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Nilda Cruz “Inovadora”? Parnamirim vive o caos real

Nilda Cruz “Inovadora”? Parnamirim vive o caos real

Editorial POR DENTRO DO RN

Na tarde da última quinta-feira (6), a prefeita de Parnamirim, Nilda Cruz (Solidariedade), foi agraciada com o título de “Prefeita Inovadora”, conferido pela Rede Cidade Digital (RCD), durante o Fórum Cidades Digitais e Inteligentes em Natal. O reconhecimento foi justificado por um projeto ambicioso: o “Parnamirim Aeroporto Digital”, voltado à transformação da antiga área do aeroporto Augusto Severo em polo tecnológico. A prefeita comemorou nas redes, exaltando sua equipe e a visão “moderna, humana e sustentável”.

Porém, para a população – e para quem observa de perto a realidade de Parnamirim – o prêmio soa como uma cortina de fumaça. Enquanto se desenham planos futuros e se exibem títulos, a cidade vive o caos nos serviços públicos mais sensíveis. A congratulação data de hoje, mas as ruas, os ônibus, os postos de saúde e a UPA mostram que a gestão Nilda Cruz ainda não apareceu de fato.

Transporte público: inovar ou improvisar?

No que deveria ser prioridade, Parnamirim amarga uma das piores realidades de mobilidade da Região Metropolitana. O sistema Interbairros opera há anos com veículos obsoletos – vans fabricadas entre 1998 e 2001 (com quase 30 anos de uso) ainda circulam nas linhas da cidade. Usuários relatam barulho excessivo, falta de acessibilidade para cadeirantes e idosos, veículos em condição precária, tarifas que superam o valor cobrado em muitas capitais para um serviço de “segunda classe”.

Se a prefeita realmente apostasse em inovação, começaria pelo básico: garantir transporte seguro, digno e acessível. Receber um prêmio por “inovação” enquanto o transporte público carece de manutenção mínima é, no mínimo, incoerente.

Saúde pública: entre promessas e corredores

Outra área essencial onde o “Inovadora” não encontra reflexo prático é a saúde. A UPA Nova Esperança, uma das unidades referências municipais, segue registrando superlotação, demora no atendimento e reclamações de usuários e profissionais. Servidores protestam, denunciam falta de profissionais, insumos e infraestrutura – e a prefeitura, em vez de apresentar plano concreto, oferece notas de “melhoria” pontuais que não apagam a realidade de filas e descaso.

Enquanto isso, a prefeita posa para fotos e comemora títulos. A gente pergunta: inovação para quem? Porque para muitos cidadãos a realidade ainda é de espera, de fila, de atendimento que não sai.

Inovação de mentira ou marketing antecipado?

O projeto “Parnamirim Aeroporto Digital” pode ter méritos e ambição. Porém, hoje é mais símbolo do que entrega concreta. Um parque tecnológico no futuro não resolve hoje a falta de transporte digno, a UPA de referência em colapso ou a precariedade dos serviços. A inovação que a cidade precisa é a de respeito às pessoas, eficiência nos serviços públicos e presença da gestão municipal nos problemas do dia a dia.

Reconhecer a prefeita com um título de inovação enquanto as bases estruturais da cidade sofrem é, na visão deste editorial, um contrassenso – ou pior, uma tentativa de maquiar a realidade através de prêmios de fachada.

É hora de governar, não posar

Nilda Cruz foi eleita com promessa de mudança. Hoje, a população espera por ação maior do que discursos. A cidade que cresce em número de habitantes exige uma gestão que acompanhe essa expansão – não uma turma de marketing exibindo “projetos inovadores” enquanto convive com serviços mínimos. Ela tem o cargo, apoios e recursos suficientes para fazer diferente. Basta querer.

O título recebido pode figurar na vitrine, mas o que importa é o que ocorre nos bairros, nas ruas e nos ônibus. E lá, no chão da cidade, a Parnamirim real clama por gestora presente, atuante e eficiente – não por premiada em fóruns de tecnologia.

Se a moda é “prefeita inovadora”, que se aprenda o significado de inovar para o cidadão comum: dar transporte digno, saúde que funciona, ruas que andem. Parnamirim já espera tempo demais por essa inovação – e ela não virá em troféu, mas em ação concreta.

Foto: Reprodução

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Crise na saúde pública do RN: morte por falta de UTI expõe o caos

Crise na saúde pública do RN: morte por falta de UTI expõe o caos

Editorial POR DENTRO DO RN

A saúde pública no Rio Grande do Norte chegou a um nível inaceitável de colapso. Na última sexta-feira (31), dois pacientes morreram à espera de leito de UTI: o antenista Erberson Kleber Clementino, de 43 anos, em Santa Cruz, e o aposentado Agenor Tomaz Pereira, de 91, em Pendências. Esses dois casos são tragédia, mas também símbolo claro da falência administrativa que se instalou no setor sob o governo de Fátima Bezerra (PT).

Erberson havia sido internado no Hospital Municipal de Santa Cruz e uma decisão judicial já determinava sua transferência para o leito de UTI. Mesmo assim, a vaga não chegou a tempo. Enquanto isso, Agenor aguardava em Pendências, já em idade avançada, sem o cuidado intensivo que poderia lhe dar alguma chance. Essa dolorosa realidade mostra que o RN não aguenta mais discursos de “régua de cristal” ou justificativas burocráticas.

Gestão ausente, população penalizada

A secretaria estadual de saúde (Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte – Sesap) afirmou que trabalha com ampliação de leitos — quase dobrou a quantidade desde 2018 — mas os resultados não chegam à ponta. Todo anúncio de leitos novos contrasta com mortes evitáveis em municípios do interior. Um Estado que se vangloria de “ter mais de 294 leitos de UTI” (entre próprios e contratados) continua a perder vidas por falta de regulação, infraestrutura e logística.

Os dois óbitos recentes escancararam o descaso: espera de horas – ou dias –, decisões judiciais ignoradas, ausência de transporte, regulação lenta, hospitais sem equipamentos ou equipes adequadas. Esse tipo de falha não é acidente; é reflexo de uma liderança que não governa, mas apenas anuncia. A governadora Fátima Bezerra, que tem sob seu guarda-chuva a Sesap, é diretamente responsável por esse estado de coisas. O governo estadual não pode alegar “herança” indefinidamente.

Impacto humano, política irresponsável

São vidas humanas: Erberson, profissional ativo, com 43 anos de vida pela frente; Agenor, idoso, que já deveria estar descansando. O governo, porém, age como se essas pessoas fossem estatísticas banais em relatórios perfeitos. Um governador ou governadora sério defende os pacientes tanto quanto inaugura hospitais. Aqui, vemos inaugurações, discursos, notas oficiais – mas também vemos fila, morte, indignação.

A política da saúde exige priorização, urgência e transparência. Mas o que se vê são decisões lentas, falta de divulgação de dados corretos, regulação que parece atropelada. A Sesap em resposta recente tentou justificar a demora pela “limpeza” dos leitos ou regulação complexa, mas isso soa como desculpa quando vidas se apagam por falta de leito.

A crise na saúde pública do RN não é problema de fachada: é problema de falta de comando, de falta de prioridade e de falta de respeito com a vida humana.

Foto: Marcello Casal Jr. ABr/Ilustração

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Crise na saúde de Mossoró escancara falta de transparência e desrespeito da gestão Allyson Bezerra

Crise na saúde de Mossoró escancara falta de transparência e desrespeito da gestão Allyson Bezerra

Editorial POR DENTRO DO RN

A saúde pública de Mossoró vive um dos momentos mais críticos da história recente — e o principal responsável por isso tem nome e sobrenome: Allyson Bezerra, prefeito do município.

Com mais de 2.200 pessoas na fila de espera por cirurgias eletivas, o que já seria suficiente para acender o sinal vermelho em qualquer gestão comprometida, o problema se torna ainda mais grave diante da falta de transparência e respeito com as autoridades e com a população. O Ministério Público tenta, há quase três meses, obter informações básicas sobre a situação, mas a Prefeitura simplesmente ignora os despachos e pedidos formais do órgão fiscalizador.

É inadmissível que um gestor público trate com tamanho descaso um tema tão sensível. Negar informações ao Ministério Público é negar o direito da sociedade de saber o que está acontecendo com o dinheiro público e com a vida das pessoas.

O comportamento da gestão Allyson Bezerra diante da crise é de um autoritarismo silencioso e calculado, que tenta mascarar a ineficiência administrativa com discursos de propaganda e vídeos ensaiados — os mesmos que, no passado, mostravam o prefeito dentro de hospitais “zerando filas” que nunca foram zeradas.

Um cenário de dor e omissão

Por trás das planilhas, números e documentos ignorados, existem histórias humanas. São mulheres e homens em sofrimento, que vivem a angústia de esperar por um procedimento que poderia devolver dignidade, saúde e tranquilidade.

Enquanto isso, o prefeito faz pose de gestor eficiente nas redes sociais, e sua equipe tenta disfarçar a calamidade com dados falsos e promessas vazias. Em determinado momento, a secretaria de Saúde chegou a dizer ao Ministério Público que Mossoró realiza 20 cirurgias por semana — quando, na verdade, os dados oficiais do Ministério da Saúde mostram uma média de apenas 10 por mês.

A situação, nesse caso, não é apenas uma falha administrativa: é uma ofensa à verdade, um atentado à ética pública e um crime contra o povo de Mossoró.

Falta de gestão, excesso de propaganda

A atual gestão tem demonstrado mais habilidade em montar palanques do que em gerir serviços essenciais. A cidade, que já foi referência em saúde regional, agora amarga fila crescente, hospitais com repasses atrasados e pacientes em desespero.

A situação só se agravou porque a Prefeitura suspendeu pagamentos a instituições parceiras — como a Liga de Mossoró, o Hospital São Luiz e a Apamim —, levando à paralisação dos serviços e ao colapso da rede de cirurgias eletivas.

Mesmo após denúncias do Conselho Municipal de Saúde, que alertou o Ministério Público e propôs mutirões para amenizar o problema, a gestão Allyson preferiu ignorar. A omissão é tão grave quanto o problema.

Um retrato de desrespeito e irresponsabilidade

O caso revela o verdadeiro retrato da gestão Allyson Bezerra: um governo que prefere negar a realidade a enfrentá-la, que prefere calar diante da dor do povo a prestar contas de seus atos.

Não se trata de perseguição política, mas de fatos. Quando um prefeito se recusa a informar quantas pessoas estão na fila por uma cirurgia, ele assume o papel de cúmplice do sofrimento coletivo.

O que ocorre em Mossoró não é apenas uma falha administrativa — é um colapso ético, institucional e humano.

E diante disso, é impossível não afirmar: a crise na saúde de Mossoró tem dono. E o dono é o prefeito Allyson Bezerra.

Foto: Wilson Moreno/Secom/PMM

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Aliados da governadora Fátima participam de ato que pede o fim da Polícia Militar

Aliados da governadora Fátima participam de ato que pede o fim da Polícia Militar

Editorial POR DENTRO DO RN

É difícil acreditar, mas aconteceu: políticos e militantes de esquerda, incluindo aliados da governadora Fátima Bezerra (PT), participaram de um protesto em Natal que pedia o “fim da Polícia Militar”. O ato, realizado em frente ao Midway Mall, na quinta-feira (31), foi uma reação à megaoperação policial no Rio de Janeiro que deixou mais de 100 mortos – a maioria, integrantes de facções criminosas.

O que deveria ser uma manifestação em defesa dos direitos humanos se transformou em um desserviço à sociedade e um deboche com as vítimas da criminalidade. Afinal, como pedir o fim da PM justamente em um país assolado pela violência?

Entre os presentes, estavam parlamentares federais e municipais, todos do PT. Embora não tenham se pronunciado publicamente durante o evento, a simples presença deles, que representam a base política da governadora, passa uma mensagem política perigosa: a de que parte do grupo governista apoia ou relativiza a luta contra o crime.

E isso ocorre enquanto o Rio Grande do Norte enfrenta uma crise de segurança pública, marcada pelo avanço do tráfico de drogas, facções cada vez mais organizadas e a escalada de crimes violentos. Basta lembrar os episódios de terror vividos em 2023, quando facções criminosas incendiaram ônibus e atacaram prédios públicos. A resposta do Estado foi tardia, confusa e insuficiente.

Diante desse cenário, é inacreditável que representantes da classe política potiguar gastem energia em atos que vilanizam a Polícia Militar – justamente a instituição que mais se arrisca para proteger a população.

A operação no Rio de Janeiro, que motivou o protesto, foi considerada uma das maiores ações de combate ao tráfico nos últimos anos. A polícia enfrentou criminosos fortemente armados, que controlavam territórios e impunham medo a comunidades inteiras. É claro que toda morte é lamentável, e que excessos precisam ser investigados. Mas equiparar a ação da PM a uma chacina deliberada, como tenta fazer parte da militância, é ignorar a realidade do crime organizado no país.

É curioso como alguns setores da esquerda defendem o “fim da PM”, mas se calam diante da morte de inocentes, das execuções promovidas por traficantes ou do terror imposto às famílias reféns do crime. Há uma seletividade moral gritante: quando a violência parte do Estado, protestam; quando parte dos bandidos, silenciam.

Mais grave ainda é o impacto político desse tipo de posicionamento. Ao se alinharem a pautas tão desconectadas do sentimento popular, figuras como os políticos que participaram do ato reforçam a percepção de que o PT e seus aliados perderam a conexão com a realidade das ruas.

Enquanto o cidadão comum teme ser assaltado ao andar na rua, parte da classe política prefere defender “o fim da PM” – e não o fim do crime.

No momento em que o Rio Grande do Norte tenta reconstruir sua credibilidade na segurança pública, é lamentável ver aliados da governadora Fátima Bezerra se aproximando de um discurso tão irresponsável e utópico. A sociedade não quer o fim da polícia; quer uma polícia mais preparada, mais valorizada e mais eficiente.

O que o povo potiguar – e brasileiro – precisa é de líderes que defendam a lei e a ordem, e não que romantizem a criminalidade. O verdadeiro inimigo da democracia não é a Polícia Militar, mas o tráfico, a corrupção e a omissão de quem deveria proteger o cidadão.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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Erro da Prefeitura de Extremoz pode custar milhões aos cofres públicos

Erro da Prefeitura de Extremoz pode custar milhões aos cofres públicos

Editorial POR DENTRO DO RN

A Prefeitura de Extremoz está no centro de uma polêmica que expõe a falta de organização administrativa e o amadorismo na gestão pública. Um erro básico na cobrança do IPTU – imposto fundamental para o funcionamento dos serviços municipais – pode causar um rombo milionário aos cofres da cidade.

A situação veio à tona após decisão do juiz Ederson Solano Batista de Morais, que, ao analisar uma ação de cobrança de IPTU movida pela Prefeitura contra um morador, constatou que o município não conseguiu comprovar a entrega regular do carnê do imposto. O magistrado classificou a falha como grave e preocupante, chegando a determinar que o Ministério Público investigue se o município tem cumprido o devido processo administrativo tributário antes de efetuar cobranças.

Em palavras diretas, o juiz alertou: se for confirmado que a Prefeitura não cumpre corretamente o procedimento de lançamento e notificação do contribuinte, isso pode gerar prejuízo milionário ao erário público.

E o alerta é real. Considerando que Extremoz tem mais de 32 mil domicílios, se apenas metade dos contribuintes estiver envolvida em situações semelhantes, o dano potencial pode ultrapassar R$ 5 milhões — um valor absurdo para uma cidade que ainda enfrenta carências básicas em infraestrutura, saúde e mobilidade.

Um erro que revela muito mais que desorganização

Erros podem acontecer em qualquer gestão pública. No entanto, esse tipo de erro – básico, técnico e previsível – demonstra desleixo e falta de planejamento. A cobrança de impostos é uma das funções mais elementares de uma administração municipal. Se a Prefeitura falha até mesmo em algo tão fundamental, o que esperar das áreas mais complexas?

A prefeita Jussara Sales (PL), que assumiu prometendo “modernizar” a máquina pública e tornar Extremoz uma cidade mais eficiente, precisa responder à população. Afinal, como se justifica uma Secretaria de Tributação que não consegue comprovar o envio de um documento fiscal?

Mais do que uma falha técnica, o episódio revela um colapso de gestão – reflexo de uma prefeitura que parece operar no improviso, sem controle interno eficaz, sem sistemas integrados e sem a mínima noção de transparência administrativa.

Extremoz cresce, mas a gestão não acompanha

Nos últimos anos, Extremoz tem experimentado crescimento populacional e imobiliário acelerado. Bairros novos surgem, empreendimentos se multiplicam, e a arrecadação municipal deveria acompanhar esse avanço. Contudo, a cidade continua patinando na mesma desorganização estrutural que há décadas a impede de dar um salto de desenvolvimento.

