Justiça

Carla Zambelli renuncia ao mandato após decisão do STF sobre cassação

Carla Zambelli renuncia ao mandato após decisão do STF sobre cassação

Câmara dos Deputados confirma renúncia e suplente deve tomar posse nesta segunda-feira

A Câmara dos Deputados informou neste domingo (14) que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) apresentou renúncia ao mandato parlamentar. A comunicação foi encaminhada formalmente à Mesa Diretora da Casa, conforme divulgado em nota oficial.

Com a renúncia, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deve dar posse ao suplente da parlamentar, Adilson Barroso (PL-SP), em sessão prevista para esta segunda-feira (15). A convocação do suplente ocorre de acordo com o regimento interno da Casa Legislativa, após a formalização da vacância do cargo.

A renúncia de Carla Zambelli ocorre dois dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmar a cassação imediata do mandato da deputada. Na sexta-feira (12), a Primeira Turma da Corte decidiu, por unanimidade, manter a decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou a perda do mandato parlamentar.

A decisão do STF anulou a votação realizada pela Câmara dos Deputados que havia rejeitado a cassação da parlamentar. O entendimento do Supremo foi de que a deliberação da Casa Legislativa contrariou o que está previsto na Constituição Federal em casos de condenação criminal com trânsito em julgado.

Na última quarta-feira (10), o plenário da Câmara dos Deputados havia decidido manter o mandato de Carla Zambelli. A votação terminou com 227 votos favoráveis à manutenção do mandato e 110 votos contrários. Para que a cassação fosse aprovada, seriam necessários pelo menos 257 votos favoráveis.

Após o resultado da votação, o ministro Alexandre de Moraes decidiu anular a resolução da Câmara que oficializou o resultado. Segundo o ministro, a decisão do Legislativo extrapolou sua competência constitucional ao deliberar sobre a manutenção do mandato de uma parlamentar condenada por decisão definitiva do Judiciário.

No entendimento expresso por Alexandre de Moraes, a Constituição estabelece que cabe exclusivamente ao Poder Judiciário determinar a perda do mandato de parlamentar condenado criminalmente com decisão transitada em julgado. À Câmara dos Deputados, segundo o ministro, compete apenas declarar a perda do mandato, sem a necessidade de votação política sobre o tema.

O caso de Carla Zambelli tem origem em condenação proferida pelo Supremo Tribunal Federal em 2023. Na ocasião, a deputada foi condenada a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão transitou em julgado, o que motivou os desdobramentos judiciais e legislativos posteriores.

Em julho deste ano, Carla Zambelli foi presa em Roma, na Itália. A prisão ocorreu no contexto do cumprimento de um mandado expedido pelo ministro Alexandre de Moraes. A parlamentar estava fora do Brasil no momento da determinação judicial.

De acordo com as informações divulgadas, Zambelli deixou o território brasileiro após a condenação e buscou asilo político na Itália. A deputada possui dupla cidadania, o que permitiu sua permanência no país europeu enquanto o processo de extradição era analisado pelas autoridades locais.

A prisão em Roma ocorreu durante o andamento do processo de extradição solicitado pelo governo brasileiro. A solicitação foi encaminhada às autoridades italianas após a emissão do mandado de prisão pelo Supremo Tribunal Federal.

A decisão final sobre o pedido de extradição feito pelo governo brasileiro será analisada pela Justiça italiana em audiência marcada para a próxima quinta-feira (18). A audiência será responsável por avaliar os elementos apresentados pelas autoridades brasileiras e pela defesa da parlamentar.

Até a realização da audiência, o processo de extradição permanece em tramitação no sistema judicial italiano, conforme os procedimentos legais vigentes no país. As informações sobre o caso seguem sendo acompanhadas pelas autoridades brasileiras e italianas.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

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EUA retiram Alexandre de Moraes da lista de sanções da Lei Magnitsky

EUA retiram Alexandre de Moraes da lista de sanções da Lei Magnitsky

Decisão do Tesouro norte-americano também exclui esposa do ministro e instituto ligado à família; Moraes e Lula comentam medida

O governo dos Estados Unidos retirou o nome do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes da lista de pessoas sancionadas pela Lei Magnitsky. A decisão foi divulgada em comunicado oficial nesta sexta-feira (12) pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), órgão vinculado ao Departamento do Tesouro norte-americano.

Além de Moraes, também foram retirados da lista o nome da advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, e o Instituto Lex – Instituto de Estudos Jurídicos, entidade ligada à família do magistrado. O comunicado não detalha os motivos da revogação das sanções.

As sanções haviam sido aplicadas no fim de julho pelo governo do presidente Donald Trump. Em setembro, a lista de sancionados foi ampliada para incluir Viviane Barci de Moraes. As medidas tiveram como base a Lei Magnitsky, instrumento da legislação dos Estados Unidos utilizado para punir unilateralmente estrangeiros acusados de violações de direitos humanos.

Entenda a Lei Magnitsky e as sanções impostas ao ministro do STF

A Lei Magnitsky prevê a imposição de sanções econômicas e restrições migratórias contra indivíduos considerados responsáveis por violações de direitos humanos fora dos Estados Unidos. Entre as penalidades previstas estão o bloqueio de contas bancárias, bens e interesses financeiros sob jurisdição norte-americana, além da proibição de entrada no país.

Ao aplicar as sanções contra Alexandre de Moraes, o Departamento do Tesouro dos EUA alegou que o ministro teria violado a liberdade de expressão e autorizado prisões arbitrárias. O órgão citou decisões relacionadas ao julgamento da tentativa de golpe de Estado no Brasil e medidas adotadas contra empresas de mídia social sediadas nos Estados Unidos.

Em declaração oficial à época, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que Moraes seria responsável por uma campanha de censura, detenções arbitrárias e processos considerados politizados, incluindo ações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Moraes comenta retirada das sanções durante evento em São Paulo

Após o anúncio da retirada das sanções, Alexandre de Moraes comentou a decisão durante a cerimônia de lançamento do canal SBT News, realizada em São Paulo, evento que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em sua fala, o ministro afirmou que a “verdade prevaleceu” e agradeceu ao presidente da República pela atuação da diplomacia brasileira. Moraes declarou que, em julho, pediu ao chefe do Executivo que não adotasse medidas de retaliação ou ingressasse com ações judiciais, por acreditar que as informações chegariam às autoridades norte-americanas.

Segundo o ministro, a revogação das sanções representa uma vitória do Judiciário brasileiro, da soberania nacional e da democracia. Moraes afirmou que o Judiciário não se submeteu a ameaças ou coações e seguirá atuando com imparcialidade.

O ministro também declarou que o Brasil encerra o ano apresentando força institucional e funcionamento democrático perante outros países.

Lula diz que decisão dos EUA é positiva para o Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também comentou a decisão do governo dos Estados Unidos durante o mesmo evento. Segundo Lula, a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do STF era injusta, e a retirada das sanções representa um resultado positivo para o Brasil e para a democracia brasileira.

Durante o discurso, Lula afirmou que não considera legítimo que um presidente de outro país aplique sanções contra autoridades brasileiras que estejam exercendo suas funções constitucionais. O presidente declarou que a retirada do nome de Moraes da lista de sancionados representa o reconhecimento dessa posição.

Lula também mencionou que, em sua avaliação, ainda há outras pessoas que deveriam ser retiradas da aplicação da lei, reiterando que não considera aceitável a punição de autoridades estrangeiras por atos relacionados ao exercício da democracia em seus países.

Contexto político das sanções e repercussões no Brasil

As sanções contra Alexandre de Moraes foram aplicadas após atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) junto ao governo norte-americano. À época, Eduardo Bolsonaro encontrava-se nos Estados Unidos e buscou apoio para medidas contra o ministro do STF em razão de decisões relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Apesar das sanções previstas na Lei Magnitsky, a medida teve impacto limitado. Alexandre de Moraes não possui bens, contas bancárias ou aplicações financeiras nos Estados Unidos, nem mantém viagens frequentes ao país.

No mês anterior à revogação das sanções, Eduardo Bolsonaro tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal pelo crime de coação no curso do processo. A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e trata da atuação do parlamentar junto a autoridades estrangeiras.

Após o anúncio da retirada das sanções, Eduardo Bolsonaro e o blogueiro Paulo Figueiredo, também réu por envolvimento na articulação das medidas, divulgaram nota afirmando ter recebido a decisão com “pesar”.

Evento no SBT marcou pronunciamentos oficiais

A cerimônia do SBT marcou a inauguração do canal SBT News, que estreia na próxima segunda-feira (15). O evento ocorreu no dia em que o fundador da emissora, Silvio Santos, completaria 95 anos de idade.

Durante o encontro, o presidente Lula também abordou o papel da imprensa na democracia brasileira, afirmando que a função do jornalismo é informar com base na verdade.

Além de Lula e Alexandre de Moraes, participaram do evento autoridades dos três Poderes, entre ministros do STF, ministros de Estado, o vice-presidente da República, governadores, prefeitos e representantes de empresas públicas de comunicação.

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil / Marcelo Camargo/Agência Brasil / Ricardo Stuckert / PR

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STF mantém anulação de votação da Câmara que preservou mandato de Carla Zambelli

STF mantém anulação de votação da Câmara que preservou mandato de Carla Zambelli

Primeira Turma confirma decisão de Alexandre de Moraes e determina posse de suplente em até 48 horas

Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a decisão do ministro Alexandre de Moraes que anulou a votação da Câmara dos Deputados que havia rejeitado a cassação do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). A deliberação do colegiado referendou a liminar concedida pelo relator na quinta-feira (11).

A votação teve início às 11h desta sexta-feira e foi encerrada por volta das 16h, com o voto da ministra Cármen Lúcia, que acompanhou integralmente o entendimento do relator. O placar final foi de 4 votos a 0. Também votaram pela manutenção da decisão os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e o próprio Alexandre de Moraes.

Com a decisão do STF, fica mantida a anulação da resolução da Câmara dos Deputados que havia oficializado o resultado da votação realizada na última quarta-feira (10), quando os parlamentares decidiram pela manutenção do mandato de Zambelli.

Entendimento do STF sobre perda de mandato parlamentar

Ao proferir a decisão, Alexandre de Moraes considerou que a deliberação da Câmara dos Deputados afrontou a Constituição Federal. Segundo o ministro, cabe exclusivamente ao Poder Judiciário determinar a perda do mandato de parlamentar quando houver condenação criminal com trânsito em julgado.

No entendimento do relator, o papel da Câmara dos Deputados, nesses casos, limita-se a declarar a perda do mandato, sem margem para deliberação política. Moraes destacou que a Constituição não atribui ao Legislativo a competência para rever ou sustar os efeitos de uma condenação definitiva imposta pelo Supremo Tribunal Federal.

A posição do ministro foi acompanhada integralmente pelos demais integrantes da Primeira Turma, que confirmaram a anulação da decisão legislativa.

Câmara havia rejeitado cassação por falta de votos

Na votação realizada pela Câmara dos Deputados, o plenário decidiu manter o mandato de Carla Zambelli por 227 votos a favor e 110 votos contra a cassação. Para que a perda do mandato fosse aprovada, eram necessários 257 votos, número que não foi alcançado.

Após o resultado, a Mesa Diretora da Câmara publicou uma resolução oficializando a decisão do plenário. Essa resolução foi posteriormente anulada por Alexandre de Moraes, sob o argumento de que a Casa Legislativa extrapolou suas atribuições constitucionais.

Posse do suplente deverá ocorrer em até 48 horas

Com a confirmação da decisão pelo STF, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deverá dar posse ao suplente da deputada, Adilson Barroso (PL-SP), no prazo de até 48 horas.

A determinação decorre do entendimento consolidado pelo Supremo de que a perda do mandato ocorre automaticamente após a decisão judicial definitiva, não dependendo de nova votação pelo Legislativo.

Condenações de Carla Zambelli no STF

Carla Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023. De acordo com as investigações, a parlamentar foi apontada como autora intelectual da ação criminosa.

Segundo a apuração conduzida pela Polícia Federal, o ataque ao sistema foi executado pelo hacker Walter Delgatti, que confirmou ter agido a mando da deputada. O objetivo da invasão teria sido a emissão de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.

Delgatti também foi condenado no processo e prestou depoimentos confirmando a participação da parlamentar nos fatos investigados.

Prisão na Itália e pedido de extradição

Em julho deste ano, Carla Zambelli foi presa em Roma, na Itália, onde tentava evitar o cumprimento de um mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal. A deputada deixou o Brasil após a condenação, alegando buscar asilo político.

Zambelli possui dupla cidadania, brasileira e italiana, fator que influenciou sua permanência no país europeu após a saída do território nacional.

Após a fuga, o governo brasileiro formalizou pedido de extradição da parlamentar. A solicitação foi oficializada pelo STF no dia 11 de junho e, posteriormente, encaminhada pelo Itamaraty às autoridades italianas.

A decisão sobre a extradição será tomada pela Justiça italiana durante audiência marcada para a próxima quinta-feira (18).

Nova condenação por porte ilegal de arma

Além da condenação relacionada à invasão do sistema do CNJ, Carla Zambelli foi condenada novamente pelo Supremo Tribunal Federal, em agosto, pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

O caso refere-se ao episódio ocorrido às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, quando a deputada perseguiu um homem armada pelas ruas de São Paulo. As imagens do ocorrido foram amplamente divulgadas e integraram o conjunto de provas analisado pelo STF.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

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Toffoli retira quebra de sigilo de Vorcaro da CPMI do INSS

Toffoli retira quebra de sigilo de Vorcaro da CPMI do INSS

Documentos devem ser enviados para a presidência do Senado

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira (12) restringir o acesso da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aos documentos das quebras de sigilos bancário, fiscal e telefônico do banqueiro Daniel Vorcaro, um dos sócios do Banco Master.

Pela decisão do ministro, os documentos deverão ser retirados da CPMI e enviados para a presidência do Senado, onde deverão ficar guardados até uma decisão definitiva do STF sobre a questão. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, não faz parte da comissão.

Na mesma decisão, Toffoli negou pedido de defesa do banqueiro e manteve a legalidade das decisões da CPMI e da Justiça que determinaram as quebras de sigilo.

Na semana passada, a CPMI aprovou a quebra de sigilo de Vorcaro. A comissão investiga operações de crédito do Banco Master para aposentados e pensionistas e aportes de fundos previdência de servidores públicos na instituição financeira, que foi liquidada pelo Banco Central.

Vorcaro e outros sócios do banco foram alvo da Operação Compliance Zero, deflagrada pela PF para investigar a concessão de créditos falsos pelo Banco Master, incluindo a tentativa de compra da instituição financeira pelo Banco Regional de Brasília (BRB), banco público ligado ao governo do Distrito Federal.

Pelas redes sociais, o senador Carlos Viana (Podemos -MG), presidente da CPMI, disse que a decisão de Toffoli causa indignação.

“Essa decisão não é apenas estranha. É grave. Sempre que se afasta de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito o acesso a documentos essenciais, enfraquece-se a investigação e amplia-se a desconfiança da sociedade sobre o que se tenta ocultar”, afirmou.

Foto: José Cruz/Agência Brasil / Paulo Pinto/Agência Brasil

Da Agência Brasil

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MP investiga servidora suspeita de favorecer facção no RN

MP investiga servidora suspeita de favorecer facção no RN

Operação Entre Dois Mundos apura suposto uso de credenciais para manipular processos

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) investiga uma servidora da Justiça suspeita de utilizar sua função e o acesso a informações sigilosas para favorecer chefes e integrantes da facção criminosa conhecida como Sindicato do Crime do RN. A apuração ocorre no âmbito da Operação Entre Dois Mundos, deflagrada nesta quinta-feira (11) para examinar a possível infiltração da organização criminosa na estrutura do Judiciário potiguar. Segundo o MP, a servidora foi afastada do cargo.

De acordo com as investigações, a servidora era terceirizada e desempenhava atividades semelhantes às de uma assessora jurídica. Ela teria acesso a processos judiciais, elaborava minutas e realizava movimentações internas. As suspeitas indicam que o esquema envolveria a funcionária pública, o companheiro dela — identificado como um apenado apontado como um dos chefes da facção — e um advogado.

O MP apura supostos crimes de corrupção ativa e passiva, advocacia administrativa, violação de sigilo profissional e também o pertencimento e auxílio à organização criminosa. As equipes detalham que a principal linha de investigação é relacionada ao uso das credenciais funcionais da servidora para manipular o andamento de processos e fornecer informações consideradas sigilosas à facção.

Segundo o órgão ministerial, a manipulação teria ocorrido no Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU). A investigação aponta que a servidora teria atuado para direcionar o processo de execução penal do companheiro para um juiz substituto durante o período de férias do juiz titular.

O MP informou que a mudança apontada nas investigações foi considerada um ponto central do esquema. Segundo apuração, o juiz titular do processo apresentava histórico de indeferimento de benefícios ao apenado. Após o direcionamento, houve concessão de progressão de regime e revogação do monitoramento eletrônico do investigado.

Conforme o MPRN, essa intervenção no trâmite processual está entre os elementos analisados na investigação. O órgão continua reunindo documentos, registros e movimentações para aprofundar as circunstâncias do caso.

Mandados e apreensões

A operação da quinta-feira (11) incluiu o cumprimento de mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Norte e na Paraíba. As diligências foram realizadas pelo Ministério Público com apoio da Polícia Militar dos dois estados.

Durante a ação, foram apreendidos aparelhos de telefone celular e um computador pessoal pertencentes à servidora investigada. Os materiais serão analisados pela equipe responsável. Também foi encontrado um token que, segundo o MP, provavelmente pertence ao advogado investigado no caso.

Além dos equipamentos, os agentes apreenderam aproximadamente R$ 9 mil em espécie, uma pistola, cinco carregadores e diversas munições. Os itens foram recolhidos e devem ser incluídos no conjunto de provas em análise.

O apenado investigado por participação na organização criminosa foi preso novamente durante a operação. Ele foi conduzido à autoridade policial para a lavratura do flagrante por posse de arma de uso restrito. De acordo com as informações divulgadas, ele permanecerá à disposição da Justiça.

O Ministério Público segue com a investigação para esclarecer a extensão do suposto esquema e o envolvimento dos suspeitos.

Foto: Divulgação/MPRN

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Cassação de Carla Zambelli é determinada por Moraes após anular decisão da Câmara

Cassação de Carla Zambelli é determinada por Moraes após anular decisão da Câmara

Ministro afirma que decisão da Câmara é nula por inconstitucionalidade

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou nesta quinta-feira (11) a decisão da Câmara dos Deputados que havia rejeitado a cassação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). O magistrado determinou a perda imediata do mandato e ordenou que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), dê posse ao suplente no prazo máximo de 48 horas.

De acordo com Moraes, a votação da Câmara ocorreu de forma incompatível com a Constituição Federal. O ministro classificou o ato como nulo por “evidente inconstitucionalidade” e apontou que a rejeição da cassação representou desrespeito aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade. Para ele, a deliberação também configurou desvio de finalidade, uma vez que houve afronta ao dispositivo constitucional que prevê a perda de mandato de parlamentar condenado criminalmente.

A decisão do STF foi emitida no âmbito do processo de execução penal de Carla Zambelli, que atualmente está presa na Itália. A deputada foi condenada em duas ações penais julgadas pelo Supremo. Em um dos processos, referente à invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), recebeu pena de dez anos de prisão. No outro, envolvendo o episódio em que perseguiu um homem portando uma arma, foi condenada a cinco anos e três meses de prisão.

