Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria, até 2030, o uso de água no Brasil deve aumentar em 24%
A água, recurso essencial para a vida e para o desenvolvimento econômico, tem sido alvo de crescente preocupação no Brasil. A escassez hídrica, agravada por mudanças climáticas e práticas de gestão inadequadas, representa um dos maiores desafios do país.
Mais do que uma responsabilidade, é um compromisso com a vida no planeta. A Agenda 2030 da ONU, com seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), representa um guia global para alcançarmos um futuro mais verde e equitativo. A água, elemento essencial para a vida, enfrenta desafios crescentes. O desperdício desenfreado coloca em risco a segurança hídrica e a saúde do planeta. De acordo com a ONU, 2,2 bilhões de pessoas não têm acesso à água potável e 4,2 bilhões sofrem de escassez de água durante pelo menos um mês por ano.
8 mil piscinas olímpicas de água tratada são desperdiçadas no Brasil
Nosso país, detentor de uma das maiores reservas de água doce do mundo, paradoxalmente enfrenta sérios problemas de abastecimento em diversas regiões. Estatísticas alarmantes revelam que mais de 40% da água captada em nosso país é desperdiçada antes de chegar ao seu destino final, conforme último levantamento do Instituto Trata Brasil. Essa quantidade de água seria suficiente para abastecer 67 milhões de brasileiros em um ano. Como comparação seria o equivalente a cerca de 8 mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçadas diariamente no Brasil.

O Nordeste, historicamente marcado por longos períodos de seca, enfrenta desafios como a desertificação, a salinização de aquíferos e a irregularidade das chuvas. Rio Grande do Norte, por exemplo, desperdiça mais de 50% de sua água potável, ficando atrás apenas do Maranhão com 59,2% em relação a perdas na região. Ou seja, a cada 100 litros, o Estado perde 52 devido a vazamentos, fraudes, entre outros problemas.

“A escassez hídrica gera uma série de problemas, impactando diretamente a economia. Secas prolongadas podem levar à redução da produção agrícola, ao fechamento de indústrias, à perda de empregos e à diminuição do PIB. No Nordeste, por exemplo, a seca de 2021 afetou a produção de frutas e hortaliças, impactando o abastecimento e a renda dos agricultores. No Sudeste, a crise hídrica de 2014/2015 levou ao racionamento de energia e à redução da produção industrial”, pontua Felipe Mendes, Diretor Comercial Nacional e sócio da T&D Sustentável, empresa que já economizou mais de 1 bilhão de litros pelo Brasil, sendo mais de 70 milhões somente no Rio Grande do Norte.
Como evitar esse desperdício?
É fundamental que empresas, governos e sociedade civil trabalhem em conjunto para garantir a gestão sustentável dos recursos hídricos. A adoção de práticas de economia de água, a reutilização de efluentes e o investimento em tecnologias eficientes são medidas essenciais para garantir a segurança hídrica e o desenvolvimento econômico do país.

“Soluções como a agricultura de precisão, a reutilização de água, a captação de água da chuva e a educação ambiental podem contribuir significativamente para a resolução da crise hídrica. Além disso, é fundamental investir em infraestrutura de saneamento básico, proteger as áreas de preservação ambiental e promover a participação da sociedade na gestão dos recursos hídricos”, finaliza Mendes.
Um futuro sustentável depende da água. Ao adotar práticas mais sustentáveis em nosso dia a dia e cobrar ações dos nossos representantes políticos, podemos contribuir para a preservação desse recurso vital para as futuras gerações.
Foto: Divulgação
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