Enquanto o número de habitantes aumenta, faltam médicos nos postos de saúde, o transporte público é precário, e as ruas permanecem em estado lamentável. Agora, descobre-se que a Prefeitura corre o risco de perder milhões de reais por erro administrativo primário.

A prefeita Jussara Sales, que já enfrentou críticas por contratações questionáveis e falta de diálogo com o funcionalismo público, parece assistir à gestão deslizar por entre os dedos – sem rumo, sem planejamento e, principalmente, sem autocrítica.

Quando o erro vira prejuízo coletivo

O caso do IPTU em Extremoz precisa servir de lição e alerta. Não se trata apenas de uma falha burocrática, mas de um sintoma claro de desgoverno. Cada real perdido por incompetência administrativa é um real a menos na saúde, na educação, no saneamento e na melhoria da vida do cidadão.

Se confirmadas as irregularidades, o Ministério Público deve agir com rigor, exigindo responsabilização e transparência. A população de Extremoz merece respostas – e, sobretudo, respeito com o dinheiro público.

Porque, no fim das contas, o erro da Prefeitura não é apenas técnico. É político. E é o povo quem paga a conta.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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Nilda Cruz precisa sair do palanque e governar Parnamirim

Nilda Cruz precisa sair do palanque e governar Parnamirim

Editorial POR DENTRO DO RN

A prefeita de Parnamirim, Nilda Cruz (Solidariedade), voltou a adotar um tom vitimista ao afirmar que sofre “perseguição política” e que a oposição tem sido “injusta” com sua gestão. A declaração, dada em entrevista à Rádio Cidade nesta terça-feira (28), soa desconectada da realidade e repete uma narrativa de campanha que já não convence — especialmente após quase um ano de mandato.

Nilda foi eleita com a promessa de romper velhas práticas políticas e de colocar a cidade “nos trilhos do desenvolvimento”. Entretanto, Parnamirim segue enfrentando graves problemas estruturais, especialmente nas áreas de saúde, transporte e mobilidade urbana – setores que, ironicamente, foram bandeiras de sua campanha.

A prefeita afirma que as dificuldades são “heranças do passado” e que está “resolvendo todos os dias”. No entanto, o cotidiano dos moradores mostra um cenário bem diferente: postos de saúde com filas e falta de médicos, transporte público irregular, engarrafamentos crescentes e obras de infraestrutura paradas. Parnamirim, terceira maior cidade do Rio Grande do Norte, parece estacionada – e o discurso da prefeita já não encontra eco nas ruas.

É preciso lembrar: a eleição acabou em 2024. O tempo do palanque passou. O eleitor de Parnamirim não elegeu uma candidata para culpar antecessores, mas sim uma gestora capaz de apresentar resultados.

Nilda tem a caneta na mão, conta com maioria na Câmara Municipal, possui aliados em secretarias estratégicas e mantém boa relação com o governo estadual. Ou seja: ela governa em condições políticas favoráveis – o que torna insustentável o discurso de “perseguição”.

Nos bastidores, inclusive, há relatos de tensões internas na gestão. Secretários insatisfeitos, dificuldade de comunicação entre pastas e centralização excessiva de decisões na própria prefeita são sinais de uma administração que ainda não encontrou ritmo. Faltam planejamento, prioridades claras e, sobretudo, humildade política para reconhecer erros.

É natural que um governo enfrente críticas, especialmente em uma cidade complexa e populosa como Parnamirim. Mas transformar toda discordância em “perseguição” é empobrecer o debate e desrespeitar o papel fiscalizador da oposição, da imprensa e da sociedade civil.

A prefeita, que construiu sua trajetória como professora e líder comunitária, conhece bem o peso da responsabilidade pública. Por isso, soa contraditório que agora, no poder, recorra ao argumento de que é “injustiçada” por ser mulher, negra e vinda da classe trabalhadora. Essas características são motivo de orgulho e representatividade – não escudo contra cobranças legítimas.

O povo de Parnamirim não quer justificativas. Quer resultados. Quer uma prefeita que olhe para frente, e não para o retrovisor.

Se há algo que a prefeita precisa entender é que governar exige maturidade política e responsabilidade administrativa. O discurso de vítima pode render aplausos de aliados, mas não sustenta uma gestão. A cidade precisa de uma líder que resolva, e não de uma retórica que lamente.

Parnamirim é hoje uma cidade com imenso potencial econômico, cercada por universidades, base aérea, centros industriais e um comércio vibrante. O que falta é uma administração que entenda a grandeza do município e governe com seriedade e técnica.

Por isso, é hora de Nilda Cruz sair do palanque e assumir plenamente o papel de prefeita. Ela foi eleita para governar – e não para continuar disputando narrativas com fantasmas políticos do passado.

A paciência da população tem limites. E, se nada mudar, 2028 chegará mais rápido do que a prefeita imagina – e com ele, o julgamento mais implacável de todos: o das urnas.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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Dr. Bernardo confronta a cassação: um alerta à bancada federal

Dr. Bernardo confronta a cassação: um alerta à bancada federal

Editorial POR DENTRO DO RN

A sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, na quinta-feira (23), ganhou novo tom político quando o deputado Dr. Bernardo (PSDB) tratou da cassação do mandato do prefeito de Itaú, André Régis. Seu discurso foi forte, preciso e necessário — um alerta à política potiguar sobre o risco da banalização das cassações e a omissão de quem deveria defender a democracia.

A decisão do TRE-RN, tomada recentemente, cassou os diplomas de André Régis e do vice-prefeito por abuso de poder político e condutas vedadas em eventos públicos — como o Dia das Mães e o São João — em que houve distribuição de brindes e uso da estrutura pública para promoção política.

Dr. Bernardo advertiu que decisões eleitorais tão drásticas não podem ser tomadas de maneira fria e abstrata, sem considerar o impacto social e a legitimidade eleitoral. Ele lembrou que Régis foi reeleito com expressiva maioria — 68% dos votos válidos — e ressaltou que ações simbólicas ou culturais, como entregar presentes em eventos festivos, não deveriam justificar a perda automática do mandato.

Mais do que criticar, o deputado fez um chamado à bancada federal do RN — deputados e senadores — para que abandonem a postura passiva. Ele exigiu que eles ajam como guardiões da democracia e da estabilidade institucional, pois casos semelhantes já ocorrem em outros municípios, onde prefeitos ganham eleições legítimas e veem seus mandatos cassados por tecnicalidades eleitorais ou interpretações exageradas da lei.

É um tema delicado e controverso — tocar em cassação de mandatos é pisar em terreno minado. Mas é também um dever político e ético. Dr. Bernardo, médico e parlamentar, assumiu o risco e foi claro: o que está em jogo não é apenas um gestor local, mas o valor do voto, a confiança nas instituições e a coerência legislativa.

Há outros casos no estado em que decisões judiciais de cassação ganham contornos de exagero. Municípios enfrentam processos semelhantes e gestões acabam desestruturadas não por corrupção ou desvio de recursos, mas por interpretações rígidas de normas eleitorais. É uma tendência que preocupa, pois pode minar a vontade popular e levar ao desencanto institucional.

Ao enaltecer essa fala, o Por Dentro do RN reconhece que o debate é legítimo e urgente. É preciso ponderação entre fiscalizar o uso do poder político e preservar o direito democrático de governar. Quando a lei for aplicada com rigidez exagerada, o risco é criar uma insegurança jurídica permanente, em que nenhum gestor eleito estará imune — e o eleitor, inseguro.

Que a bancada federal potiguar ouça este grito. Que o debate ultrapasse o microfone da tribuna e chegue aos corredores de Brasília. Que a política não seja refém do técnico inflexível, mas sim instrumento de equilíbrio entre legalidade, legitimidade e respeito à escolha popular.

Porque democracia não se sustenta apenas com leis, mas com coragem de defender o voto e a voz do povo. E hoje, Dr. Bernardo fez exatamente isso.

Foto: Eduardo Maia

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Agressão a jornalista em Mossoró expõe autoritarismo na gestão Allyson Bezerra

Agressão a jornalista em Mossoró expõe autoritarismo na gestão Allyson Bezerra

Editorial POR DENTRO DO RN

A agressão denunciada pelo jornalista Ronny Holanda, que acusa auxiliares da gestão Allyson Bezerra (União Brasil) de espancamento e abuso de autoridade, é mais do que um episódio lamentável. É um sinal de retrocesso civilizatório e um ataque direto à liberdade de imprensa, valor essencial de qualquer democracia.

Segundo o relato do jornalista, ao tentar falar com o secretário municipal de Segurança, Walmary Costa, foi agredido pelas costas por um servidor identificado como “sub Nilton” e, posteriormente, algemado por guardas municipais. O mais grave: a agressão teria ocorrido dentro das dependências públicas da secretaria, sob ordens diretas de um gestor que deveria ser o primeiro a garantir a integridade e o respeito à lei.

Mesmo que as investigações venham a esclarecer os fatos — o que se espera de imediato —, nenhuma justificativa plausível pode amparar a violência contra um jornalista em pleno exercício profissional.
A Constituição Federal é clara: o trabalho da imprensa é essencial à democracia. Agredir um repórter é atentar contra o direito da sociedade à informação.

Um silêncio cúmplice

O que também causa espanto é o silêncio do prefeito Allyson Bezerra diante da gravidade do episódio. Nenhum afastamento foi anunciado, nenhuma sindicância tornada pública, nenhuma palavra de repúdio ou solidariedade.
O silêncio, neste caso, soa como conivência. E conivência, vinda de quem comanda a cidade, tem peso político e moral.

É inaceitável que uma gestão municipal, que se orgulha de pregar “modernidade e eficiência”, feche os olhos para a barbárie praticada dentro da própria estrutura pública.

Uma cidade que persegue jornalistas não é moderna — é autoritária.

Liberdade de imprensa sob ataque

A agressão a Ronny Holanda não é um caso isolado. Em tempos de polarização e de intolerância, a liberdade de imprensa tem sido testada e atacada com frequência.

Mas o que choca em Mossoró é que os agressores não são criminosos comuns — são agentes públicos, que representam a autoridade do Estado.

Quando o poder público se transforma em instrumento de intimidação, o dano é ainda mais profundo: destrói a confiança da sociedade e fragiliza os pilares da democracia.

A nota que não explica — e agrava

A nota divulgada pelo secretário Walmary Costa apenas aumenta a perplexidade.
Em vez de se defender das acusações de espancamento, ele tenta inverter a narrativa, alegando “desacato” e “invasão de área restrita”.

Mesmo que houvesse desentendimento, o uso da força física e da prisão arbitrária é inadmissível.
A tentativa de justificar a violência revela um despreparo preocupante para o exercício de uma função pública.

Um governo que precisa escolher entre transparência e arrogância

Nos últimos meses, a gestão Allyson Bezerra vem sendo alvo de críticas crescentes: desde denúncias de favorecimento político até uma comunicação institucional cada vez mais personalista e centralizadora.
O episódio da agressão ao jornalista expõe o lado autoritário de uma gestão que, ao invés de diálogo, tem recorrido ao silêncio e à força.

A prefeitura de Mossoró deve respostas — e rápidas.

Deve afastar imediatamente os envolvidos, garantir apuração independente e reafirmar seu compromisso com a liberdade de expressão.
Caso contrário, permanecerá manchada por um dos atos mais graves que um governo pode cometer: calar a imprensa pela violência.

Democracia se protege com transparência

Este episódio não é apenas sobre um jornalista agredido — é sobre o que Mossoró quer ser como cidade.
A escolha é simples, mas decisiva: uma cidade democrática e aberta à crítica, ou uma cidade comandada pelo medo e pelo autoritarismo.

Foto: Lucas Bulcão/Secom/PMM

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Crise penitenciária do RN expõe descontrole e falta de comando do Governo do Estado

Crise penitenciária do RN expõe descontrole e falta de comando do Governo do Estado

Editorial POR DENTRO DO RN

O sistema prisional do Rio Grande do Norte vive uma crise anunciada – e o atual governo, comandado por Fátima Bezerra (PT), parece assistir de camarote ao colapso de uma estrutura que já opera no limite há anos. O caos não é apenas reflexo da superlotação e da falta de infraestrutura, mas da ausência de gestão, planejamento e comando. O resultado é um cenário que ameaça a segurança pública, mina a credibilidade das instituições e expõe a inércia do poder estadual diante de um problema que exige ação imediata.

De acordo com a própria Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), 85 presos do regime semiaberto estão sem tornozeleira eletrônica e sem qualquer tipo de monitoramento. São indivíduos que, na prática, cumprem pena em liberdade, sem vigilância e sem controle. O dado, por si só, seria alarmante em qualquer estado brasileiro. No RN, porém, virou rotina. A falta de compromisso com a aplicação da lei e o cumprimento das decisões judiciais revela uma gestão que perdeu o controle daquilo que deveria ser prioridade: a segurança da população.

A situação se agrava quando se observa o histórico de falhas no fornecimento de tornozeleiras eletrônicas — um problema que já se arrasta desde 2023. Foram greves, contratos rompidos, empresas inadimplentes e presos circulando livremente nas ruas por “falta de equipamento”. O governo, mesmo com milhões de reais repassados pelo Governo Federal, não conseguiu estruturar um sistema eficiente e transparente. O que deveria ser uma solução tecnológica de controle se transformou em mais um símbolo do desgoverno.

Como se não bastasse, a Justiça acaba de determinar a interdição parcial da Cadeia Pública de Ceará-Mirim devido à superlotação. A unidade, com capacidade para 1.364 detentos, abriga 1.448 — uma violação clara dos limites legais e dos direitos humanos básicos. E este não é um caso isolado. Outras penitenciárias, como a do Seridó e o Complexo Rogério Coutinho Madruga, em Alcaçuz, também enfrentaram interdições nos últimos meses. O Ministério Público já havia alertado: a falta de vagas e a ausência de estrutura adequada comprometem o cumprimento da Lei de Execuções Penais.

Os números são claros: entre 2019 e 2025, a população carcerária potiguar cresceu 38,7%, enquanto o governo estadual segue com promessas de obras e ampliação de vagas que andam a passos lentos. Pavilhões em reforma, módulos em construção e novas promessas até 2027 – tudo isso em meio a um sistema que colapsa agora. O discurso da Seap de que “o sistema está seguro e sob controle” soa desconectado da realidade. Basta olhar os dados, as decisões judiciais e o sentimento de insegurança da sociedade para constatar o contrário.

O descontrole do Governo Fátima Bezerra na área prisional reflete uma política pública ausente, marcada por improvisos, reações tardias e discursos vazios. O RN precisa de uma gestão penitenciária que funcione, que respeite a lei, e que garanta o cumprimento das penas de forma segura e digna – não de uma administração que empurra os problemas com a barriga e repete justificativas desgastadas.

Não se trata de um ataque político, mas de um alerta institucional. O caos prisional é, acima de tudo, uma questão de segurança pública. Cada preso sem monitoramento, cada unidade superlotada, cada falha de gestão representa risco direto para o cidadão. A sociedade potiguar não pode continuar refém da ineficiência do Estado.

É hora de o governo assumir sua responsabilidade e encarar o problema com seriedade. O sistema prisional do RN não pode continuar sendo tratado como uma bomba-relógio esquecida — porque, quando ela explode, quem paga o preço é o povo.

Foto: Vivian Galvão

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E a greve, prefeito?

E a greve, prefeito?

Editorial POR DENTRO DO RN

Na última quarta-feira (4.jun.2025), Natal parou. Literalmente. Com a deflagração da greve dos rodoviários, praticamente nenhum ônibus circulou na capital potiguar. Foi um dia de caos. Trabalhadores ficaram presos em paradas, estudantes perderam aulas, pacientes faltaram consultas, e a cidade mergulhou num colapso silencioso — silencioso, sobretudo, por parte de quem mais deveria se pronunciar: o prefeito Paulinho Freire.

Enquanto a população tentava, como podia, driblar os efeitos da paralisação no transporte público, nenhuma palavra do prefeito foi ouvida. Nenhuma nota. Nenhuma coletiva. Nenhuma postagem sequer. Nada que demonstrasse liderança, empatia ou, no mínimo, respeito com o cidadão natalense.

A única manifestação oficial da Prefeitura de Natal veio por meio da STTU, que afirmou que judicializaria o movimento grevista. A Justiça sequer precisou intervir — o acordo foi costurado entre patrões e rodoviários horas depois. Ainda assim, o prefeito se manteve ausente, calado e alheio ao drama urbano que se desenrolava diante dos olhos de todos.

Infelizmente, esse não foi um caso isolado. Desde o início da sua gestão, Paulinho Freire tem colecionado episódios de ausência e de falhas graves na comunicação institucional, o que já tem provocado incômodo inclusive entre seus próprios aliados. Em outras crises enfrentadas por Natal — como inundações, problemas com lixo, apagões de trânsito e alagamentos —, a figura do prefeito simplesmente sumiu da cena.

