definitivamente a superlotação, já que os corredores do Walfredo Gurgel costumam receber pacientes de alta complexidade. A solução permanente depende da ampliação de leitos, como os previstos no Novo Hospital Municipal de Natal e no Hospital Metropolitano, com edital lançado em dezembro de 2024.
Ameaça de paralisação de serviços médicos
Atrasos nos repasses financeiros do governo estadual ameaçam a continuidade dos serviços de anestesiologia em hospitais públicos. Um comunicado recente alertou para possível suspensão de atendimentos a partir de 1º de abril caso os pagamentos não sejam regularizados.
Outra cooperativa médica interrompeu uma paralisação após acordo para quitar salários atrasados, com previsão de pagamento na próxima segunda-feira (31.mar).
Foto: SindSaúde/Arquivo/Ilustração
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