Cidades registram marcas históricas, enquanto crise energética e hídrica se intensificam
O México se encontra sob o aperto de uma onda de calor sem precedentes, com temperaturas quebrando recordes em diversas cidades, incluindo a capital. A situação extrema levou à sobrecarga da rede elétrica, provocando apagões em todo o país, e já causou mortes relacionadas ao calor. Especialistas alertam para os impactos da mudança climática e do El Niño no intensificar das ondas de calor, enquanto a população enfrenta também os efeitos da grave seca que assola o território mexicano.
Dez cidades registraram temperaturas recordes, com destaque para a Cidade do México, onde os termômetros marcaram 34,3°C na quinta-feira (9.mai.2024), superando em um décimo de grau o recorde anterior de apenas um mês antes. Puebla, por sua vez, atingiu 35,2°C, ultrapassando a marca de 1947. Já em Ciudad Victoria, no norte do país, a temperatura chegou a impressionantes 47,4°C, batendo o recorde de 1998.
O calor intenso gerou apagões em diversas regiões, principalmente no norte, e levou à suspensão de aulas no estado de San Luis Potosí, que registrou 50°C nesta semana. O Ministério da Saúde alertou para o aumento das mortes relacionadas ao calor, com sete óbitos registrados entre 17 de março e 4 de maio, número que pode subir com as temperaturas extremas da última semana.
A mudança climática causada pelo homem e o El Niño são apontados como os principais responsáveis pelo aumento das temperaturas e pelas ondas de calor cada vez mais frequentes e intensas. O órgão regulador do sistema elétrico do México emitiu alertas sobre a sobrecarga da rede, enquanto a demanda por energia supera a oferta em algumas áreas.
Câmaras de comércio e especialistas do setor criticam o governo pela falta de investimentos em infraestrutura, como redes de transmissão de energia e geração de energia suficiente para atender à crescente demanda. O presidente Andrés Manuel López Obrador, que deixa o cargo em outubro, defendeu a capacidade de geração do país e classificou os apagões como “excepcionais”.
Foto: Olivier Bruchez/VisualHunt
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