No despacho, Alexandre de Moraes destacou que cabe ao Judiciário decretar a perda de mandato parlamentar após condenação criminal com trânsito em julgado. Segundo o ministro, a função da Mesa Diretora da Câmara limita-se a declarar a perda do mandato, como um ato administrativo obrigatório e vinculado. O texto afirma que o Legislativo não tem margem de deliberação nesses casos.

O ministro também citou precedentes para sustentar sua decisão. Entre eles, mencionou os casos das condenações do ex-senador Ivo Cassol e do ex-deputado Paulo Maluf, ambos relacionados à perda de mandato após decisões criminais definitivas. Moraes ainda recordou julgamentos do processo do Mensalão, destacando que, em 2012, o STF entendeu ser possível a perda automática do mandato parlamentar quando houver condenação criminal, devido à suspensão dos direitos políticos decorrente da sentença.

Ao anular a rejeição da cassação, Moraes reforçou que a decisão da Câmara contrariou o entendimento consolidado pelo Judiciário. O ministro apontou que a Constituição determina a suspensão de direitos políticos de condenados criminalmente e que, a partir desse efeito, o mandato parlamentar se torna incompatível com a manutenção no cargo.

A determinação de Moraes exige que o suplente de Carla Zambelli seja empossado em até 48 horas. A decisão também deve ser comunicada imediatamente à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.

A anulação ocorre em meio ao cumprimento da pena imposta à deputada. Como Zambelli está presa no exterior, o processo de execução penal continua tramitando no Supremo. O ministro avaliou que a decisão da Câmara desrespeitou o caráter vinculante previsto para casos de condenação criminal definitiva.

Com o novo despacho, a cassação passa a ser formalizada sem necessidade de nova votação entre os parlamentares, seguindo a interpretação do Supremo para situações semelhantes registradas em decisões anteriores. A medida determina que o Legislativo apenas execute os efeitos da sentença criminal, sem possibilidade de alteração do resultado definido pelo Judiciário.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

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PF realiza buscas contra assessora de Arthur Lira por suspeitas envolvendo emendas parlamentares

PF realiza buscas contra assessora de Arthur Lira por suspeitas envolvendo emendas parlamentares

Mandados autorizados pelo STF apuram possíveis desvios relacionados a emendas parlamentares

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira, 12, contra uma assessora do ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL). As ações têm como alvo a apuração de suspeitas de desvios de recursos públicos por meio de emendas parlamentares. A investigada é Mariângela Fialek, que atuou como assessora técnica da Presidência da Câmara durante a gestão de Lira e é considerada responsável pela articulação de emendas.

De acordo com informações da Câmara dos Deputados, Mariângela está atualmente lotada na liderança do PP. As buscas ocorreram em Brasília, incluindo o gabinete de trabalho da servidora na Casa Legislativa. A PF informou que dois mandados foram cumpridos na capital federal.

A Operação Transparência foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), após solicitação formal da Polícia Federal. A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi consultada e concordou com a execução das ordens judiciais.

A investigação teve início a partir de um depoimento prestado pelo deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Durante o relato à PF, ele mencionou suspeitas de manipulação do chamado orçamento secreto, atribuindo responsabilidade ao deputado Arthur Lira. Outro parlamentar ouvido pela Polícia Federal foi José Rocha (União-BA), ex-presidente da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional.

O deputado Arthur Lira foi procurado para comentar a operação, assim como a assessora investigada. Até o momento, não foram divulgadas manifestações de ambas as partes.

Os crimes apurados pela Polícia Federal incluem peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e corrupção. As diligências integram o avanço das investigações sobre a destinação e execução de emendas parlamentares, tema que tem sido objeto de análises e questionamentos no Congresso Nacional e no âmbito judicial.

A PF segue analisando documentos e materiais apreendidos nos locais vistoriados para avançar na apuração dos fatos investigados. A ação ocorre no contexto de investigações relacionadas à aplicação de recursos públicos distribuídos por meio de emendas e às possíveis irregularidades envolvendo servidores e parlamentares.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

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Filhos de Jair Bolsonaro contestam tratamento dado ao ex-presidente e comparam prisão com a de Lula em 2018

Filhos de Jair Bolsonaro contestam tratamento dado ao ex-presidente e comparam prisão com a de Lula em 2018

Familiares alegam diferenças em visitas, estrutura da cela e acesso à saúde; inspeção autorizada pelo STF integra o contexto

Os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro passaram a comparar publicamente o tratamento recebido pelo pai com as condições estabelecidas para Luiz Inácio Lula da Silva durante o período em que esteve detido em 2018. Carlos, Eduardo e Flávio Bolsonaro utilizaram as redes sociais para afirmar que as medidas impostas pela Polícia Federal ao ex-mandatário seriam mais rígidas do que as determinadas ao atual presidente quando cumpriu ordem judicial da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Em uma das publicações, Eduardo Bolsonaro mencionou que Lula tinha acesso ao hospital Albert Einstein enquanto, segundo ele, Jair Bolsonaro dependeria do atendimento do Samu. No mesmo texto, o deputado afirmou que haveria intenção de “humilhar e exterminar”, expressão utilizada por ele ao comentar a situação do pai. Carlos Bolsonaro também fez críticas às regras de visitação, afirmando que a família teria enfrentado dias sem informações sobre a condição de saúde do ex-presidente. Ele mencionou ainda que Lula recebeu mais de 500 visitas no período em que permaneceu sob custódia da Polícia Federal em Curitiba.

Os filhos do ex-presidente também questionam supostas diferenças na estrutura da cela e defendem que Jair Bolsonaro tenha direito à prisão domiciliar. Apesar das alegações, tanto Lula quanto Bolsonaro foram detidos em unidades da Polícia Federal, condição vinculada ao cargo que exerceram e às circunstâncias dos respectivos processos. No caso de Lula, a custódia ocorreu em Curitiba porque o processo tramitava na Justiça Federal do Paraná. Jair Bolsonaro cumpre ordem do Supremo Tribunal Federal, sediado em Brasília, motivo pelo qual está detido na Superintendência da PF no Distrito Federal.

A corporação aplica normas internas previstas em portarias, que definem padrões para a estrutura das celas, regras de visitas e procedimentos gerais. Em ambos os casos, as limitações seguem protocolos institucionais da Polícia Federal. As divergências entre as situações estão relacionadas ao local de custódia e ao órgão responsável por conduzir cada processo judicial.

As comparações feitas pelos filhos do ex-presidente têm repercutido nas redes sociais e motivado manifestações de apoiadores e parlamentares. O tema também gerou pedidos formais de inspeção nas dependências onde Bolsonaro se encontra detido.

STF autoriza inspeção na cela de Jair Bolsonaro por integrante da Comissão de Segurança Pública

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que o deputado Paulo Bilynskyj — ou outro integrante indicado por ele da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados — realize uma inspeção na cela onde Jair Bolsonaro está detido, na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

A autorização foi concedida após pedido formal do parlamentar, que preside a comissão. A visita foi marcada para a próxima quinta-feira (11), das 9h às 11h, em conformidade com as normas da Polícia Federal. Moraes determinou que é proibido portar celular, fotografar ou gravar vídeos durante a inspeção, estabelecendo que a entrada deve seguir exclusivamente os critérios operacionais da PF.

Essa será a primeira autorização concedida pelo ministro a um visitante que não integra o círculo familiar do ex-presidente. Até o momento, Bolsonaro recebeu apenas a esposa, Michelle Bolsonaro, e seus filhos.

As regras de visitação seguem a Portaria SR/PF/DF nº 1104, publicada em março de 2024. O documento define que Bolsonaro pode receber visitas às terças e quintas-feiras, entre 9h e 11h, com duração máxima de 30 minutos por visitante. São permitidos dois visitantes por data, que devem entrar separadamente.

Médicos e advogados cadastrados no processo mantêm acesso liberado, sem necessidade de autorização prévia do STF, desde que cumpram as diretrizes internas da Superintendência da Polícia Federal.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil / Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil / Valter Campanato/Agência Brasil

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Gilmar Mendes rejeita pedido da AGU e mantém regras para impeachment no STF

Gilmar Mendes rejeita pedido da AGU e mantém regras para impeachment no STF

Ministro reafirma que só a PGR pode pedir impedimento de juízes do STF; Decisão impacta 66 processos e altera quórum no Senado

Gilmar Mendes rejeita pedido da AGU e mantém regras para impeachment de ministros do STF

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de reconsideração apresentado pela Advocacia-Geral da União (AGU) sobre a liminar que modificou regras para o processo de impeachment de ministros da Corte. O pedido havia sido protocolado horas após o ministro determinar que apenas o procurador-geral da República pode solicitar o impedimento de juízes do STF.

A liminar, emitida nesta quarta-feira (3), estabeleceu três pontos centrais: restringiu a legitimidade para propor pedidos de impeachment, elevou o quórum necessário no Senado para abertura do processo e determinou que o mérito de decisões judiciais não pode ser interpretado como crime de responsabilidade.

Após a decisão, a AGU enviou um parecer assinado pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, defendendo que qualquer cidadão pode denunciar ministros por crime de responsabilidade, conforme previsão da Lei do Impeachment de 1950. O pedido buscava reconsiderar a liminar e restabelecer a possibilidade de participação popular no processo.

Na tarde desta quinta-feira (4), Gilmar Mendes rejeitou o pedido e afirmou que o recurso apresentado era “manifestamente incabível”. Para o ministro, o ordenamento jurídico brasileiro não prevê pedido de reconsideração nesses moldes. A decisão mantém as regras determinadas na liminar e afeta diretamente processos em andamento.

Gilmar Mendes é relator de duas ações que discutem a constitucionalidade da Lei do Impeachment. As ações foram movidas pelo partido Solidariedade e pela Associação de Magistrados Brasileiros (AMB). O tema será analisado pelo plenário virtual do STF a partir do próximo dia 12 de dezembro.

Antes de conceder a liminar, o ministro solicitou informações ao Congresso Nacional, à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à própria AGU. Na ocasião, a Advocacia-Geral da União apresentou manifestação apenas formal, sem discutir o mérito das ações.

A decisão do ministro pode resultar no arquivamento de 66 pedidos de impeachment contra ministros do STF que atualmente tramitam no Senado. O impacto da medida gerou reações entre autoridades do Legislativo. O presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmou que a determinação contraria a legislação e viola a separação dos Poderes. Ele defendeu que o Parlamento deve manter suas prerrogativas em matéria de impeachment.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), também criticou a liminar e destacou que conflitos institucionais afetam o país. Parlamentares afirmaram que o tema deve ser analisado com atenção pelo plenário do STF.

A mudança no quórum para avanço de pedidos de impeachment é um dos pontos mais discutidos. Antes da liminar, a abertura do processo exigia maioria simples entre os senadores, o que poderia ocorrer com mínimo de 41 votos. Com a nova regra, o quórum passa a ser de 54 dos 81 membros do Senado. O afastamento cautelar de ministros durante o andamento do processo também está em discussão no STF.

O julgamento definitivo ocorrerá no plenário virtual, onde os ministros depositam seus votos eletronicamente durante o período determinado.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil / Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Pablo Marçal segue inelegível após decisão apertada no TRE-SP

Pablo Marçal segue inelegível após decisão apertada no TRE-SP

Empresário é multado em R$ 420 mil por descumprir decisão judicial; Caso vai ao TSE após julgamento dividido

TRE-SP confirma inelegibilidade de Pablo Marçal por oito anos e mantém multa de R$ 420 mil

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) confirmou, nesta quinta-feira (4), a inelegibilidade do empresário e candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo em 2024, Pablo Marçal. O tribunal manteve a condenação que impede Marçal de disputar eleições pelos próximos oito anos e confirmou a multa de R$ 420 mil por descumprimento de decisão judicial.

O caso está relacionado ao chamado “concurso de cortes”, promovido por Marçal durante a campanha eleitoral. A prática motivou ações de adversários políticos e manifestações da Justiça Eleitoral. Na eleição de 2024, o candidato não avançou ao segundo turno, mas as ações judiciais resultaram na continuidade das penalidades.

O julgamento no TRE-SP foi definido pelo voto de desempate do presidente da Corte, desembargador Silmar Fernandes, após placar de três votos a três. Três magistrados defenderam a manutenção da inelegibilidade, enquanto outros três votaram pela reversão da decisão. Coube ao presidente desempatar a votação, confirmando a condenação.

As ações que levaram à decisão foram movidas pelo PSB, pelo Ministério Público Eleitoral e pela vereadora Silvia, do PSOL. Os pedidos argumentavam que o concurso promovido durante a campanha violava regras eleitorais e representava descumprimento de ordem judicial.

O tribunal afastou parte das acusações iniciais contra Marçal. As condenações por gastos ilícitos de campanha e abuso de poder econômico foram revertidas, reduzindo o alcance das punições. No entanto, a inelegibilidade e a multa foram mantidas de forma integral.

Com a decisão do TRE-SP, o caso segue para análise do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que terá a palavra final sobre a participação de Marçal em futuras eleições. A defesa do empresário ainda não se manifestou após o julgamento. A decisão do TRE-SP mantém os efeitos da inelegibilidade até que o TSE analise o recurso.

Foto: Antonio Milena/RS/Fotos Públicas

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Caso Zaira Cruz: sargento da PM é condenado a 20 anos de prisão

Caso Zaira Cruz: sargento da PM é condenado a 20 anos de prisão

Julgamento durou três dias e encerrou na madrugada desta quinta (4); Réu recebeu pena por homicídio e estupro; defesa alegava causas naturais

O sargento da Polícia Militar Pedro Inácio Araújo de Maria foi condenado pela morte da universitária Zaira Cruz, ocorrida durante o Carnaval de Caicó, na Região Seridó, em 2019. A sentença foi definida durante sessão do Tribunal do Júri realizada pela 2ª Vara Criminal de Natal, no Fórum Miguel Seabra Fagundes. O réu recebeu pena de 20 anos de prisão, sendo 14 anos por homicídio e 6 anos por estupro.

O julgamento teve início na segunda-feira e se estendeu por três dias, sendo encerrado por volta de 0h30 desta quinta-feira (4). O sargento negava as acusações desde o início das investigações. A sessão foi presidida pelo juiz Valter Flor.

Os debates entre acusação e defesa começaram às 17h15 desta quarta-feira (3) e seguiram até 23h30, quando teve início a votação dos jurados. O magistrado conduziu os trabalhos e analisou os pleitos apresentados durante a sessão, que também contou com depoimentos de peritos e testemunhas previamente designadas.

Zaira Cruz, de 21 anos, natural de Currais Novos, foi encontrada morta dentro de um carro em Caicó em 2 de março de 2019, durante o período de Carnaval. As investigações apontaram que ela teria sido estuprada duas vezes e morta por estrangulamento. Para o Ministério Público, Pedro Inácio foi o autor do crime.

A defesa sustentou que o sargento era inocente e que a jovem teria morrido por causas naturais. O acusado foi preso poucos dias após o ocorrido.

O júri popular começou na segunda-feira (1º), inicialmente com previsão de encerramento apenas na sexta-feira (5). No entanto, 11 testemunhas — entre acusação e defesa — foram dispensadas, o que acelerou o andamento do julgamento. O réu foi ouvido na tarde desta quarta.

Esta foi a segunda tentativa de realização do júri. A primeira sessão, iniciada em junho, foi cancelada após os advogados do réu deixarem o plenário, alegando cerceamento de defesa devido ao indeferimento de perguntas consideradas ofensivas à dignidade da vítima. Todas as testemunhas de acusação já haviam sido ouvidas naquela ocasião.

Desenvolvimento do julgamento

O julgamento do caso teve início na manhã de segunda-feira (1º), no Fórum Miguel Seabra, em Natal. A defesa havia solicitado que a sessão fosse transferida do Seridó para a capital potiguar em razão da repercussão do caso.

Durante o primeiro dia, foram analisados pleitos preliminares apresentados pela defesa. Cinco testemunhas de acusação prestaram depoimento, sendo uma delas por videoconferência. Também foi ouvida a primeira testemunha de defesa. Os trabalhos foram encerrados às 20h20.

Na terça-feira (2), a sessão reabriu às 8h30, com a oitiva de duas testemunhas de defesa. Outras cinco foram dispensadas pelo Ministério Público e seis pela defesa. Também foram ouvidos peritos responsáveis por exames constantes no processo, incluindo três peritos e dois assistentes técnicos.

A última assistente técnica indicada no processo depôs nesta quarta-feira (3). Em seguida, o réu foi interrogado por cerca de três horas, conforme informações do Tribunal de Justiça. Depois do interrogatório, ocorreu o debate entre acusação e defesa.

Relembre o caso

Zaira Cruz foi encontrada morta na manhã de 2 de março de 2019. Ela havia alugado uma casa com amigos para passar o Carnaval em Caicó. Segundo as investigações, o sargento Pedro Inácio estava hospedado na mesma residência. A jovem foi encontrada morta dentro de um veículo no condomínio.

O delegado responsável pelo caso relatou à época que o próprio sargento chamou a polícia. Ele afirmou ter mantido relação sexual com a jovem dentro do carro antes de chegarem ao condomínio e relatou que ela teria “apagado” dentro do veículo. Segundo ele, deixou a jovem dormindo no carro e, ao retornar pela manhã, a encontrou morta. A investigação concluiu que a jovem já teria chegado sem vida ao local.

Zaira cursava Engenharia Química na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) e morava em Mossoró. Pedro Inácio era lotado no Fórum de Currais Novos no período do crime.

Foto: Reprodução

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Moraes nega pedido de Carlos Bolsonaro para visitar Jair Bolsonaro no domingo (14)

Moraes nega pedido de Carlos para visitar Jair Bolsonaro no domingo (14)

Ministro mantém normas da PF que autorizam visitas apenas às terças e quintas; Pedido para visita no domingo, dia do aniversário do vereador, foi indeferido

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido apresentado pelo vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) para realizar uma visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro no próximo domingo (7). A data coincide com o aniversário do vereador, que alegou o motivo ao solicitar a mudança do dia de visita. A decisão mantém as regras de visitação definidas pela Superintendência da Polícia Federal.

De acordo com as normas vigentes, as visitas familiares ao ex-presidente estão autorizadas exclusivamente às terças e quintas-feiras, das 9h às 11h. Cada visita tem duração máxima de 30 minutos, limitada a dois visitantes por dia, que devem entrar separadamente. O pedido apresentado pelo vereador solicitava a transferência da visita regular, que estava agendada para 4 de dezembro, para o domingo.

Na decisão, Moraes destacou que as regras de visitação estabelecidas pela Polícia Federal são obrigatórias e seguem critérios de segurança determinados para o local de custódia. O ministro ressaltou ainda que não há possibilidade de escolha de dias ou horários por parte do custodiado, que cumpre pena privativa de liberdade após condenação definitiva.

Segundo o despacho, as normas adotadas seguem o padrão das unidades prisionais federais e estaduais, nas quais visitas fora do cronograma oficial não são autorizadas, salvo em situações excepcionais previstas nas regulamentações internas. O ministro declarou que o pedido não se enquadra nas hipóteses excepcionais e, por isso, não poderia ser atendido.

Carlos Bolsonaro, por meio das redes sociais, lamentou a negativa. Ele afirmou que solicitou a visita especificamente por ser seu aniversário e que pretendia utilizar apenas os 30 minutos previstos nas regras. Em publicação, escreveu: “Pedi para visitar meu pai, mesmo que fosse pelos 30 minutos estabelecidos, no dia do meu aniversário […], e o pedido foi indeferido por Alexandre de Moraes”.

A decisão mantém o mesmo padrão aplicado em outras solicitações feitas por familiares do ex-presidente desde o início do período de custódia. As regras estabelecidas pela Polícia Federal, segundo Moraes, têm como finalidade assegurar condições adequadas de controle e segurança, além de preservar a organização do fluxo de visitantes.

