Primeiro-ministro de Israel afirma que a morte de Yahya Sinwar, líder do Hamas, é apenas um marco, enquanto Hezbollah e Irã prometem intensificar a resistência
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reafirmou sua determinação em continuar a guerra contra o Hamas em Gaza e contra o Hezbollah no Líbano, frustrando expectativas de que a morte de Yahya Sinwar, líder do Hamas, pudesse trazer um alívio para o conflito que já dura mais de um ano no Oriente Médio. A declaração veio após uma operação militar israelense, realizada em Gaza na quarta-feira (16), que resultou na morte de Sinwar, considerado um dos principais arquitetos do ataque que desencadeou a guerra em outubro de 2023.
Netanyahu classificou a eliminação de Sinwar como um “marco importante”, mas deixou claro que a guerra está longe de terminar. “A guerra, meus queridos, ainda não acabou”, declarou em discurso à nação, destacando que Israel continuará suas operações até que todos os reféns em poder do Hamas sejam libertados. A expansão do conflito, que agora envolve ataques aéreos e incursões no sul do Líbano, coloca o Oriente Médio em um cenário de crescente tensão, com possíveis implicações regionais.
O impacto da morte de Yahya Sinwar no conflito
A morte de Yahya Sinwar, um dos principais líderes do Hamas e figura central no planejamento do ataque de 7 de outubro de 2023, foi vista por alguns líderes ocidentais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, como uma oportunidade para a paz. De acordo com o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, a ausência de Sinwar poderia facilitar as negociações para um cessar-fogo e a libertação de reféns, algo que o líder do Hamas vinha bloqueando.
“Esse obstáculo foi removido”, afirmou Miller, referindo-se à resistência de Sinwar em negociar. No entanto, ele ponderou que não há garantias de que o novo líder do Hamas vá concordar com um cessar-fogo, mas que a eliminação de Sinwar é, sem dúvida, um ponto de virada no conflito.
A reação do Hezbollah e do Irã
Enquanto líderes ocidentais veem a morte de Sinwar como uma oportunidade, o grupo militante Hezbollah, apoiado pelo Irã, prometeu intensificar seus esforços contra Israel. Em resposta à operação israelense em Gaza, o Hezbollah declarou que aumentará sua resistência no Líbano, enquanto o governo iraniano afirmou que “o espírito de resistência” na região só será fortalecido após a morte do líder palestino.
O conflito já resultou em confrontos diretos entre Israel e o Irã, com mísseis iranianos atingindo o território israelense em abril e outubro deste ano. Netanyahu prometeu uma resposta severa a esses ataques, mas até agora tem sido pressionado por Washington a evitar ações que possam escalar ainda mais o conflito, especialmente em áreas sensíveis como instalações de energia ou nucleares iranianas.
O futuro da guerra no Oriente Médio
Apesar das esperanças de um cessar-fogo, a guerra parece longe de um fim. Um diplomata sênior baseado no Líbano, que preferiu não ser identificado, expressou pessimismo sobre o impacto da morte de Sinwar. “Esperávamos que a eliminação de Sinwar fosse o ponto de virada para o fim das guerras, mas parece que nos enganamos mais uma vez”, afirmou.
As tentativas de mediação de paz, lideradas principalmente pelos Estados Unidos, têm falhado, e o apoio contínuo do Irã ao Hamas e ao Hezbollah alimenta a escalada de violência. Israel, por sua vez, mostra-se determinado a continuar sua campanha militar até que seus objetivos sejam alcançados.
A morte de Yahya Sinwar pode ter mudado a dinâmica do conflito, mas as declarações de Netanyahu, bem como as reações do Hezbollah e do Irã, indicam que o Oriente Médio permanecerá em um estado de tensão elevada, sem sinais de que as hostilidades diminuam no curto prazo.
Foto: U.S. Air Force Staff Sgt. Jack Sanders
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