A comunicação de Paulinho é, para dizer o mínimo, desastrosa. Um prefeito que não se pronuncia nos momentos de maior angústia da cidade transmite à população uma perigosa sensação de abandono. Como se cada cidadão tivesse que enfrentar, sozinho, o caos, sem ao menos ouvir um “estamos trabalhando por vocês”.

A greve dos ônibus escancarou isso com nitidez. O transporte público de Natal já enfrenta críticas há anos: frota antiga, passagens caras, falta de transparência nas planilhas e ausência de ar-condicionado em pleno século XXI. A greve foi só a cereja amarga de um bolo mal assado por décadas de descaso e conivência.

E é justamente por isso que o silêncio do prefeito é ainda mais preocupante. Paulinho Freire não herdou um sistema de transporte eficiente. Herdou um problema. E, ao não assumir essa responsabilidade e se manter ausente, reforça a imagem de um gestor omisso, que parece mais interessado em preservar a própria imagem do que encarar os desafios da cidade.

Natal precisa de mais do que notas técnicas da STTU. Precisa de liderança. Precisa de um prefeito que apareça, que dialogue com a população, que enfrente crises de frente, que dê a cara a tapa quando for necessário. Paulinho, até aqui, tem preferido o conforto do silêncio à coragem da exposição.

A greve passou. Os ônibus voltaram às ruas. Mas a sensação de abandono permanece. A pergunta que não quer calar segue ecoando entre os natalenses: e a greve, prefeito? Onde estava o senhor quando a cidade precisou?

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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Hospitais sem insumos: a saúde do RN em colapso

Hospitais sem insumos: a saúde do RN em colapso

Editorial POR DENTRO DO RN

A crise na saúde pública do Rio Grande do Norte atingiu um novo patamar de gravidade. O Conselho Regional de Medicina do RN (Cremern) acionou a Justiça Federal para denunciar a falta de medicamentos e insumos básicos nos dois maiores hospitais do estado: o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, e o Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró.

Essa ação judicial é um reflexo do colapso que se instalou na gestão da saúde potiguar. A governadora Fátima Bezerra (PT), que prometeu priorizar áreas essenciais como saúde, segurança e educação, agora vê seu governo afundar em promessas não cumpridas e desculpas esfarrapadas.

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) tenta minimizar a situação, alegando que não há crise e atribuindo os problemas a fatores externos, como a arrecadação do ICMS no ano passado. Essa justificativa é uma afronta à inteligência da população potiguar, que diariamente enfrenta a realidade de hospitais sem materiais básicos e profissionais sobrecarregados – e produtos e serviços cada vez mais caros, dado o aumento do ICMS realizado pela gestão atual.

Os corredores do Walfredo Gurgel, por exemplo, voltaram a ficar lotados, evidenciando a falta de planejamento e gestão eficiente. A propaganda do governo não condiz com a realidade enfrentada por pacientes e profissionais de saúde.

Na segurança pública, embora os dados oficiais apontem para uma redução nos índices de criminalidade, a sensação de insegurança persiste entre os cidadãos. A presença ostensiva de policiais nas ruas não é suficiente para mascarar a falta de políticas públicas eficazes e investimentos estruturais.

Na educação, a situação também é preocupante. Professores da rede estadual entraram em greve neste ano, reivindicando melhores condições de trabalho e o cumprimento de acordos salariais. Aliás: É inadmissível que uma governadora, que é professora de carreira, trate com descaso a educação pública.

A governadora Fátima Bezerra precisa assumir a responsabilidade pelos problemas que assolam o estado. A população do Rio Grande do Norte merece mais do que desculpas e promessas vazias. É necessário agir com transparência, eficiência e compromisso com o bem-estar dos cidadãos.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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A escuridão e o abandono na Av. Omar O’Grady

A escuridão e o abandono na Av. Omar O’Grady

Editorial POR DENTRO DO RN

Quem transita pela Av. Omar O’Grady, mais conhecida como o prolongamento da Prudente de Morais, percebe rapidamente o cenário de negligência e abandono que tomou conta de um dos principais corredores viários da Região Metropolitana de Natal. No trecho entre a Av. da Integração e a Av. dos Xavantes, passando por Candelária, San Vale e Pitimbu, a falta de iluminação pública não é apenas um problema de infraestrutura: é um grave problema de segurança, de cidadania e de dignidade urbana.

A ausência de luz transforma a via em um verdadeiro corredor do medo durante a noite. Motoristas, ciclistas, pedestres e usuários do transporte público convivem com o risco constante de assaltos. A escuridão favorece a criminalidade e impõe uma sensação de insegurança permanente à população. O que deveria ser um trajeto tranquilo e eficiente, tornou-se sinônimo de tensão e vulnerabilidade.

Pior: o descaso da Prefeitura de Natal é escancarado. A via parece esquecida pela gestão Paulinho Freire (União Brasil). Não há justificativa plausível para que uma via de tamanha importância — que conecta diversos bairros da zona Sul e até outros municípios, e abriga inclusive o Hospital Municipal de Natal — esteja em tamanha penumbra.

E aqui vale lembrar: o Hospital Municipal, tão alardeado como conquista da gestão anterior de Álvaro Dias – o principal cabo eleitoral de Paulinho Freire – foi inaugurado oficialmente em dezembro de 2024, mas até hoje não entrou em funcionamento. O prédio está lá, na mesma Av. Omar O’Grady, como mais um monumento ao marketing sem entrega. A população de Natal, que aguarda(va) por melhorias em saúde e mobilidade, vê-se cercada por promessas não cumpridas e serviços que simplesmente não chegam.

A iluminação pública é um direito básico e uma obrigação da prefeitura. Não é um luxo, nem um favor. Trata-se de uma necessidade urgente que impacta diretamente a qualidade de vida e a segurança de milhares de cidadãos que dependem dessa via diariamente. A negligência da Prefeitura de Natal em resolver esse problema é reflexo de uma gestão que perdeu a sensibilidade com as necessidades reais do povo.

Mas os problemas da Av. Omar O’Grady não se resumem à falta de iluminação. O asfalto da via, que é de responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem do RN (DER/RN), órgão do governo estadual, está igualmente deteriorado. São buracos, desníveis e rachaduras que colocam em risco a integridade dos veículos e a vida de quem trafega por ali. Ou seja, enquanto o município abandona a iluminação, o Estado falha na manutenção do pavimento.

Essa combinação de omissão entre Prefeitura e Governo do Estado aprofunda ainda mais o sentimento de abandono da população local. Não há presença efetiva do poder público. Não há manutenção, cuidado, zelo. Há apenas silêncio, escuridão e perigo.

A Av. Omar O’Grady deveria ser símbolo de desenvolvimento urbano e integração regional. Em vez disso, tornou-se símbolo de um poder público ausente e de políticas públicas ineficazes. A população da região está cansada de esperar. Já passou da hora de medidas concretas serem tomadas.

Iluminar a avenida é urgente. Recuperar o asfalto é essencial. Colocar o Hospital Municipal para funcionar é imperativo. São ações mínimas — e totalmente viáveis — que a Prefeitura de Natal e o Governo do Estado devem à população.

Acreditem, Paulinho e Fátima: ninguém quer viver na escuridão — seja ela física, política ou administrativa.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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Prefeita Nilda: fé nas ruas, falhas na gestão

Prefeita Nilda: fé nas ruas, falhas na gestão

Editorial POR DENTRO DO RN

A prefeita de Parnamirim, Professora Nilda, apareceu em meio à multidão durante a Marcha para Jesus 2025, realizada neste fim de semana na cidade. Ao lado da vice-prefeita Kátia Pires e da vereadora e filha, Rafaela de Nilda, a gestora posou sorridente para fotos, participou dos momentos de oração e fez questão de marcar presença em um dos maiores eventos de apelo popular do calendário cristão local.

O evento, como noticiado por veículos de imprensa, foi de fato um sucesso de público. Milhares de fiéis ocuparam as ruas com louvores, manifestações de fé e palavras de esperança. Mas, por mais simbólico que o ato tenha sido para a comunidade evangélica da cidade, não se pode ignorar o uso político-religioso da ocasião por parte da prefeita e de seu grupo familiar e político.

Não é de hoje que o editorial do Por Dentro do RN vem apontando a estratégia de marketing da prefeita Nilda em detrimento de entregas reais à população. Em um texto publicado recentemente, destacamos que a atual gestão se especializou em publicidade, aparições públicas e discursos bem ensaiados — enquanto os problemas de Parnamirim seguem se acumulando sem solução à vista.

A participação em um evento de fé não é, por si só, algo condenável. Ao contrário: é até desejável que lideranças estejam próximas da população e compartilhem de suas vivências. O problema começa quando esse tipo de presença passa a ser usado como cortina de fumaça para esconder a ausência de resultados concretos.

Aparentemente, a prefeita Nilda tem investido mais tempo em redes sociais e eventos do que em ações efetivas que transformem a realidade de Parnamirim. A saúde pública continua em colapso, com postos de atendimento sucateados e falta de médicos. A mobilidade urbana é um caos, principalmente na região de Nova Parnamirim, que cresceu sem planejamento e agora sofre com engarrafamentos, calçadas destruídas e ausência de transporte digno. A educação municipal também dá sinais de fragilidade, com relatos de infraestrutura precária em diversas escolas da rede.

Enquanto isso, vemos a prefeita e sua equipe ocupando espaços de grande visibilidade emocional — como a Marcha para Jesus — para reforçar uma imagem de proximidade, fé e carisma. A mistura entre religião e política, tão delicada, vem sendo usada como ferramenta eleitoral antecipada, criando uma narrativa de “gestora do povo” que não condiz com a ausência de resultados práticos.

E chama muita atenção a naturalidade com que isso é feito. Em vez de prestar contas à população, a prefeita distribui sorrisos em suas publicações nas redes sociais, cultos e eventos — como se isso fosse suficiente para suprir a falta de políticas públicas estruturantes. E o mais grave: a presença da filha vereadora e da vice-prefeita no mesmo palanque é também sinal de que o projeto de poder se expande em família, visando perpetuar-se no comando da máquina pública local.

O povo de Parnamirim merece mais do que marketing religioso. Merece obras entregues, hospitais funcionando, ruas asfaltadas, escolas seguras e transporte eficiente. A fé deve ser respeitada, mas jamais utilizada como escudo para encobrir ineficiência administrativa.

A Marcha para Jesus, evento legítimo e valioso para a comunidade cristã, não pode servir como palco de encenação para uma gestão que tem falhado em entregar o básico. É hora de os cidadãos pararem de se contentar com presença em eventos e começarem a cobrar ações de verdade.

A pergunta que precisa ser feita à prefeita Nilda é simples e direta: quantas escolas foram reformadas este ano? Quantas unidades de saúde receberam novos profissionais? Onde estão as obras de infraestrutura prometidas em campanha? Porque, por mais fé que a população tenha, ela não caminha só com orações. Caminha com dignidade, estrutura e respeito.

Enquanto isso não acontecer, o povo seguirá marchando — mas não em direção ao progresso, e sim à desilusão com mais um governo que prometeu muito e entregou pouco.

Foto: Reprodução

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Governo Fátima ignora melhorias no transporte da Grande Natal

Governo Fátima ignora melhorias no transporte da Grande Natal

Editorial POR DENTRO DO RN

É vergonhoso. Não há outro termo que se aplique com tanta precisão à atual condução da política de mobilidade na Grande Natal. A mais recente denúncia aponta que os permissionários dos transportes alternativos estão, na prática, travando qualquer avanço rumo a melhorias solicitadas pelos prefeitos das cidades que compõem a Região Metropolitana. E, pior, tudo isso com a complacência do próprio órgão que deveria regulamentar o setor: o Departamento de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Norte (DER/RN).

O governo Fátima Bezerra mais uma vez demonstra sua completa incapacidade de gerir áreas cruciais da administração pública. E no caso do transporte, a inação beira a omissão. A Região Metropolitana de Natal, com municípios como Extremoz, São Gonçalo, Macaíba e Parnamirim, sofre há anos com um sistema precário. Quem utiliza o transporte sabe bem disso.

Quem tem mandado no transporte da Grande Natal são os permissionários dos alternativos. O DER, em vez de impor a autoridade do Estado, baixa a cabeça e permite que os interesses particulares prevaleçam sobre o bem coletivo. A população, que diariamente depende de ônibus lotados, sem horários regulares e com tarifas elevadas, segue como vítima invisível.

E a situação se torna ainda mais vexatória diante do fato de que os próprios prefeitos da Grande Natal, que recentemente se reuniram para cobrar melhorias do transporte intermunicipal, já começam a sentir o desgaste. Fizeram propaganda, divulgaram releases para a imprensa anunciando avanços que possivelmente não conseguirão entregar — justamente porque dependem da boa vontade de um governo estadual frágil, desorganizado e sem comando.

Fátima Bezerra, que foi eleita com a promessa de modernizar o RN, parece cada vez mais distante da realidade da população. Seu governo acumula desgastes em áreas fundamentais, como saúde, segurança e, igualmente, mobilidade urbana. Agora vemos que o governo nem mesmo consegue proporcionar melhorias de um serviço básico como o transporte público.

Esse é o retrato do caos: um governo que terceiriza suas decisões, que não tem coragem de enfrentar lobbies, que abandona a população à própria sorte nas paradas, nos congestionamentos. Um governo que, diante da pressão, se esconde. Que finge governar, mas assiste tudo passivamente, como se não tivesse responsabilidade direta sobre a crise.

A inércia do DER/RN é simbólica. Mostra que o problema não é apenas técnico, mas político. Falta liderança. Falta comando. Falta coragem de enfrentar os interesses instalados há décadas, que fazem do sistema de transporte um verdadeiro feudo.

É preciso dizer com todas as letras: o transporte público da Grande Natal está refém. Refém de grupos que se opõem a qualquer melhoria. Refém de um governo fraco, que não governa. E, sobretudo, refém de uma estrutura estatal que perdeu a capacidade de se impor.

Os usuários, que diariamente enfrentam ônibus lotados, tarifas caras e rotas ineficientes, não podem mais esperar. A mobilidade é um direito — e não um favor que deve ser negociado com grupos privilegiados. A população exige ação, decisão e, acima de tudo, respeito.

Enquanto isso não vier, a Grande Natal continuará presa ao atraso, e a governadora Fátima Bezerra continuará colecionando promessas não cumpridas, além de uma crescente rejeição popular. A pergunta que fica é: até quando?

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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Perto do quartel da PMRN, longe da segurança

Perto do quartel da PMRN, longe da segurança

Editorial POR DENTRO DO RN

Apesar da propaganda institucional que tenta pintar um Rio Grande do Norte mais seguro, a população, especialmente em Natal, segue vivendo dias de medo, angústia e desproteção. Um caso ocorrido nesta quinta-feira (29.mai.2025) escancarou o drama da insegurança que assombra os moradores do bairro do Tirol, onde, ironicamente, está localizado o Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte (PMRN). Mesmo com a presença ostensiva da instituição, os assaltos continuam à solta — e o medo é cotidiano.

O episódio mais recente é simbólico: uma mulher caiu da moto ao ser abordada por criminosos e foi assaltada ainda no chão. A cena, registrada por câmeras de segurança, se espalhou pelas redes sociais e noticiários com revolta. A vítima, além de ferida, foi desamparada pela segurança pública. Isso, a poucos metros do centro da PMRN. Que tipo de estado é esse, onde nem mesmo a sombra da autoridade intimida o crime?

A propaganda do governo não convence mais

O governo Fátima Bezerra (PT) tem usado como bandeira a suposta melhora nos indicadores de segurança. Dados estatísticos indicam redução nos homicídios e nos índices de violência em algumas áreas. Mas é preciso fazer uma distinção clara entre dados institucionais e vida real. O que os moradores do Tirol, Petrópolis, Alecrim, Rocas – enfim, de toda Natal – vivem todos os dias é o oposto de um estado seguro.

Os relatos são constantes: arrombamentos em residências, assaltos a motoristas, abordagens a pedestres em plena luz do dia. A cada semana, novos casos surgem, como o de criminosos que arrancaram o portão de uma casa no Tirol com a força bruta, aterrorizando os moradores. A poucos quarteirões do Comando Geral da PM, a segurança virou um luxo inatingível.

E onde está o governo? Em outdoors. Apenas. No mundo da propaganda institucional, o RN está melhorando. Na realidade das ruas, a violência segue reinando.

A percepção da população está no vermelho (literalmente)

A população não mede a segurança com gráficos ou relatórios. Ela mede pela tranquilidade de sair de casa, esperar um ônibus, caminhar pela rua. E nesse critério, o governo do estado reprova — com louvor.

