Retirada de diplomatas ocorre após Santiago Peña reconhecer Edmundo González como presidente eleito da Venezuela
O governo da Venezuela anunciou a retirada de seus diplomatas do Paraguai após declarações do presidente paraguaio, Santiago Peña, em apoio ao opositor Edmundo González. Peña afirmou que González venceu as eleições presidenciais venezuelanas de 2024 e defendeu sua posse em 10 de janeiro.
A decisão ocorre poucos dias antes da posse de Nicolás Maduro para o terceiro mandato (2025-2031). Maduro acusou a Argentina de tentar desestabilizar a Venezuela e de conspirar contra a vice-presidente Delcy Rodríguez.
Apoio internacional e reações
Edmundo González reuniu-se com autoridades dos Estados Unidos, incluindo o presidente Joe Biden e Mike Waltz, assessor de Donald Trump. Biden manifestou apoio a González, enquanto o México reafirmou que enviará um representante à posse de Maduro.
A Colômbia e o Brasil também deverão enviar representantes, apesar de não reconhecerem oficialmente a vitória de Maduro devido à falta de transparência no processo eleitoral. A participação do Brasil dependerá de convite formal do governo venezuelano.
Posse de Maduro e presença internacional
Segundo o governo venezuelano, mais de dois mil convidados internacionais, entre representantes de governos e movimentos sociais, participarão da cerimônia de posse.
Conflito com ParaguaiO rompimento diplomático com o Paraguai foi oficializado após o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela considerar as declarações de Peña uma violação do princípio de não intervenção. O Paraguai, em resposta, exigiu a retirada do embaixador venezuelano em 48 horas.
Acusações contra a Argentina
Maduro acusou o governo argentino de participar de planos de desestabilização e tentativa de assassinato da vice-presidente Delcy Rodríguez. Ele afirmou que serviços de inteligência capturaram 125 mercenários de diversas nacionalidades desde o início de 2024.
Maduro destacou que as investigações apontam envolvimento direto do governo argentino nas ações. Até o momento, o presidente argentino Javier Milei não comentou as acusações.
Apoio dos EUA à oposição
Nos Estados Unidos, Joe Biden reafirmou apoio a González, chamando-o de “presidente eleito”. Biden defendeu uma transição pacífica de poder, o que foi repudiado pelo governo venezuelano.
Após encontro com Waltz, González mencionou os protestos da oposição, programados para um dia antes da posse de Maduro. González prometeu retornar à Venezuela antes da posse, apesar da ameaça de prisão pelo governo.
Contexto das eleições na Venezuela
A oposição e organismos internacionais questionam a legitimidade das eleições de 2024 devido à ausência de auditorias e à falta de divulgação dos resultados detalhados. Manifestações contrárias ao resultado resultaram em dezenas de mortos e mais de dois mil presos. Recentemente, o governo libertou mais de mil detidos.
As instituições venezuelanas, incluindo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), ratificaram o resultado. Maduro exige que a oposição respeite as decisões judiciais e que governos estrangeiros não interfiram nos assuntos internos do país.
Foto: Adam Schultz/Via Fotos Públicas / RS/via Fotos Publicas
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