O indeferimento também reafirma que as visitas devem ocorrer de maneira individualizada, sem possibilidade de ampliação da lista de visitantes ou de alteração das datas previamente determinadas. Desde a definição do calendário, familiares precisam seguir o cronograma fixado e comparecer nos dias autorizados.

O ministro ainda observou que visitas aos domingos não são permitidas em nenhuma unidade administrada pela Polícia Federal e que o custodiado está sujeito às mesmas condições de outros presos, mesmo sendo ex-presidente da República. A decisão reforça que a concessão de visita em dias não autorizados configuraria exceção sem respaldo nas normas vigentes.

A defesa de Jair Bolsonaro ainda não se manifestou sobre a decisão. O vereador Carlos Bolsonaro segue autorizado a realizar a visita na data originalmente incluída no calendário estabelecido pela PF.

Foto: Renan Olaz/CMRJ

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Acordo do STF impõe restrições fiscais ao RN para contratação de empréstimos

Acordo do STF impõe restrições fiscais ao RN para contratação de empréstimos

Medidas incluem limites a reajustes, concursos e criação de cargos no Estado

STF homologa acordo que permite ao RN contratar até R$ 855 milhões com restrições fiscais

O Supremo Tribunal Federal (STF) homologou um acordo que autoriza o Rio Grande do Norte a contratar até R$ 855 milhões em empréstimos, mediante o cumprimento de restrições fiscais previstas no artigo 167-A da Constituição Federal. O termo foi validado na segunda-feira (24) pelo ministro Cristiano Zanin e envolve condicionantes relacionadas a reajustes salariais, concursos, criação de cargos e ampliação de despesas do Estado.

O acordo garante ao RN acesso a operações de crédito vinculadas ao Plano de Recuperação Fiscal (PEF) mesmo sem o cumprimento integral das metas do programa. Na ação que originou a negociação (ACO 3733), o Estado solicitou que a União fosse obrigada a conceder garantia para os empréstimos, concordando com as contragarantias previstas na legislação.

Segundo o texto homologado, todas as restrições valerão até que o Rio Grande do Norte alcance três metas fiscais: despesa de pessoal inferior a 54% da Receita Corrente Líquida (RCL), caixa líquido positivo e despesas correntes limitadas a 90% das receitas. Enquanto as metas não forem atingidas, ficam proibidos reajustes gerais, criação de cargos, realização de concursos (exceto reposições), novas despesas obrigatórias e a ampliação de benefícios tributários ou programas com impacto financeiro adicional.

Situação fiscal do RN

Relatório recente do Tesouro Nacional aponta que o Estado comprometeu 55,73% da RCL apenas com a folha do Executivo no segundo quadrimestre de 2025, acima do teto permitido de 49%. O índice foi o mais elevado entre as unidades federativas no período e o único a ultrapassar o limite estabelecido.

Com a homologação, o Governo deverá enviar relatórios periódicos ao Tesouro detalhando o cumprimento das exigências. Em troca, poderá contratar operações de crédito com aval da União de até 6% da RCL, com a possibilidade de ampliar para 9% caso apresente avanços no equilíbrio fiscal. A ação no STF será encerrada apenas após a comprovação do cumprimento das metas.

O Governo do Estado afirmou, em nota publicada na terça-feira (26), que os recursos serão utilizados para reforçar a estabilidade financeira e viabilizar investimentos considerados prioritários.

Impactos para o funcionalismo e categorias do serviço público

As restrições previstas geram preocupação entre entidades representativas do funcionalismo estadual, que destacam possíveis impactos na progressão das carreiras, na política salarial e na oferta de serviços públicos. As categorias afirmam que os limites podem resultar em congelamento de reajustes, interrupção de concursos e impedimentos para criação de cargos considerados essenciais.

Representantes dos servidores também apontam que a política fiscal pode afetar a renda de municípios dependentes do setor público e de programas sociais. Há expectativa de que as consequências incluam mobilizações, judicialização e debates sobre a reestruturação das carreiras.

As entidades reforçam que os serviços públicos já enfrentam dificuldades relacionadas à carência de profissionais, desgaste das estruturas e limitações orçamentárias. Também destacam preocupações quanto à sobrecarga de trabalho e à possibilidade de agravamento de problemas operacionais decorrentes da ausência de reposição adequada de pessoal.

Contexto do acordo e posição da União

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que o acordo representa um marco nas negociações do Plano de Recuperação Fiscal. Esta foi a primeira vez em que União e Estado discutiram em mesa de conciliação medidas relacionadas ao reequilíbrio das contas públicas e à liberação de investimentos.

A Procuradoria Geral do Estado do RN avalia que as ações pactuadas são necessárias para garantir estabilidade fiscal, reforçando que a recuperação dependerá da colaboração entre os órgãos estaduais.

Principais vedações previstas no acordo

  • Proibição de aumento, reajuste ou vantagem remuneratória (exceto por determinação judicial ou lei anterior).
  • Vedação à criação de cargos ou contratações que ampliem despesas.
  • Proibição de realizar concursos, exceto para reposições de vagas previstas.
  • Proibição de criação ou ampliação de auxílios, bônus ou verbas indenizatórias.
  • Vedação à criação de novas despesas obrigatórias.
  • Proibição de reajuste de despesas acima da inflação.
  • Vedação à criação ou expansão de linhas de financiamento, perdão ou renegociação de dívidas que gerem aumento de subsídios.
  • Proibição de ampliação de incentivos fiscais.

Fotos: Arquivo/Reprodução / Sandro Menezes/Governo do RN

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Moraes pede comprovação do histórico clínico de Augusto Heleno

Moraes pede comprovação do histórico clínico de Augusto Heleno

Ministro analisa pedido de prisão domiciliar para aliado de Bolsonaro

Relator do processo da trama golpista, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou neste sábado (29) comprovação do histórico de saúde do general Augusto Heleno para decidir sobre pedido da defesa de cumprimento da pena de 21 anos em prisão domiciliar, devido ao diagnóstico de Alzheimer e a antecedentes de transtorno depressivo e transtorno misto ansioso depressivo.

De acordo com a defesa do general, que tem 78 anos e está custodiado em uma cela especial do Comando Militar do Planalto (CMP), em Brasília, ele apresenta sintomas psiquiátricos e cognitivos desde 2018.

Em despacho, Moraes cobrou a anexação de documentos comprobatórios do histórico do estado de saúde do ex-ministro de Jair Bolsonaro.

“Não foi juntado aos autos nenhum documento, exame, relatório, notícia ou comprovação da presença dos sintomas contemporâneos aos anos de 2018, 2019, 2020, 2021, 2022, 2023; período, inclusive, em que o réu exerceu o cargo de Ministro de Estado do Gabinete de Segurança Institucional, cuja estrutura englobada a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) – responsável por informações de inteligência sensíveis à Soberania Nacional -, uma vez que, todos os exames que acompanham o laudo médico foram realizados em 2024”, apontou o magistrado do STF.

A concessão do regime de prisão domiciliar em favor de Augusto Heleno recebeu parecer favorável da Procuradoria Geral da República (PGR), em manifestação publicada nesta sexta-feira (28), mas a decisão final sobre o pleito caberá ao STF.

Alexandre de Moraes determinou que a defesa de Heleno junte aos autos, no prazo de 5 dias, o exame inicial que teria identificado ou registrado sintomas ou diagnóstico de demência mista (Alzheimer e vascular) e todos os relatórios, exames, avaliações médicas, neuropsicológicas e psiquiátricas produzidos desde 2018, “inclusive prontuários, laudos evolutivos, prescrições e documentos correlatos que comprovem o alegado”.

O magistrado também solicitou “documentos comprobatórios da realização de consultas e os médicos que acompanharam a evolução da demência mista, Alzheimer e vascular durante todo esse período”.

Por fim, Moraes pediu esclarecimento, por parte da defesa, se em virtude do cargo ocupado entre 2019 e 2022, o réu teria comunicado ao serviço de saúde da Presidência da República, do Ministério ou a algum órgão seu diagnóstico de deterioração cognitiva.
Condenação

Augusto Heleno, o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais cinco aliados começaram a cumprir pena nesta terça-feira (25) após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar o fim do processo para os réus do Núcleo 1 da trama golpista que planejava impedir a posse de Luís Inácio Lula da Silva como presidente da República em 2023..

A condenação ocorreu no dia 11 de setembro. Por 4 votos a 1, a Primeira Turma do STF condenou os sete réus pelos crimes de:

  • Organização criminosa armada,
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito,
  • Golpe de Estado,
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça e
  • Deterioração de patrimônio tombado.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Da Agência Brasil

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STF mantém penas de Bolsonaro e demais condenados no núcleo da trama golpista

STF mantém penas de Bolsonaro e demais condenados no núcleo da trama golpista

Decisão unânime segue voto do relator Alexandre de Moraes e confirma cumprimento imediato das penas

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, manter o cumprimento das penas impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a outros seis integrantes identificados como parte do núcleo 1 da trama golpista. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (25) e seguiu integralmente o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes. Com o julgamento, fica encerrada qualquer possibilidade de novos recursos, uma vez que os processos já transitaram em julgado.

Segundo o entendimento firmado pelos ministros, as ações penais envolvendo o grupo encerraram todas as fases recursais possíveis, o que torna definitiva a execução das penas. Em consequência, os condenados seguem obrigatoriamente para o cumprimento das decisões determinadas anteriormente pelo Supremo.

Jair Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão em regime fechado na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Ele foi condenado no contexto das investigações que apuraram a articulação de uma trama voltada a ações antidemocráticas e tentativas de ruptura institucional. Com a decisão da Primeira Turma, a execução penal segue conforme já estabelecido.

Além do ex-presidente, outros seis condenados também tiveram as punições confirmadas pelo Supremo. Entre eles estão:

  • Walter Braga Netto, condenado a 26 anos de prisão;
  • Alexandre Ramagem, condenado a 16 anos e atualmente foragido;
  • Almir Garnier, condenado a 24 anos;
  • Anderson Torres, condenado a 24 anos;
  • Augusto Heleno, condenado a 21 anos;
  • Paulo Sérgio Nogueira, condenado a 19 anos.

Os locais de custódia variam conforme o caso. Alguns dos condenados estão alojados em unidades militares, outros permanecem na Polícia Federal ou no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. A situação de Ramagem, que segue foragido, permanece sob monitoramento, conforme informações oficiais.

A decisão desta terça-feira (25) confirma, na prática, que a execução penal dos envolvidos continuará sem possibilidade de suspensão ou revisão no âmbito judicial. Com o trânsito em julgado formalizado, não há instrumentos jurídicos adicionais que possam ser acionados pelas defesas dos réus dentro do STF para alterar ou reverter as condenações.

As audiências de custódia dos condenados estão agendadas para esta quarta-feira (26). Os horários são distintos e ocorrem nas unidades específicas onde cada um cumpre pena. As audiências têm como objetivo verificar as condições de custódia e assegurar que o cumprimento das decisões judiciais ocorra dentro dos parâmetros legais estabelecidos.

O julgamento da Primeira Turma evidencia a continuidade da execução penal aplicada aos integrantes do núcleo 1 da trama golpista. A confirmação das penas reforça que o STF considera encerradas todas as etapas internas do processo judicial relativas ao caso, consolidando oficialmente a fase de cumprimento das decisões.

A manutenção das condenações de todos os envolvidos acompanha o voto do relator Alexandre de Moraes, que já havia indicado que os processos estavam formalmente concluídos e que não caberiam novos recursos. A deliberação unânime confirma esse entendimento e estabelece o prosseguimento da execução das penas já aplicadas.

Fotos: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil / Joédson Alves/Agência Brasil

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Sabatina de Jorge Messias no Senado é marcada para 10 de dezembro

Sabatina de Jorge Messias no Senado é marcada para 10 de dezembro

Indicado por Lula ao STF será avaliado pela CCJ em meio a tensão entre Senado e Governo Federal

A sabatina de Jorge Messias, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), será realizada no dia 10 de dezembro. A data foi confirmada nesta terça-feira (25) pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Otto Alencar (PSD-BA).

Jorge Messias, atual advogado-geral da União, foi indicado no dia 20 de novembro para assumir a cadeira deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso, que antecipou sua aposentadoria e deixou o STF no mês passado. A escolha do nome tem sido tema de debates no meio político e provocou tensão entre o Senado e o Governo Federal.

A indicação é tratada como motivo de divergência entre Alcolumbre e o Executivo. O presidente do Senado defendia a indicação do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, para integrar o Supremo. A não aceitação desse nome pelo presidente Lula teria gerado desconforto político. Na segunda-feira (24), o Senado aprovou uma pauta considerada de forte impacto fiscal, estimada em mais de R$ 100 bilhões para a União. A aprovação foi interpretada como resposta ao descontentamento com a indicação de Messias.

Para tomar posse no STF, o indicado precisa ser submetido a uma sabatina na CCJ, seguida pela aprovação no colegiado e no plenário do Senado. No plenário, é necessário o voto favorável de pelo menos 41 senadores. O relator da indicação será o senador Weverton (PDT-MA), responsável por apresentar parecer à comissão.

O senador Otto Alencar informou que a leitura da mensagem presidencial que oficializa a indicação de Jorge Messias ocorrerá no dia 3 de dezembro. Somente após esse procedimento a CCJ poderá iniciar as etapas formais da sabatina, que inclui apresentação do currículo do indicado, análise técnica e realização de questionamentos por senadores.

Jorge Messias tem 45 anos e poderá permanecer no Supremo Tribunal Federal por aproximadamente 30 anos, até atingir a idade de 75 anos, quando ocorre a aposentadoria compulsória prevista na Constituição.

Messias assumiu o comando da Advocacia-Geral da União (AGU) em 1º de janeiro de 2023, no início do terceiro mandato do presidente Lula. Ele já havia atuado no governo federal em outra função de destaque: durante a gestão da presidenta Dilma Rousseff, ocupou o cargo de subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República, setor responsável pelo assessoramento jurídico direto ao chefe do Executivo.

Nascido no Recife, Jorge Messias ingressou na carreira pública em 2007, quando se tornou procurador concursado da Fazenda Nacional. Ele é formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e possui títulos de mestre e doutor pela Universidade de Brasília (UnB).

O processo de indicação ao STF envolve análise jurídica, experiência profissional e entendimento sobre temas constitucionais. A sabatina tem caráter decisivo, já que os senadores utilizam o momento para avaliar o histórico do indicado, sua trajetória no serviço público e suas posições sobre temas relevantes ao Supremo e ao ordenamento jurídico.

A realização da sabatina em 10 de dezembro ocorre em cenário marcado por tensionamentos políticos. A relação entre Senado e Governo Federal passou a ser observada com mais atenção após a aprovação da pauta de grande impacto fiscal e das discussões sobre o processo de escolha para a vaga no Supremo.

Ao final da análise, o relatório será votado na CCJ. Caso seja aprovado, o nome segue para deliberação no plenário do Senado.

Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil / Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil / Ricardo Stuckert / PR

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Flávio e Carlos Bolsonaro visitam Jair Bolsonaro na PF em Brasília após autorização do STF

Flávio e Carlos Bolsonaro visitam Jair Bolsonaro na PF em Brasília após autorização do STF

Visita ocorre após pedido da defesa; autorização prevê 30 minutos para cada filho

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) estiveram, na manhã desta terça-feira (25), na Superintendência Regional da Polícia Federal, em Brasília, para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ambos chegaram ao local às 9h18, após autorização concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo informações da defesa, o pedido para a visita foi apresentado no sábado (22.nov).

Esta é a primeira vez que os dois filhos visitam Jair Bolsonaro desde que ele foi preso preventivamente, também no sábado (22). De acordo com a autorização judicial, cada um dos filhos pode permanecer por 30 minutos com o ex-presidente, em encontros individuais. O período máximo de permanência autorizado na Superintendência da PF vai até às 11h.

A autorização destaca que os encontros devem ocorrer separadamente, permitindo visita individual de Flávio e, em seguida, de Carlos Bolsonaro. A decisão atende ao pedido da defesa, que havia solicitado visitas de familiares após a prisão preventiva do ex-presidente. O documento de autorização estabelece as regras de acesso e o limite de tempo destinado a cada visitante.

A chegada dos dois ocorreu sem a presença de apoiadores ou críticos no local. Não houve registro de manifestações durante o deslocamento dos parlamentares até a Superintendência da PF. As informações apontam que a visita se concentrou exclusivamente na determinação judicial e nas condições previstas na autorização do ministro Alexandre de Moraes.

A defesa de Jair Bolsonaro havia solicitado que familiares pudessem realizar visitas regulares desde a detenção no sábado. O pedido foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal, que estabeleceu as condições específicas para as visitas. O ministro Alexandre de Moraes definiu que somente os dois filhos estariam autorizados a ingressar no local nesta data, com tempo limitado e supervisão da Polícia Federal.

A prisão preventiva de Jair Bolsonaro ocorreu após determinação judicial e foi cumprida na Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília. Desde então, o ex-presidente encontra-se sob custódia, com acesso restrito a visitantes. A visita dos dois filhos segue a primeira autorização concedida após a detenção.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes estabelece que, além do limite de tempo, as visitas devem seguir os protocolos internos da Polícia Federal. O procedimento inclui identificação formal dos visitantes e acompanhamento do deslocamento até o local reservado para o encontro individual com o ex-presidente.

Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro permanecem autorizados a permanecer na Superintendência da PF até o horário-limite de 11h. O procedimento segue as regras estabelecidas na decisão judicial e faz parte do conjunto de medidas determinadas após a detenção preventiva do ex-presidente.

A visita ocorre dentro das condições previstas no despacho do ministro, que detalha o controle de acesso, o tempo de permanência e as limitações impostas pela custódia preventiva. Não foram registradas ocorrências externas durante a chegada dos parlamentares ao prédio da Polícia Federal.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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Ministros da 1ª Turma do STF devem manter prisão de Bolsonaro por unanimidade nesta segunda

Ministros da 1ª Turma do STF devem manter prisão de Bolsonaro por unanimidade nesta segunda

Primeira Turma do STF tem até 20h para votar sobre prisão preventiva de Jair Bolsonaro determinada por Alexandre de Moraes.

Ministros da 1ª Turma do STF devem manter prisão de Bolsonaro por unanimidade nesta segunda

Ministros da 1ª Turma do STF devem manter prisão de Bolsonaro por unanimidade nesta segunda, 24. A votação ocorre entre 8h e 20h, quando os ministros poderão confirmar ou não a decisão do relator Alexandre de Moraes. Bolsonaro está detido na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, desde sábado (22), e sua prisão foi mantida em audiência de custódia no domingo (23).

Composição da Turma

A Primeira Turma é formada por Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O ministro Luiz Fux, que participou do julgamento anterior sobre a trama golpista, não votará nesta etapa, pois migrou para a Segunda Turma.

Motivos da prisão

Moraes determinou a prisão preventiva de Bolsonaro alegando risco de fuga após convocação de apoiadores feita pelo senador Flávio Bolsonaro. A mobilização ocorreu em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar. Além disso, Bolsonaro danificou a tornozeleira eletrônica com um equipamento de solda, fato confirmado pelo próprio em audiência.

Defesa e alegações

Na audiência de custódia, Bolsonaro afirmou que agiu sob “paranoia” e “alucinação”. A defesa argumentou que, apesar do dano à tornozeleira, o equipamento não foi retirado e não havia intenção de fuga. Os advogados pediram nova prisão domiciliar por motivos humanitários, citando problemas de saúde. Moraes ainda não analisou o pedido.