A insegurança no RN não está contida a bairros periféricos. Ela invadiu áreas centrais, zonas comerciais, avenidas movimentadas. Se em lugares onde mora a elite política e onde ficam órgãos do estado áreas não há segurança, o que dizer das comunidades mais vulneráveis?

Governo precisa de ações, não apenas estatísticas

O estado precisa urgentemente parar de tratar a segurança como um dado técnico e começar a tratá-la como o problema social grave que é. Não se combate a criminalidade apenas com marketing. É preciso mais efetivo nas ruas, mais viaturas, melhor estrutura de investigação e valorização das forças de segurança.

Enquanto o governo não sair da bolha da comunicação institucional, os criminosos continuarão ditando as regras. E o povo continuará assistindo à escalada da violência de forma impotente.

A realidade que o governo insiste em ignorar

Em um estado onde nem o entorno do Quartel da PM é seguro, não há propaganda que convença. A governadora Fátima Bezerra precisa enfrentar essa crise com seriedade. A redução de índices é bem-vinda, mas não pode ser argumento para esconder a verdade: o povo do Rio Grande do Norte não se sente seguro. E, se a população não sente segurança, os números perdem o valor.

Mais do que investir em dados, é hora de investir em proteção real. E isso passa por escutar quem vive o cotidiano da insegurança — e não apenas pelos que se escondem atrás de planilhas.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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RN sem rumo: Governo atrasa R$ 354 milhões em dívidas

RN sem rumo: Governo atrasa R$ 354 milhões em dívidas

Editorial POR DENTRO DO RN

A crise na gestão da governadora Fátima Bezerra atinge mais um nível preocupante: o governo do Rio Grande do Norte acumula um atraso de R$ 354 milhões no pagamento de precatórios, conforme divulgado pelo Tribunal de Justiça do RN. Esse valor é alarmante não apenas pela magnitude da dívida, mas pelo que ela simboliza — um governo que insiste em deixar pendências, descumprir acordos e empurrar com a barriga compromissos essenciais com servidores, aposentados, fornecedores e, agora, também com os credores judiciais.

O calote nos precatórios é só mais um sintoma da falência administrativa que se instalou no estado. A gestão estadual, que já coleciona críticas pela falta de entregas em diversas áreas, mostra que sua prioridade está longe de ser o equilíbrio fiscal e o respeito ao cidadão. O discurso de reconstrução do RN, tão explorado no início do primeiro mandato da governadora, hoje soa vazio diante da realidade dos potiguares.

Inércia generalizada e promessas não cumpridas

Na prática, Fátima Bezerra lidera uma gestão marcada por falta de obras estruturantes, hospitais sobrecarregados, escolas sem estrutura mínima e uma segurança pública que, apesar de apresentar melhora nos indicadores estatísticos, ainda deixa a população refém da criminalidade em várias regiões. A sensação de insegurança persiste — e, como se não bastasse, até dentro da Assembleia Legislativa, um dos espaços mais vigiados do estado, houve um roubo recente a um gabinete parlamentar. Isso evidencia que, apesar dos dados “positivos”, a segurança continua frágil até nos bastidores do poder.

Enquanto o governo atrasa pagamentos, fornecedores reclamam da demora para receber, o funcionalismo público segue sem qualquer perspectiva de valorização real, e a saúde amarga a falta de insumos, filas intermináveis e a ausência de políticas efetivas de gestão hospitalar. A população, que esperava uma governadora sensível às demandas sociais, hoje sente-se traída por um governo mais focado em propaganda institucional do que em resultados concretos.

Precatórios: uma dívida de confiança

A inadimplência nos precatórios não compromete apenas o caixa do Estado — ela compromete a confiança. O cidadão que venceu uma longa batalha judicial para ter seu direito reconhecido agora se vê diante de mais uma espera, mais um adiamento, mais uma injustiça. O discurso da governadora, que tenta justificar o atraso com dificuldades herdadas, não se sustenta mais no quinto ano de mandato. O problema agora é de responsabilidade direta da atual gestão, e fugir dessa realidade só aumenta a revolta popular.

Rejeição em alta e futuro político comprometido

Não à toa, Fátima Bezerra figura entre os gestores mais rejeitados do Brasil. Sua popularidade despenca a cada novo episódio de descompromisso e omissão. A frustração da população é visível e isso terá um peso considerável nas urnas — seja na tentativa da própria governadora de voltar ao Senado, seja na tarefa (quase impossível) de eleger um sucessor que carregue o fardo de sua gestão.

As dificuldades para o governo petista emplacar um nome para 2026 já são notórias nos bastidores. O que deveria ser uma missão natural de continuidade virou um desafio quase insustentável. A base está rachada, a confiança pública abalada, e o legado de Fátima Bezerra se encaminha para ser lembrado não por feitos, mas por fracassos.

O colapso da governança

O atraso dos precatórios é mais do que um problema contábil: é o retrato fiel de um governo que perdeu o rumo. A falta de planejamento, a centralização das decisões em torno de um núcleo político isolado e a desconexão com a realidade do povo potiguar conduziram o RN ao caos administrativo.

Se não houver uma reviravolta rápida — o que parece cada vez mais improvável —, o governo Fátima encerrará seu ciclo sob o peso de promessas não cumpridas, dívidas acumuladas e uma população cansada de esperar por mudanças que nunca vieram.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustraçãao

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Parnamirim sem rumo: gestão Nilda coleciona falhas e polêmicas

Parnamirim sem rumo: gestão Nilda coleciona falhas e polêmicas

Editorial POR DENTRO DO RN

Seis meses após assumir oficialmente a Prefeitura de Parnamirim, a professora Nilda Cruz segue demonstrando que, para além do marketing institucional e das fotos nas redes sociais – com sorriso largo, chupando picolés, mãos fazendo gesto de coração – falta gestão, comando e, sobretudo, resultados concretos.

É cada vez mais evidente que sua administração patina. A prefeita, que ascendeu ao cargo após derrotar o candidato de Rosano Taveira, Salatiel de Souza, parece não ter compreendido ainda a dimensão do desafio que representa governar a terceira maior cidade do Rio Grande do Norte.

E, enquanto a população espera soluções, o que se vê são promessas vazias, polêmicas familiares e uma avalanche de propaganda institucional — outdoors espalhados pela cidade com apelos religiosos — tentando esconder a inoperância que grita nas ruas.

Transporte público: um retrato do abandono

Um dos exemplos mais visíveis da falta de ação da prefeita Nilda está no transporte público municipal. As linhas interbairros de Parnamirim são operadas majoritariamente por vans antigas, muitas com mais de 20 anos de uso — há registros de veículos fabricados em 2001 ainda circulando. O serviço é caro, inseguro, sem acessibilidade para pessoas com deficiência e completamente incompatível com as exigências mínimas de dignidade para o usuário.

Enquanto o Ministério Público do RN atua exigindo melhorias no transporte intermunicipal, recomendando a retirada de veículos com mais de 18 anos de uso, a frota de Parnamirim segue como uma exceção vergonhosa: ultrapassada, irregular e ignorada pelo poder público municipal. A prefeita, que deveria ser a primeira a enfrentar essa realidade, se mantém em silêncio.

Sem apoio político e sem entregas

A gestão Nilda também amarga perdas políticas importantes. Seis vereadores – um deles do mesmo partido da prefeita – até então aliados, se declararam independentes e romperam com a base da prefeita. O movimento revela o descontentamento até mesmo dentro de sua própria trincheira, o que enfraquece ainda mais a capacidade de articulação e execução de projetos relevantes para a cidade.

Mas o distanciamento não surpreende. Faltam obras estruturantes, programas consistentes, ações efetivas de combate à desigualdade e investimentos sólidos em saúde, educação e infraestrutura urbana. Até mesmo sua principal “entrega” visível da prefeita à população, a publicidade institucional — dispendiosa, massiva e desproporcional frente à escassez de resultados reais – já é motivo de críticas da população local.

Polêmicas pessoais que respingam na gestão

A prefeita também vem acumulando polêmicas que abalam sua imagem. O caso mais grave envolve o acidente de carro que resultou na morte de um bebê de apenas quatro meses, atropelado junto à mãe por um veículo da prefeitura em abril deste ano. Ainda que o episódio esteja sob investigação, a situação escancarou o despreparo de sua equipe e expôs fragilidades na condução dos recursos públicos e na responsabilidade institucional.

Outro ponto que desperta atenção é o envolvimento de familiares da prefeita em casos controversos. Embora juridicamente resolvido, o histórico recente de seu esposo, acusado de tortura contra um suspeito de estupro, continua sendo explorado politicamente e enfraquece a autoridade moral da chefe do Executivo municipal.

Governar exige mais que outdoor

Nilda foi eleita com um discurso de renovação e responsabilidade, mas até agora não demonstrou capacidade técnica nem sensibilidade social para administrar Parnamirim. Em vez de propaganda em outdoors, a população espera ônibus novos nas ruas, UBS funcionando, UPA atendendo adequadamente, escolas bem equipadas, ruas asfaltadas e servidores valorizados.

É inaceitável que uma cidade do porte de Parnamirim continue à mercê de uma gestão que até agora só entregou promessas ilustradas em painéis de publicidade. A prefeita precisa lembrar que propaganda não tapa buraco, não melhora a mobilidade, não resolve a crise da saúde, nem convence um eleitorado que está atento.

A realidade é que o tempo está passando — e rápido. Se a prefeita quiser encerrar este ano com alguma credibilidade, precisa abandonar o marketing vazio e arregaçar as mangas. Porque até agora, o saldo de sua administração é, no mínimo, decepcionante.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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Assembleia da insegurança: quando nem os deputados estão protegidos

Assembleia da insegurança: quando nem os deputados estão protegidos

Editorial POR DENTRO DO RN

O Rio Grande do Norte vive um momento paradoxal. Apesar de dados recentes apontarem para uma suposta redução da criminalidade, os fatos que se impõem no cotidiano do potiguar mostram uma realidade bem diferente — e, agora, atingem até o coração do poder legislativo estadual. O recente arrombamento e roubo no gabinete de um deputado estadual dentro da Assembleia Legislativa do RN (ALRN) escancara não apenas uma fragilidade institucional, mas também um retrato fiel da insegurança pública no RN.

O episódio não pode ser tratado como uma simples ocorrência criminal. Trata-se de um alerta gravíssimo: se nem os gabinetes parlamentares, em um prédio que deveria ser um dos mais seguros do estado, estão protegidos, o que resta ao cidadão comum nas ruas de Natal, Mossoró ou qualquer cidade do interior potiguar?

O furto ocorreu dentro do gabinete do deputado estadual Gustavo Carvalho (PL) e foi registrado pelas câmeras de segurança da própria ALRN. A polícia investiga, mas até agora a sensação de vulnerabilidade paira não apenas sobre os parlamentares, mas sobre toda a população. Afinal, se a Assembleia é violada, não há local seguro o suficiente.

Segurança falha dentro da própria casa do povo

A Assembleia Legislativa do RN é um espaço de representação popular. O mínimo que se espera é que seja também um ambiente de segurança e ordem. O que se viu, no entanto, foi o completo oposto: um prédio público com câmeras de segurança que não impediram o furto, vigilância falha e fragilidade no controle de acesso. É preocupante que, mesmo com as imagens do suspeito captadas, o crime tenha acontecido com tamanha facilidade.

A administração da Assembleia Legislativa, comandada pelo presidente Ezequiel Ferreira (PSDB), tem agora a obrigação de responder à sociedade: como um crime desses foi possível dentro do principal prédio legislativo do Estado? Onde estavam os protocolos de segurança? E o que será feito para que episódios como esse não voltem a ocorrer?

Uma tragédia anunciada diante do caos estadual

O caso reflete ainda uma crise mais ampla: a fragilidade da segurança pública no Rio Grande do Norte. Embora o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Segurança, tente divulgar números que apontam para a redução de homicídios e crimes violentos, a percepção da população segue sendo de medo, abandono e ausência de Estado.

Roubos a comércios, assaltos a mão armada, invasões de residências, arrastões em transportes públicos — essa é a realidade diária que o potiguar enfrenta. E, agora, os próprios representantes da população não estão imunes. O roubo na ALRN é simbólico porque representa o colapso da segurança institucional, algo que deveria ser intocável.

A governadora Fátima Bezerra (PT) precisa assumir sua responsabilidade nesse contexto. A segurança pública está longe de atender aos anseios da população e, enquanto se investe mais em propaganda do que em ações estruturais, a criminalidade segue avançando, inclusive dentro das instituições.

O povo assiste e cobra

O povo potiguar observa com descrença o desenrolar desse e de tantos outros casos. As promessas de campanha, os planos de segurança, as operações esporádicas — tudo parece insuficiente diante da ousadia de criminosos que agora não se intimidam nem com as paredes da Assembleia Legislativa.

Esse episódio não pode ser tratado como um caso isolado. Ele é reflexo direto do enfraquecimento da política de segurança pública no RN e da falta de gestão eficiente tanto no âmbito estadual quanto nas próprias instituições legislativas.

É hora de cobrar respostas, mudanças concretas e, acima de tudo, respeito ao cidadão e às instituições. Porque se nem na Assembleia há segurança, o que resta ao povo do Rio Grande do Norte?

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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Walter vai resolver

Walter vai resolver

Editorial POR DENTRO DO RN

A política potiguar se prepara para uma transição significativa: daqui a menos de um ano, a partir de abril de 2026, Walter Alves (MDB) assumirá o governo do Rio Grande do Norte, sucedendo Fátima Bezerra (PT), que deixará o cargo para tentar voltar ao Senado Federal nas eleições de outubro. A mudança, embora prevista, carrega expectativas e desafios que vão além da simples substituição no comando do Executivo estadual.

Walter Alves, filho do ex-governador Garibaldi Alves Filho, é conhecido por sua trajetória política discreta e por evitar confrontos diretos. No entanto, ao assumir o governo, mesmo que por apenas nove meses, ele enfrentará a pressão de resolver questões pendentes da gestão de Fátima Bezerra. Entre essas questões estão (e certamente estarão) obras inacabadas, problemas na saúde pública e, principalmente, demandas por maior eficiência administrativa.

É praticamente impossível ele conseguir obter uma efetividade, até mesmo devido ao pouco tempo sentado na cadeira de governador – e mais ainda pela ressaca de um governo com contas extrapoladas, atrasos aos fornecedores, que aumentou impostos e, dentro de um quadro geral, ter causado mais insatisfações do que qualquer alegria aos potiguares.

Aliado a isso, há ainda um fator muito significativo, que será o processo de sucessão para o futuro novo governador. Apesar das expectativas, Walter já deixou claro que não pretende disputar a reeleição. Em declarações recentes, afirmou que seu foco será concluir o mandato com responsabilidade e fortalecer o MDB para as eleições de 2026.

A decisão surpreendeu alguns aliados, que viam nele um candidato natural à sucessão, mas também foi recebida com respeito por aqueles que reconhecem sua postura coerente e seu compromisso com a estabilidade política do estado.

Walter sabe bem a situação do Estado, as dificuldades, problemas, a crise que o RN enfrenta, e o quanto seria difícil ir para a reeleição com a pecha de candidato de Fátima. Seria a continuidade de uma gestão – que apesar de eleita no 1° turno em 2022 – é altamente reprovada e com grandes dificuldades de entrega.

Há, porém, uma expectativa de que Walter Alves, mesmo em um mandato curto, possa imprimir um ritmo diferente à administração estadual, priorizando a resolução de problemas imediatos e preparando o terreno para seu sucessor. Sua habilidade em articular politicamente e sua experiência legislativa serão fundamentais para conduzir o estado nesse período de transição.

Já se escuta nos corredores do Centro Administrativo que determinadas situações “é Walter quem vai resolver”, pela falta de disponibilidade (ou de interesse) da governadora Fátima e sua equipe. A frase simboliza a esperança de que o vice-governador possa, ao menos, colocar a casa em ordem antes da eleição de um novo chefe do Executivo.

A missão de Walter Alves não será fácil. Mas seu desempenho poderá influenciar diretamente no futuro político do Estado e na construção de uma nova narrativa para o RN pós-Fátima. Se conseguir imprimir um ritmo mais dinâmico, voltado à resolução de problemas reais da população, poderá sair do governo com a imagem fortalecida — mesmo sem buscar um novo mandato.

A partir de abril de 2026, o Rio Grande do Norte terá a oportunidade de experimentar um novo estilo de governo, mesmo que temporário. A pergunta que fica é: Walter Alves vai conseguir resolver?

Foto: Divulgação

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E o transporte de Parnamirim, MPRN?

E o transporte de Parnamirim, MPRN?

