Ex-presidente foi internado no Hospital Rio Grande após mal-estar durante agenda política no RN; estado clínico é estável e equipe médica descarta cirurgia de urgência
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será transferido na tarde deste sábado (12.abr.2025) do Hospital Rio Grande, em Natal, para Brasília, onde continuará sendo acompanhado por uma equipe médica especializada. A saída da unidade hospitalar está programada para as 17h, com deslocamento pela Avenida Afonso Pena até o Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante. A previsão é de decolagem às 19h30, com chegada na capital federal por volta das 22h15.
Bolsonaro foi internado na sexta-feira (11.abr.2025), após sentir fortes dores abdominais enquanto cumpria agenda política pelo interior do Rio Grande do Norte. O diagnóstico, confirmado por exames realizados na unidade hospitalar da capital potiguar, é de suboclusão intestinal — obstrução parcial do intestino. Segundo os médicos, não há indicação de cirurgia imediata, mas o quadro exige acompanhamento contínuo.
Durante o período de internação, o ex-presidente foi submetido a uma série de procedimentos clínicos, incluindo hidratação venosa, uso de antibióticos e nutrição parenteral total. A alimentação foi suspensa (dieta zero) e uma sonda nasogástrica foi instalada para auxiliar na descompressão do trato digestivo. A equipe médica do Hospital Rio Grande realizou exames a cada seis horas para monitorar a evolução do quadro.

De acordo com boletim médico divulgado neste sábado (12), Bolsonaro apresentou melhora clínica nas últimas 24 horas. O ex-presidente permaneceu em oxigenoterapia espontânea, com sinais vitais estáveis, sem necessidade de medicação para dor. O boletim foi assinado pelo diretor geral do hospital, Luiz Roberto Fonseca.
“O ex-presidente evoluiu de forma estável nas últimas 24 horas, sem necessidade de suporte com aminas vasoativas. Está em ar ambiente, confortável, com bom padrão respiratório e apresenta redução do quadro de distensão abdominal”, detalhou Fonseca.
O médico particular de Bolsonaro, Dr. Cláudio Birolini, afirmou que a suboclusão intestinal não foi resolvida, mas que não há necessidade de cirurgia de urgência. “Embora atualmente não haja essa necessidade, o que vai acontecer nos próximos dias vai depender da evolução clínica do presidente”, disse Birolini em entrevista coletiva.
A decisão de transferência para Brasília partiu do próprio ex-presidente e de sua família. O transporte será feito pela UTI Móvel da Unimed. Em Brasília, Bolsonaro deverá passar por novos exames e reavaliações para acompanhamento do quadro. O ex-presidente foi vítima de um atentado com faca em 2018, durante a campanha presidencial, e desde então passou por diversas cirurgias abdominais. Segundo os médicos, a condição atual é uma consequência dessas intervenções anteriores.
Durante a internação em Natal, Bolsonaro realizou sessões de fisioterapia e caminhou pelo hospital. Ele também recebeu visitas de aliados políticos, como o deputado federal General Girão (PL-RN), que também está internado no Hospital Rio Grande, e o ex-senador Magno Malta (PL). Deputados estaduais e federais do Rio Grande do Norte também passaram pelo local.

O mal-estar teve início ainda na noite de quinta-feira (10.abr.2025), quando Bolsonaro começou a relatar dores abdominais, após compromissos ao lado do senador Rogério Marinho (PL-RN). Mesmo com sintomas, ele seguiu com parte da agenda programada, participando de eventos nos municípios de Bom Jesus e Tangará. O agravamento do quadro ocorreu em Santa Cruz, onde foi inicialmente atendido no Hospital Municipal Aluízio Bezerra antes de ser transferido, de helicóptero, para a capital potiguar.
A tomografia realizada em Natal confirmou o diagnóstico de suboclusão intestinal, também conhecida como subobstrução, e os médicos optaram por tratamento clínico otimizado. O caso segue sendo monitorado e ainda não há previsão de alta definitiva.
Entenda o que é suboclusão intestinal
A suboclusão intestinal é uma condição clínica caracterizada por obstrução parcial do intestino, que pode impedir a passagem adequada de líquidos e alimentos. Entre os principais sintomas estão distensão abdominal, náuseas, vômitos, dores intensas e sensação de desconforto.
De acordo com o diretor médico do Hospital Rio Grande, Luiz Roberto Fonseca, o quadro pode ser provocado por aderências internas, torções ou inflamações decorrentes de cirurgias anteriores. Em casos como o do ex-presidente Jair Bolsonaro, a suboclusão pode se tornar uma condição recorrente e exigir acompanhamento por tempo indeterminado.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
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