A defesa também apresentou relatório médico indicando que Bolsonaro passou a primeira noite na sede da PF sem intercorrências. O documento menciona episódio de confusão mental atribuído à interação de medicamentos.

Ministros da 1ª Turma do STF devem manter prisão de Bolsonaro
Ministros da 1ª Turma do STF devem manter prisão de Bolsonaro

Impacto no processo

A decisão da Primeira Turma não altera os prazos do processo principal, que está em fase final. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão. Após rejeição dos primeiros embargos de declaração, vence nesta segunda-feira (24) o prazo para novos recursos. A partir de terça-feira (25), Moraes poderá considerar os pedidos protelatórios e determinar o trânsito em julgado, transformando a prisão preventiva em definitiva.

Juristas apontam que Moraes poderia aguardar até sexta-feira (28), prazo para embargos infringentes, recurso cabível em caso de dois votos divergentes. No julgamento de Bolsonaro, houve apenas um voto contrário, mas a defesa pretende apresentar o recurso com base no regimento interno.

Outros réus

Além de Bolsonaro, Walter Braga Netto está preso preventivamente desde dezembro e também poderá iniciar cumprimento de pena após trânsito em julgado. Outros réus incluem Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Mauro Cid. Este último já cumpre pena após não recorrer da decisão.

Foto: Marcello Casal Jr/Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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Bolsonaro admite que usou ferro quente para abrir tornozeleira

Bolsonaro admite que usou ferro quente para abrir tornozeleira

Relatório aponta tentativa de danificação do equipamento que monitorava o ex-presidente.

Bolsonaro admite que usou ferro quente para abrir tornozeleira

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso na manhã de sábado (22), admitiu ter utilizado um ferro de solda para tentar abrir a tornozeleira eletrônica que usava como medida cautelar determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A informação consta em relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (SEAPE-DF).

Relatório aponta tentativa de violação

O documento elaborado pela equipe policial indica que houve acionamento para verificar possível danificação do equipamento. A análise confirmou sinais de avaria, incluindo marcas de queimadura em toda a circunferência da tornozeleira, especialmente na região de fechamento do case.

A constatação levou à prisão preventiva do ex-presidente por risco de fuga. O relatório da Polícia Federal descreve que o equipamento apresentava “sinais claros e importantes de avaria”, reforçando a suspeita de tentativa deliberada de remoção.

Contexto da prisão

Bolsonaro estava submetido a medidas cautelares impostas pelo STF, incluindo uso de tornozeleira eletrônica, após condenação por tentativa de golpe de Estado. A pena fixada é de 27 anos e três meses, mas ainda não transitou em julgado. A prisão preventiva foi decretada para evitar evasão e garantir cumprimento das determinações judiciais.

O episódio ocorre em meio à análise do Supremo sobre a manutenção da prisão preventiva. A Primeira Turma da Corte deve avaliar se a medida será mantida ou substituída por outra menos gravosa.

Bolsonaro admite que usou ferro quente para abrir tornozeleira
Bolsonaro admite que usou ferro quente para abrir tornozeleira

Próximos passos

Com a confirmação da tentativa de violação da tornozeleira, o caso pode influenciar decisões futuras sobre o regime de cumprimento da pena. A prisão preventiva tende a ser seguida pela execução da condenação em regime fechado, caso os recursos sejam esgotados.

Foto: Divulgação/SEAP/Gustavo Moreno/Agência Brasil

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Justiça rejeita embargos da Câmara em 4ª decisão do caso Brisa Bracchi

Justiça rejeita embargos da Câmara em 4ª decisão do caso Brisa Bracchi

Tribunal de Justiça mantém prazo mínimo de 72 horas para convocação de sessões de julgamento.

Justiça rejeita embargos da Câmara em 4ª decisão do caso Brisa Bracchi

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte rejeitou embargos de declaração apresentados pela Procuradoria da Câmara Municipal de Natal no processo que trata do pedido de cassação da vereadora Brisa Bracchi (PT). A decisão foi proferida pelo desembargador Dilermando Mota na quarta-feira (19).

Prazo mínimo mantido

A decisão mantém a exigência de que a Câmara observe o prazo mínimo de 72 horas para convocar sessões de julgamento, conforme previsto no regimento interno. A Casa tentava reduzir esse período para 24 horas, alegando que normas municipais não poderiam estabelecer prazos superiores aos previstos na legislação federal.

O magistrado considerou que a competência da União estabelece garantias mínimas, que podem ser ampliadas por regimentos internos em favor do acusado. O prazo de 72 horas foi adotado pela própria Câmara em todos os atos anteriores do processo, não podendo ser alterado apenas no ato final.

Embargos rejeitados

Os embargos foram classificados como tentativa de rediscussão do mérito da causa, sem que houvesse omissão, contradição ou obscuridade a ser sanada. A Procuradoria também questionou se os prazos do processo estariam suspensos durante as decisões judiciais e qual prazo deveria prevalecer para conclusão da cassação, mas essas questões não integram o objeto da ação, que trata especificamente da convocação irregular da sessão.

Justiça rejeita embargos da Câmara
Justiça rejeita embargos da Câmara

Histórico do caso

Esta é a quarta decisão judicial relacionada ao processo. A sessão que decidiria a cassação estava prevista para a manhã da terça-feira (18), após a Comissão Especial Processante (CEP) encaminhar o parecer do relator ao presidente da Câmara Municipal.

A sessão foi suspensa pelo desembargador plantonista do TJRN, Cornélio Alves, que considerou irregular a intimação da vereadora por descumprir o prazo mínimo de 72 horas. O presidente da Câmara remarcou o julgamento para o dia seguinte, quarta-feira (19), mas o juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública também reconheceu o desrespeito ao prazo e determinou nova suspensão.

Ainda na noite da quarta-feira (19), o desembargador Dilermando Mota reforçou que qualquer convocação futura deve observar obrigatoriamente as 72 horas previstas pelo regimento interno e pelo Código de Processo Civil. A decisão destacou que a Câmara havia ignorado determinação anterior do desembargador plantonista.

Próximos passos

Com a manutenção do prazo mínimo, a Câmara Municipal deverá ajustar o cronograma do processo para garantir a legalidade das convocações. O caso segue em análise, e novas movimentações dependem do cumprimento das normas regimentais e das decisões judiciais já proferidas.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração / Francisco de Assis/CMN

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Tornozeleira eletrônica de Bolsonaro foi violada e STF decreta prisão preventiva

STF confirma violação de tornozeleira eletrônica de Bolsonaro e aponta risco de fuga

Alexandre de Moraes aponta risco de fuga após violação do equipamento e convocação de vigília

STF confirma violação de tornozeleira eletrônica de Bolsonaro e aponta risco de fuga

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (22) a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro após constatar a violação da tornozeleira eletrônica que monitorava sua prisão domiciliar. O equipamento foi rompido à meia-noite e oito minutos, segundo comunicado do Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal.

Na decisão, Moraes afirmou que a violação indica intenção de fuga, possivelmente facilitada por uma manifestação convocada pelo senador Flávio Bolsonaro para a noite deste sábado. O ministro destacou que o ato, apresentado como vigília pela saúde do ex-presidente, poderia gerar aglomeração e tumulto, comprometendo a fiscalização das medidas cautelares.

O magistrado ressaltou que a convocação segue o mesmo padrão de mobilizações anteriores, consideradas estratégias para obstruir decisões judiciais. Moraes apontou ainda que a residência de Bolsonaro fica a cerca de 13 quilômetros do Setor de Embaixadas Sul, distância que poderia ser percorrida em menos de 15 minutos, aumentando o risco de tentativa de asilo político.

Tornozeleira eletrônica de Bolsonaro foi violada
Tornozeleira eletrônica de Bolsonaro foi violada

Segundo a decisão, o vídeo divulgado por Flávio Bolsonaro incita desrespeito à Constituição e às instituições, reforçando a necessidade da prisão preventiva para garantir a ordem pública. A Polícia Federal cumpriu o mandado por volta das 6h da manhã, levando Bolsonaro para a Superintendência da PF em Brasília, onde ficará em uma sala especial destinada a ex-presidentes.

A defesa do ex-presidente informou que não vai se manifestar sobre a decisão. Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde agosto, após descumprir medidas cautelares relacionadas ao uso de redes sociais. Ele foi condenado em setembro a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, mas ainda recorre da sentença.

Foto:  Fabio Rodrigues-Pozzebom/Fernando Frazão/Agência Brasil

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Suspeito de aplicar golpe de R$ 3 milhões nos pais é preso no Aeroporto de Natal

Suspeito de aplicar golpe de R$ 3 milhões nos pais é preso no Aeroporto de Natal

Homem de 51 anos é apontado como líder de associação criminosa que fraudou casal de idosos

Suspeito de aplicar golpe de R$ 3 milhões nos pais é preso no Aeroporto de Natal

Um homem de 51 anos, filho de um casal de idosos e apontado como líder de uma associação criminosa responsável por aplicar um golpe milionário contra os próprios pais, foi preso preventivamente nesta sexta-feira (21) durante a operação “Quarto Mandamento”. Segundo a Polícia Civil, o prejuízo acumulado desde novembro de 2024 ultrapassou R$ 3 milhões.

O suspeito é investigado pelos crimes de estelionato e associação criminosa. De acordo com as apurações, ele teria apresentado quatro comparsas às vítimas, facilitando o acesso do grupo à residência e à confiança do casal. Esses comparsas foram presos em flagrante no dia 26 de setembro deste ano.

Entre os detidos anteriormente está uma mulher identificada como articuladora do esquema. Ela afirmava aos idosos que seria beneficiária de uma suposta herança de R$ 235 bilhões, justificando pedidos constantes de dinheiro sob o argumento de que precisava se manter até a liberação dos valores.

Com o passar dos meses, os suspeitos passaram a morar com o casal em um condomínio de luxo no bairro de Candelária, zona Sul de Natal, usufruindo de conforto e vida de alto padrão custeados com o dinheiro das vítimas. Durante esse período, também abriram contas bancárias em nome dos idosos e realizaram diversas transações sem consentimento.

Suspeito de aplicar golpe de R$ 3 milhões nos pais é preso no Aeroporto de Natal
Suspeito de aplicar golpe de R$ 3 milhões nos pais é preso no Aeroporto de Natal

O filho do casal, apontado como líder da associação criminosa, estava foragido desde que teve a prisão preventiva decretada. Ele foi localizado na manhã desta sexta-feira no Aeroporto Internacional de Natal, dentro de uma aeronave que havia acabado de pousar. Após receber voz de prisão, foi conduzido à delegacia para os procedimentos legais e, em seguida, encaminhado ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça.

O nome “Quarto Mandamento” faz referência ao mandamento bíblico “honrar pai e mãe”, destacando a gravidade do crime cometido contra os próprios pais. A operação foi coordenada pela Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações (DEFD) de Natal, com apoio da Polícia Federal.

Foto: Divulgação/Polícia Civil

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Moraes determina prisão de Ramagem após deputado ser visto em Miami

Moraes determina prisão de Ramagem após deputado ser visto em Miami

STF decreta prisão preventiva de Alexandre Ramagem, condenado por tentativa de golpe

Moraes determina prisão de Ramagem após deputado ser visto em Miami

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou nesta sexta-feira (21) a prisão preventiva do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). A decisão foi tomada após Ramagem ser visto em Miami, nos Estados Unidos, descumprindo medidas cautelares que o proibiam de deixar o Brasil e determinavam a entrega de todos os passaportes nacionais e estrangeiros.

Ramagem foi condenado pelo STF a 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão por participação na tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Ele recorre em liberdade, mas estava submetido a restrições impostas pelo Supremo desde setembro, quando a Primeira Turma concluiu o julgamento do núcleo principal da trama golpista.

A presença do deputado em Miami foi revelada por imagens divulgadas na quarta-feira (19), que mostraram Ramagem entrando em um condomínio de luxo na cidade. A Polícia Federal investiga se ele deixou o Brasil clandestinamente, possivelmente por via terrestre, antes de seguir para os Estados Unidos.

Moraes determina prisão de Ramagem
Moraes determina prisão de Ramagem

Após a divulgação das imagens, deputados do PSOL protocolaram pedido de prisão cautelar no STF, alegando risco real de fuga. A Câmara dos Deputados informou que não autorizou missão oficial no exterior e que Ramagem apresentou atestados médicos cobrindo os períodos de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro. Apesar disso, registros indicam participação do parlamentar em votações durante esses intervalos.

A Polícia Federal deve solicitar a inclusão do nome de Ramagem na Difusão Vermelha da Interpol, o que permitirá sua prisão nos Estados Unidos e reforçará a cooperação internacional. A defesa do deputado informou que não vai se manifestar sobre o caso.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil/Fellipe Sampaio/STF

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Bolsonaro é preso preventivamente a pedido da Polícia Federal

Bolsonaro é preso preventivamente a pedido da Polícia Federal

Decisão do STF cita risco de fuga e convocação de vigília; prisão ocorreu sem algemas e sem exposição à imprensa.

Bolsonaro é preso preventivamente a pedido da Polícia Federal

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso na manhã deste sábado (22) após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão preventiva foi solicitada pela Polícia Federal (PF) e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. A medida tem caráter cautelar e não está relacionada diretamente à condenação por tentativa de golpe de Estado.

Segundo a decisão, o risco elevado de fuga motivou a ordem judicial. O Centro de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou ao STF que houve violação da tornozeleira eletrônica às 0h08 deste sábado. Moraes também mencionou a convocação de uma vigília em frente ao condomínio do ex-presidente, feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como indício de tentativa de obstrução da fiscalização das medidas cautelares.

O ministro destacou que, durante as investigações que levaram à condenação de Bolsonaro, foi identificado um plano para solicitar asilo político na embaixada da Argentina. O condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar fica a cerca de 13 quilômetros do Setor de Embaixadas Sul, distância que pode ser percorrida em menos de 15 minutos de carro.

Na decisão, Moraes também citou os deputados Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, que deixaram o país para evitar medidas judiciais, reforçando o risco de fuga do ex-presidente.

Bolsonaro foi detido por volta das 6h e levado à sede da Polícia Federal às 6h35. Após os trâmites iniciais, foi encaminhado para a Superintendência da PF no Distrito Federal, onde ficará em uma “Sala de Estado”, espaço reservado para autoridades. A Polícia Federal informou que cumpriu o mandado expedido pelo STF.

Bolsonaro é preso preventivamente
Bolsonaro é preso preventivamente

Prisão ocorreu sem algemas e sem exposição à imprensa

O ministro Alexandre de Moraes determinou que a prisão preventiva fosse realizada sem uso de algemas e sem exposição à imprensa. A ordem foi encaminhada à Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, com orientação para que a ação respeitasse a dignidade do ex-presidente.

A decisão também autorizou que a equipe policial definisse o uso de uniforme e armamento conforme necessidade. A prisão preventiva não tem prazo determinado e foi justificada para garantir a ordem pública diante da convocação de apoiadores para vigília no condomínio.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses por tentativa de golpe, mas a prisão atual não está vinculada à execução dessa pena. Os recursos ainda estão em andamento, e a defesa tenta evitar a transição para regime fechado, alegando problemas médicos e risco à vida no sistema prisional.

Michelle Bolsonaro publica mensagem bíblica após prisão

Logo após a prisão do ex-presidente, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro publicou uma mensagem com referência bíblica em seu perfil no Instagram. A postagem, feita neste sábado (22), incluiu um versículo do Salmo 121: “Levantarei os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro”. Michelle também escreveu: “Eu confio no Senhor”.

Foto: Lula Marques/Tânia Rêgo/Agência Brasil

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Bolsonaro pode começar a cumprir pena em regime fechado ainda em novembro

Bolsonaro pode começar a cumprir pena em regime fechado ainda em novembro

Publicação do acórdão desencadeia contagem de prazos recursais; Ministro Alexandre de Moraes pode autorizar execução da pena antes do fim de novembro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode iniciar, ainda em novembro, o cumprimento de sua pena em regime fechado, segundo especialistas, após a publicação do acórdão que rejeitou os embargos de declaração apresentados por sua defesa.

Contagem de prazos recursais

Com a publicação da ata do julgamento pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), na segunda-feira (17), formaliza-se o resultado da rejeição dos embargos de declaração. Esse tipo de recurso busca esclarecer omissões ou contradições no julgamento, mas foi considerado improcedente no caso por unanimidade.

Após a publicação, começa a correr o prazo para novos recursos.

Especialistas ouvidos afirmam que, com o encerramento das etapas recursais, poderá ocorrer o trânsito em julgado, momento em que a condenação se torna definitiva e a execução da pena pode ser iniciada.

Recursos possíveis: embargos e infringentes

A defesa ainda pode apresentar novos embargos de declaração, prazo de até cinco dias a partir da publicação do acórdão, mas esse recurso só serve para esclarecimentos, sem possibilitar a reversão da condenação.

Também está prevista a possibilidade de embargos infringentes, recurso usado para contestar o mérito da decisão quando há divergência entre votos. No entanto, para que sejam aceitos, normalmente é necessário haver ao menos dois votos divergentes. No julgamento original, houve apenas um voto contrário — do ministro Luís Roberto Barroso –- ou segundo fontes, do ministro Luiz Fux.

Se o relator, ministro Alexandre de Moraes, entender que os recursos são protelatórios, ele pode rejeitá-los de plano.

Possibilidade de início da execução da pena

Especialistas afirmam que, encerrados os recursos considerados, Bolsonaro deverá começar a cumprir a pena em regime fechado, conforme previsto na sentença original. A condenação, segundo esclarecem, é de 27 anos e 3 meses de prisão.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, terá poder para determinar o início da execução da pena. Ele pode autorizar a prisão imediatamente após o trânsito em julgado ou, se considerar que os recursos são uma manobra protelatória, antecipar a ordem de prisão.

Caso os recursos sejam rejeitados definitivamente, o regime fechado é o mais provável para o cumprimento da pena. A legislação brasileira determina regime inicial fechado para penas altas.

Contexto da condenação

Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do STF por crimes relacionados à trama golpista, incluindo tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e atentado contra o Estado Democrático de Direito. A sentença foi proferida em 11 de setembro de 2025.

Além da condenação, a defesa argumentou, em recursos anteriores, que Bolsonaro desistiu voluntariamente da empreitada golpista e requereram o recálculo da pena com base neste entendimento. Essa tese, porém, foi rejeitada pelo ministro Alexandre de Moraes, que afirmou que não houve desistência comprovada.

Cenário para a ordem de prisão

Com a rejeição dos embargos de declaração já ocorrida e o prazo para novos recursos em curso, analistas apontam para a possibilidade de uma ordem de prisão ainda na última semana de novembro.

Se os embargos infringentes forem negados, a defesa ainda poderá apresentar agravo, o que poderia levar a uma reanálise pela Primeira Turma.

Em caso de prisão, o regime inicial deve ser fechado, mas há discussão sobre o local de cumprimento. Já foram citadas possibilidades como o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, ou outras unidades seguras conforme a legislação prevê para penas elevadas.

Foto: Alan Santos/PR / Marcos Corrêa/PR

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Lula indica Jorge Messias para vaga no STF

Lula indica Jorge Messias para vaga no STF

Advogado-geral da União é escolhido para substituir Luís Roberto Barroso e aguarda sabatina no Senado

Lula indica Jorge Messias para vaga no STF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou, nesta quinta-feira (20), o advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A confirmação foi feita pelo Palácio do Planalto.

Messias foi escolhido para assumir a cadeira deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso, que anunciou aposentadoria antecipada e deixou o tribunal no mês passado. Aos 45 anos, o indicado poderá permanecer na Corte por até 30 anos, período que se estende até completar 75 anos, idade prevista para aposentadoria compulsória no serviço público.