Editorial POR DENTRO DO RN

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deu um passo importante ao recomendar a retirada imediata de circulação de ônibus com acessibilidade inadequada ou com mais de 18 anos de fabricação do sistema intermunicipal de transporte. A medida é correta, necessária e atende a um clamor legítimo por dignidade no serviço prestado à população potiguar. No entanto, causa perplexidade que a mesma atenção não seja estendida ao transporte público municipal de Parnamirim, cuja situação é, sem exagero, ainda mais alarmante.

O sistema de transporte interbairros de Parnamirim está à margem da legalidade e da dignidade. O que se vê circulando nas ruas da terceira maior cidade do estado são vans ultrapassadas, com até 24 anos de uso — como é o caso de um veículo fabricado em 2001, ainda em operação, conforme denúncia recente. São veículos sem qualquer adaptação para pessoas com deficiência, desrespeitando frontalmente as leis de acessibilidade e ferindo o direito básico de ir e vir de parte da população.

É inconcebível que, em pleno 2025, o transporte público de uma cidade metropolitana, que cresce em ritmo acelerado, continue sendo oferecido em veículos que mais parecem saídos de um ferro-velho. Pior: os usuários pagam uma tarifa elevada para andar em condições precárias, sem conforto, segurança ou inclusão. Isso é inaceitável. O MPRN precisa, com urgência, voltar os olhos para Parnamirim e exigir que a Prefeitura e as empresas operadoras cumpram com suas obrigações legais.

A recomendação que o MPRN emitiu ao DER-RN foi baseada na legislação federal que determina a acessibilidade universal no transporte público, além do limite de idade dos veículos, justamente para garantir segurança, eficiência e inclusão. Pois bem: as mesmas normas são sistematicamente descumpridas em Parnamirim, sem que o Ministério Público tome providências públicas até agora. Por quê?

O transporte interbairros da cidade opera sem licitação, sem controle efetivo, sem fiscalização rigorosa. Não há transparência sobre a arrecadação, nem clareza sobre os critérios adotados para definir itinerários, tarifas ou renovação de frota. Tudo segue em uma espécie de zona cinzenta da mobilidade urbana, enquanto os passageiros são penalizados diariamente. Quem depende desse sistema sabe: a qualidade é tão baixa quanto a ausência de investimentos.

Além disso, é essencial lembrar que o Estatuto da Pessoa com Deficiência, em vigor desde 2016, é claro: todos os veículos de transporte público devem ser adaptados, com elevadores, sinalização adequada e espaços reservados. O que se vê em Parnamirim é o completo oposto disso. São escadas íngremes, ausência de plataformas, nenhum espaço para cadeirantes e total desrespeito à população idosa e com mobilidade reduzida.

A omissão do poder público local, através da gestão da prefeita professora Nilda, é grave. E é urgente que a população possa contar com o MPRN na mudança desse cenário trágico que é o transporte municipal de Parnamirim. O Ministério Público tem um papel fundamental na garantia de direitos coletivos e na fiscalização da administração pública. E o transporte é, sim, um direito básico que deve ser assegurado com qualidade, eficiência e respeito à dignidade humana. A população de Parnamirim merece mais que promessas de uma gestão marqueteira como a que está lá. Merece ação.

É hora do MPRN agir. Que o mesmo rigor aplicado ao sistema intermunicipal chegue também às ruas de Parnamirim. Que se cobre da Prefeitura o que nunca foi exigido: transparência, licitação, renovação de frota e acessibilidade universal. A cidade cresceu, mas seu transporte público parou no tempo. E quem paga essa conta — mais uma vez — é o povo.

Foto: Divulgação

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As contas reprovadas de um governo reprovado

As contas reprovadas de um governo reprovado

Editorial POR DENTRO DO RN

O Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE-RN) caminha para a reprovação das contas do exercício de 2019 da governadora Fátima Bezerra (PT), apontando irregularidades fiscais e descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Este parecer negativo não é um fato isolado, mas sim um reflexo de uma gestão marcada por crises em diversas áreas essenciais – ainda que se trate de contas do primeiro mandato de Fátima, quando, posteriormente, ela ainda conseguiu ser reeleita no primeiro turno no pleito seguinte.

Os problemas se acumulam. Em um resumo muito raso, por assim dizer, e voltado para questões mais recentes, destacamos que na saúde, a população enfrenta a precariedade dos serviços, com hospitais superlotados e falta de insumos básicos. A segurança pública, por mais que tenha melhores índices, é certo dizer que também está em colapso, com episódios de violência recorrentes e uma grave crise que caminha para se aprimorar no setor penitenciário.

Na educação, setor que projetou Fátima para a vida pública, a situação não é diferente. Em 2025, os professores da rede estadual deflagraram uma greve que durou 34 dias, reivindicando o reajuste do piso salarial e o pagamento de retroativos de 2023 e 2024. Após intensas negociações, o governo propôs um reajuste de 6,27%, parcelado em duas etapas: 5% em abril e 1,27% em junho. Os retroativos, no entanto, ficaram para ser discutidos em novembro, levando em consideração a situação financeira do Estado.

Em meio a um cenário de dificuldades em áreas essenciais, a luta do Governo Fátima foi pelo aumento de impostos. A decisão de aumentar a alíquota do ICMS de 18% para 20% gerou descontentamento entre os contribuintes e setores produtivos, que enfrentam uma carga tributária mais pesada em um cenário econômico já desafiador.

Agora, com uma taxa de rejeição que ultrapassa 50%, a governadora Fátima enfrenta não apenas a desaprovação de suas contas, mas também o desafio de reconquistar a confiança da população e de preparar um sucessor viável para as próximas eleições, quando tentará voltar ao Senado. A governadora já apela para Lula, afirmando ser desejo do presidente que ela volte a ser senadora. Só o índice de desaprovação dela, já indica que o desejo de que Fátima seja de novo senadora pode ser só de Lula – e mais alguns poucos.

Há, porém, outro fator muito importante que precisa ser considerado pela governadora: a reprovação das contas. O fato serve como um alerta para a necessidade de ajustes profundos na gestão estadual, visando atender às demandas da sociedade potiguar e restaurar a credibilidade do governo.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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E agora, Girão? Direita do RN segue dividida

E agora, Girão? Direita do RN segue dividida

Editorial POR DENTRO DO RN

As declarações do deputado federal General Girão (PL) sobre a eventual candidatura do senador Rogério Marinho (PL) ao governo do Rio Grande do Norte em 2026 escancararam um problema que há tempos ronda os bastidores da política potiguar: a desunião da direita. A crítica inicial de Girão – dizendo que Marinho “seria mais útil ao RN ficando em Brasília” – foi revertida dias depois, com uma tentativa de reconciliação, em que o parlamentar passou a dizer que o senador é “o mais preparado” para governar o estado. Mas o estrago político já estava feito.

A palavra-chave que define o atual momento do campo conservador no RN é desarticulação. A direita potiguar, que ganhou fôlego nos últimos anos com o avanço do bolsonarismo, com a força crescente do PL no estado e, principalmente, com a desaprovação do atual governo de Fátima Bezerra (PT), parece agora travada por disputas internas, vaidades e ausência de liderança coesa.

Mesmo após o recuo, o posicionamento inicial de General Girão não deve ser interpretado como um mero deslize retórico. Suas palavras refletem um incômodo real entre parte da base de apoio da direita potiguar quanto ao projeto político de Rogério Marinho para 2026. O senador até aqui não conseguiu consolidar consenso entre aliados, e nomes que antes orbitavam naturalmente ao seu redor hoje fazem cálculos próprios, mirando voos independentes.

Entre esses nomes, estão dois que ganham cada vez mais espaço no debate: o ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), e o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil). Ambos têm boas avaliações em suas respectivas cidades e, ao que tudo indica, ambições que ultrapassam os limites do seu anterior mandato, no caso de Álvaro, e do seu mandatos atual, no caso de Allyson. No entanto, cada um caminha isoladamente, sem articulação regional sólida nem base estadual consolidada – o que enfraquece o campo do centro-direita como um todo.

A possível candidatura de Rogério Marinho ao governo do RN em 2026 carrega o peso da expectativa, mas também o fardo das contradições internas de seu grupo político. A crítica de Girão, mesmo revogada, ajuda a reforçar a ideia de que o senador ainda não conseguiu unir sua base – um pré-requisito essencial para qualquer projeto eleitoral viável. Afinal, se dentro de casa não há alinhamento, como esperar coesão para enfrentar adversários estruturados, como os nomes da esquerda ou do PT local, que, apesar de todas as dificuldades, já demonstraram eficiência eleitoral em pleitos anteriores?

A falta de articulação não é apenas uma questão de nomes, mas de estratégia. A direita no RN falha em construir uma narrativa unificada. Enquanto o PT tem a teoria de um discurso coeso, pautado por programas sociais, defesa dos servidores e aproximação com movimentos populares – ainda que a prática seja muito diferente -, o campo conservador ainda se prende ao antipetismo e à memória de 2018, sem apresentar uma proposta concreta de futuro para o estado. Quando muito, dão destaque a possibilidade de venda da Caern. Só!

Não bastasse isso, a relação entre os possíveis candidatos da direita é marcada por desconfiança mútua. Álvaro Dias, embora se aproxime de pautas conservadoras, já demonstrou autonomia em decisões políticas e carrega o fato de estar sem mandato para lhe dar destaque – enquanto é ‘enaltecido’ pelas acusações do MPRN sobre as eleições de 2024, por ocasião da eleição do sucessor, Paulinho Freire em Natal – o MPRN denunciou Álvaro e outros políticos por uso da máquina política. Allyson Bezerra, por sua vez, é jovem, tem carisma, mas ainda carece de capital político fora da região Oeste. E Girão, com sua declaração pública seguida de recuo, demonstra a instabilidade de um grupo que ainda não sabe em qual palanque realmente vai subir.

O eleitorado potiguar, especialmente o conservador, espera mais do que disputas de ego e ensaios de traição. Espera união, clareza de propostas e lideranças comprometidas com um projeto de estado.

Enquanto isso não acontece, a pergunta segue no ar: e agora, Girão? Sua fala revelou mais do que uma opinião momentânea – escancarou a fragilidade da direita do RN. Em 2026, quem quiser vencer, precisará fazer muito mais do que recuar. Será preciso unir. E isso, até aqui, ninguém demonstrou capacidade real de fazer.

Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados /Ilustração

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PSD cresce no RN e ameaça plano do PT de eleger Fátima Bezerra ao Senado em 2026

PSD cresce no RN e ameaça plano do PT de eleger Fátima Bezerra ao Senado em 2026

Editorial POR DENTRO DO RN

A política potiguar começa a redefinir seus polos de influência. Enquanto o Partido dos Trabalhadores (PT) mergulha em crise de imagem, com uma gestão estadual mal avaliada – agora reforçada a nível nacional pelo escândalo do INSS, que caiu no colo do presidente Lula e sua equipe – e dificuldades crescentes de articulação, é notório que o PSD de Zenaide Maia e Jaime Calado ocupa o vácuo deixado pela legenda historicamente dominante. Não se trata de um rompimento formal entre aliados de ocasião, mas o avanço do PSD já ameaça os planos centrais da cúpula petista: eleger Fátima Bezerra ao Senado.

O movimento de Zenaide e Jaime é silencioso e cirúrgico. Sem romper com o campo chamado progressista, mas também sem se submeter a alianças incondicionais, o PSD atua como centro político real. Diferente do PT, que ficou preso a uma estrutura de poder já desgastada, o PSD abre diálogo com setores variados, apresenta nomes viáveis nas disputas locais e conquista, de forma silenciosa e pragmática, prefeitos e eleitorados que antes estavam sob controle da esquerda.

A vitória de Jaime Calado em São Gonçalo do Amarante nas eleições de 2024 não foi apenas uma disputa municipal. Representou o enfrentamento direto ao PT na cidade mais simbólica da gestão estadual, e em um território que havia sido cuidadosamente moldado pelo partido nos últimos anos. A derrota de Eraldo Paiva, que buscava a reeleição com apoio do governo estadual, expôs as fragilidades do PT e fortaleceu o discurso de independência do PSD.

Importante lembrar: Jaime Calado foi secretário do Desenvolvimento Econômico no primeiro governo Fátima. Zenaide Maia foi eleita senadora em 2018 na chapa liderada por Fátima. Ambos não perdem tempo em deixar claro que estão ao lado de Fátima e anunciam que deverão estar juntos em 2026. A questão não é a união oficial, mas as discordâncias oficiosas que ocorrem. Além disso, ao contrário de seguir submerso à máquina petista, o casal percebeu o esvaziamento político do PT e reposicionou o PSD como alternativa viável de poder, já mirando as composições de 2026.

A movimentação não é à toa. Fátima Bezerra finaliza seu segundo mandato sob forte rejeição. A gestão amarga altos índices de reclamação em áreas essenciais como saúde, educação e segurança. A centralização das decisões no entorno de Cadu Xavier, atual secretário da Fazenda e possível pré-candidato ao governo, tem gerado desconforto até mesmo entre petistas históricos. Internamente, o partido enfrenta um ciclo de esvaziamento: prefeitos se afastam, quadros relevantes migram – ainda que silenciosamente, como presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira – e a base eleitoral mostra sinais de fadiga.

Nesse cenário, Zenaide Maia surge como figura com potencial de se projetar para sua reeleição ao Senado, possivelmente ocupando o espaço que Fátima pretende manter. A governadora, inclusive, já apela que sua candidatura ao Senado em 2026 “é um desejo do presidente Lula”. E ai surge uma pergunta simples ao eleitor: prefere se manter uma senadora com uma (possível) boa relação com seu município, com as suas lideranças locais… ou eleger uma nova senadora que não tem sido uma boa governadora, com índices de reprovação altíssimos?

O PSD avança com cautela, mas com firmeza. Faz política de bastidor com protagonismo, ocupa espaços eleitorais estratégicos e articula alianças fora da bolha ideológica que hoje limita o PT. Ao adotar um discurso de centro, abre portas onde o radicalismo político já não convence.

A eleição de 2026 no Rio Grande do Norte começa a ser desenhada agora. E, nesse tabuleiro, o PSD não apenas joga: começa a liderar os movimentos mais relevantes do cenário. Enquanto o PT tenta resistir aos efeitos de sua gestão, o PSD cresce, acomoda novas lideranças e se coloca como uma alternativa real de poder.

Foto: Raiane Miranda/Governo do RN/Ilustração

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Crise nos presídios do RN expõe falência do Estado

Crise nos presídios do RN expõe falência do Estado

Editorial POR DENTRO DO RN

O sistema penitenciário do Rio Grande do Norte enfrenta – mais uma – grave crise. Mortes dentro das celas, infestação de ratos, infraestrutura precária e omissão do poder público compõem um cenário de descontrole que ameaça não apenas os apenados, mas toda a sociedade potiguar. A crise nos presídios do RN deixou de ser uma questão restrita ao sistema prisional – é, hoje, uma bomba-relógio prestes a explodir no coração da segurança pública estadual.

A Penitenciária Estadual de Alcaçuz, localizada em Nísia Floresta, simboliza o colapso da política prisional no Rio Grande do Norte. Em menos de dois meses, três detentos foram mortos dentro da unidade. O caso mais recente ocorreu em maio de 2025, revelando, mais uma vez, a ausência de controle por parte da Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP). A cada nova ocorrência, expõe-se a fragilidade das estruturas físicas e administrativas do sistema.

Além da violência, surgem denúncias chocantes sobre as condições sanitárias da penitenciária. A presença de ratos nos pavilhões de Alcaçuz foi revelada por reportagens recentes, revelando um ambiente insalubre tanto para os presos quanto para os servidores. A deterioração da infraestrutura carcerária ultrapassa os limites do aceitável. Não se trata de romantizar o cárcere, mas de reconhecer que o descaso estatal contribui para a degradação humana, fomentando a barbárie e fortalecendo o crime organizado.

Em resposta ao agravamento da crise, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) protocolou um pedido de afastamento imediato do secretário da SEAP, Helton Edi Xavier. Segundo o MP, o gestor teria se omitido diante de alertas sobre riscos iminentes à vida dos internos, deixando de adotar medidas preventivas. O pedido de afastamento não é apenas um ato jurídico; representa o grito de alerta de uma instituição que, diferentemente do Executivo estadual, ainda reage diante do colapso em curso.

Apesar da gravidade da situação, o governo estadual, sob a liderança da governadora Fátima Bezerra (PT), mantém um silêncio constrangedor. Para além das notas oficias emitidas pela assessoria de comunicação do Governo confirmando os absurdos noticiados, nenhuma medida concreta foi anunciada, tampouco houve uma manifestação pública à altura da crise. A omissão atual evoca lembranças traumáticas do massacre de 2017, também em Alcaçuz, quando o Estado falhou em agir e dezenas de vidas foram perdidas. A história parece destinada a se repetir, com os mesmos erros e a mesma negligência.

