Crise no maior hospital público do Rio Grande do Norte deixa pacientes aguardando em corredores e falta de macas prejudica operações de ambulâncias
O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, maior unidade pública de saúde do Rio Grande do Norte, enfrentou uma grave situação de superlotação na noite desta segunda-feira (24.jun.2024). Pacientes tiveram que esperar atendimento nos corredores da unidade, enquanto a escassez de macas nas ambulâncias manteve pelo menos 14 veículos retidos no estacionamento. O pronto-socorro Clóvis Sarinho, que também funciona na unidade, enfrentou dificuldades semelhantes.
De acordo com o diretor do hospital, Geraldo Neto, a demanda por atendimentos, especialmente em ortopedia, aumenta significativamente em horários de pico, como entre 17h e 19h, devido ao trânsito intenso em Natal. “O Rio Grande do Norte já acompanha esse movimento do Walfredo, porque de fato é a grande referência em trauma no estado. Então, não tem como não esperar grandes movimentos no pronto-socorro, não tem como não esperar grandes movimentos de ambulância circulando e, em certos momentos, travando”, explicou.
A permanência das ambulâncias na unidade prejudicou o atendimento nas ruas. A dona de casa Fernanda Alves relatou que seu marido sofreu um acidente de moto em Nova Parnamirim, na Grande Natal, e esperou mais de 2h30 para ser atendido. “O acidente aconteceu às 15h30. O socorro não chegou no local. Eu cheguei aqui [no hospital] às 18h e o Samu não tinha chegado no local ainda”, lamentou.
O diretor do hospital explicou que os pacientes precisam passar por um período de “preparo” antes das cirurgias, o que contribui para a permanência prolongada na unidade. “Ele precisa passar de 24h a 48h de tempo de preparo. Fazer os exames laboratoriais, risco cirúrgico, o eco, pra gente dar um destino a ele. Que ele pode ser operado aqui ou ele pode ser operado em outros serviços”, detalhou Geraldo Neto.
Foto: SindSaúde-RN/Ilustração
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