Para assumir o cargo, Messias ainda precisa passar pela sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Após a etapa, seu nome será submetido a votação no colegiado e, posteriormente, ao plenário da Casa. A data da sabatina ainda será definida pela presidência da comissão.

Jorge Messias está no comando da Advocacia-Geral da União desde 1º de janeiro de 2023, início do terceiro mandato presidencial de Lula. Sua indicação ocorre em um momento de renovação no Supremo decorrente da saída de Barroso, que ocupou a presidência da Corte antes de se aposentar.

Nascido no Recife, Messias é procurador concursado da Fazenda Nacional desde 2007. É graduado em Direito pela Faculdade de Direito do Recife (Universidade Federal de Pernambuco – UFPE) e possui títulos de mestre e doutor pela Universidade de Brasília (UnB).

Durante o governo da presidenta Dilma Rousseff, Messias atuou como subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República, órgão responsável pelo assessoramento jurídico direto à chefe do Executivo. No período, integrou a estrutura da Presidência em temas relacionados à análise jurídica de atos e medidas governamentais.

A indicação de Messias será encaminhada ao Senado, que conduzirá o processo de avaliação previsto para integrantes do Supremo Tribunal Federal. A sabatina na CCJ e as votações subsequentes definirão se o advogado-geral da União será confirmado como novo ministro do STF.

Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil / Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil / José Cruz/Agência Brasil

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Justiça mantém prisão de Daniel Vorcaro em investigação sobre Banco Master

Justiça mantém prisão de Daniel Vorcaro em investigação sobre Banco Master

TRF-1 rejeita habeas corpus e cita risco à ordem pública e esquema de créditos falsos envolvendo BRB

Justiça mantém prisão de Daniel Vorcaro em investigação sobre Banco Master

A Justiça Federal em Brasília decidiu manter a prisão do banqueiro Daniel Vorcaro, um dos sócios do Banco Master. A decisão foi tomada na noite desta quinta-feira (19) pela desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

A magistrada negou o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Vorcaro. O banqueiro havia sido preso na segunda-feira (17) pela Polícia Federal enquanto tentava embarcar para o exterior em seu jatinho particular no Aeroporto de Guarulhos.

Vorcaro e outros sócios do Banco Master são investigados na Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal para apurar a concessão de créditos falsos pela instituição financeira. Entre os pontos investigados está a tentativa de compra do Banco Master pelo Banco Regional de Brasília (BRB), banco público vinculado ao governo do Distrito Federal.

Na decisão, a desembargadora entendeu que a manutenção da prisão é necessária para preservar a ordem pública e viabilizar a desarticulação da organização criminosa investigada.

Segundo a magistrada, “o contexto retrata um grupo com notável estrutura, estabilidade e poderio econômico, cuja atividade perdurou por anos, voltada à prática reiterada de delitos financeiros, com envolvimento dos gestores do Banco Master em esquemas complexos e de altíssimo padrão, utilizando-se de manobras para fraudar o sistema financeiro”.

A desembargadora também destacou que as fraudes investigadas podem comprometer a liquidez do BRB e gerar prejuízo estimado em R$ 17 bilhões.

Na decisão, Solange Salgado detalhou que “a investigação revelou um esquema de cessão irregular de carteiras de crédito entre o Banco Master e o Banco de Brasília, envolvendo a quantia vultosa de aproximadamente R$ 17 bilhões. Há indícios de manipulação de ativos, criação de falsas narrativas para órgãos reguladores e utilização de empresas de prateleira para simular a origem de créditos inexistentes ou podres”.

Defesas

Após a prisão, os advogados de Daniel Vorcaro afirmaram que o banqueiro não tentou deixar o país e que sempre se colocou à disposição das autoridades para colaborar com a apuração dos fatos.

O BRB informou que contratará uma auditoria externa para analisar os fatos relacionados à investigação. Segundo a instituição, também será realizada uma apuração interna sobre possíveis falhas de governança e de controles internos.

As diligências da Operação Compliance Zero permanecem em andamento, com foco no esclarecimento das transações financeiras e dos procedimentos adotados na concessão de créditos pelo Banco Master, além da relação entre a instituição e o BRB.

Foto: Reprodução

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Homem é condenado a 17 anos pelo homicídio do empresário Christian Noronha em Mossoró

Homem é condenado a 17 anos pelo homicídio do empresário Christian Noronha em Mossoró

Réu confesso recebeu pena em regime fechado por homicídio qualificado ocorrido em março

Homem é condenado a 17 anos pelo homicídio do empresário Christian Noronha em Mossoró

O Tribunal do Júri condenou, nesta quarta-feira (19), Francisco Antônio de Melo Gonçalves, de 41 anos, a 17 anos e 6 meses de prisão em regime fechado pelo homicídio do empresário Christian Noronha, ocorrido em 20 de março deste ano no Centro de Mossoró. O julgamento foi realizado no Fórum Desembargador Silveira Martins.

Christian Noronha, de 47 anos, morreu após ser atingido por um golpe de tesoura no peito, em frente à própria loja, localizada na Rua Meira e Sá. O crime ocorreu por volta das 11h30, quando o filho do empresário estava na área externa do estabelecimento e foi abordado pelo réu, que pediu dinheiro. Após a negativa, iniciou-se uma discussão.

Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Norte, Francisco Antônio passou a ofender o filho da vítima. O empresário saiu da loja ao perceber o que acontecia e pediu que o homem se afastasse. De acordo com a denúncia, o suspeito tentou desferir um soco em Christian, que se defendeu. Em seguida, Francisco utilizou uma tesoura para atingir o peito do empresário.

A Polícia Militar informou que o objeto usado no ataque estava com o suspeito no momento da prisão. Christian foi socorrido em um carro particular da família e encaminhado a um hospital privado da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu cerca de três horas depois.

O réu foi detido ainda no dia do crime. Populares o contiveram até a chegada da polícia, que realizou a prisão em flagrante. Na delegacia, Francisco confessou ter atacado o empresário, o que levou a Polícia Civil a concluir a investigação e encaminhar o caso ao Poder Judiciário.

Durante o julgamento, o Ministério Público sustentou que o crime foi cometido por motivo fútil, e defendeu a condenação por homicídio qualificado. A defesa do acusado argumentou que Francisco Antônio seria uma pessoa em situação de rua e teria agido sem planejamento prévio, durante um conflito. O júri, no entanto, acolheu a tese da acusação, resultando na pena aplicada.

A condenação encerra a fase inicial do processo judicial. O réu deverá cumprir a pena em regime fechado, conforme determinação do Tribunal do Júri. Francisco Antônio permaneceu preso desde o momento do crime até a data do julgamento.

O caso teve repercussão em Mossoró por ter ocorrido em via pública e durante o horário comercial. A morte do empresário foi registrada após a intervenção inicial do filho, que relatou às autoridades o pedido de dinheiro feito pelo suspeito. O ataque com a tesoura motivou a mobilização policial imediata e o encaminhamento rápido do caso ao Ministério Público, que apresentou a denúncia de homicídio qualificado.

Foto: Reprodução

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Matheus Faustino fala em “venda de sentença” após decisões suspenderem processo contra Brisa Bracchi

Matheus Faustino fala em “venda de sentença” após decisões suspenderem processo contra Brisa Bracchi

Justiça suspendeu duas sessões marcadas para votação do pedido de cassação; vereador afirma que fala foi interpretada fora do contexto

Vereador Matheus Faustino volta a falar em “venda de sentença” e divulga nota após decisões suspenderem processo contra Brisa Bracchi

O vereador Matheus Faustino (União Brasil) reafirmou, nesta quarta-feira (19), declarações que fez sobre uma suposta “venda de sentenças” envolvendo decisões judiciais relacionadas ao processo de cassação da vereadora Brisa Bracchi (PT). As falas ocorreram após a Justiça do Rio Grande do Norte suspender duas sessões da Câmara Municipal de Natal que votariam o pedido de cassação. Posteriormente, o parlamentar divulgou uma nota pública para explicar suas afirmações.

A primeira declaração ocorreu durante entrevista a uma rádio na terça-feira (18) e foi repetida por Faustino na quarta-feira (19), em entrevista à Inter TV Cabugi. Ao ser questionado sobre as decisões judiciais, o vereador afirmou que a interpretação adotada pelo Judiciário poderia levar a população a “desconfiar de uma possível venda de sentença”, embora não tenha apresentado provas.

Segundo Faustino, sua crítica estava relacionada ao uso combinado das regras do regimento interno da Câmara e do Decreto-Lei nº 201/1967, que estabelece normas sobre processos envolvendo prefeitos e vereadores. O parlamentar argumenta que haveria contradição entre os dispositivos utilizados nas decisões.

A sessão marcada para terça-feira (18) foi suspensa após Brisa Bracchi alegar que o regimento interno da Câmara Municipal prevê prazo mínimo de 72 horas para notificação da defesa em processos dessa natureza. A notificação teria ocorrido com menos de 24 horas. A Câmara remarcou a votação para quarta-feira (19), mas a Justiça novamente suspendeu a sessão pelos mesmos fundamentos.

Com a nova suspensão, a Câmara Municipal deixaria de cumprir o prazo de 90 dias previsto no Decreto-Lei nº 201/67 para conclusão do processo de cassação. Diante disso, a defesa da vereadora pediu o arquivamento do procedimento.

Divergência entre prazos

A Procuradoria da Câmara informou que aplicou ao processo o Decreto-Lei nº 201/67, que prevê prazo de 24 horas para notificações e de 90 dias para conclusão. Já o regimento interno da Câmara estabelece 72 horas para notificações e 120 dias para conclusão.

Prazos elencados nos dispositivos:

Decreto-Lei nº 201/67:
– 24 horas para notificações
– 90 dias para conclusão do processo

Regimento Interno da Câmara de Natal:
– 72 horas para notificações
– 120 dias para conclusão do processo

Faustino afirmou que o Supremo Tribunal Federal, por meio da Súmula Vinculante nº 46, definiu que apenas a União pode legislar sobre a matéria, e que, portanto, deveria prevalecer o decreto federal. Ele questionou o fato de o Judiciário considerar o regimento em relação ao prazo de notificação, mas aplicar o decreto no prazo final para encerramento do processo.

“Ao meu ver, está muito claro o que está acontecendo”, disse o parlamentar ao comentar a decisão.

Procurado pela reportagem, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte informou, por meio da assessoria, que não vai se pronunciar sobre as declarações do vereador.

A vereadora Brisa Bracchi reagiu dizendo que a fala de Faustino seria criminosa e que ele deveria indicar “quem comprou e quem vendeu a sentença”.

Vídeos e novas declarações antes da nota oficial

Na quarta-feira (19), antes de divulgar a nota, Faustino publicou vídeos nas redes sociais com novas referências à expressão “venda de sentença”. Em uma das gravações, ele afirmou que, caso a interpretação do regimento interno fosse aplicada juntamente ao prazo final previsto no decreto, isso significaria que “o desembargador vendeu a sentença”. A fala repete declaração feita horas antes à rádio 96 FM.

As gravações circularam no mesmo dia em que a segunda suspensão judicial foi determinada.

Nota pública de Matheus Faustino

Após a repercussão das falas, o vereador divulgou uma nota oficial dizendo que sua manifestação não teve o objetivo de atribuir a juízes qualquer prática ilícita.

Entre os pontos afirmados na nota, o parlamentar declarou:

  • que não citou nominalmente nenhum magistrado ou decisão;
  • que suas falas ocorreram no contexto político do debate sobre o processo de cassação;
  • que se referiu a um cenário “hipotético e abstrato”;
  • que a crítica dizia respeito a critérios jurídicos que poderiam ser adotados;
  • que não fez acusação direta ou indireta de conduta antiética;
  • que entende suas manifestações como parte da liberdade de expressão política.

Confira a nota na íntegra:

“Venho a público esclarecer a interpretação decorrente de minha manifestação proferida no contexto do debate sobre o processo de cassação da Vereadora Brisa Bracchi.

Minha fala não teve o propósito de atribuir a algum juiz, de forma direta ou indireta, qualquer prática ilícita, especialmente o crime de venda de sentença. Inclusive, não citei nominalmente nenhum magistrado ou decisão proferida.

Minha manifestação ocorreu em ambiente político, em meio a discussões intensas sobre a correta aplicação das normas que regem os processos de cassação no âmbito do Poder Legislativo.

Em todo momento me referi a um cenário hipotético e abstrato, destacando uma eventual escolha de critérios jurídicos que beneficiassem a Vereadora Brisa Bracchi em seu processo. A utilização, de maneira híbrida, de um regramento menos adequado (Regimento Interno) juntamente com o regramento previsto no Decreto-Lei nº 201/67, poderia ser interpretada socialmente como favorecimento indevido, tendo em vista que a Súmula Vinculante nº 46 consolida o entendimento de que a legislação aplicável é o Decreto-Lei nº 201/67.

Em nenhum momento houve afirmação de que qualquer magistrado responsável pelo caso teria conduta antiética, criminosa ou movida por interesses pessoais.

Ressalta-se que a fala, ainda que incisiva, insere-se no âmbito da liberdade de expressão política, um direito constitucionalmente protegido, sobretudo no exercício do mandato eletivo. A crítica foi dirigida ao critério jurídico que eventualmente viesse a ser adotado, e não à honra, reputação ou integridade de qualquer juiz.

Reafirmo meu irrestrito respeito ao Poder Judiciário, reconhecendo seu papel essencial no Estado Democrático de Direito.

A intenção sempre foi contribuir para o debate público, defendendo a observância do regimento jurídico adequado para processos dessa natureza no âmbito da Câmara Municipal.

Por fim, reitero que qualquer interpretação de minha fala como acusação pessoal, direta ou indireta a algum magistrado, não corresponde ao teor nem ao espírito de sua manifestação, sendo fruto de interpretação extrapolada ou descontextualizada.

Com coragem, Matheus Faustino”

Foto: Francisco de Assis/Câmara de Natal / Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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STF publica acórdão e rejeita recurso de Bolsonaro no processo de articulação golpista

STF publica acórdão e rejeita recurso de Bolsonaro no processo de articulação golpista

Decisão confirma pena de 27 anos e abre prazo para último recurso no Supremo Tribunal Federal.

STF publica acórdão e rejeita recurso de Bolsonaro no processo de articulação golpista

O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou nesta terça-feira (18) o acórdão que rejeita os embargos apresentados pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros seis réus condenados no caso da suposta articulação golpista. A decisão, divulgada no Diário da Justiça Eletrônico, confirma a pena de 27 anos e 3 meses imposta a Bolsonaro e abre, a partir desta quarta-feira (19), o prazo para um novo e último tipo de recurso.

O documento, com 178 páginas, foi elaborado pelo relator Alexandre de Moraes. Nele, o ministro afirma que os argumentos apresentados pela defesa representam apenas inconformismo com a decisão anterior. Apesar disso, a expectativa é que os advogados tentem apresentar embargos infringentes, recurso que só é admitido quando há pelo menos dois votos divergentes. No julgamento do caso, apenas o ministro Luiz Fux divergiu, o que reduz significativamente as chances de sucesso.

Mesmo com baixa possibilidade de acolhimento, o protocolo do recurso impede o trânsito em julgado e prolonga os prazos do processo. A Corte poderá considerar a medida como meramente protelatória, caso entenda que não há base jurídica suficiente para contestar o resultado. Se isso ocorrer, o recurso poderá ser rejeitado de imediato, permitindo que o STF declare o fim das possibilidades de contestação e autorize o início da execução da pena.

STF publica acórdão e rejeita recurso de Bolsonaro
STF publica acórdão e rejeita recurso de Bolsonaro

Após essa etapa, restará à defesa apenas a revisão criminal, que seria analisada pelo plenário do Supremo. Os embargos de declaração também foram negados aos demais condenados no processo. No voto mais extenso, Alexandre de Moraes rebateu ponto a ponto os pedidos, afirmando que não existem contradições no acórdão e que a pena do ex-presidente foi fixada com base no concurso material, afastando a tese de absorção de crimes.

Quando o processo transitar definitivamente, a expectativa é que Jair Bolsonaro seja levado ao regime fechado. Entre as possibilidades, estão a Penitenciária da Papuda ou o batalhão conhecido como Papudinha, locais onde já cumprem pena outros condenados. Atualmente, Bolsonaro está em prisão domiciliar por descumprimento de medidas impostas em outro caso.

A publicação do acórdão marca uma nova fase no processo e reforça a posição do STF sobre a gravidade das condutas atribuídas aos réus. O andamento dos recursos será determinante para definir quando ocorrerá a execução da pena.

Foto: Gustavo Moreno/STF/Saulo Cruz/Agência Senado

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Justiça bloqueia R$ 570 mil do Estado para garantir cirurgia vital de paciente no RN

Justiça bloqueia R$ 570 mil do Estado para garantir cirurgia vital de paciente no RN

Decisão judicial ocorreu após descumprimento de ordem anterior e risco de morte da paciente com aneurisma toracoabdominal.

Justiça bloqueia R$ 570 mil do Estado para garantir cirurgia vital de paciente no RN

A Justiça do Rio Grande do Norte determinou o bloqueio de R$ 570.899,00 das contas do Estado para assegurar a realização de uma cirurgia emergencial em uma paciente diagnosticada com aneurisma toracoabdominal. A medida foi tomada após descumprimento de decisão anterior que obrigava o custeio do procedimento.

Segundo os autos, o Estado não comprovou ter providenciado o tratamento dentro do prazo estabelecido, mantendo a paciente na fila de regulação mesmo diante do risco de morte. A decisão foi assinada em outubro e considerou a urgência do caso e o potencial de agravamento da condição clínica.

Por que houve bloqueio?

Embora o procedimento fosse classificado como eletivo, a equipe médica indicou risco concreto de morte, justificando medidas mais rigorosas. A determinação inicial incluía fornecimento da prótese necessária às artérias viscerais e renais, além da internação e dos materiais indispensáveis ao tratamento.

Como não houve comprovação do cumprimento da ordem, a Justiça autorizou o bloqueio da quantia necessária para custear a cirurgia e todos os insumos hospitalares. O valor será destinado ao pagamento do procedimento em hospital particular apto à execução, incluindo honorários médicos, prótese específica e demais materiais.

Direito à saúde e dignidade humana

Na decisão, a magistrada destacou que o direito constitucional à saúde não pode ser condicionado a entraves administrativos ou divergências financeiras. A falta de ação estatal foi considerada violação ao princípio da dignidade da pessoa humana, exigindo intervenção judicial.

Argumentos sobre diferenças entre o orçamento apresentado pelo Estado e o custo real do procedimento não foram aceitos. Para o Judiciário, essas justificativas não podem impedir o acesso ao tratamento.

Justiça bloqueia R$ 570 mil do Estado para garantir cirurgia vital
Justiça bloqueia R$ 570 mil do Estado para garantir cirurgia vital

Destino dos recursos

Com o bloqueio consolidado, os recursos serão aplicados exclusivamente na cirurgia e na assistência médica integral da paciente. A medida busca garantir que o procedimento seja realizado com urgência, evitando agravamento do quadro clínico.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração/Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

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Eduardo Bolsonaro vira réu no STF por coação

Eduardo Bolsonaro vira réu no STF por coação

Decisão unânime da Primeira Turma abre ação penal contra o deputado por suposta atuação nos Estados Unidos

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, tornar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) réu pelo crime de coação no curso do processo. A decisão foi concluída no plenário virtual após a ministra Cármen Lúcia registrar seu voto para aceitar a denúncia no sábado (15). Com isso, será aberta ação penal contra o parlamentar.