É preciso compreender que a crise nos presídios do RN afeta toda a estrutura da segurança pública. Facções criminosas operam de dentro das celas, organizam crimes, intimidam agentes públicos e desafiam o controle estatal. Cada falha na gestão penitenciária se converte, cedo ou tarde, em mais violência nas ruas, alimentando o medo cotidiano de quem vive, trabalha e estuda em solo potiguar.

A sociedade precisa reagir com firmeza. É hora de cobrar uma reformulação completa da política prisional. Isso inclui:

  • investimento em infraestrutura e tecnologia;
  • transparência na gestão;
  • reforço à atuação de órgãos fiscalizadores;
  • valorização e capacitação dos agentes penitenciários;
  • implementação de políticas reais de ressocialização.

O atual cenário é insustentável. O Estado não pode mais ignorar os alertas que se multiplicam em reportagens, denúncias e recomendações técnicas. A crise nos presídios do RN já extrapolou os muros das penitenciárias e se projeta como uma ameaça direta à ordem pública e à paz social. Quando a próxima tragédia acontecer — e ela acontecerá, se nada for feito — não será possível alegar surpresa. O aviso está dado.

Foto: Reprodução/Governo do RN

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Crise na saúde pública de Natal afeta população mais pobre

Crise na saúde pública de Natal afeta população mais pobre

Editorial POR DENTRO DO RN

A saúde pública de Natal vive um colapso. Em meio ao cenário de abandono promovido pela gestão da Prefeitura, a população enfrenta um cenário dramático: médicos da rede municipal estão com os serviços paralisados por falta de pagamento, famílias com crianças alérgicas à proteína do leite de vaca não conseguem acesso às fórmulas especiais, e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) assinou um contrato emergencial no valor de R$ 271 milhões para serviços médicos — tudo isso enquanto o recém-inaugurado Hospital Municipal segue fechado e sem previsão de funcionamento.

Médicos das UPAs paralisam atendimentos por falta de salário

A paralisação dos médicos é reflexo direto da ausência de compromisso da gestão com a saúde pública. Profissionais cooperados que atuam nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e ambulatórios da capital estão há três meses sem receber seus honorários. A dívida da Prefeitura de Natal com a Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed-RN) ultrapassa os R$ 10 milhões, o que levou os médicos a reduzirem drasticamente o atendimento — apenas 30% da capacidade está em funcionamento, comprometendo a assistência à população.

Falta de fórmula especial agrava drama de famílias com crianças alérgicas

Outro problema grave é a ausência de fórmulas nutricionais destinadas a crianças com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV). Embora o Ministério da Saúde tenha incluído essas fórmulas na lista de distribuição gratuita, a entrega em Natal ainda não é uma realidade. Famílias de baixa renda, que não têm condições de arcar com o custo elevado dos produtos, veem-se desamparadas. A situação coloca em risco o crescimento e o bem-estar de dezenas de crianças da capital potiguar.

Contrato emergencial de R$ 271 milhões: solução ou agravante?

Em meio ao caos, a Secretaria Municipal de Saúde de Natal assinou um contrato emergencial de R$ 271 milhões para serviços médicos. Enquanto isso, a população continua sem acesso a serviços básicos de saúde.

Hospital Municipal segue sem funcionar após inauguração

Inaugurado em dezembro passado, o Hospital Municipal de Natal permanece de portas fechadas. A estrutura, que foi anunciada como um grande avanço para a saúde da cidade, ainda não está em operação. O local poderia aliviar a sobrecarga dos hospitais e UPAs da rede pública, mas segue como mais um símbolo do descaso da administração municipal com a saúde da população.

População mais pobre paga o preço do abandono

O colapso da saúde em Natal atinge com mais força quem mais depende do sistema público: a população pobre. Sem acesso a consultas, medicamentos, atendimento emergencial ou nutrição adequada para seus filhos, essas famílias se veem desamparadas. Enquanto isso, recursos milionários são direcionados a contratos questionáveis, e promessas de campanha seguem sem ser cumpridas.

População paga o preço da má gestão

É inaceitável que uma capital como Natal esteja imersa em tamanho descontrole na área da saúde. A falta de pagamento aos profissionais, a ausência de insumos básicos e o fechamento do Hospital Municipal são indícios claros de uma gestão desconectada da realidade da população. A crise exige respostas urgentes, planejamento e compromisso com a vida das pessoas. O silêncio e a omissão da Prefeitura de Natal só agravam a tragédia social em curso.

Foto: Divulgação/SMS Natal/Ilustração

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Falta de leitos de UTI no RN agrava crise na saúde pública e pressiona Governo Fátima

Falta de leitos de UTI no RN agrava crise na saúde pública e pressiona Governo Fátima

Editorial POR DENTRO DO RN

O Rio Grande do Norte enfrenta uma grave crise na saúde pública: a falta de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na rede estadual deixa dezenas de pacientes sem atendimento adequado. Dados do sistema Regula RN mostram que 91 pessoas aguardavam por um leito de UTI, enquanto apenas 53 vagas estavam disponíveis, refletindo o colapso do sistema.

O aumento da demanda, impulsionado por doenças respiratórias e agravado pela falta de estrutura, forçou a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) a reconhecer a emergência sanitária e anunciar medidas emergenciais. Entre elas, a abertura de 30 novos leitos de UTI em hospitais de Natal e Mossoró.

Governo do RN abre leitos, mas problemas persistem

Os novos leitos foram distribuídos no Hospital da Mulher, em Mossoró; no Hospital Giselda Trigueiro e no Hospital Rio Grande, em Natal. Apesar da ação emergencial, a abertura de leitos não resolve as falhas crônicas da gestão da saúde no RN.

A superlotação dos hospitais, a falta de profissionais de saúde e a escassez de insumos essenciais comprometem o atendimento diário da população. A situação tem impacto direto na avaliação do governo estadual, gerando forte rejeição popular.

Promessas antigas e a realidade nos hospitais do RN

Em março de 2025, a governadora Fátima Bezerra anunciou que o problema histórico dos corredores lotados no Hospital Walfredo Gurgel havia sido resolvido. Ela garantiu que, desde 23 de fevereiro, não havia mais pacientes nos corredores. No entanto, a crise atual nas UTIs do RN demonstra que os desafios na saúde pública continuam sem solução definitiva.

A população ainda enfrenta longas filas por atendimento, dificuldades no acesso a serviços básicos e a angústia de não ter garantido um leito de UTI em momentos críticos.

Falta de leitos de UTI expõe falhas estruturais na saúde do RN

O colapso das UTIs no Rio Grande do Norte é um reflexo direto das falhas estruturais acumuladas ao longo dos anos e da ineficiência na gestão da saúde pública estadual. A crise atual escancara a urgência de políticas públicas mais eficazes, investimentos estruturais e uma gestão que priorize o acesso à saúde para todos.

Sem ações concretas e estruturais, a população do RN continuará sofrendo com a precariedade dos serviços de saúde, especialmente nos momentos em que mais precisa.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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Insegurança em Natal persiste apesar de queda nos crimes

Insegurança em Natal persiste apesar de queda nos crimes

Editorial POR DENTRO DO RN

RN reduziu homicídios em 2023, mas insegurança em Natal continua a afetar quem caminha, trabalha e vive na cidade

Os dados recentes do Atlas da Violência 2024 apontaram o Rio Grande do Norte como líder nacional na redução de homicídios em 2023. Uma notícia que, à primeira vista, deveria encher os potiguares de alívio. No entanto, a sensação nas ruas de Natal é bem diferente: o medo ainda dita a rotina da população, principalmente nas áreas urbanas mais movimentadas.

Enquanto os números oficiais comemoram a redução dos assassinatos, os crimes do dia a dia — furtos, assaltos, roubos e tentativas de sequestro — continuam sendo uma dura realidade para quem vive, trabalha ou apenas transita pela cidade. O recente terceiro assalto em sequência a corredoras no bairro Petrópolis, noticiado pelo Por Dentro do RN, é um retrato cruel dessa disparidade.

Uma segurança que não chega às ruas

É preciso dizer com clareza: a segurança pública vai muito além dos índices de homicídios. A população quer — e precisa — sentir-se segura ao sair de casa, caminhar na rua, esperar um ônibus ou simplesmente frequentar os espaços públicos. O que se vê em Natal, no entanto, é uma capital onde o medo caminha lado a lado com o cidadão.

A falta de policiamento ostensivo, a ausência de patrulhamento em horários críticos e a deficiência de iluminação pública em diversos bairros expõem uma falha estrutural das políticas de segurança urbana. E, aqui, a responsabilidade é compartilhada entre o Governo do Estado, a Prefeitura de Natal e seus respectivos órgãos de segurança.

A gestão que enxerga números, mas ignora pessoas

O Governo Fátima, responsável pela segurança pública estadual, tem motivos para comemorar a queda dos homicídios. Mas não pode se furtar de enfrentar o aumento da criminalidade urbana que aflige os natalenses.

É lamentável que, em pleno 2025, uma cidade como Natal ainda assista a cenas recorrentes de arrastões, assaltos a mão armada e ataques a pedestres em plena luz do dia. Não é por falta de conhecimento dos problemas — é por falta de ação efetiva e compromisso com a segurança do cidadão comum.

A violência “invisível” que o Atlas não mostra

Os dados do Atlas da Violência medem assassinatos, mas não refletem a violência cotidiana que mais afeta a sensação de segurança da população. É essa violência “invisível”, do furto ao celular, da bolsa arrancada, do assalto em sinaleiras e calçadas, que constrói a verdadeira percepção de abandono – e que em boa parte das vezes, são subnotificados.

Essa realidade não será revertida com estatísticas frias ou com promessas eleitoreiras. É preciso uma política de segurança integrada, com ações conjuntas entre Estado e Município, focadas na prevenção e no policiamento de proximidade.

A urgência de mudar

O povo natalense não pode mais ser refém da omissão das autoridades. É urgente que o Governo do Estado e a Prefeitura de Natal deixem de lado o discurso de autosuficiência e se voltem para a realidade das ruas.

Enquanto o Estado celebra índices, a população de Natal clama por segurança real.

A violência em Natal diminuiu ou continua alta?

Apesar da redução nos homicídios em 2023, a insegurança em Natal continua preocupante.

O que o Governo do RN tem feito para melhorar a segurança em Natal?

O governo estadual foca no combate a homicídios, mas ações para segurança urbana, como policiamento ostensivo, ainda são insuficientes.

Foto: Divulgação/Polícia Militar do RN/Ilustração

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Mercado da Redinha: auxílio suspenso, abandono mantido

Mercado da Redinha: auxílio suspenso, abandono mantido

Editorial POR DENTRO DO RN

A prefeitura de Natal deu mais uma demonstração de insensibilidade e desprezo pelas camadas mais vulneráveis da sociedade. Em um gesto que beira a crueldade, a gestão do prefeito Paulinho Freire decidiu suspender o pagamento do auxílio destinado aos permissionários do Mercado da Redinha, mesmo com o equipamento público permanecendo fechado.

O mercado, que há anos passa por uma novela de promessas, segue de portas fechadas sem previsão concreta de reabertura. Enquanto isso, dezenas de trabalhadores que dependiam daquele espaço para garantir seu sustento estão abandonados, sem alternativa de renda e agora também sem o apoio mínimo que era prestado pela prefeitura.

A justificativa oficial é, no mínimo, desrespeitosa. A Semtas parece ter se especializado em discursos frios e desconectados da realidade. Ao suspender o auxílio, o recado é claro: os problemas dos permissionários não são prioridade para a atual administração.

Essa decisão revela não apenas falta de sensibilidade, mas também despreparo em lidar com a função social da gestão pública. A prefeitura não oferece prazos concretos, não apresenta soluções e ainda retira o pouco que restava para famílias que, sem culpa, foram privadas do direito ao trabalho. Trata-se de um duplo abandono: estrutural e social.

Uma gestão que não ouve

Desde o início de seu mandato, Paulinho Freire vem se notabilizando por uma gestão apagada, até o momento sem grandes marcas positivas – mas sim com graves problemas de comunicação, já criticada até mesmo por seus aliados. A situação dos permissionários da Redinha é apenas mais um capítulo do distanciamento entre o gabinete do prefeito e a vida real das pessoas.

As promessas de revitalização se acumulam, as obras emperram e a solução não chega. Mesmo diante desse cenário, a gestão municipal optou por cortar o auxílio, como se a responsabilidade fosse dos próprios trabalhadores.

O impacto dessa medida vai muito além do financeiro. É uma afronta à dignidade de pessoas que, há anos, enfrentam a precariedade por conta da ineficiência do poder público. Cortar o auxílio em um momento em que o mercado segue fechado é virar as costas para quem mais precisa.

Desamparar os trabalhadores só amplia a crise social, reforça a imagem de uma gestão insensível e alimenta a revolta de quem já se sente esquecido pela gestão municipal. O episódio do auxílio da Redinha escancara a face de uma gestão que não enxerga as pessoas por trás dos números.

Mais do que uma questão de recurso, trata-se de vontade política e de respeito. Em vez de buscar soluções criativas, estabelecer parcerias ou ao menos apresentar um cronograma confiável de reabertura, a prefeitura optou pelo caminho mais fácil — e mais cruel.

A sociedade natalense deve refletir: que tipo de gestão é essa que fecha um mercado e, sem resolver o problema, ainda corta o auxílio de quem mais precisa?

O que se observa, mais uma vez, é que a prefeitura de Natal está distante da realidade das pessoas. No caso da Redinha, é como se a gestão dissesse: “o problema é de vocês, virem-se como puderem”.

Foto: Magnus Nascimento/Prefeitura de Natal/Ilustração

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Ratos em Alcaçuz: o colapso da política prisional no RN

Ratos em Alcaçuz: o colapso da política prisional no RN

Editorial POR DENTRO DO RN

A recente descoberta de um ninho de ratos em um depósito de alimentos no presídio de Alcaçuz é mais do que um incidente isolado; é o retrato do colapso da política prisional no Rio Grande do Norte. Em um governo que se autodenomina progressista e defensor dos direitos humanos, a situação dos presídios reflete negligência, abandono e uma crise que se aprofunda a cada dia.

O flagrante, realizado por policiais penais, expõe não apenas a insalubridade das instalações, mas também a falta de gestão e fiscalização adequadas. Alimentos destinados aos detentos sendo armazenados em locais infestados por roedores é uma violação grave dos direitos humanos e um risco à saúde pública.

A crise se agrava com o pedido do Ministério Público do RN pelo afastamento do secretário da Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), motivado por falhas na gestão dos presídios de Alcaçuz e Natal. Essa solicitação evidencia a falta de confiança nas ações do governo estadual e a urgência de mudanças estruturais na administração penitenciária.

O governo Fátima Bezerra, que deveria priorizar políticas públicas inclusivas e humanizadas, demonstra, na prática, um descompromisso alarmante com a dignidade dos detentos e a segurança dos profissionais que atuam no sistema prisional. A ausência de investimentos, a precarização das condições de trabalho e a falta de políticas de ressocialização são sintomas de uma gestão que falha em suas responsabilidades básicas.

Além disso, a crise no sistema prisional reflete diretamente na segurança pública do Estado. Presídios superlotados, sem controle efetivo e com condições degradantes, tornam-se verdadeiras bombas-relógio, ameaçando não apenas os internos, mas toda a sociedade.

É inadmissível que, em pleno século XXI, o Rio Grande do Norte conviva com situações que remetem a práticas medievais de encarceramento. A presença de ratos em locais destinados à alimentação humana – seja onde for – é um símbolo do abandono e da falência de um sistema que deveria ser pautado pela legalidade, pela ética e pelo respeito aos direitos fundamentais.

O governo estadual precisa assumir sua responsabilidade e implementar medidas urgentes para reverter esse cenário. Isso inclui a a melhoria das condições físicas dos presídios, a valorização dos profissionais da área e a implementação de políticas efetivas de ressocialização.

A sociedade potiguar não pode mais tolerar a negligência e o descaso com que o sistema prisional vem sendo tratado. É hora de exigir transparência, responsabilidade e ações concretas que garantam a dignidade humana e a segurança de todos.

Foto: Reprodução

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Os tropeços da gestão Paulinho Freire1

Os tropeços da gestão Paulinho Freire

Editorial POR DENTRO DO RN

Praticamente seis meses após assumir a Prefeitura de Natal, Paulinho Freire (União Brasil) enfrenta uma série de desafios que colocam sua gestão sob escrutínio. Desde o início do mandato, a administração tem sido marcada por denúncias, obras paradas e uma comunicação considerada ineficaz até por aliados.

Uma das principais questões enfrentadas pela gestão é a ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) movida pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN). A ação acusa o prefeito, sua vice, Joanna Guerra, e outros envolvidos – incluindo seu então principal aliado e apoiador em 2024, o prefeito Álvaro Dias (Republicanos), e os vereadores eleitos Daniell Rendall e Irapoã Nóbrega – de abuso de poder político e econômico nas eleições municipais de 2024.

