Vitória é rejeitada pela oposição e países estrangeiros pedem transparência na contagem dos votos
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi declarado vencedor das eleições de domingo (28.jul.2024) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão controlado pelo chavismo. A disputa eleitoral foi marcada por tensões e denúncias de fraude feitas pela oposição, que reivindicou a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia.
De acordo com o CNE, Maduro recebeu 5,15 milhões de votos (51,2%) após a apuração de 80% das urnas, enquanto González Urrutia obteve 4,45 milhões de votos (44,2%). Contudo, a ausência da divulgação das atas de votação gerou questionamentos, levando países como Estados Unidos, Chile, Peru, Costa Rica, Guatemala, Argentina, Espanha, Uruguai e a União Europeia a exigirem “total transparência” no processo de contagem dos votos.
Pesquisas de opinião indicavam o favoritismo de González Urrutia, um outsider escolhido pela popular líder opositora María Corina Machado, que foi impedida de concorrer devido a uma inabilitação política. Em janeiro deste ano, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela confirmou a proibição de María Corina Machado de ocupar cargos públicos por 15 anos, alegando envolvimento em um esquema de corrupção.
A eleição também foi marcada por restrições ao voto no exterior. Entre 3,5 milhões e 5,5 milhões de venezuelanos elegíveis para votar vivem fora do país, mas apenas 69 mil estavam registrados devido a regras rigorosas impostas pelo governo de Maduro, dificultando o registro de eleitores no exterior.
Além disso, observadores internacionais foram barrados na Venezuela. Vários ex-governantes e parlamentares foram impedidos de entrar no país para observar o processo eleitoral. Entre eles, estavam membros do Grupo Idea, que inclui ex-presidentes e críticos de Maduro.
A oposição denunciou várias irregularidades, como a extensão do horário de votação em locais sem fila e o atraso na divulgação dos resultados. Foram mais de seis horas após o fechamento das urnas até o CNE divulgar os resultados preliminares, alegando uma “agressão ao sistema de transmissão de dados”.
A retenção das atas eleitorais também levantou suspeitas. O CNE proclamou a vitória de Maduro, mas não divulgou as atas eleitorais que atestam a vitória. A oposição, os Estados Unidos e países vizinhos pedem a liberação desses documentos para verificar a contagem dos votos.
O processo eleitoral na Venezuela permanece sob escrutínio internacional, enquanto a oposição e diversos países continuam a questionar a legitimidade da reeleição de Nicolás Maduro.
Fotos: RS via Fotos Públicas
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