A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em setembro, no inquérito que investigou a atuação de Eduardo Bolsonaro junto a autoridades dos Estados Unidos para tentar influenciar o julgamento que condenou seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, por tentativa de golpe de Estado. A investigação foi conduzida pela Polícia Federal, que indiciou o deputado.

Segundo a PGR, a conduta atribuída ao parlamentar ocorreu no período em que ele estava nos Estados Unidos, onde reside desde março deste ano após solicitar licença de 120 dias do mandato. A licença terminou em 20 de julho e, desde então, o deputado não comparece às sessões da Câmara dos Deputados, condição que pode levar à cassação por faltas.

A análise das acusações segue agora para a fase de instrução processual. O deputado poderá apresentar testemunhas, solicitar diligências e produzir provas para sua defesa. Durante esse período, o STF avaliará os elementos apresentados para definir o andamento da ação penal.

A denúncia foi apresentada em um momento em que o governo de Donald Trump adotou medidas que impactaram o Brasil, como a imposição de tarifas sobre exportações brasileiras, a suspensão de vistos de membros do governo federal e ministros do STF e sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes.

Após a decisão da Primeira Turma, Eduardo Bolsonaro divulgou um vídeo em seu canal no YouTube, na sexta-feira (14), no qual classificou a decisão de torná-lo réu como “fajuta”. No conteúdo, o parlamentar afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, utiliza “exercício de extraterritorialidade” ao tratar de fatos supostamente ocorridos fora do Brasil.

O deputado também declarou que o ministro “abusa de seu poder”, citando que, segundo ele, há atos praticados pela autoridade “para além dos limites territoriais”. O parlamentar relacionou o caso aos atritos existentes entre Moraes e a família Bolsonaro e mencionou que o ministro já havia sido alvo de medidas adotadas pelo governo Trump, a partir da Lei Magnitsky, que resultaram em sanções contra autoridades brasileiras.

Eduardo Bolsonaro afirmou que não reconhece irregularidades em sua atuação nos Estados Unidos. Ele também mencionou que considera as acusações parte de um processo que, segundo sua avaliação, ultrapassa os limites da legislação brasileira. No vídeo, o parlamentar voltou a relacionar o caso ao julgamento que condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

A abertura da ação penal pela Primeira Turma marca a próxima etapa do processo. O colegiado responsável pela decisão é composto pelos ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Todos acompanharam o voto pelo recebimento da denúncia.

Com a decisão, o processo continuará sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que conduzirá a fase de instrução e julgamento. Eduardo Bolsonaro permanece nos Estados Unidos e afirma que deixou o país alegando perseguição política.

Foto: Beto Barata/PL

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PF indicia ex-ministro Silvio Almeida por importunação sexual

PF indicia ex-ministro Silvio Almeida por importunação sexual

Indiciamento ocorre após denúncias de assédio apresentadas à ONG Me Too

A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta sexta-feira, 14, o ex-ministro dos Direitos Humanos do governo Lula, Silvio Almeida, pelo crime de importunação sexual. O indiciamento foi realizado após análise do inquérito que apurava denúncias de assédio apresentadas contra o ex-ministro durante sua passagem pela pasta.

De acordo com o Código Penal, o crime de importunação sexual consiste em “praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”. A pena prevista é de reclusão de um a cinco anos, caso o ato não constitua crime mais grave. O indiciamento indica que a corporação avalia haver indícios suficientes para que o caso avance para a próxima etapa judicial.

O processo foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ministro André Mendonça atua como relator do inquérito. Cabe ao relator solicitar a manifestação do Ministério Público Federal (MPF), que decidirá se transforma o caso em denúncia formal. Caso o MPF apresente denúncia, o processo segue para análise do Judiciário.

Silvio Almeida foi exonerado do cargo em setembro do ano anterior, após denúncias de assédio sexual registradas na ONG Me Too e divulgadas pelo portal Metrópoles. Entre as mulheres que prestaram depoimento está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que relatou supostos episódios envolvendo o ex-ministro.

O ministro André Mendonça prorrogou o prazo da investigação da PF em fevereiro, permitindo a continuidade das diligências relacionadas às denúncias. Desde o início do caso, Almeida negou as acusações, classificando-as como “mentiras e falsidades”.

Além da apuração conduzida pela PF, o ex-ministro foi alvo de processos na Comissão de Ética da Presidência (CEP). O colegiado iniciou investigação logo após a divulgação das denúncias. Em outubro de 2024, novas denúncias foram registradas na comissão, tendo o ex-ministro como alvo. As informações sobre os processos são sigilosas, mas, segundo o governo, não tinham relação com as denúncias apresentadas à ONG Me Too. Em novembro, um dos pedidos de investigação foi arquivado.

Em fevereiro deste ano, Almeida anunciou seu retorno ao mercado editorial e às atividades em seu canal no YouTube. Na ocasião, afirmou ser vítima de tentativa de apagamento e de racismo, além de acusar a ONG Me Too de pressionar o governo federal por “disputa política ou por ressentimento”.

O ex-ministro também declarou que retomaria sua atuação pública com novos projetos pessoais. Em manifestações anteriores, reiterou que as acusações não tinham fundamento e que responderia a todas as etapas da investigação.

Com o indiciamento formalizado, o caso aguarda análise do Ministério Público Federal, que terá a responsabilidade de decidir sobre o prosseguimento da ação. Enquanto isso, o processo permanece sob relatoria do ministro André Mendonça no STF.

Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara/Ilustração

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MPRN bloqueia até R$ 145 milhões em investigação sobre esquema de apostas ilegais em Bodó

MPRN bloqueia até R$ 145 milhões em investigação sobre esquema de apostas ilegais em Bodó

Medida atinge bens e valores de empresas envolvidas em exploração irregular de apostas online

MPRN bloqueia bens de investigados em esquema de apostas ilegais em Bodó

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) obteve na Justiça a decretação de medidas cautelares de sequestro, bloqueio e indisponibilidade de bens no valor de até R$ 145 milhões. A decisão ocorre no âmbito de uma investigação sobre exploração irregular de apostas de quotas fixas — conhecidas como bets —, vinculadas a uma lei municipal de Bodó (RN).

A investigação apura crimes de lavagem de dinheiro, induzimento à especulação, contravenção penal (exploração de jogo de azar e loteria não autorizada), associação criminosa e crimes contra as relações de consumo. Segundo o MPRN, o esquema utilizava como fachada a agência municipal LOTSERIDÓ, criada pela Prefeitura de Bodó, com o propósito de conferir aparência de legalidade a plataformas de apostas online que operavam de forma irregular.

De acordo com o MPRN, a atuação se deu diante da ilegalidade das operações, uma vez que municípios não têm competência para legislar sobre loterias e apostas de quota fixa. A medida foi considerada urgente em razão do risco de fuga de capitais, sonegação e dissipação patrimonial, com o objetivo de assegurar o ressarcimento dos danos e garantir a efetividade da persecução penal.

Fundamentação jurídica e movimentação financeira

As conclusões do MPRN têm como base o entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema. O órgão cita decisões vinculantes, como a proferida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 337, que estabelece que municípios não podem explorar serviços de apostas nem de loterias.

A investigação identificou movimentação expressiva de recursos financeiros pelas empresas envolvidas. De acordo com informações fornecidas pela própria Prefeitura de Bodó, as plataformas arrecadaram cerca de R$ 415 milhões em apenas 10 meses de funcionamento, com repasse de 2% da receita bruta (GGR) à administração municipal, o que representa aproximadamente R$ 8 milhões.

A análise do MPRN revelou ainda o uso de “laranjas” — pessoas com perfis socioeconômicos incompatíveis com os valores movimentados — e a criação de empresas de fachada, muitas delas registrando endereços inexistentes ou continuando a operar após terem sido baixadas na Receita Federal.

Fraudes digitais e crimes contra o consumidor

As apurações também apontam para crimes contra as relações de consumo. Segundo o MPRN, as empresas utilizavam falsificação digital institucional, com injeção de códigos em domínios de boa reputação — como “.gov.br” e “.edu.br” —, com o objetivo de induzir consumidores a erro e simular credibilidade nas plataformas de apostas.

Ainda de acordo com o órgão, o esquema promovia a desinformação sobre a legalidade das apostas e operava sem controle sobre lavagem de dinheiro ou proteção aos consumidores. As medidas de bloqueio têm a finalidade de garantir futura reparação dos danos e confiscar valores obtidos de forma ilícita.

Medidas determinadas pela Justiça

A pedido do MPRN, a Justiça potiguar determinou:

  • bloqueio de saldos em contas correntes, poupanças e aplicações financeiras;
  • bloqueio de planos de previdência por meio da Susep;
  • indisponibilidade de bens imóveis via CNIB;
  • bloqueio de veículos através do Renajud.

Com as medidas cautelares decretadas, o MPRN busca interromper as infrações penais em andamento e assegurar o bloqueio dos ativos financeiros, veículos e imóveis vinculados aos crimes de lavagem de dinheiro e exploração de apostas irregulares.

Fotos: Bruno Peres/Agência Brasil/Ilustração / Joédson Alves/Agência Brasil/Ilustração

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Ibaneis diz que não vai questionar prisão de Bolsonaro na Papuda

Ibaneis diz que não vai questionar prisão de Bolsonaro na Papuda

Governador do DF afirma que decisão judicial será cumprida caso STF determine prisão do ex-presidente

Ibaneis diz que não vai questionar prisão de Bolsonaro na Papuda

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), declarou que sua gestão cumprirá qualquer decisão judicial caso o Supremo Tribunal Federal (STF) determine a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Complexo Penitenciário da Papuda. A afirmação indica mudança na postura do governo local, que vinha tentando evitar o envio do ex-presidente para a unidade prisional.

“Decisão judicial se cumpre. Se for a determinação do STF e da Vara de Execuções Penais, a Secretaria do Sistema Penitenciário irá cumprir”, afirmou Ibaneis. Ele acrescentou que não cabe ao governo avaliar se Bolsonaro tem condições de cumprir pena no presídio, pois essa decisão é exclusiva do Judiciário.

A declaração ocorre em meio às discussões sobre o cumprimento da pena de 27 anos e três meses de prisão em regime fechado, imposta ao ex-presidente. Até o momento, a administração do Distrito Federal havia adotado medidas para tentar impedir que Bolsonaro fosse encaminhado à Papuda.

Na última quinta-feira (5), a Secretaria de Administração Penitenciária do DF enviou ofício ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes solicitando avaliação médica para verificar se Bolsonaro teria condições de cumprir pena na Papuda. O documento alegava necessidade de analisar compatibilidade com assistência médica e nutricional oferecida pelo sistema prisional de Brasília. Moraes, no entanto, determinou a retirada do pedido por ausência de pertinência.

Apesar da decisão do ministro, a vice-governadora do DF, Celina Leão (PP), afirmou em entrevista que o Complexo Penitenciário da Papuda não teria estrutura adequada para receber Bolsonaro, citando fatores como dieta especial e idade avançada. Questionado sobre a posição da vice, Ibaneis respondeu apenas que ela tem mais contato com Bolsonaro do que ele.

Ibaneis diz que não vai questionar prisão de Bolsonaro na Papuda
Ibaneis diz que não vai questionar prisão de Bolsonaro na Papuda

O envolvimento do governo do Distrito Federal nas discussões ocorre porque um dos possíveis destinos do ex-presidente é o 19º Batalhão da Polícia Militar do DF, conhecido como Papudinha. A unidade foi visitada pela chefe de gabinete de Moraes e por uma juíza da Vara de Execuções Penais de Brasília. Outro local avaliado foi o Centro de Internamento e Reeducação (CIR) da Papuda, que possui ala especial para idosos.

A pena de Bolsonaro foi definida após condenação por atos relacionados à tentativa de golpe e ataques às instituições democráticas. Caso o STF confirme a execução da pena, caberá ao governo do Distrito Federal garantir a custódia do ex-presidente em uma das unidades prisionais da capital.

Ibaneis reforçou que não haverá resistência por parte do governo local. “A decisão é do STF e da Vara de Execuções, nós só executamos”, afirmou. Com isso, o GDF sinaliza que seguirá as determinações judiciais, independentemente das condições alegadas anteriormente.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Terceira acusada de homicídio contra engenheiro civil no RN vai a júri popular

Terceira acusada de homicídio contra engenheiro civil no RN vai a júri popular

Julgamento ocorre nesta quarta-feira (12) em Apodi, com participação de sete jurados.

Terceira acusada de homicídio contra engenheiro civil no RN vai a júri popular

O homicídio do engenheiro civil Euriclides Gois Torres, ocorrido em 23 de junho de 2019 no centro de Apodi, região Oeste do Rio Grande do Norte, terá um novo desdobramento nesta quarta-feira (12). A terceira acusada pelo crime será julgada pelo Tribunal do Júri, em sessão marcada para as 8h30 no Fórum Desembargador Newton Pinto.

Histórico do caso

Dois outros acusados já foram condenados e cumprem pena superior a 16 anos de reclusão. Francisco de Freitas Filho foi apontado como autor do disparo que matou o engenheiro, enquanto Raimundo da Costa Sousa Junior, conhecido como Júnior Pikachu, foi identificado como mandante do crime.

A terceira acusada foi apontada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) como companheira do mandante e coautora no planejamento do homicídio. A defesa solicitou a retirada do nome dela do processo, mas o Tribunal de Justiça do Estado manteve a acusação e determinou que ela fosse levada a júri popular.

terceira acusada de homicídio contra engenheiro civil no RN vai a júri popular
terceira acusada de homicídio contra engenheiro civil no RN vai a júri popular

Detalhes do julgamento

Durante a sessão, acusação e defesa apresentarão seus argumentos aos sete jurados, que decidirão sobre a responsabilidade da ré. O resultado será proclamado pelo juiz Thiago Coelho Fonteles ao final do julgamento.

Circunstâncias do crime

Euriclides Gois Torres foi morto durante uma festa particular realizada ao lado da Associação Cultural Desportiva Apodiense (ACDA), no centro da cidade. Informações iniciais da Polícia Militar indicavam que a vítima teria se envolvido em uma briga, seguida pelo disparo fatal. No entanto, investigações do Ministério Público apontaram que o crime foi cometido mediante promessa de recompensa financeira ao autor do disparo, feita pelo casal acusado.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração/Reprodução

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MPRN deflagra operação Uncle e apreende R$ 120 mil na casa de ex-prefeito de Doutor Severiano

MPRN deflagra operação Uncle e apreende R$ 120 mil na casa de ex-prefeito de Doutor Severiano

Ação do MPRN apura indícios de fraude à licitação, corrupção e lavagem de dinheiro; sobrinho de ex-prefeito movimentou R$ 11 milhões em cinco anos

MPRN deflagra operação Uncle e apreende R$ 120 mil na casa de ex-prefeito

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou nesta quarta-feira (12) a Operação Uncle, voltada à investigação de possíveis crimes de fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, e lavagem de dinheiro. A ação teve como alvos um ex-prefeito de Doutor Severiano, empresários e um servidor público, identificado como sobrinho do ex-gestor municipal.

De acordo com o MPRN, o servidor público movimentou cerca de R$ 11 milhões em cinco anos, montante considerado incompatível com seus rendimentos. Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos mais de R$ 120 mil na residência do ex-prefeito.

Mandados e cidades envolvidas

A operação cumpriu mandados de busca e apreensão de natureza pessoal, domiciliar e empresarial nas cidades de Doutor Severiano e Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte, e também em Fortaleza e Jaguaribe, no Ceará.

A ação foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRN, com o apoio da Polícia Militar do Rio Grande do Norte e das forças policiais do Ceará.

Durante a operação, uma pessoa foi presa em flagrante no Ceará por porte ilegal de arma de fogo. Segundo o MPRN, o valor apreendido — R$ 121.108,25 em espécie — estava na casa do ex-prefeito de Doutor Severiano.

Origem da investigação e objetivos

A Operação Uncle é resultado de um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) conduzido pela Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) do Rio Grande do Norte. O principal objetivo da ação foi recolher provas e documentos que possam confirmar os indícios de desvios de recursos públicos.

Foram alvo da busca residências e sedes de empresas associadas aos investigados, de onde foram recolhidos computadores, celulares, tablets, papéis e outros materiais que servirão como elementos de convicção no processo.

As investigações indicam que o esquema criminoso estaria relacionado a contratações realizadas durante a gestão do ex-prefeito de Doutor Severiano, envolvendo empresas fornecedoras de serviços ao município.

Indícios de movimentações financeiras atípicas

De acordo com o MPRN, há fortes indícios de movimentações financeiras atípicas nas contas do servidor investigado, que recebia valores expressivos em períodos coincidentes com pagamentos feitos pelo município às empresas contratadas.

O órgão aponta que o servidor teria atuado como intermediário ou “laranja”, com o objetivo de dissimular a origem e o destino dos recursos. Parte dos valores teria sido repassada a familiares do ex-prefeito, inclusive a uma empresa do ramo de laticínios, da qual o ex-gestor é representante legal.

Participação das forças de segurança

A operação contou com a atuação de três promotores de Justiça, 14 servidores do MPRN, 24 policiais militares do Rio Grande do Norte e 22 policiais civis do Ceará.

O material apreendido será analisado pelo Gaeco/MPRN, que dará sequência à investigação com base nas provas obtidas. A apuração segue em sigilo até a conclusão das análises dos dados e documentos.

Fotos: MPRN/Divulgação

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Câmara pautará projeto de lei antifacção; Lula reclama a Hugo Motta sobre relatoria

Câmara pautará projeto de lei antifacção; Lula reclama a Hugo Motta sobre relatoria

Presidente da Câmara confirma votação do projeto na terça-feira (11), após críticas de Lula à escolha de Guilherme Derrite como relator da proposta

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou neste sábado (8) a pauta de votações da próxima semana, incluindo o projeto de lei antifacção, encaminhado pelo governo federal após a megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro.

A decisão de Motta ocorre no mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou ao parlamentar para demonstrar insatisfação com a escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) como relator da proposta. Derrite é secretário de Segurança Pública de São Paulo e aliado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), potencial candidato à Presidência em 2026, o que gerou desconforto no Palácio do Planalto.

Sessão deliberativa será semipresencial na terça-feira (11)

A primeira sessão deliberativa da semana foi marcada por Hugo Motta para terça-feira (11), às 13h55, em formato semipresencial. A decisão atende a um pedido de líderes partidários, permitindo que os deputados votem a distância.

Além do projeto antifacção, a pauta inclui outras proposições ligadas à segurança pública, entre elas o projeto que aumenta a destinação da arrecadação de apostas esportivas de quota fixa (bets) para o financiamento da segurança pública. O relator dessa proposta é o deputado Capitão Augusto (PL-SP).

Outro projeto em discussão é o que condiciona a progressão de regime, a saída temporária e a substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos à coleta de material genético do preso. O relator é o deputado Arthur Maia (União-BA).

Lula questiona relatoria e pede análise técnica do projeto

Durante a ligação ao presidente da Câmara, Lula expressou preocupação com a condução da relatoria da Lei Antifacção. O presidente preferia que o relator fosse um deputado considerado mais neutro. Segundo interlocutores do governo, o Planalto teme que o texto ganhe características punitivas mais rígidas do que as propostas pelo Executivo.

O projeto foi elaborado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e enviado ao Congresso como parte da estratégia nacional de combate ao crime organizado. Lula manifestou resistência a qualquer iniciativa que classifique formalmente as facções criminosas como organizações terroristas, por entender que essa definição pode abrir margem para interferências internacionais sob o argumento de combate ao terrorismo.

Em resposta, Hugo Motta afirmou que a análise será técnica e assegurou que o texto original do governo não será mesclado com propostas que tratem o tema sob a ótica do terrorismo. O presidente da Câmara disse ainda que pretende aprovar o projeto até o fim do ano e destacou que a segurança pública é uma pauta suprapartidária.