Segundo o MPRN, há indícios de que servidores comissionados e terceirizados foram coagidos a apoiar os candidatos aliados à administração municipal, sob ameaça de demissão e exoneração.

Além das denúncias, a gestão enfrenta dificuldades financeiras significativas. Relatórios indicam que Paulinho Freire herdou R$ 862 milhões em dívidas e 46 obras paralisadas ou inacabadas. Essas obras, muitas nas áreas de educação e serviços urbanos, impactam diretamente a população e evidenciam os desafios na infraestrutura da cidade.

Em resposta à situação fiscal, o prefeito anunciou cortes de gastos, determinando que todas as secretarias reduzam ao menos 20% das despesas. Medidas como a suspensão do pagamento de jetons e restrições no uso de diárias e passagens aéreas foram implementadas.

No entanto, essas ações não têm sido suficientes para conter as críticas. A comunicação da gestão é apontada como um dos pontos fracos, com falta de transparência e dificuldade em transmitir as ações do governo à população. Aliados políticos têm expressado preocupação com a ausência de uma estratégia eficaz de comunicação, o que contribui para a percepção de inércia administrativa.

Enquanto isso, a população aguarda por soluções concretas para os problemas enfrentados pela cidade. Uma coisa é fato: a falta de engajamento e de ações efetivas por parte da gestão Paulinho Freire levanta questionamentos sobre a capacidade do prefeito em conduzir a administração municipal e atender às demandas da sociedade natalense.

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

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Ordem do dia na ALRN: salários dos deputados acima do teto

Ordem do dia na ALRN: salários dos deputados acima do teto

Editorial POR DENTRO DO RN

Em um Estado assolado por crises econômicas e sociais, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN) protagoniza um escândalo que fere a moralidade pública e agrava as desigualdades: deputados estaduais recebem salários que ultrapassam o teto constitucional, graças a “vantagens pessoais” e auxílios diversos que inflacionam seus vencimentos.

A Constituição Federal estabelece que nenhum servidor público pode receber remuneração superior ao subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal, atualmente fixado em R$ 41.650,92. No entanto, na ALRN, parlamentares acumulam vencimentos que, somados a gratificações e auxílios, ultrapassam esse limite, chegando a cifras alarmantes.

Essa prática não apenas contraria os princípios constitucionais, mas também representa um desrespeito à população potiguar, que enfrenta diariamente a precariedade dos serviços públicos. Enquanto hospitais carecem de insumos básicos, escolas funcionam em condições inadequadas e a segurança pública é insuficiente, os deputados estaduais desfrutam de benefícios incompatíveis com a realidade do Estado.

Além dos salários exorbitantes, a ALRN também é marcada por um inchaço na estrutura administrativa. O número de cargos comissionados triplicou em cinco anos, passando de 836 em 2011 para 2.592 em 2016. Esses cargos, preenchidos por indicações políticas, representam 86% do total de funcionários ativos da Casa e consomem quase metade do orçamento destinado ao pessoal.

Em 2017, a Assembleia Legislativa gastou mais de R$ 268 milhões, sendo R$ 169 milhões destinados a vencimentos e vantagens de pessoal civil. Desse montante, R$ 31,5 milhões foram utilizados para cobrir custos com auxílio alimentação, e R$ 11,4 milhões para “outros serviços de terceiros – pessoa jurídica”.

A discrepância entre os privilégios dos deputados e a realidade da população é gritante. Enquanto os parlamentares acumulam benefícios, o cidadão comum enfrenta dificuldades para acessar serviços básicos. Essa desigualdade não apenas fere os princípios da equidade e da justiça social, mas também mina a confiança nas instituições democráticas.

É urgente que medidas sejam tomadas para corrigir essas distorções. A transparência na gestão dos recursos públicos deve ser uma prioridade, e os salários dos parlamentares devem obedecer aos limites estabelecidos pela Constituição.

A sociedade potiguar não pode mais tolerar práticas que privilegiam uma minoria em detrimento da maioria. É hora de exigir responsabilidade, ética e compromisso com o bem comum por parte de nossos representantes.

O que podemos observar é que na ALRN, a ordem do dia — de todos os dias — é que o salário dos deputados seja acima do teto. Essa realidade precisa mudar para que a Assembleia Legislativa recupere sua credibilidade e cumpra seu papel de servir ao povo potiguar com responsabilidade e ética.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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O PT do RN e seu caminho rumo a 'Perda Total'

O PT do RN e seu caminho rumo a ‘Perda Total’

Editorial POR DENTRO DO RN

A recente desfiliação da prefeita de Sítio Novo, Andrezza Brasil, do Partido dos Trabalhadores (PT) para se filiar ao Partido Social Democrático (PSD), reforça o sintoma de declínio e isolamento político do PT no Rio Grande do Norte. Com sua saída, o partido passa a contar com apenas seis prefeitos no estado, todos homens, evidenciando a perda de representatividade – tão defendida pelos integrantes do partido – e reforçando sua dificuldade na influência política, diante de um cenário em que a principal personagem – a governadora Fátima Bezerra – ainda enfrenta um quadro de desaprovação acentuado.

Andrezza Brasil, única mulher prefeita eleita pelo PT no RN, justificou sua decisão pela falta de apoio institucional dos governos estadual e federal em momentos cruciais para o município. Ela destacou a ausência de parcerias administrativas e a frustração diante da falta de respostas a demandas importantes, como a reestruturação da RN-093.

A saída da prefeita ocorre em um momento delicado para o PT potiguar, que enfrenta desafios significativos para manter sua base política e viabilizar candidaturas competitivas nas eleições de 2026 – querendo, inclusive, aumentar o número de deputados estaduais e federais nas próximas eleições. A governadora Fátima Bezerra, principal liderança do partido no estado, já manifestou interesse em disputar uma vaga no Senado, o que implicaria sua renúncia ao cargo em abril de 2026.

Com a provável saída de Fátima, o PT aposta no nome do secretário estadual da Fazenda, Cadu Xavier, como candidato ao governo. Cadu enfrenta o desafio de consolidar sua imagem política e ampliar sua base de apoio em um cenário de enfraquecimento do partido e da alta rejeição de Fátima.

Além disso, a oposição no estado se reorganiza com nomes fortes, como o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), que surge como um potencial candidato ao governo. A saída de Andrezza Brasil do PT para o PSD, presidido no RN pela senadora Zenaide Maia, também indica uma possível reconfiguração das alianças políticas no estado, com o PSD se fortalecendo como alternativa ao PT.

A desfiliação da prefeita de Sítio Novo evidencia a dificuldade do PT em manter coesão interna e apoio político em suas bases. A falta de diálogo e de parcerias administrativas com gestores municipais, mesmo aqueles eleitos pelo partido, revela um distanciamento entre a cúpula partidária e as demandas locais.

O cenário aponta para um desafio significativo para o PT no Rio Grande do Norte: reconstruir sua base política, fortalecer alianças e apresentar candidaturas viáveis em um contexto de perda de representatividade e influência. A saída de Andrezza Brasil é um sinal de alerta para o partido, que precisa repensar suas estratégias e reconectar-se com suas bases para evitar um PT – “Perda Total” – de sua relevância política no estado.

Foto: Arquivo/Reprodução/Redes Sociais

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Gestão Paulinho Freire fecha maternidade em pleno Dia das Mães

Gestão Paulinho Freire fecha maternidade em pleno Dia das Mães

Editorial POR DENTRO DO RN

O Dia das Mães de 2025 começou com as portas fechadas na principal maternidade da Zona Norte de Natal. A unidade Leide Morais, mais uma vez, não funcionou neste domingo (11.mai.2025) por ausência de médicos, obrigando gestantes a buscarem atendimento em unidades distantes de seus bairros. A paralisação, que já ocorria parcialmente, acontece em uma das datas mais simbólicas do calendário e escancara o agravamento do caos na rede pública de saúde do município.

Não é a primeira vez que a maternidade suspende o atendimento por falta de profissionais. Na última semana, a gestão municipal já havia fechado, além da Leide Morais, a unidade Araken Pinto, indicando que o problema está longe de ser pontual. O fechamento em série compromete diretamente o direito de mulheres grávidas ao atendimento de urgência e emergência, especialmente nas regiões mais vulneráveis da cidade.

A maternidade Leide Morais atende majoritariamente a população da Zona Norte, a mais populosa da capital potiguar. Ao suspender os atendimentos justamente neste domingo, a Prefeitura deixa evidente que sequer houve esforço para manter a escala de plantão durante este período. A ausência de uma resposta emergencial sinaliza despreparo, falta de planejamento e gestão ineficiente.

Enquanto isso, o prefeito Paulinho Freire e sua equipe mantêm silêncio diante da sequência de falhas administrativas. O colapso nos serviços de saúde evidencia uma crise mais ampla na gestão municipal, que já enfrenta dificuldades para na área da saúde, como nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A interrupção do atendimento obstétrico no Dia das Mães adiciona um peso simbólico ao cenário de deterioração dos serviços públicos sob o comando de Paulinho Freire.

A descontinuidade dos plantões médicos, a transferência improvisada de pacientes e a dependência de outras redes – como a privada, a estadual e a federal – são sinais do esgotamento da capacidade da Prefeitura em manter sua estrutura básica. As gestantes, diante de um momento sensível e imprevisível, são forçadas a buscar socorro em hospitais distantes, enfrentando deslocamentos inseguros e sobrecarga em unidades que também já operam no limite.

Mesmo diante de alertas e da repercussão negativa, a gestão municipal opta por manter uma postura protocolar, sem apresentar medidas concretas de reestruturação do sistema. A população, sobretudo as mulheres grávidas e suas famílias, é quem assume o custo dessa omissão institucional.

A ausência de médicos nas maternidades não é um fenômeno novo, mas ganha proporções ainda mais graves quando se repete, sem solução, e atinge diretamente vidas em risco. A permanência do fechamento da Leide Morais durante o Dia das Mães é um marco da crise sanitária que atravessa Natal, com reflexos na saúde física e emocional das pacientes.

É neste cenário que se consolidam os sinais de que a gestão municipal não conseguiu ainda estabelecer uma política funcional e eficiente de atendimento obstétrico. As ações de contingência, se existem, não foram publicizadas de forma transparente – o que, aliás, é outra reclamação que já parte até mesmo dos aliados de Paulinho: as dificuldades da comunicação oficial da Prefeitura. Para além disso, a falta de diálogo com a população e com os profissionais de saúde amplia a desconfiança sobre a real capacidade da atual administração de reverter o quadro.

O Dia das Mães, que deveria ser celebrado com dignidade e acolhimento, foi marcado por angústia e deslocamentos forçados para mulheres em trabalho de parto. A maternidade pública em Natal, que deveria estar de portas abertas, virou, na gestão de Paulinho Freire, mais um retrato de uma crise estrutural agravada pela inação do poder público.

Foto: Divulgação/Prefeitura de Natal/Ilustração

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A conta da má gestão bate às portas do governo Fátima

A conta da má gestão bate às portas do governo Fátima

Editorial POR DENTRO DO RN

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) solicitou o afastamento do secretário estadual da Administração Penitenciária, Helton Edi Xavier, apontando falhas na gestão dos presídios de Alcaçuz e Natal. A medida destaca problemas estruturais no sistema penitenciário e intensifica o debate sobre a eficácia da administração estadual.

A solicitação do MPRN baseia-se em constatações de irregularidades na assistência aos detentos, incluindo deficiências na prestação de serviços essenciais. A Promotoria de Justiça destaca a necessidade de medidas urgentes para garantir a integridade física e moral dos internos, conforme prevê a legislação vigente.

Paralelamente, a governadora Fátima Bezerra enfrenta altos índices de desaprovação. Pesquisas recentes indicam que a rejeição à sua gestão ultrapassa os 60%, refletindo insatisfação popular com a condução de áreas estratégicas, como segurança pública e administração penitenciária.

Apesar de registros de redução nos índices de criminalidade, como a diminuição de 42% nas mortes violentas no estado, persistem desafios significativos. A superlotação carcerária, a falta de recursos e a precariedade das instalações continuam a comprometer a eficácia do sistema prisional.

A situação nos presídios de Alcaçuz e Natal exemplifica as dificuldades enfrentadas. Relatórios apontam para condições insalubres, falta de assistência médica adequada e escassez de materiais de higiene, fatores que contribuem para a vulnerabilidade dos internos e dificultam processos de ressocialização.

A resposta do governo estadual às críticas tem sido objeto de questionamentos. A ausência de ações concretas para resolver as deficiências apontadas pelo MPRN levanta dúvidas sobre o compromisso da administração com a melhoria do sistema penitenciário.

A pressão por mudanças na gestão penitenciária ocorre em um contexto de insatisfação generalizada com a administração estadual. A falta de investimentos em infraestrutura, a carência de políticas públicas eficazes e a percepção de ineficiência administrativa alimentam o descontentamento da população.

A crise no sistema prisional do Rio Grande do Norte exige ações imediatas e estruturadas. A solicitação de afastamento do secretário da Administração Penitenciária pelo MPRN é um indicativo da gravidade da situação e da necessidade de revisão das políticas adotadas.

Foto: Governo do RN/Ilustração

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Prefeitura fecha maternidades e expõe crise na saúde de Natal

Prefeitura fecha maternidades e expõe crise na saúde de Natal

Editorial POR DENTRO DO RN

O fechamento das maternidades Leide Morais e Araken Pinto, anunciados pela Prefeitura de Natal sob a justificativa de falta de médicos, marca mais um capítulo do agravamento da crise administrativa na capital potiguar. O impacto da medida, embora comunicado como temporário, tem repercussões diretas na rede pública de saúde e evidencia a desorganização na gestão dos serviços essenciais. A situação se tornou ainda mais crítica com a repetição do fechamento da Leide Morais no sábado (10.mai.2025), após breve reabertura.

A decisão de transferir gestantes para o Hospital Regional Alfredo Mesquita Filho, em Macaíba, município da Região Metropolitana, escancara a ausência de planejamento e contingência dentro da administração municipal de Paulinho Freire (União Brasil). A logística de deslocamento de pacientes em trabalho de parto para outra cidade compromete tanto a segurança das parturientes quanto o funcionamento da rede estadual, que já opera com limitações conhecidas.

Os fechamentos ocorrem em meio a um cenário de denúncias recorrentes de sucateamento de unidades básicas, escassez de insumos e ausência de concursos para reposição de quadros. A política de contingenciamento em vigor na gestão Paulinho Freire resultou na redução progressiva da capacidade de resposta do sistema municipal de saúde.

No discurso oficial, a gestão Paulinho Freire aponta a baixa adesão de profissionais aos plantões como causa principal da interrupção dos serviços. No entanto, o problema é estrutural, refletindo uma política pública ineficaz de manutenção e valorização da rede municipal. O anúncio repentino de fechamento das unidades sem transparência ou alternativas viáveis levanta questionamentos sobre o nível de compromisso com a população atendida nessas regiões.

Além disso, há ausência de respostas efetivas quanto à reabertura das unidades. Sem cronograma claro ou garantias de recomposição das equipes médicas, permanece a insegurança entre as usuárias do sistema público e entre os próprios trabalhadores da saúde. Profissionais têm relatado sobrecarga nos plantões, falta de insumos e desorganização nas escalas — fatores que reforçam a sensação de colapso institucional.

A crise nas maternidades reflete um problema mais amplo de governança. Em meio a esse contexto, a gestão de Paulinho Freire ainda enfrenta denúncias de má gestão em outras áreas da administração pública, incluindo obras paralisadas e um péssimo sistema de transporte público – que foi motivador de Natal ter perdido de sediar jogos da Copa do Mundo Feminina de 2027.

As consequências são sentidas de forma mais aguda pelas mulheres em situação de vulnerabilidade social, que dependem exclusivamente da rede pública. Sem alternativas viáveis de atendimento, muitas acabam adiando procedimentos essenciais por medo ou dificuldade de acesso.

Enquanto isso, a prefeitura não apresenta medidas estruturantes, nem diálogo com os conselhos municipais de saúde ou com a sociedade civil. A ausência de ações concretas e a inexistência de políticas públicas de médio e longo prazo para a saúde materna agravam ainda mais o cenário.

O fechamento de duas maternidades não é um evento isolado, mas sim o sintoma de uma crise sistêmica que atinge a saúde pública de Natal e, sobretudo, coloca em risco a vida de mulheres e recém-nascidos.

