Organização classifica votação como ilegal e ilegítima, e pede reunião especial para discutir crise
A Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou nesta quinta-feira (8.dez.2023) o referendo sobre a região de Essequibo, convocado pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro. A organização classificou a votação como “ilegal e ilegítima” e denunciou a “posição agressiva” do governo venezuelano em relação à Guiana.
Em comunicado, o gabinete do secretário-geral da OEA, Luis Almagro, disse que as crescentes tensões entre os dois países são “preocupação para a segurança regional” e ameaçam a “estabilidade e a soberania territorial” no continente.
O referendo, no qual a maioria dos cidadãos votou a favor da anexação do Essequibo à Venezuela, representa “mais uma vez” o uso “antidemocrático” dos “processos democráticos” por parte de Maduro, acrescenta a nota.
“As recentes ações adotadas pelo regime na Venezuela não só colocam em perigo o desenvolvimento e a estabilidade da Guiana, mas representam risco mais amplo para a segurança da América Latina e do Caribe”, denunciou a liderança da OEA.
Por sua vez, Almagro pediu ao Conselho Permanente da organização que convoque reunião especial para “discutir possíveis medidas a fim de mitigar” as tensões entre os dois países sul-americanos.
O governo venezuelano, que apresentou um pedido formal para deixar a OEA em 2017, não tem representação na organização.
O referendo venezuelano foi realizado no domingo (3.dez). A votação foi boicotada pela Guiana, que considera o território seu. Maduro, por sua vez, afirmou que a votação foi “um triunfo do povo venezuelano”.
A região de Essequibo é uma área de 160 mil quilômetros quadrados, rica em recursos naturais, incluindo petróleo e ouro. O conflito fronteiriço entre Venezuela e Guiana teve início em 1899, com a decisão arbitral de Paris, que atribuiu a soberania do território à então Guiana Britânica. A decisão é contestada pela Venezuela desde 1962.
Foto: Aboodi Vesakaran/Pexels
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