Relator propõe endurecimento de penas e bloqueio de recursos

O substitutivo apresentado pelo relator Guilherme Derrite prevê medidas mais severas no combate às facções criminosas. Entre os principais pontos estão:

  • Equiparação do tratamento penal das facções a atos de terrorismo, sem classificá-las formalmente como terroristas;
  • Aumento das penas para integrantes e financiadores;
  • Maior rigor no confisco de bens vinculados a atividades criminosas;
  • Bloqueio imediato de recursos financeiros utilizados por facções.

De acordo com Derrite, o objetivo é fortalecer o enfrentamento ao crime organizado, ampliando a capacidade de atuação das forças de segurança e o alcance das punições previstas em lei.

O projeto será avaliado em plenário a partir da próxima semana, juntamente com outras matérias de interesse do governo e pautas de segurança pública que também estão sob análise da Casa.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil / Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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TRT-RN anula condenação da Prefeitura de Natal por assédio eleitoral coletivo

TRT-RN anula condenação da Prefeitura de Natal por assédio eleitoral coletivo

Decisão do TRT-RN reconhece que processo tem natureza jurídico-administrativa e deve ser analisado fora da Justiça do Trabalho

TRT-RN anula condenação da Prefeitura de Natal por assédio eleitoral coletivo

O Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT-RN) anulou, nesta sexta-feira (7), uma decisão de primeira instância que havia condenado a Prefeitura de Natal ao pagamento de R$ 200 mil por suposto assédio eleitoral coletivo contra servidores públicos durante as eleições municipais de 2024.

A decisão foi proferida pelo desembargador Eridson João Fernandes, relator do processo, que entendeu que a causa não é de competência da Justiça do Trabalho, mas sim da Justiça Comum. Com isso, o processo será encaminhado para análise na nova instância, que decidirá sobre eventuais responsabilizações.

Segundo o magistrado, o caso trata-se de uma questão de natureza jurídico-administrativa, o que motivou a anulação da sentença anterior. O desembargador, no entanto, destacou a gravidade das acusações relatadas no processo.

“As condutas atribuídas a secretários municipais e dirigentes da Arsban – caso comprovadas – configuram assédio eleitoral, prática veementemente reprovável que deve ser rigorosamente apurada e punida pela Justiça”, afirmou o desembargador em sua decisão.

A condenação havia sido proferida em junho deste ano pela juíza Symeia Simião da Rocha, da 6ª Vara do Trabalho de Natal, que considerou haver ocorrido assédio eleitoral dentro da Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico do Município de Natal (Arsban).

Na ocasião, a magistrada baseou-se em gravações que mostravam o diretor da autarquia supostamente coagindo servidores a votarem no candidato apoiado pela gestão municipal. As denúncias vieram à tona às vésperas do segundo turno das eleições de 2024.

Após a divulgação dos fatos, o diretor da Arsban chegou a ser exonerado do cargo, mas foi reconduzido à função logo após o término do pleito.

Com a nova decisão do TRT-RN, a condenação de R$ 200 mil aplicada à Prefeitura de Natal perde efeito até que o caso seja reavaliado pela Justiça Comum. O tribunal reforçou que, embora a competência tenha sido afastada da esfera trabalhista, os indícios de assédio eleitoral permanecem sob investigação e deverão ser apurados pelas autoridades competentes.

O assédio eleitoral é configurado quando um servidor público ou trabalhador é pressionado, coagido ou ameaçado para apoiar determinado candidato ou partido político. Casos dessa natureza podem resultar em sanções administrativas e penais, dependendo da comprovação dos fatos pela Justiça.

A Prefeitura de Natal e a Arsban ainda não se manifestaram oficialmente sobre a decisão. O processo seguirá para redistribuição e nova análise conforme determinação do TRT-RN.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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STF tem 2 votos para rejeitar recurso e manter condenação de Bolsonaro

STF tem 2 votos para rejeitar recurso e manter condenação de Bolsonaro

Ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votam contra último recurso do ex-presidente no caso da tentativa de golpe

STF tem 2 votos para rejeitar recurso e manter condenação de Bolsonaro

O Supremo Tribunal Federal (STF) já conta com dois votos pela rejeição do recurso apresentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar uma organização criminosa envolvida na tentativa de golpe de Estado. Os votos foram proferidos pelos ministros Alexandre de Moraes, relator da ação, e Flávio Dino, que acompanhou integralmente o posicionamento do relator.

O julgamento ocorre em sessão virtual da Primeira Turma do STF e trata dos embargos de declaração apresentados por Bolsonaro e outros seis condenados, todos ex-aliados do ex-presidente. Os embargos são recursos utilizados para esclarecer eventuais omissões, contradições ou obscuridades no texto da condenação, mas não têm o poder de alterar o resultado do julgamento.

Além de Bolsonaro, os embargos foram apresentados por integrantes do chamado “núcleo crucial” da trama golpista, conforme classificação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os ministros Cristiano Zanin e Cármen Lúcia ainda não votaram e têm até o dia 14 de novembro para se manifestar.

O ministro Luiz Fux, que havia votado pela absolvição dos réus na fase anterior do julgamento, não participa desta etapa por ter migrado para a Segunda Turma do STF, após a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso. O regimento interno do Supremo não permite que ministros de uma turma participem de julgamentos em outra.

No voto divulgado, Alexandre de Moraes afirmou que o recurso apresentado pela defesa de Bolsonaro não apontou contradições ou obscuridades que justificassem sua aceitação. Segundo o ministro, os embargos representam mero inconformismo com o resultado do julgamento.

STF tem 2 votos para rejeitar recurso e manter condenação de Bolsonaro
STF tem 2 votos para rejeitar recurso e manter condenação de Bolsonaro

Moraes também rejeitou alegações de suspeição e cerceamento de defesa, destacando que essas questões já foram exaustivamente analisadas durante o processo. O ministro negou ainda a tentativa da defesa de desvincular Bolsonaro dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

A defesa de Bolsonaro argumentou que o ex-presidente teria desistido voluntariamente da tentativa de golpe antes da consumação dos atos, invocando o princípio da desistência voluntária previsto no Código Penal. Moraes refutou essa tese, afirmando que não houve desistência voluntária e que as condutas atribuídas ao réu foram comprovadas durante a instrução processual.

Caso os embargos sejam rejeitados por maioria da Primeira Turma, o STF poderá decretar a prisão definitiva de Bolsonaro. A legislação prevê regime inicial fechado, o que poderia levar o ex-presidente a cumprir pena em uma unidade prisional de segurança máxima, como o presídio da Papuda, em Brasília.

No entanto, por ter sido chefe de Estado, Bolsonaro pode ser encaminhado para uma sala do Estado Maior, instalação especial separada de outros presos, como ocorreu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Curitiba. Outra possibilidade seria a prisão domiciliar, concedida apenas por motivos humanitários, como no caso do ex-presidente Fernando Collor, que recebeu o benefício por ser portador de Mal de Parkinson e ter mais de 75 anos.

Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em razão de outro processo, no qual é investigado por suposta tentativa de coagir o STF a arquivar investigações contra ele. A apuração envolve o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e medidas como sanções internacionais contra autoridades brasileiras.

Os demais condenados do núcleo 1, incluindo militares e delegados da Polícia Federal, poderão cumprir pena em quartéis das Forças Armadas ou em alas especiais da Papuda, conforme decisão judicial.

Fotos: Marcello Casal Jr/Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil/Gustavo Moreno/fotos públicas

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STF inicia julgamento de recurso de Bolsonaro contra condenação por trama golpista

STF inicia julgamento de recurso de Bolsonaro contra condenação por trama golpista

Primeira Turma analisa embargos de declaração apresentados por Bolsonaro e outros seis condenados até 14 de novembro

STF inicia julgamento de recurso de Bolsonaro contra condenação por trama golpista

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta sexta-feira (7) o julgamento dos recursos apresentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros seis condenados no caso da chamada trama golpista. A análise ocorre em plenário virtual e está prevista para se estender até o dia 14 de novembro.

Os recursos apresentados são embargos de declaração, instrumento jurídico utilizado para apontar possíveis omissões, obscuridades ou contradições na decisão anterior. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, será o primeiro a votar. A expectativa é de que os pedidos sejam rejeitados, mantendo as condenações já estabelecidas.

Além de Bolsonaro, os embargos foram apresentados pelos ex-ministros Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, pelo ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos e pelo deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

A condenação do grupo foi decidida por quatro votos a um. A Primeira Turma do STF entendeu que os envolvidos formaram uma organização criminosa armada com o objetivo de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que ocorreu em janeiro de 2023. O único voto contrário à condenação foi do ministro Luiz Fux, que não participará desta fase do julgamento por ter migrado para a Segunda Turma do STF.

STF inicia julgamento de recurso de Bolsonaro
STF inicia julgamento de recurso de Bolsonaro

O julgamento em curso pode aproximar o ex-presidente Jair Bolsonaro do início do cumprimento da pena relacionada ao caso. Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em outro processo, que investiga uma suposta tentativa de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), de pressionar o Judiciário com apoio do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No caso da trama golpista, caberá ao ministro Alexandre de Moraes decidir se Bolsonaro continuará em prisão domiciliar ou se será transferido para uma unidade militar ou para uma instalação da Polícia Federal. A decisão dependerá do entendimento do relator sobre os embargos apresentados e da análise dos demais ministros da Primeira Turma.

O julgamento em plenário virtual permite que os ministros votem eletronicamente, sem a necessidade de sessão presencial. Esse formato tem sido utilizado pelo STF para acelerar a tramitação de processos e decisões em casos de grande repercussão.

A defesa dos condenados argumenta que há pontos da decisão anterior que precisam ser esclarecidos, especialmente no que diz respeito à caracterização da organização criminosa e à individualização das condutas. No entanto, a tendência é que os embargos sejam considerados meramente protelatórios, sem capacidade de alterar o mérito da condenação.

O caso da trama golpista é um dos processos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro no âmbito do Supremo Tribunal Federal. A investigação teve início após a divulgação de documentos e depoimentos que indicariam a existência de um plano para impedir a posse do presidente eleito, com apoio de setores das Forças Armadas e de integrantes do governo anterior.

A análise dos embargos de declaração representa mais uma etapa no desdobramento judicial das ações que investigam a tentativa de ruptura institucional no Brasil. A decisão final da Primeira Turma poderá ter impacto direto na situação jurídica dos envolvidos, especialmente no que diz respeito ao cumprimento das penas impostas.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

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Nove municípios do RN têm processos de cassação de prefeitos eleitos em 2024

Nove municípios do RN têm processos de cassação de prefeitos eleitos em 2024

Casos envolvem suspeitas de abuso de poder político, econômico e outras irregularidades; dois gestores já tiveram mandatos cassados, mas recorreram

Nove municípios do RN têm processos de cassação de prefeitos e vices eleitos em 2024

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) informou que, até o momento, nove municípios potiguares têm processos em andamento que tratam de possível cassação de prefeitos e vice-prefeitos eleitos em 2024. Os dados foram divulgados a pedido do g1 RN.

O número representa pouco mais de 5% dos 167 municípios do estado. De acordo com o TRE-RN, a maioria dos casos ainda está em fase de recurso, sem decisão definitiva.

As ações tratam de suspeitas de abuso de poder político, associadas a outras irregularidades eleitorais, como abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação, condutas vedadas e captação ilícita de sufrágio, conhecida como compra de votos.

Casos com decisão de cassação e recursos em andamento

Em Ouro Branco e Itaú, o tribunal já determinou a cassação dos mandatos dos gestores eleitos, mas ambos recorreram. Os processos seguem aguardando o julgamento de embargos de declaração no TRE-RN.

No caso de Francisco Dantas, o TRE-RN reverteu a cassação anteriormente imposta, mas a decisão será reavaliada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após a admissão de recurso especial.

O julgamento mais recente ocorreu em São Miguel do Gostoso, onde a sentença de primeira instância determinou a cassação da chapa vencedora das eleições de 2024 por abuso de poder político e econômico, além de conduta vedada. Ainda cabe recurso ao TRE-RN.

Outros processos em análise

Além desses casos, outros seis municípios têm recursos pendentes de julgamento no TRE-RN. Entre eles, estão Equador, Lajes, Marcelino Vieira, Maxaranguape e Pedra Grande.

Essas ações envolvem diferentes combinações de acusações, variando entre abuso de poder político e econômico, uso indevido dos meios de comunicação e condutas vedadas pela legislação eleitoral.

Processo envolvendo o prefeito de Natal

Em fevereiro de 2025, o Ministério Público Eleitoral (MPE) também pediu a cassação de mandato e a inelegibilidade do prefeito de Natal, mas o processo foi suspenso temporariamente em outubro. A decisão ocorreu para que o juiz de primeira instância aguarde o julgamento de pedidos das defesas junto ao TRE-RN, que buscam anular provas.

Esse caso não consta na lista oficial do TRE-RN, divulgada neste levantamento.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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Chefe de gabinete de Moraes visita Papuda

Chefe de gabinete de Moraes visita Papuda e avalia celas para possível prisão de Bolsonaro

Instalações foram inspecionadas antes do julgamento dos embargos no STF; GDF solicita avaliação médica especializada

Chefe de gabinete de Moraes visita Papuda e avalia celas para possível prisão de Bolsonaro

A chefe de gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), realizou uma visita ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, na semana passada. A inspeção ocorreu dias antes do início do julgamento dos embargos de declaração apresentados pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por envolvimento em trama golpista.

Durante a visita, foram avaliadas três locais dentro do sistema penitenciário que poderiam receber Bolsonaro, caso os embargos sejam rejeitados e a pena comece a ser cumprida. Entre os espaços inspecionados estão o 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, conhecido como “Papudinha”, e o bloco de segurança máxima da Papuda, onde já estiveram presos nomes como o ex-ministro Geddel Vieira Lima.

Imagens das celas foram apresentadas ao gabinete do ministro. Segundo informações obtidas, há preferência por uma cela com ar-condicionado e televisão, caso o ex-presidente seja recolhido ao sistema prisional.

O gabinete de Alexandre de Moraes não se manifestou oficialmente sobre a visita ou sobre os critérios adotados na avaliação das instalações.

Chefe de gabinete de Moraes visita Papuda
Chefe de gabinete de Moraes visita Papuda

Solicitação do GDF ao STF

A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) encaminhou ao ministro Alexandre de Moraes um pedido para que Jair Bolsonaro seja submetido a avaliação médica especializada. O objetivo é verificar a compatibilidade do quadro clínico do ex-presidente com os recursos médicos e nutricionais disponíveis no Complexo Penitenciário da Papuda.

O pedido foi formalizado em ofício enviado na segunda-feira (3), considerando a proximidade do julgamento dos embargos de declaração e a possibilidade de acolhimento de réus no sistema penitenciário do Distrito Federal.

A Seape destacou que Bolsonaro já foi submetido a cirurgias abdominais, conforme amplamente divulgado pela imprensa. A pasta também relembrou que, durante o período de prisão domiciliar em outro processo, o ex-presidente foi avaliado por médicos em sua residência, com o objetivo de evitar deslocamentos emergenciais de escolta.

Em setembro de 2025, foi registrada uma escolta emergencial para atendimento hospitalar no DF Star, em Brasília, reforçando a necessidade de cuidados médicos específicos.

Condições de saúde

Fontes do Governo do Distrito Federal ouvidas pela reportagem avaliam que a situação clínica de Bolsonaro exige atenção especial. A alimentação, atualmente preparada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, pode não ser compatível com o padrão oferecido no sistema prisional. Além disso, o ex-presidente passou por múltiplas cirurgias no intestino após o atentado sofrido em 2018, o que demanda acompanhamento médico contínuo.

O julgamento dos embargos de declaração no STF está previsto para começar na sexta-feira (7) e pode se estender até a semana seguinte. A decisão da Primeira Turma do Supremo será determinante para definir se Bolsonaro iniciará o cumprimento da pena ou se haverá modificação na sentença.

Foto: Tânia Rêgo/Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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MP recomenda que Prefeitura de Assu regularize falta de medicamentos na rede municipal

MP recomenda que Prefeitura de Assu regularize falta de medicamentos na rede municipal

Ministério Público do RN deu prazo de 40 dias para que o município normalize a distribuição de remédios essenciais do SUS

MP recomenda que Prefeitura de Assu regularize falta de medicamentos na rede municipal

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) emitiu uma recomendação à Prefeitura de Assu para que adote medidas urgentes voltadas à normalização do fornecimento de medicamentos na rede municipal de saúde. O órgão solicitou ações imediatas para impedir que pacientes continuem sem acesso aos remédios distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A medida foi expedida pela 3ª Promotoria de Justiça de Assu, que estabeleceu prazo de 40 dias para que o município execute a regularização da distribuição dos medicamentos essenciais.

A recomendação tem foco nos remédios do Componente Básico da Assistência Farmacêutica, listados na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), que estão em falta nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município.

Ações cobradas pelo Ministério Público

De acordo com o documento, se o município não cumprir o prazo, o Ministério Público poderá ingressar com ação civil pública e investigar a responsabilidade dos gestores municipais.

Para agilizar a reposição dos medicamentos, o MPRN sugeriu a realização de compras emergenciais, o uso de dispensa de licitação e a adesão a Atas de Registro de Preços.

Além da reposição imediata, o órgão exige que a Prefeitura implemente controles permanentes de estoque e abastecimento para evitar novos episódios de desabastecimento na rede pública.

Interrupção de medicamentos afeta pacientes crônicos

A recomendação do MP decorre de investigação que constatou a ausência de diversos remédios de uso contínuo nas unidades de saúde do município.

Entre os medicamentos citados estão:

  • Metformina 500mg
  • Atenolol 100mg
  • Hidralazina 25mg e 50mg
  • Lactulose
  • Fenobarbital 100mg
  • Amoxicilina com Clavulanato

O órgão alerta que o desabastecimento desses itens pode causar agravamento de doenças, internações hospitalares e até óbitos entre os pacientes que dependem dos tratamentos contínuos.

A Secretaria Municipal de Saúde de Assu informou que pedidos de compra já foram realizados ou estão em andamento. No entanto, não foram divulgadas datas de entrega nem previsão de normalização do estoque.

MP cobra resposta da Prefeitura de Assu

Além das medidas emergenciais, o Ministério Público recomendou a adoção de ações permanentes para prevenir futuras faltas de medicamentos.

Entre as orientações, está a implantação de sistemas informatizados de controle de estoque, que permitam o acompanhamento em tempo real da situação dos medicamentos e auxiliem na tomada de decisões sobre reposição.

O MPRN ressaltou que falhas de planejamento e gestão que resultem em desabastecimento ferem os princípios da legalidade e da eficiência administrativa previstos na Constituição.

A Prefeitura de Assu tem 10 dias úteis para informar ao Ministério Público se acatará a recomendação e quais providências serão adotadas para garantir o fornecimento regular dos medicamentos à população.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração / MART PRODUCTION/Pexels

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TSE inicia julgamento e ministra vota pela cassação do governador Cláudio Castro

TSE inicia julgamento e ministra vota pela cassação do governador Cláudio Castro

Ministra Isabel Galotti aponta abuso de poder político e econômico na campanha de reeleição de 2022

TSE inicia julgamento e ministra vota pela cassação do governador Cláudio Castro

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou o julgamento de um recurso do Ministério Público Eleitoral (MPE) que pode resultar na cassação do mandato do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, por abuso de poder político e econômico durante a campanha de reeleição em 2022.

