Leia abaixo todos os textos sobre o Biólogo Henrique publicados no Por Dentro do RN.
Quem é o biólogo Henrique Abrahão Charles?
O biólogo Henrique nasceu na cidade de Nova Friburgo, no sudeste do estado do Rio de Janeiro e dedica a sua vida profissional à Biologia. Tem graduação em Ciências Biológicas pela UFRJ e mestrado pela UFRRJ, com foco no comportamento das serpentes da família das anacondas, sucuris, serpentes arco-íris e jiboias.
Em 2021, se tornou colaborador do portal Por Dentro do RN em assuntos relacionados a acidentes ofídicos que acontecem no estado do Rio Grande do Norte; e também oferece informações sobre a preservação e os cuidados com as serpentes.
Uma cobra jiboia (Boa constrictor) foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte na manhã desta terça-feira (10.mai.2022). De acordo com o CBM, o animal estava dentro do estacionamento de um supermercado localizado no bairro Nova Esperança, em Parnamirim, na Grande Natal.
Os bombeiros atentam para a ausência de peçonha nessa espécie de serpente, o que a torna inofensiva para os seres humanos. Isso ocorre devido à dentição da jiboia (Boa constrictor), que não possui glândulas inoculadoras de peçonha.
Além disso, de acordo com o herpetólogo e parceiro do Por Dentro do RN, o biólogo Henrique Charles, o comportamento predatório da jiboia aponta para morte por asfixia e não há “nenhum caso de morte de seres humanos por esses animais”. Após a captura, o animal foi solto em uma área de mata.
Os policiais militares da cidade de Parelhas, interior do Rio Grande do Norte, resgataram do quintal de uma residência no bairro Maria Terceira uma cobra da espécie jiboia-constritora (Boa constrictor). Os policiais foram acionados após os proprietários da residência perceberem a presença do animal, que não é peçonhento, na propiedade. Caso aconteceu na noite da terça-feira (3.mai.2022).
O réptil, com cerca de 1,5 metro foi capturado devolvido a seu habitat natural em uma área de mata, nas proximidades do município. Apesar de ser uma grande porte, a espécie não apresenta glândulas de veneno e não possui dentes inoculadores. A jiboia faz parte da fauna da região, sendo encontrado em regiões tropicais da América do Norte, Central e do Sul, assim como em algumas ilhas no Caribe.
A polícia Militar reforça a importância de não se aproximar deste tipo de réptil e também de não matar o mesmo, devendo acionar os agentes de segurança ou o Corpo de Bombeiros para que seja verificado a melhor forma de proceder com o animal.
Filha de veterinários e autoproclamada ‘defensora da natureza’, a atriz Marcela Fetter, de 25 anos, usou suas redes sociais para compartilhar desinformação na Internet a respeito de serpentes e de animais peçonhentos. Em um vídeo compartilhado em seu Instagram, que já foi apagado, a atriz que interpretou a vilã Flávia, em Malhação, conta que já foi picada por uma jararaca (Bothrops jararaca).
Em seguida, a atriz também exibe as imagens de uma serpente sem cabeça, que teria sido morta pelo seu tio porque seria ‘uma jararaca parecida com aquela a qual ela havia se acidentado’.
Procurado pela reportagem do Por Dentro do RN, o biólogo Henrique Charles, que é especialista em serpentes, disse que o animal não se tratava de uma jararaca, mas de uma cobra-nariguda/jararaca-da-praia (Xenodon dorbignyi), típica da região dos Pampas. Henrique diz ainda que “a serpente em questão não é peçonhenta e não traz risco aos seres humanos”.
Em seu canal no YouTube, o biólogo comenta que o tio da atriz pode ter cometido crime ambiental ao matar um animal silvestre. Além disso, o especialista diz que o comportamento da Xenodon dorbignyi mimetiza o da jararaca por uma questão de evolução, mas que ela não possui dentição capaz de causar danos aos seres humanos.
Até o fechamento desta matéria, a atriz não emitiu nenhum posicionamento a respeito do vídeo. A equipe do Por Dentro do RN declara que o espaço está aberto.
O vídeo completo do biólogo Henrique comentando o caso da atriz Marcela Fetter pode ser assistido logo abaixo:
Uma jiboia adulta de 2,3 metros de comprimento foi encontrada por populares nesta quinta-feira (26) na Rua Antônio Freire de Lemos, bairro Pitimbu, Zona Sul da capital potiguar. Agentes da Ronda de Proteção Ambiental da Guarda Municipal do Natal (Ropam/GMN) estavam em patrulhamento quando receberam a informação que o animal estava em uma área urbana.
