Equipamento reduz custos e amplia acesso ao diagnóstico de discrepância entre membros inferiores
Cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveram um dispositivo inovador para mensurar a dismetria de membros inferiores – condição caracterizada pela diferença de comprimento entre as pernas, que pode causar dores, disfunções musculares e deformidades estruturais.

O equipamento, criado por um grupo de fisioterapeutas e educadores físicos, tem como objetivo oferecer uma solução funcional e de baixo custo, atendendo a um público mais amplo.
O impacto da dismetria no corpo humano
A diferença no comprimento das pernas pode causar:
- Desgaste prematuro das articulações;
- Dores em joelhos, quadris e coluna;
- Desequilíbrios posturais.
Para compensar a desigualdade, o corpo adota adaptações biomecânicas que podem agravar o quadro, gerando tensões em diversas regiões, da lombar à cervical.
“Identificar essa condição rapidamente é essencial para definir condutas terapêuticas adequadas e evitar complicações crônicas”, explica Leonardo Dantas Rebouças da Silva, doutorando em Ciências da Saúde e um dos inventores do equipamento.
Como funciona o dispositivo
O dispositivo desenvolvido pela UFRN é composto por dois elementos simples:
- Estrutura de suporte: Pode ser feita de madeira, metal, plástico ou materiais similares, capaz de sustentar o peso de um adulto.
- Componente de medição: Posicionado nos pontos anatômicos, identifica a diferença estrutural entre os membros inferiores.
O teste é realizado com o equipamento fixado no corpo do avaliado, dispensando exames de imagem como o raio-X, que envolvem maior custo e exposição à radiação.
Vantagens do equipamento
- Baixo custo: Populariza o diagnóstico de dismetria, tornando-o acessível a mais pessoas.
- Facilidade de uso: Pode ser aplicado em clínicas de ortopedia e centros de reabilitação.
- Redução de riscos à saúde: Evita a necessidade de radiação, presente nos métodos tradicionais.
O protótipo, registrado como “Dispositivo para avaliação funcional de discrepância de membros inferiores”, já está em fase experimental em pacientes e foi fruto de uma dissertação de mestrado.
Pesquisa e inovação na UFRN
O desenvolvimento do dispositivo é resultado do trabalho do Grupo de Pesquisa em Atividade Física e Saúde (Afisa) da UFRN. Coordenado por Paulo Moreira Silva Dantas e Breno Tinoco Cabral, o grupo reúne especialistas em Educação Física, Fisioterapia e Nutrição, além de mestres e doutores em Ciências da Saúde.
O Afisa atua em seis linhas de pesquisa, incluindo:
- Saúde e motricidade humana;
- Atividade física para pessoas com necessidades especiais;
- Descoberta de talentos esportivos;
- Bioquímica da nutrição aplicada ao exercício.
A dedicação à inovação resultou em tecnologias que despertaram o interesse de grupos internacionais, fortalecendo a posição científica da UFRN no cenário global.
Expansão para novas soluções
Além do dispositivo de dismetria, o grupo desenvolve outros equipamentos e processos voltados para diagnóstico e tratamento. “Nosso foco é criar soluções tecnológicas que atendam diferentes demandas de saúde, ampliando o acesso e a eficiência no cuidado às pessoas”, destaca Paulo Dantas.
O avanço dessas tecnologias reforça o compromisso da UFRN em unir ensino, pesquisa e extensão para gerar impacto positivo na sociedade.
Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN
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