Conselho Universitário da Ufersa solicita destituição da reitora

Conselho Universitário da Ufersa solicita destituição da reitora

Decisão ocorre após título de doutora da reitora Ludimilla ser cassado por plágio em tese na UFRN

O Conselho Universitário da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), com sede em Mossoró, no Oeste potiguar, tomou uma decisão importante durante uma reunião extraordinária realizada nesta segunda-feira (31.jul.2023). O conselho optou por encaminhar ao Ministério da Educação (MEC) um ofício requerendo a destituição da professora Ludimilla Carvalho Serafim de Oliveira do cargo de reitora da instituição.

O pedido de destituição baseia-se na anulação ou revogação do decreto que nomeou a reitora em 21 de agosto de 2020. Essa medida foi tomada após a professora Ludimilla ter seu título de doutora cassado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) devido a um caso de plágio em sua tese de 2011.

Além disso, durante a reunião, os conselheiros também definiram que a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas deve identificar o professor doutor mais antigo no quadro da universidade. Se a solicitação de destituição for aceita pelo MEC, esse professor assumirá temporariamente o cargo de Reitor pro tempore, com a responsabilidade de organizar, dentro de 60 dias, uma nova lista tríplice para a definição de um novo reitor.

A reitora Ludimilla, por sua vez, respondeu à decisão do Consuni afirmando que continua no cargo por enquanto, uma vez que o caso está judicializado. Ela declarou que só deixará o cargo quando a última palavra for dada e reforçou seu compromisso com a universidade.

O caso que culminou na decisão do Conselho foi baseado em representações assinadas pela Associação dos Docentes da Ufersa, pelo Diretório Central dos Estudantes e pelo Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior. Essas entidades argumentam que o processo administrativo da UFRN excluiu a professora Ludimilla do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, cassando seu título de doutorado à época de estudante.

O parecer aceito pelo Consuni reforça a necessidade do título de doutoramento para ocupar o cargo de Reitor(a) da Universidade, conforme a legislação vigente. Vale ressaltar que Ludimilla Oliveira foi a terceira colocada na consulta à comunidade acadêmica em junho de 2020, ficando atrás de Rodrigo Codes e Jean Berg. No entanto, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou sua nomeação em agosto do mesmo ano, após a lista tríplice ser enviada ao MEC e à presidência.

Apesar de o Ministério Público Federal (MPF) ter ingressado com uma ação contra a nomeação, alegando que o presidente não seguiu a votação da comunidade acadêmica, o pedido foi negado pela Justiça Federal. O juiz Orlan Donato Rocha, da 8ª Vara Federal do Rio Grande do Norte, considerou que a prerrogativa conferida ao Presidente da República de nomeação de reitor e vice-reitor de universidade federal não configura intervenção indevida na autonomia universitária.

Foto: Higo Lima/Assecom/Ufersa

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