Os guardas realizaram o resgate da serpente e fizeram uma avaliação prévia de saúde do animal, quando foi detectado que o mesmo estava sem ferimentos nem sinais de adoecimento. De acordo com especialistas, esse tipo de serpente é mais ativo durante a noite. Entretanto, pode ser observada durante o dia em busca de um local para se abrigar. Elas são encontradas tanto no solo quanto sobre as árvores, e não é um animal peçonhento.
De acordo com o guarda municipal Giovani, mesmo a jiboia não sendo venenosa, é preciso que os populares tenham alguns cuidados para não serem picados ou feridos pela serpente. “É sempre mais seguro acionar as equipes de resgates de animais silvestres, pois já temos experiência para fazer a captura com segurança para o agente e para o animal”, explicou.
Além disso, de acordo com o herpetólogo e parceiro do Por Dentro do RN, o biólogo Henrique Charles, o comportamento predatório da jiboia aponta para morte por asfixia e não há “nenhum caso de morte de seres humanos por esses animais”. De acordo com a professora do Departamento de Herpetologia da UFRN, Eliza Freire, o encontro com serpentes nesse período do ano é totalmente comum, uma vez que os animais estão em sua fase reprodutiva e acabam ficando mais expostos nas áreas urbanas das cidades.
Após avaliação, a jiboia foi levada a área da Zona de Proteção Ambiental 01 (ZPA), onde fica localizado o Parque da Cidade do Natal. A serpente foi solta numa parte de mata nativa, sendo dessa forma reconduzida a natureza.
Os resgates desses animais silvestres em Natal estão sendo feitos em todos os bairros e, muitas vezes, a contribuição da população é um fator primordial no acionamento das guarnições para agir no trabalho de amparo, cuidado e destino correto desses animais. Sem essa ação das guarnições, os animais teriam poucas chances de sobrevivência.
Qualquer cidadão que se deparar com algum animal silvestre fora do seu habitat em Natal pode solicitar o apoio da Guarda Municipal através do Ciosp, ligando para o número 190.
Leia mais sobre serpentes e sobre o trabalho do Corpo de Bombeiros e da Ronda de Proteção Ambiental da GMN no resgate a animais silvestres em Natal e no RN
Uma serpente da espécie jiboia (Boa constrictor) adulta foi vista por populares em frente a uma escola localizada no bairro da Ribeira, em Natal. Após a identificação, a equipe do corpo de bombeiros já foi acionada para recolher o animal.
Um popular, no vídeo, atenta para a ausência de peçonha nesses animais, o que os tornam inofensivos para os seres humanos. Isso ocorre devido à dentição das serpentes da espécie, que não possuem glândulas inoculadoras de peçonha. Além disso, de acordo com o herpetólogo e parceiro do Por Dentro do RN, o biólogo Henrique Charles, o comportamento predatório da jiboia aponta para morte por asfixia e não há “nenhum caso de morte de seres humanos por esses animais”.
De acordo com a professora do Departamento de Herpetologia da UFRN, Eliza Freire, o encontro com serpentes nesse período do ano é totalmente comum, uma vez que os animais estão em sua fase reprodutiva e acabam ficando mais expostos nas áreas urbanas das cidades.
Saiba mais sobre a importância da jiboia e de outras serpentes para o meio ambiente e acompanhe o trabalho do Corpo de Bombeiros e da Guarda Municipal na proteção desses animais:
Ocorre nesta quinta-feira, 12 de agosto de 2021, uma transmissão ao vivo exclusiva entre o biólogo e mestre em Biologia, Henrique Abrahão Charles; com o ex-ministro do Meio Ambiente no governo do ex-presidente Lula, entre 2008 e 2010, o deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Carlos Minc. A live, que ocorre simultaneamente em todos os canais oficiais do biólogo Henrique, acontecerá às 20h e terá como tema a preservação ambiental e sustentabilidade.
Quem é o biólogo Henrique?
Henrique Abrahão Charles, também conhecido como o biólogo Henrique, nasceu na cidade de Nova Friburgo, no sudeste do estado do Rio de Janeiro e dedica a sua vida profissional à Biologia. Em 2021, se tornou colaborador do portal Por Dentro do RN em assuntos relacionados a acidentes ofídicos que acontecem no estado do Rio Grande do Norte.
