Além do aumento do consumo de bebidas como vinho, café e chá, a população optou por garrafões de 20 litros de água mineral, enquanto diminuiu a venda do produto em pequenas embalagens
Os efeitos da pandemia da covid-19 vão além dos impactos na saúde pública. Por conta do isolamento social, é notória a mudança nos hábitos de consumo da população, especialmente no ramo de alimentos e bebidas. Vinho, café e chá passaram a fazer mais parte do dia a dia da população em seus momentos mais intimistas durante o isolamento, devido ao risco de contágio pelo novo coronavírus. Assim também como foi notada uma maior valorização dos alimentos mais naturais e saudáveis, um comportamento conhecido como saudabilidade.
Conforme pesquisa da Ideal Consulting, empresa especializada em bebidas, o consumo de vinho, por exemplo, aumentou 72% no Brasil em relação a 2019. Bebidas alcoólicas, no geral, cresceram 40% em 2020. Já o café registrou um aumento de 1,34% no ano passado, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
“A bebida é um alimento que acompanha sempre as pessoas em suas atividades diárias e de entretenimento. Então, mudanças no estilo de vida e cenário social refletem na relação da população com as bebidas. O vinho, por exemplo, se destaca quando falamos de um contexto mais intimista, e foi o que vivemos com a vida social limitada às casas”, comenta Roberto Serquiz, presidente do Sindicato das Indústrias de Cervejas, Refrigerantes, Águas Minerais e Bebidas em geral do estado do RN (Sicramirn).
Se por um lado a água mineral em garrafões retornáveis de 20 litros teve um acréscimo de 10% nas vendas durante a pandemia, devido à alta no consumo doméstico, a venda de água mineral em embalagens menores, como copos e garrafas, teve uma retração de 60%, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Águas Minerais. Mais uma vez, demonstrando a diferença no comportamento do consumo durante a pandemia.
“Este aumento na comercialização dos galões se explica porque esse formato do produto é voltado ao consumo em casa, onde ficou a maior parte das pessoas em isolamento social. Em contrapartida, com o fechamento de hotéis, restaurantes, bares e a própria diferente dinâmica natural do cotidiano diminuiu a comercialização das pequenas embalagens”, explica.
Em épocas de temperaturas mais altas é também comum o aumento do consumo de bebidas alcoólicas geladas, como cervejas e drinks. Em relação a isso, Rodrigo Rüegg, professor de Nutrição da Estácio, faz um alerta. “O álcool presente nessas bebidas inibe o hormônio antidiurético, o que faz com que a gente perca bastante água na urina, principalmente. Isso associado ao excesso da produção de suor pode acarretar na desidratação que é tão comum no dia posterior, como a famosa ressaca”, diz.
“Então, a recomendação é que se for beber uma lata de cerveja, por exemplo, consuma também um copo de água para minimizar a desidratação, mas evidentemente também é preciso cuidado com o excesso de bebidas alcoólicas que trazem outros problemas de saúde”, conclui o profissional.
Foto: Divulgação
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