Foto: Divulgação/SMS

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O Brasil já foi prejudicado, ministra Tebet

O Brasil já foi prejudicado, ministra Tebet

Editorial POR DENTRO DO RN

A fala da ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmando que “ninguém ficará prejudicado” pelos descontos indevidos aplicados pelo INSS em aposentadorias e pensões é uma tentativa tardia de minimizar um problema que já causou danos concretos a milhões de beneficiários da Previdência Social em todo o país.

Segundo o próprio governo federal, mais de 1,1 milhão de aposentados e pensionistas tiveram valores descontados sem autorização, sob o pretexto de filiação a associações e entidades diversas. Em muitos casos, os segurados sequer sabiam da existência dessas associações, quanto menos haviam autorizado qualquer tipo de débito. O problema foi tão grave que levou o INSS a suspender novos repasses e abrir uma força-tarefa para investigar os contratos existentes.

A ministra, em sua declaração, afirmou que o governo “já determinou o estorno dos valores”, e que “nenhum aposentado ou pensionista será prejudicado”. A frase, porém, desconsidera que o prejuízo já ocorreu. Os valores foram retirados da renda mensal dos segurados, que muitas vezes contam com esse recurso para despesas básicas como alimentação e medicamentos. O impacto financeiro não foi apenas simbólico: ele afetou diretamente o orçamento de pessoas em condição de vulnerabilidade.

Mais do que prometer que ninguém será prejudicado, o governo federal tem o dever de reconhecer sua responsabilidade no episódio. Os descontos foram realizados por meio de um sistema autorizado e mantido pelo próprio INSS, que falhou em garantir mecanismos de controle e transparência. A negligência administrativa permitiu a proliferação de descontos irregulares, e a solução não pode se limitar a estornos pontuais ou promessas futuras.

É fundamental que o governo federal vá além da devolução dos valores. O país já foi prejudicado. Os aposentados foram prejudicados. A confiança na integridade do sistema de benefícios foi abalada. A fala da ministra ignora esse aspecto essencial: não se trata apenas de um problema contábil, mas de um abalo institucional.

As associações envolvidas, muitas delas alvo de suspeitas de má-fé ou atuação irregular, se beneficiaram de um vácuo de fiscalização. O próprio Tribunal de Contas da União (TCU) já apontou, em auditorias anteriores, a fragilidade dos controles sobre consignações nos contracheques dos segurados. Nada disso é novo, e o governo tinha plena ciência da vulnerabilidade do sistema.

A ironia na fala da ministra reside no fato de que o prejuízo é irrecuperável em muitos casos. Não há como mensurar o impacto emocional e social de um aposentado que passou o mês com menos recursos do que deveria. Não é possível mensurar a frustração de quem confiava no sistema público para garantir um benefício mínimo ao fim de décadas de trabalho formal.

Mais do que uma declaração otimista, o momento exige responsabilidade. O episódio dos descontos indevidos é um retrato de como a estrutura pública ainda permite brechas que resultam em prejuízos para quem menos pode reagir: os idosos, os aposentados, os pensionistas que dependem do INSS.

É dever do governo federal, como responsável último por esse sistema, assumir o erro, apurar responsabilidades administrativas e criminais, e estabelecer medidas permanentes de controle que evitem novos episódios semelhantes. A devolução dos valores é apenas a etapa inicial.

A promessa de que “ninguém será prejudicado” já chega tarde. O país já viu o prejuízo acontecer, e as vítimas esperam mais do que palavras. Esperam ações concretas e garantias reais de que não serão novamente enganadas.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil/Ilustração

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Fura-fila na saúde em Natal escancara injustiça e omissão

Fura-fila na saúde em Natal escancara injustiça e omissão

Editorial POR DENTRO DO RN

O escândalo do “fura-fila” na saúde pública de Natal não pode mais ser tratado como um erro técnico, um desvio pontual ou mera desorganização administrativa. O que está em curso é uma distorção inaceitável do serviço público, uma afronta à justiça social e uma demonstração de negligência por parte da atual gestão municipal, agora sob o comando do prefeito Paulinho Freire, que recebeu alertas formais da Controladoria-Geral da União (CGU) e, mesmo assim, nada fez.

A prática de furar filas no sistema de regulação — mecanismo que deveria garantir a isonomia no acesso a consultas, exames e procedimentos especializados — representa não apenas um desrespeito com os usuários do SUS, mas um favorecimento claro a determinados grupos. Trata-se de um esquema que, além de injusto, acentua o colapso de uma saúde pública já marcada por escassez de recursos, demora nos atendimentos e sobrecarga dos profissionais.

Relatórios da CGU revelaram que a Prefeitura do Natal foi formalmente informada, desde outubro de 2024, sobre as falhas graves no sistema de regulação municipal e orientada a adotar o Regula RN — uma plataforma auditável, com rastreabilidade e transparência. A recomendação não era uma sugestão aleatória, mas uma medida concreta para coibir as distorções. A prefeitura optou pela omissão.

Não há espaço para justificativas. A permanência de um sistema falho, que permite a manipulação na ordem dos atendimentos, não pode ser vista de outra forma senão como cumplicidade com o problema. A gestão municipal, ao não agir, assume a responsabilidade direta pelas consequências dessa estrutura corrompida.

Enquanto isso, mais de 3.600 pessoas permanecem à espera de consultas especializadas, muitas delas em condições de saúde agravadas pela demora. O cenário é agravado por denúncias de assédio no setor de regulação e relatos de pacientes que, por meio de influência política ou favorecimento interno, conseguem agendamentos em poucos dias.

Trata-se de um sistema que pune os mais pobres, os sem acesso a vereadores, lideranças comunitárias ou servidores estratégicos. É a normalização da injustiça, escorada em uma máquina pública que deveria, por princípio, servir com equidade.

A prefeitura de Natal tinha — e ainda tem — a obrigação de romper com esse modelo. A adoção de outro modelo é uma medida viável, testada e recomendada por órgãos de controle. A resistência em implementá-la se configura como uma escolha política, não técnica. É a decisão de manter o sistema como está, mesmo sabendo que isso prejudica diretamente milhares de cidadãos.

A responsabilidade não recai apenas sobre os técnicos do setor de regulação ou sobre os servidores apontados nas denúncias. A conivência da alta cúpula da prefeitura é evidente. Ao não enfrentar o problema, a gestão Paulinho Freire se torna parte dele. E essa conivência cobra um preço alto: o agravamento do caos na saúde pública municipal, a descrença na justiça institucional e o sofrimento prolongado de quem depende do SUS para sobreviver.

O “fura-fila” não é apenas um desvio. É uma política pública não declarada, mas mantida pela inação. Romper com essa estrutura exige coragem política, compromisso com a justiça e respeito ao princípio da universalidade do SUS. Qualquer coisa diferente disso é pactuar com a desigualdade.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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Péssimo sistema de transporte pesou para Natal perder a vaga na Copa Feminina 2027

Péssimo sistema de transporte pesou para Natal perder a vaga na Copa Feminina 2027

Editorial POR DENTRO DO RN

A exclusão de Natal da lista de sedes da Copa do Mundo Feminina de 2027 no Brasil, anunciada pela FIFA, trouxe à tona questões estruturais que vão além dos gramados. Apesar de contar com a Arena das Dunas, palco de jogos da Copa de 2014, a capital potiguar não foi escolhida, ao contrário de outras cidades nordestinas como Fortaleza, Recife e Salvador.

Em verdade, Natal foi a única capital do Nordeste a ficar de fora, juntamente a Cuiabá, Manaus e Belém.

Um dos fatores determinantes para essa decisão foi o sistema de transporte público da cidade, considerado ineficiente e inadequado para eventos de grande porte. As milhares de pessoas que utilizam os ônibus na capital potiguar – e aguardam por uma solução digna de melhoria – sabem disso muito bem.

Infraestrutura esportiva não foi suficiente

Natal apresentou à FIFA uma proposta baseada na reutilização da Arena das Dunas, que já havia sediado quatro partidas da Copa do Mundo masculina de 2014. Além disso, ofereceu centros de treinamento como o Estádio Frasqueirão, a Arena América, o campo da UFRN e o Estádio Juvenal Lamartine. Apesar dessas estruturas, a cidade não foi selecionada, indicando que outros aspectos foram considerados mais relevantes na escolha das sedes.

Transporte público como fator decisivo

O sistema de transporte público de Natal tem sido alvo de críticas constantes por parte da população e especialistas. A cidade enfrenta problemas como a falta de integração entre os modais, frota de ônibus envelhecida e ausência de climatização nos veículos. Essas deficiências comprometem a mobilidade urbana e a capacidade de receber um grande fluxo de turistas e delegações durante eventos internacionais.

Em comparação, as cidades escolhidas como sedes da Copa do Mundo Feminina de 2027 possuem sistemas de transporte mais modernos e eficientes. Fortaleza, por exemplo, conta com corredores exclusivos para ônibus e veículos com ar-condicionado. Recife possui uma malha metroviária que facilita o deslocamento. Salvador investiu em sistemas integrados de transporte, incluindo metrô e ônibus climatizados.

Promessas não cumpridas e falta de planejamento

A Prefeitura de Natal anunciou, em diversas ocasiões, planos para modernizar o transporte público da cidade, incluindo a realização de licitações para renovação da frota e implementação de sistemas integrados. No entanto, essas promessas não se concretizaram de forma efetiva. A falta de planejamento e execução de políticas públicas voltadas para a mobilidade urbana contribuiu para a imagem negativa da cidade perante os organizadores do evento.

A ausência de investimentos consistentes e a morosidade na implementação de melhorias no transporte público refletem uma gestão municipal que não prioriza a mobilidade urbana como elemento estratégico para o desenvolvimento e a atração de eventos internacionais.

Impacto na economia e na imagem da cidade

Ficar de fora da Copa do Mundo Feminina de 2027 representa uma perda significativa para a economia local. Eventos desse porte movimentam diversos setores, como turismo, comércio e serviços, gerando empregos e renda. Além disso, a visibilidade internacional proporcionada por uma competição mundial poderia impulsionar a imagem de Natal como destino turístico e de investimentos.

A exclusão também evidencia a necessidade de repensar as políticas públicas voltadas para a infraestrutura urbana. A mobilidade eficiente é um dos critérios fundamentais para a escolha de sedes de eventos internacionais, e a falta de atenção a esse aspecto pode comprometer futuras candidaturas da cidade.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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Editorial POR DENTRO DO RN: Nova regra da Câmara de Natal enfraquece poder feminino

Editorial POR DENTRO DO RN: Nova regra da Câmara de Natal enfraquece poder feminino

Editorial POR DENTRO DO RN

A Câmara Municipal de Natal aprovou uma mudança significativa em seu Regimento Interno: a retirada da exigência de participação feminina na composição da Mesa Diretora. Em um contexto onde o debate sobre igualdade de gênero e representatividade ganha força no cenário político nacional e internacional, a decisão dos vereadores natalenses caminha na contramão das políticas públicas de promoção da equidade.

A alteração, aprovada no dia 7 de maio, revoga a obrigatoriedade prevista no artigo 7º do regimento, que determinava a presença de ao menos uma mulher entre os cargos de comando da Casa Legislativa. Com a mudança, a presença feminina na cúpula do Legislativo natalense passa a ser facultativa, abrindo margem para composições exclusivamente masculinas, mesmo em uma cidade onde mulheres representam a maioria da população.

A justificativa usada por parlamentares favoráveis à medida é a de que a exigência fere o princípio da proporcionalidade, considerando que o número de mulheres eleitas é menor. Contudo, ao eliminar essa cláusula de inclusão, a Câmara reduz ainda mais as chances de que as mulheres ocupem posições de comando e influência nas decisões políticas da cidade.

O impacto simbólico da decisão é profundo. Ainda que as vereadoras hoje representem apenas 4 das 29 cadeiras, o dispositivo anterior buscava corrigir essa desigualdade histórica, promovendo uma mínima participação institucional de mulheres nos espaços de decisão. Sua revogação representa mais do que um ajuste técnico: é um recuo institucional em um momento que exige avanços.

Além do simbolismo, há também consequências práticas. A Mesa Diretora define pautas, controla os trâmites administrativos e exerce liderança sobre o funcionamento da Casa. Deixar esse espaço sem representação feminina significa afastar ainda mais as mulheres das decisões que impactam diretamente suas vidas e de toda a população.

A mudança foi aprovada em plenário sem a realização de audiência pública específica para debater o tema com a sociedade civil, o que reforça a crítica de falta de transparência. A ausência de debate público demonstra o quanto a decisão foi conduzida de forma alheia ao interesse coletivo.

Vale lembrar que o Brasil ocupa posições desfavoráveis nos rankings mundiais de representação feminina no parlamento. Em 2023, segundo dados da União Interparlamentar (IPU), o país estava na 142ª posição entre 190 países. Iniciativas como a que vigorava na Câmara de Natal — mesmo que simbólicas ou de efeito limitado — sinalizavam uma disposição para mudar esse cenário. A nova decisão, no entanto, segue em sentido contrário.

No atual contexto democrático, atitudes como a adotada pela Câmara de Natal não são neutras. Ao se omitir da responsabilidade de fomentar a representatividade, a Casa Legislativa envia à sociedade a mensagem de que a diversidade não é uma prioridade institucional. É uma escolha política, e como tal, deve ser analisada, questionada e respondida pela população que ela representa.

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Juros caem pela quarta vez consecutiva; saiba o que fazer com seus investimentos

Juros caem pela quarta vez consecutiva; saiba o que fazer com seus investimentos

Em sua última reunião do ano, Copom reduziu a taxa básica a 11,75% ao ano; Especialista do Santander aponta as melhores opções em cada um dos perfis;

Pela quarta vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que fez sua última reunião do ano nesta quarta-feira, cortou a Selic em 0,5 ponto percentual, levando os juros a 11,75% ao ano. Diante deste novo patamar, como ficam os investimentos?

“Mantemos em nossas recomendações os pós-fixados, especialmente os que acompanham a variação da taxa de juros, visto que ela ainda opera em patamar elevado, tais como CDBs, fundos DI e Tesouro Selic. Para quem quer diversificar, mas ainda se mantendo na renda fixa, LCIs (Letra de Crédito Imobiliário), LCAs (Letra de Crédito do Agronegócio) e LIGs (Letra Imobiliária Garantida), que têm como vantagem serem isentas de Imposto de Renda para pessoas físicas”, afirma Arley Junior, estrategista de Investimentos do Santander Brasil.

Mesmo os índices de inflação estarem sinalizando uma convergência para a meta do BC, o especialista lembra que designar parte dos investimentos para produtos que acompanham o índice é uma forma de proteger o patrimônio de eventual disparada dos preços. “Além de ser uma oportunidade de ganho real”, afirma Arley.

Para quem está disposto a correr um pouco mais de risco, Arley indica fundos multimercados como opção para diversificação e a Bolsa de Valores, que ainda está com preços atrativos, indicando um momento oportuno de entrada para quem possui médio e longo prazos para investir. São investimentos que conseguiram capturar retornos elevados nos últimos ciclos de queda de juros.

Para Arley, mais importante do que a escolha do tipo de investimento é compor uma carteira diversificada, adequada ao perfil de risco da pessoa. “Por isso nossa recomendação é sempre investir em diferentes produtos, mas de maneira estratégica, não necessariamente com uma quantidade elevada, pois eventuais perdas podem ser compensadas pelos ganhos com outros investimentos. Mas também é preciso que o investidor analise o seu momento de vida, seus objetivos e à disposição para risco”, afirma o estrategista.

Foto: Divulgação

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Governo Federal e AGU fecham acordo de R$ 593 milhões para educação no RN

Governo Federal e AGU fecham acordo de R$ 593 milhões para educação no RN

Primeiro acordo é firmado com o Rio Grande do Norte, e outros estados seguem o exemplo

O Governo Federal, em colaboração com a Advocacia-Geral da União (AGU), está em processo de formalização de acordos que totalizam R$ 9 bilhões destinados ao setor da Educação Pública. O objetivo é resolver litígios relacionados ao antigo Fundo de Manutenção e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef).

A primeira conciliação foi selada nesta terça-feira (26.set.2023) em uma cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), com a presença da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), e do advogado-geral da União, Jorge Messias, além de suas respectivas equipes. O acordo com o Rio Grande do Norte prevê o pagamento de R$ 593 milhões por parte da União para encerrar o litígio.

O Rio Grande do Norte é o primeiro de uma lista de estados que movem ações no STF relacionadas ao Fundef. Ao todo, são dez estados que estão negociando acordos semelhantes visando à complementação dos recursos destinados à educação pública. Esses estados são: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco e Sergipe.

As tratativas com esses estados estão em andamento, e a expectativa é de que em breve novos acordos sejam formalizados, seguindo o exemplo pioneiro do Rio Grande do Norte. Com a resolução desses litígios, a educação pública brasileira pode receber um impulso significativo, garantindo investimentos necessários para a qualidade da educação em todo o país.

Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília/Ilustração

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