Como subsecretário do Meio Ambiente de Macaé, o biólogo Henrique ajudou a tirar o maior parque urbano de restinga do mundo do papel, o Parque Ecológico da Restinga do Barreto, localizado no município fluminense de Macaé, às margens da BR-106. Embora não exerça mais nenhum cargo de chefia do local, ainda continua sendo consultor e biólogo do parque. O herpetólogo também tem um canal no YouTube, onde desmistifica alguns mitos sobre as serpentes e ensina sobre o fabuloso mundo da Herpetologia.
Quem é Carlos Minc?
Carlos Minc Baumfeld nasceu no dia 12 de julho de 1951. Economista e defensor dos direitos da minoria e do meio ambiente. Estudou no Colégio Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, em 1967, foi vice-presidente da Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas.
Pelo motivo da participação em grupo de resistência contra a ditadura militar, foi preso em 1969, anistiado dez anos depois (1979). Deputado estadual pelo Rio de Janeiro, está em seu sexto mandato consecutivo (1986, 1990, 1994, 1998, 2002 e 2006). Recebeu o Prêmio Global 500, concedido pela ONU aos que se destacam mundialmente nas lutas em defesa do meio ambiente (1989).
É membro-fundador do Partido Verde (PV), juntamente com Fernando Gabeira e Alfredo Sirkis, tendo sido eleito deputado estadual em 1986. Em 1989, por ocasião das eleições presidenciais daquele ano, rompeu com Gabeira, que era candidato pelo PV, e passou a apoiar Luiz Inácio Lula da Silva, filiando-se ao PT, legenda na qual se abrigou até 2016, quando deixou o partido.
Atualmente, Carlos Minc está seu oitavo mandato de deputado estadual, pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB/RJ) e é recordista de aprovação de leis no Rio de Janeiro: 168 até agora. Defensor do socialismo libertário, luta por mais qualidade de vida e pela preservação ambiental, pelos direitos de cidadania, das mulheres, dos negros, dos homossexuais – combatendo o machismo, o racismo, a homofobia, a intolerância religiosa.
Minc tem ação parlamentar voltada para outros temas, como segurança pública, saúde no trabalho, ética na política e fiscalização do orçamento estadual e de sua execução. Minc é defensor dos pescadores artesanais, catadores de resíduos recicláveis, rádios comunitárias, da saúde do trabalhador, de políticas democráticas de drogas e humanização da saúde mental.
Na edição da tarde do jornal local RN1 desta segunda-feira, 9 de agosto, exibido no estado do Rio Grande do Norte, foi transmitida uma matéria informando que um homem morreu momentos depois após ser picado por uma cobra da espécie cascavel (Crotalus durissus) no Alto Oeste do Rio Grande do Norte.
Trata-se do agricultor Erimar Gama da Silva, de 41 anos de idade, morador do Projeto de Assentamento Poço Novo, na zona rural do município de Baraúna, no Alto Oeste do Rio Grande do Norte. Ele morreu no Hospital Tarcísio Maia, em Mossoró.
Informações dão conta que o homem teria atropelado o animal e este teria ficado preso no aro da moto. Ao tentar desprender a serpente do veículo, o rapaz acabou sendo picado na boca após enrolar o animal no pescoço. Em vez de buscar ajuda em um hospital imediatamente, o homem retornou ao trabalho. Momentos após o acidente, ele começou a sentir os efeitos da peçonha da cascavel em seu organismo.
O biólogo Henrique, biólogo do Por Dentro do RN, gravou um vídeo em seu canal comentando o caso:
Biologist Henrique, a biologist from Por Dentro do RN, recorded a video on his channel commenting on the case.
De acordo com testemunhas, Erimar Gama da Silva matou a cobra e depois ficou brincando com o réptil em volta de seu pescoço, quando foi picado na boca. Apenas após o agravamento dos sintomas, o homem resolveu procurar assistência médica para os tratamentos protocolares contra acidentes ofídicos.
No hospital Tarcísio Maia, em Mossoró, ele chegou a receber o soro anticrotálico, que é o soro específico para acidentes com cascavéis, mas não resistiu e acabou morrendo. O corpo de Erimar foi examinado no IML, mas ainda não foi liberado devido à falta de documento com digital. A família esteve no Instituto Técnico-Científico de Perícia (o IML local) e reconheceu o corpo. Como estavam sem documento oficial, o Itep não liberou o cadáver.
