Presidente eleito destaca a importância estratégica de territórios internacionais para segurança econômica dos EUA
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (7.jan.2025) que não descarta a possibilidade de utilizar ações militares ou econômicas para retomar o controle do Canal do Panamá e adquirir a Groenlândia, território dinamarquês. Durante uma entrevista coletiva, Trump foi questionado sobre a possibilidade de garantir ao mundo que não recorreria à coerção para atingir esses objetivos. Sua resposta foi clara: “Não, não posso garantir nenhum desses dois. Mas posso dizer o seguinte: precisamos deles para a segurança econômica”.
Planos expansionistas e disputas territoriais
As declarações ocorreram enquanto Trump delineava sua agenda expansionista, a poucas semanas de sua posse em 20 de janeiro. O presidente eleito também expressou interesse em transformar o Canadá em um estado dos EUA e criticou os gastos americanos com produtos canadenses. Ele destacou a possibilidade de impor tarifas sobre a Dinamarca, caso o país não aceite a venda da Groenlândia. A Dinamarca, por sua vez, reiterou que o território não está à venda.
Trump reforçou ainda a intenção de renomear o Golfo do México para “Golfo da América”. Segundo ele, a mudança de nome reflete o desejo de fortalecer a identidade americana sobre a região. A proposta ecoa a polêmica decisão anterior de reverter o nome do Denali, pico mais alto da América do Norte, para Monte McKinley.
Reação internacional e resistência diplomática
Lideranças de outros países reagiram prontamente. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, rejeitou categoricamente a possibilidade de o país se tornar o 51º estado americano. “Não há a menor chance de o Canadá se tornar parte dos Estados Unidos”, afirmou Trudeau em publicação nas redes sociais. Ele destacou a importância da parceria comercial entre os dois países.
A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Melanie Joly, reforçou a posição do governo canadense, descrevendo as declarações de Trump como “uma completa falta de compreensão do que faz do Canadá um país forte”.
No Panamá, autoridades também reagiram. O presidente José Raúl Mulino rejeitou a ideia de devolver o controle do Canal do Panamá aos Estados Unidos, lembrando que o canal foi transferido ao país em 1999.
Otan e novas diretrizes
Durante a coletiva, Trump sugeriu que os membros da Otan aumentassem seus gastos com defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB), acima da meta atual de 2%. Ele argumentou que todos os países da aliança podem se dar ao luxo de contribuir mais para a segurança global.
As declarações de Trump refletem uma abordagem agressiva em relação à política externa, suscitando preocupação e debates entre aliados e na comunidade internacional.
Foto: RS/via Fotos Publicas / Caio Guatelli/Fotos Públicas
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