Aprovados em processo seletivo dizem que Secretaria de Educação não tem convocado profissionais de acordo com a classificação e que contratos deveriam ter sido assinados há mais de um mês
Professores aprovados em um concurso da prefeitura de Natal para a rede pública de ensino estão denunciando falhas no processo seletivo realizado pelo município. Os profissionais foram convocados em setembro, com um prazo de 30 dias para enviarem os documentos até assinarem o contrato, mas até o momento não conseguiram começar a trabalhar.
De acordo com os educadores, a Secretaria Municipal de Educação (SME) não tem chamado os profissionais aprovados de acordo com a ordem de classificação do processo seletivo, mas de modo aleatório.
Eles alegam ainda que a SME não possui ciência da demanda das escolas e tem solicitado inclusive que os próprios professores convocados busquem essas informações. Outra reclamação é sobre o contato feito pela pasta, que seria apenas uma tentativa de telefonema e nada mais, segundo os convocados.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação de Natal disse que sobre a convocação, o Departamento de Recursos Humanos da pasta “segue todas as orientações estabelecidas para contratação na Portaria nº 153/2022-GS/SME, de 12 de setembro de 2022, publicada no Diário Oficial do Município no dia 13 de setembro do corrente ano“.
Segundo a pasta, o departamento de Recursos Humanos da SME-Natal informou que “que ao tempo em que não consegue retorno dos candidatos convocados via e-mail, estabelece contato por telefone, e quando não obtém sucesso, convoca o próximo candidato, uma vez que, existe a necessidade da contratação urgente destes profissionais por parte da SME-Natal“.
Celeridade
Os professores, que foram aprovados há quase dois meses no processo, cobram celeridade na contratação.
“[A convocação] dizia que a gente tinha até 30 dias para assinar o contrato. E gerou confusão porque eles demoravam muito para responder. Uma colega minha não teve retorno até agora, se tinham recebido os documentos dela“, disse ao g1 uma professora da disciplina de geografia convocada, que preferiu não se identificar.
Essa profissional ainda não foi chamada e, em contato nesta semana com a SME, não recebeu indicação de quando assinará o contrato para começar a trabalhar.
“A gente não sabe o que está acontecendo. Temos certeza que não somos os únicos. Essa contratação e encaminhamento estão muito lentos. Eles não têm nem a demanda das escolas“, reclamou.
“O processo seletivo passou muita gente, mas a convocação não foi de todo mundo que passou. Hoje [quarta] pedi alguma informação e só me disseram que estão encaminhando de acordo com a colocação e demanda das escolas“, concluiu.
Sem respostas e previsão
Um professor da disciplina de artes, que também preferiu não se identificar, contou que seguiu todo o protocolo de entrega de documentação, mas não obteve retorno nenhum quanto à previsão para começar a trabalhar.
“Eu fiz, segui o passo a passo. Outros colegas fizeram. E na mesma publicação dizia que dentro de 30 dias o contrato seria assinado. E criou uma expectativa de sermos convocados e encaminhados para as escolas. Então ficamos aguardando. Alguns de nós tivemos retorno com relação à documentação enviada, outros até o momento não tiveram retorno. Dois meses de atraso do início do trabalho e não há nenhuma previsão concreta de encaminhamento“, lamentou.
O professor convocado disse que procurou a SME nesta semana e foi orientado a ele mesmo buscar a demanda de uma escola. Além disso, soube que um amigo que passou em uma colocação inferior à dele no processo seletivo já estava sendo chamado, enquanto ele ainda não recebia retorno.
“Para minha surpresa, encontrei o setor totalmente desorganizado, desarticulado. Ninguém tinha uma resposta clara de qual escola estava precisando de qual professor. Eles não tinham o controle das escolas, um quadro de vagas, de carga horária. Para piorar a situação, quem está lá na vez, questionando, eles vão encaminhando, independente da classificação“, disse.
Foto: Secom/PMN
Com informações do G1 RN
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