De acordo com o biólogo Henrique, que é herpetólogo, o rapaz deveria ter demorado menos para buscar ajuda. “O veneno da cascavel (Crotalus durissus) produz efeitos no sistema nervoso central, além de distúrbios de coagulação e degradação dos tecidos musculares”, diz o herpetólogo. “A peçonha da cascavel também causa insuficiência renal e ainda pode afetar adicionalmente o coração e o fígado”, continua. Ainda de acordo com Henrique, o sucesso do soro é “altíssimo nos casos em que o acidentado procura um hospital imediatamente”, conclui.
Efeitos esperados da peçonha da cascavel (Crotalus durissus) o organismo
Ação local Não se evidenciam alterações significativas. Dor e edema são usualmente discretos e restritos ao redor da picada. Eritema e parestesia são comuns.
Ação sistêmica Manifestações neuroparalíticas com progressão da cabeça aos pés, iniciando-se por queda das pálpebras, vista turva e paralisia de um ou mais músculos oculares. Além disso, apresentam-se distúrbios de olfato e paladar, ptose mandibular e produção excessiva de saliva podem ocorrer com o passar das horas. Raramente, a musculatura da caixa torácica é acometida, o que ocasiona insuficiência respiratória aguda.
As manifestações neurotóxicas regridem lentamente, porém são reversíveis. Raramente, pode haver sangramento nas gengivas e outros sangramentos discretos. Progressivamente, surgem dor muscular generalizada e escurecimento da cor da urina, que passa a apresentar coloração semelhante à da coca-cola ou do chá preto. A insuficiência renal aguda é a principal complicação e causa de óbito.
O que fazer em caso de acidentes ofídicos com a cascavel ou com outras espécies de serpentes?
Após um acidente ofídico, o paciente deve ser tranquilizado e removido para o hospital ou centro de saúde mais próximo. O local da picada deve ser lavado com água e sabão. Na medida do possível, deve-se evitar que a pessoa ande ou corra, ela deve ficar deitada com o membro picado elevado, mantendo-a hidratada.
Não se deve fazer o uso de torniquetes (garrotes), incisões ou passar substâncias (folhas, pó de café, couro da cobra etc.) no local da picada. Essas medidas interferem negativamente, aumentando a chance de complicações como infecções, necrose e amputação de um membro.
O único tratamento eficaz para o envenenamento por serpente é o tratamento com o soro antiofídico, que é específico para cada tipo (gênero) de serpente. Quanto antes for iniciada a terapia com soro, menor será a chance de haver complicações.
Passo a passo de como proceder após ser picado por uma cobra:
Procure o hospital de emergência o mais rápido possível. Caso não seja possível, acione um dos serviços abaixo. Todos esses órgãos estão devidamente capacitados para socorrer vítimas de serpentes peçonhentas:
Corpo de Bombeiros – 193;
Samu – 192;
Defesa Civil – 199;
Se possível, lave o local da picada com água e sabão e procure socorro imediatamente;
Beba água, beba muita água;
Mantenha o acidentado calmo, de preferência com a área da picada elevada e o paciente deitado;
Se a serpente estiver visível, pode tirar algumas fotos, mantendo distância segura; mas não perca tempo com o animal, não é necessário. No hospital, o médico fará exames clínicos para saber que tipo de soro deverá administrar, caso confirme o envenenamento.
Como NUNCA proceder após ser picado por uma cobra:
Nunca faça torniquete. A peçonha já circulou e o torniquete poderá aumentar o edema e a necrose no local, além de dificultar a ação do soro antiofídico. O torniquete aumentará as chances de amputação ou perda de mobilidade dos membros;
Nunca use produtos como emplastros, urina ou pó de café, pois poderão contaminar o local e te farão perder o tempo precioso para o atendimento adequado;
Nunca faça cortes, furos ou chupe o local da picada. Isso poderá causar hemorragia ou contaminação grave;
Não atrase o atendimento médico na busca por tratamentos alternativos, nem tentando capturar a cobra, pois poderá ser picado novamente, ou aumentar o número de vítimas, além de perder um tempo crucial, diminuindo as chances de uma recuperação plena e rápida.
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Baby just 1 year and 3 months old has been bitten four times by a Caatinga lancehead snake (Bothrops erythromelas) while playing at home. Amazingly, the baby hasn’t died.
Acompanhe abaixo a entrevista com o biólogo Henrique, além do trabalho desenvolvido pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte e da Guarda Municipal do Natal no importantíssimo trabalho de resgate de serpentes e demais animais silvestres
Por Gustavo Guedes Com exclusividade para o Por Dentro do RN
Parece que nem só de rodeios e caubóis vive a cidade de Barretos, em São Paulo. Em vídeo publicado na Internet, uma sucuri-verde (Eunectes murinus) resolveu aparecer nadando em uma estação de tratamento de esgotos do município. O fato curioso, pelo menos para os leigos, acabou despertando a curiosidade das pessoas, que filmaram o animal.
