Unidade registra tempo médio de espera superior a cinco horas em meio à falta de profissionais e infraestrutura precária, segundo usuários e gestão
A Unidade de Pronto Atendimento do Potengi (UPA Potengi), localizada na Zona Norte de Natal, enfrentou um cenário de superlotação e demora no atendimento nesta segunda-feira (7.abr.2025). Pacientes relataram esperas superiores a cinco horas, além de dificuldades provocadas por estrutura inadequada e ausência de profissionais de saúde.
A direção da unidade confirmou que a demora no atendimento foi provocada principalmente pela escassez de técnicos de enfermagem e outros profissionais da área. A UPA Potengi atende cerca de 13 mil pessoas por mês, com uma média diária de 450 pacientes, segundo dados oficiais.

Além da fila de espera, a infraestrutura da unidade também apresentou falhas, como equipamentos em manutenção e ausência de materiais básicos. Entre os problemas identificados está a inoperância do equipamento de raio-x, que segue fora de funcionamento por falta de uma peça, aguardando substituição pela empresa responsável.
Demanda elevada por casos não urgentes impacta tempo de espera
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal informou, por meio de nota, que a UPA registrou aumento significativo na procura por atendimentos de baixa complexidade, como síndromes gripais, arboviroses (dengue, Zika e Chikungunya) e outras condições não classificadas como urgência ou emergência.
Segundo a pasta, a sobrecarga se deu pela combinação desse aumento com a demanda por atendimentos emergenciais, o que levou à ampliação do tempo de espera, sobretudo para os casos considerados menos graves.
A SMS também informou que cerca de 70% dos atendimentos realizados nas UPAs de Natal são de casos que poderiam ser resolvidos na atenção básica. A secretaria reforçou que os serviços de pronto atendimento devem ser buscados em situações como:
- febre alta persistente (acima de 39 °C);
- fraturas e cortes com sangramento leve;
- infarto e dor no peito;
- acidente vascular cerebral (AVC);
- quedas com suspeita de fratura ou dor intensa;
- reações alérgicas graves;
- crises convulsivas;
- falta de ar intensa;
- ferimentos por armas ou objetos cortantes;
- queimaduras;
- vômitos constantes;
- tentativa de suicídio, entre outras situações críticas.
Ainda conforme a secretaria, a UPA Potengi é um serviço de porta aberta, sujeito a picos de demanda em determinados períodos. Apesar das dificuldades enfrentadas, a SMS assegura que todos os atendimentos estão sendo realizados e que atua para normalizar o fluxo assistencial.
Encaminhamentos e medidas em curso
Sobre a indisponibilidade do exame de radiografia, a SMS explicou que o equipamento da unidade passa por manutenção técnica, com substituição de peça pendente. Enquanto isso, os pacientes que necessitam do exame estão sendo encaminhados para outras unidades da rede municipal, sem prejuízo à assistência, segundo a secretaria.

As dificuldades enfrentadas pelos usuários da UPA Potengi incluem ainda a espera prolongada sem acomodação adequada, sobrecarga de profissionais em funções específicas, como curativos, e internações em locais improvisados, como corredores, diante da falta de espaço.
Diante do cenário, a gestão municipal informou que trabalha para recompor as equipes e retomar a normalidade dos serviços o mais breve possível.
Foto: Reprodução/Prefeitura de Natal / Rodrigo Nunes – ASCOM/MS/Ilustração / Walterson Rosa/MS/Ilustração
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