Antes de tudo, vale salientar que as sucuris, embora grandes, não são peçonhentas (possuem dentição áglifa, isto é, dentes maciços e incapazes de inocular peçonha) e costumam matar suas presas por constrição, asfixiando-as. Além disso, de acordo com herpetólogos que estudam o comportamento predatório dessa espécie de serpente, embora existam relatos informais, não há nenhum caso na literatura que relate a presença de seres humanos no trato digestivo de uma sucuri-verde.
O Por Dentro do RN entrou em contato com um especialista no comportamento predatório de serpentes da família dos boídeos (anacondas, sucuris, serpentes arco-íris e jiboias) para tentar compreender as razões pelas quais o animal estaria convivendo normalmente nas águas poluídas de uma estação de tratamento de esgotos.
De acordo com o herpetólogo formado pela UFRRJ, Henrique Charles, é normal que as serpentes sucuris existam nas redondezas da estação de tratamento. “O que pode ter acontecido, neste caso específico, é que a sucuri-verde pode ter sido atraída pelas águas quentes do local e se alojado ali por um tempo”. Além disso, o biólogo também sugere que a presença de fezes de aves no local também indica que a serpente pode ter se alimentado recentemente.
Henrique tem um dos maiores canais sobre Herpetologia do mundo e gravou um vídeo explicando o flagrante em detalhes. Logo no início, o biólogo atenta para o fato de que a serpente “acabou de se alimentar e está com dificuldade de submergir nas águas da estação”, disse. O vídeo completo com a explicação pode ser assistido logo abaixo ou clicando aqui.
Ao ser perguntado se a poluição do local não interferiria na saúde do animal, o herpetólogo diz que “a poluição sempre interfere, mas a vida não deixa de existir”, continua. “É certo que elas estão mais suscetíveis a infecções bacteriológicas ou de parasitas, ou ainda de tumores, mas elas também podem não ter nenhum problema”, conclui Henrique. O biólogo ainda diz que o vídeo foi enviado pelo inscrito Rafael Crispim com exclusividade.
Duas cobras da espécie Micrurus ibiboboca, conhecida como coral-verdadeira, foram resgatadas por agentes do Grupamento de Ação Ambiental da Guarda Municipal do Natal (Gaam/GMN). As espécies vão servir de estudo científico de pesquisadores do Laboratório de Herpetologia da UFRN. As cobras foram encontradas pela guarnição da Ambiental na área de passagem de pessoas no Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte.
De acordo com a Guarda Municipal, a coral-verdadeira é comum em Natal, e é também a espécie que possui a peçonha mais perigosa entre todas as serpentes catalogadas em território brasileiro, porém, não é a que tem maior registro de ataque a pessoas, sendo essa menos agressiva e só ataca quando se sente ameaçada.
O guarda municipal A. Pereira informou que assim que as serpentes foram coletadas pela guarnição, foi feito o contato com o Laboratório de Herpetologia da UFRN, que vem desenvolvendo um trabalho de pesquisa relacionado ao estudo da coral-verdadeira focado na identificação taxonômica e na distribuição geográfica dessa espécie. “O Grupamento Ambiental tem como função, além das descritas na sua lei de criação, a de contribuir com a produção científica brasileira”, explicou.
De acordo com um dos participantes do estudo científico das serpentes pertencentes ao gênero Micrurus, André Duarte, o trabalho deve contribuir com o entendimento maior desse tipo de cobra. “A importância da pesquisa é a urgência de definir quais espécies que ocorrem no nosso Estado e conhecer melhor sua distribuição geográfica, uma vez que são um grupo de serpentes peçonhentas e de importância médica, possuindo uma toxina potente”, afirmou.
Por se tratar de uma serpente peçonhenta, recomenda-se que ao encontrar o animal, apenas mantenha a distância, pois ele vai seguir a vida dele normalmente e não vai causar nenhum problema. A Guarda orienta que, caso o encontro seja dentro da residência ou área de circulação de pessoas, o comando municipal seja acionado pelo número 190, do Centro Integrado de Operações em Segurança Públicas (Ciosp), que a guarnição efetuará o resgate.
Gosta de Herpetologia ou tem curiosidade na área? Que tal ler um artigo sobre o tema escrito no Por Dentro RN? É só clicar aqui para conhecer um pouco mais desse universo fabuloso das serpentes.