O recurso busca reverter a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), que absolveu Castro e outros envolvidos em um processo que trata de supostas contratações irregulares na Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro) e na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Além de Castro, o processo envolve o ex-vice-governador Thiago Pampolha, o ex-presidente da Ceperj Gabriel Rodrigues Lopes e o deputado estadual Rodrigo da Silva Bacellar (União), ex-secretário de governo.

Durante o julgamento, a ministra Isabel Galotti, relatora do caso no TSE, votou pela cassação do mandato de Cláudio Castro, pela decretação de sua inelegibilidade por oito anos e pela realização de novas eleições para o governo do estado. O voto também condena os demais envolvidos.

A ministra afirmou que as contratações foram realizadas à margem das normas constitucionais, sem fiscalização e fora da folha de pagamento oficial do estado. Os pagamentos aos contratados teriam sido feitos diretamente na boca do caixa dos bancos, sem controle formal.

TSE inicia julgamento
TSE inicia julgamento

Segundo o voto da relatora, há depoimentos de testemunhas que indicam coação para participação na campanha de Castro, incluindo postagens favoráveis ao governador em redes sociais, sob promessa de manutenção dos empregos temporários.

A ministra destacou que Castro teve papel central na execução do esquema, utilizando prerrogativas do cargo para autorizar práticas irregulares e editar normativos que viabilizaram as contratações. Após o voto, o julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Antônio Carlos Ferreira. Ainda não há data definida para a retomada da análise do caso.

Durante o julgamento, o vice-procurador eleitoral Alexandre Espinosa defendeu a cassação do mandato e a inelegibilidade de Castro por oito anos. A acusação sustenta que houve vantagem eleitoral indevida por meio da contratação de servidores temporários sem amparo legal e da descentralização de recursos para entidades desvinculadas da administração pública.

De acordo com o MPE, essas ações permitiram a contratação de 27.665 pessoas, com gastos que somaram R$ 248 milhões — valor 30 vezes superior ao teto de gastos da campanha de 2022, que era de R$ 17 milhões. Os pagamentos em espécie, realizados diretamente nos caixas dos bancos, teriam como objetivo aliciar eleitores.

A acusação também aponta que parte dos contratados atuou diretamente na campanha de reeleição de Castro, o que configura abuso de poder político e econômico. O Ministério Público Eleitoral considera que as provas reunidas são suficientes para comprometer a legitimidade do pleito.

Na defesa apresentada durante o julgamento, o advogado Fernando Neves, representante de Cláudio Castro, argumentou que o governador apenas sancionou uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa e editou um decreto para regulamentar a atuação da Ceperj. Segundo ele, Castro não pode ser responsabilizado por eventuais irregularidades na execução dos programas.

O advogado comparou a responsabilização do governador à cobrança de uma autoridade por infrações cometidas por subordinados, afirmando que não há sentido em atribuir responsabilidade direta a Castro pelas ações dos gestores dos programas.

O julgamento segue suspenso e aguarda nova data para continuidade no TSE.

Foto: Reprodução/TSE/Joédson Alves/Agência Brasil

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Potiguar Abraão Lincoln é preso em flagrante na CPMI do INSS por falso testemunho

Potiguar Abraão Lincoln é preso em flagrante na CPMI do INSS por falso testemunho

Presidente da CBPA foi detido após depoimento à comissão que investiga fraudes em benefícios previdenciários

Potiguar Abraão Lincoln é preso em flagrante na CPMI do INSS por falso testemunho

O presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, foi preso em flagrante por falso testemunho após prestar depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. A prisão foi determinada durante a sessão da comissão, que investiga irregularidades em descontos aplicados indevidamente em benefícios previdenciários.

A decisão foi tomada após a constatação de contradições no depoimento do presidente da CBPA. Entre os pontos levantados estão declarações sobre sua saída da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA), inicialmente atribuída à renúncia, mas que teria ocorrido por afastamento cautelar. Também foram identificadas inconsistências sobre o vínculo com pessoas investigadas no esquema, além de informações divergentes sobre relações institucionais e procurações concedidas.

O processo de investigação conduzido pela CPMI tem como foco apurar fraudes envolvendo entidades representativas e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A CBPA está entre as organizações investigadas por supostas irregularidades na solicitação de descontos em benefícios previdenciários, incluindo casos envolvendo pessoas já falecidas.

Potiguar Abraão Lincoln é preso em flagrante na CPMI do INSS
Potiguar Abraão Lincoln é preso em flagrante na CPMI do INSS

A operação que originou as investigações aponta prejuízos milionários aos cofres públicos, com suspeitas de que entidades tenham atuado para realizar cobranças indevidas em larga escala. A estrutura da CBPA também foi questionada, com indícios de incompatibilidade entre sua capacidade operacional e o número de associados registrados.

A prisão de Abraão Lincoln representa mais um desdobramento das ações da CPMI, que já havia determinado outras detenções em casos semelhantes. A comissão continua os trabalhos de apuração, com foco em identificar responsabilidades e propor medidas para evitar novas fraudes no sistema previdenciário.

O processo segue acompanhado por órgãos de controle e fiscalização, e novas diligências estão previstas para os próximos dias. A CPMI mantém o compromisso de garantir transparência e responsabilização no uso de recursos públicos destinados à seguridade social.

Foto: Carlos Moura/Agência Senado

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Tornozeleira eletrônica de Mauro Cid é retirada após decisão do STF

Tornozeleira eletrônica de Mauro Cid é retirada após decisão do STF

Ex-ajudante de ordens inicia cumprimento de pena em regime aberto com medidas cautelares

Tornozeleira eletrônica de Mauro Cid é retirada após decisão do STF

O ex-ajudante de ordens da Presidência da República, Mauro Cid, teve a tornozeleira eletrônica retirada nesta segunda-feira (3), após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida ocorre após a conclusão do julgamento relacionado à tentativa de golpe de Estado, especificamente no caso de Cid. Outros réus ainda aguardam análise de recursos apresentados ao STF.

Na quinta-feira (30), o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, determinou o início do cumprimento da pena imposta a Mauro Cid. O militar foi condenado a dois anos de reclusão em regime aberto, com aplicação de medidas cautelares. A pena foi considerada a mais branda entre os condenados pela Primeira Turma do STF.

Cid não apresentou embargos de declaração contra a sentença definida em setembro, diferentemente dos demais envolvidos no caso. O julgamento dos recursos apresentados por outros réus está previsto para ocorrer nesta semana.

A partir desta terça-feira (4), Mauro Cid deve iniciar um período de 60 dias de férias do Exército. Ele aguarda a análise de um pedido de aposentadoria pela instituição.

tornozeleira eletrônica de Mauro Cid
tornozeleira eletrônica de Mauro Cid

Medidas cautelares impostas

Apesar da retirada da tornozeleira eletrônica, Mauro Cid continua sujeito a medidas cautelares determinadas pelo STF. Entre elas estão:

  • Recolhimento domiciliar noturno, das 20h às 6h;
  • Recolhimento domiciliar integral nos finais de semana;
  • Proibição de portar armas;
  • Proibição de utilizar redes sociais;
  • Proibição de comunicação com outros condenados e investigados no caso da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes manteve a proibição de saída do país, impedindo que Cid se mude para os Estados Unidos com a família, como era seu plano inicial.

Cálculo de tempo de prisão provisória

O STF também determinou que seja levantado o tempo em que Mauro Cid permaneceu preso de forma provisória, para que esse período seja descontado da pena. Durante as investigações, o ex-ajudante de ordens foi preso duas vezes, totalizando menos de seis meses de detenção.

A defesa de Cid solicitou que o tempo em que ele esteve sob medidas cautelares também seja considerado no abatimento da pena. Caso o pedido seja aceito, pode haver extinção das medidas cautelares ainda em vigor. A solicitação será analisada pelo ministro Alexandre de Moraes.

A decisão do STF marca uma nova etapa no cumprimento da pena de Mauro Cid, que colaborou com as investigações como delator. O processo segue em andamento para os demais réus, com expectativa de novos desdobramentos após o julgamento dos recursos.

Foto: Lula Marques/Valter Campanato/Agência Brasil

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Moraes determina preservação de provas da megaoperação policial no Rio

Moraes determina preservação de provas da megaoperação policial no Rio

Ministro do STF exige documentação integral de elementos da ação que resultou em 120 mortes

Moraes determina preservação de provas da megaoperação policial no Rio

O ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste domingo a preservação e documentação rigorosa de todos os elementos materiais relacionados à megaoperação policial realizada na semana passada no Rio de Janeiro. A ação, voltada contra uma facção criminosa, resultou em pelo menos 120 mortes.

A decisão atende a pedido da Defensoria Pública da União e está vinculada à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas, da qual Moraes é relator. O Ministério Público será responsável pelo controle e averiguação das provas. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), deverá ser intimado para garantir o cumprimento da decisão.

A operação policial, considerada uma das mais letais do estado, será objeto de uma série de audiências conduzidas por Moraes. O ministro estará no Rio de Janeiro nesta segunda-feira, 4, para reuniões com autoridades locais. Às 11h, está prevista audiência com o governador Cláudio Castro, e às 18h, com o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD).

Essas reuniões fazem parte da determinação emitida por Moraes na última quarta-feira, 29, que exige informações sobre o cumprimento das diretrizes estabelecidas pelo STF para operações policiais no estado. As diretrizes visam à redução da letalidade policial e à preservação de vestígios em ações com vítimas fatais.

Moraes determina preservação de provas da megaoperação policial
Moraes determina preservação de provas da megaoperação policial

Além das audiências individuais, Moraes designou uma audiência conjunta para quarta-feira, 5, às 10h, na Sala da Primeira Turma do STF. Participarão representantes de diversos órgãos e entidades, entre eles:

  • Conselho Nacional de Direitos Humanos
  • Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
  • Instituto Anjos da Liberdade
  • Associação Direitos Humanos em Rede – Conectas

As entidades deverão indicar seus representantes à chefia de Gabinete do ministro até as 15h de terça-feira, 4.

A ADPF das Favelas, julgada pelo STF em abril deste ano, estabeleceu regras para operações policiais no Rio de Janeiro, com foco na preservação de provas e na realização de perícias independentes. Entre as medidas determinadas pela Corte estão:

  • Preservação de vestígios relacionados à materialidade das operações
  • Execução de perícia efetiva e independente
  • Comunicação prévia ao Ministério Público sobre ações em áreas sensíveis

Na ocasião, o governador Cláudio Castro criticou publicamente as medidas, classificando-as como “malditas” e atribuindo a elas o avanço do crime organizado no estado.

A decisão de Moraes reforça o papel do STF na fiscalização das ações de segurança pública e na garantia dos direitos fundamentais, especialmente em contextos de alta letalidade. A documentação dos elementos da operação será essencial para futuras análises jurídicas e institucionais sobre a atuação das forças de segurança no Rio de Janeiro.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Justiça determina retomada do atendimento médico no Hospital da Mulher em Mossoró

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Decisão obriga manutenção dos plantões de obstetrícia e neonatologia até dezembro de 2025 após suspensão comunicada pela empresa responsável

Justiça determina retomada de atendimento médico no Hospital da Mulher em Mossoró

A Justiça do Rio Grande do Norte determinou a retomada imediata do atendimento médico nas áreas de obstetrícia e neonatologia do Hospital Regional da Mulher Parteira Maria Correia, localizado em Mossoró, após a suspensão dos serviços comunicada pela empresa responsável pelas escalas médicas.

A decisão, proferida no sábado (1º), obriga a Associação de Assistência e Proteção à Maternidade e à Infância de Mossoró (APAMIM) e o Núcleo de Ginecologia e Obstetrícia de Mossoró (NGO) a manterem os plantões médicos por dois meses, contados a partir da notificação de rescisão emitida em 27 de outubro de 2025. Dessa forma, o atendimento deve seguir até 27 de dezembro de 2025.

Decisão atendeu pedido do Governo do Estado

O Estado do Rio Grande do Norte ingressou com uma ação judicial com pedido de tutela de urgência para impedir a paralisação dos serviços essenciais no hospital. O governo argumentou que a interrupção dos plantões de obstetrícia e neonatologia colocaria em risco o atendimento de gestantes e recém-nascidos, além de representar uma ameaça à continuidade da assistência pública na região Oeste potiguar.

A decisão judicial atendeu ao pedido da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), que reforçou a importância do Hospital da Mulher no suporte à rede materno-infantil do interior do estado. A unidade é referência para o atendimento de gestantes de alto risco e bebês prematuros em Mossoró e municípios vizinhos.

Serviços devem ser mantidos até transição segura

De acordo com a sentença, o juiz Rivaldo Pereira Neto, plantonista da 3ª Vara da Comarca de Pau dos Ferros, entendeu que os serviços de obstetrícia e neonatologia têm caráter essencial e, portanto, não podem ser interrompidos até que o Estado estabeleça uma transição segura ou formalize novo contrato com outra empresa prestadora.

“As empresas devem continuar a prestar os serviços médicos de assistência obstétrica e neonatal conforme a remuneração atual, pelo prazo de dois meses”, escreveu o magistrado na decisão.

O juiz também determinou que, caso o atendimento já tenha sido interrompido, os serviços devem ser restabelecidos em até 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

Penalidades e validade da decisão

A determinação judicial é válida por dois meses, contados a partir da data de notificação da rescisão contratual. Após esse período, as empresas ficam autorizadas a suspender os serviços sem necessidade de novo aviso, caso não haja nova determinação judicial ou assinatura de contrato substituto.

O magistrado ressaltou ainda que a manutenção temporária dos serviços não substitui a necessidade de o Estado buscar solução definitiva para a prestação de assistência médica na unidade, evitando riscos à continuidade do atendimento.

Hospital da Mulher é referência regional

O Hospital Regional da Mulher Parteira Maria Correia é uma das principais unidades de referência em saúde materno-infantil do Rio Grande do Norte. O hospital realiza atendimentos de partos normais e cesarianas, além de oferecer suporte neonatal especializado para bebês prematuros ou com complicações clínicas.

A unidade é gerida pela APAMIM, em parceria com o governo estadual, e atende pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) provenientes de Mossoró e de diversas cidades da região Oeste.

Segundo a Sesap, a continuidade dos plantões médicos é fundamental para garantir o funcionamento ininterrupto da maternidade e evitar sobrecarga em outras unidades hospitalares, especialmente nas cidades vizinhas.

Decisão

O impasse teve início após o Núcleo de Ginecologia e Obstetrícia de Mossoró (NGO) comunicar a rescisão contratual e a suspensão dos plantões médicos no fim de outubro, alegando questões administrativas. Diante do risco de desassistência à população, o Estado recorreu ao Judiciário solicitando intervenção urgente para assegurar a continuidade dos serviços.

Com a decisão em vigor, o atendimento deve seguir normalmente até 27 de dezembro de 2025, prazo estipulado para que o governo conclua o processo de contratação ou substituição da empresa responsável.

Foto: Carmem Felix/Governo do RN/Ilustração

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Justiça Eleitoral cassa prefeito e vice de São Miguel do Gostoso por abuso de poder político

Justiça Eleitoral cassa prefeito e vice de São Miguel do Gostoso por abuso de poder político

Decisão da 14ª Zona Eleitoral aponta abuso de poder político e aumento de 90% em contratações temporárias durante o período eleitoral

Justiça Eleitoral cassa prefeito e vice de São Miguel do Gostoso por abuso de poder político

A Justiça Eleitoral da 14ª Zona Eleitoral de Touros/RN determinou a cassação dos diplomas do prefeito eleito de São Miguel do Gostoso, Leonardo Teixeira da Cunha, e do vice-prefeito João Eudes Rodrigues da Silva, referentes às eleições municipais de 2024.

A decisão foi assinada pelo juiz eleitoral Pablo de Oliveira Santos, que reconheceu a prática de abuso de poder político por meio de contratações temporárias irregulares durante o período eleitoral. Segundo a sentença, houve aumento expressivo nas admissões de servidores, o que configurou o uso da máquina pública em benefício eleitoral da chapa eleita.

Cassação por abuso de poder político

De acordo com os autos do processo, o município registrou crescimento superior a 90% nas contratações temporárias no período analisado, o que, segundo a decisão judicial, desequilibrou a disputa eleitoral e feriu o princípio da igualdade de oportunidades entre os candidatos.

O juiz considerou que o aumento no número de contratações não teve justificativa administrativa plausível e que o ato teve finalidade eleitoral, caracterizando abuso de poder político previsto na legislação eleitoral.

Além da cassação dos mandatos, a decisão também declarou a inelegibilidade por oito anos de José Renato Teixeira de Souza, apontado como principal responsável pela conduta abusiva.

Novas eleições deverão ser realizadas

Com a cassação da chapa majoritária, a Justiça Eleitoral determinou a realização de novas eleições para os cargos de prefeito e vice-prefeito de São Miguel do Gostoso.

A execução da sentença, no entanto, dependerá do trânsito em julgado do processo no Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE/RN), caso sejam interpostos recursos.

Enquanto a decisão não transita em julgado, Leonardo Teixeira e João Eudes poderão permanecer nos cargos até a conclusão dos trâmites legais.

Debate sobre uso da máquina pública

A decisão reacendeu discussões no município sobre o uso político da máquina pública. O tema vinha sendo alvo de críticas de moradores, lideranças locais e membros da oposição, que questionavam o aumento das contratações temporárias próximo ao período eleitoral.

A sentença reforça o entendimento da Justiça Eleitoral de que a ampliação de vínculos precários em períodos de campanha pode configurar conduta vedada e abuso de poder, comprometendo a lisura do pleito e a isonomia entre os concorrentes.

O processo segue sob análise e poderá ser objeto de recurso ao TRE/RN, que decidirá sobre a manutenção ou reforma da decisão de primeira instância.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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Justiça condena Luciano Hang a indenizar Lula por danos morais

Justiça condena Luciano Hang a indenizar Lula por danos morais

Tribunal de Justiça de Santa Catarina entendeu que faixas patrocinadas pelo empresário tiveram caráter ofensivo e configuraram ataque à honra

Justiça condena Luciano Hang a indenizar Lula por danos morais

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) condenou o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, a pagar R$ 33.333,33 ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por danos morais.

A decisão foi tomada em julgamento de recurso apresentado pela defesa de Lula contra sentença de primeira instância que havia considerado improcedente o pedido de indenização.

Faixas com mensagens ofensivas

De acordo com o processo, aviões patrocinados por Luciano Hang sobrevoaram as praias de Santa Catarina durante a temporada de verão de 2019/2020, exibindo faixas com mensagens que citavam o presidente.

Os textos exibidos nas faixas traziam frases como:

“Lula cachaceiro devolve meu dinheiro”;
“Lula na cadeia, eu com o pé na areia”;
“Melhor que o verão é o Lula na prisão”;
“Lula enjaulado é Brasil acordado”.

Lula ingressou com ação judicial contra Hang alegando que as mensagens tinham caráter ofensivo e difamatório, atingindo sua honra e imagem pública.

Decisão do Tribunal

Ao analisar o recurso, o desembargador Flavio André Paz de Brum, relator do caso no TJ-SC, entendeu que o conteúdo das faixas ultrapassou os limites da liberdade de expressão e configurou ofensa pessoal.

Segundo o magistrado, ainda que o presidente seja uma figura pública e sujeita a críticas, o termo “cachaceiro” possui sentido pejorativo e demonstra intenção de humilhar e depreciar.

“Não obstante o autor seja pessoa pública, tarimbada politicamente, não significa que esteja imune à ofensa moral, e de que não deva se sentir insultado ou prejudicado pelos dizeres em questão”, afirmou o desembargador em seu voto.

O relator destacou ainda que a decisão tem como fundamento a preservação da dignidade humana e os limites da liberdade de expressão previstos na Constituição.

“Mais do que uma reparação individual, a responsabilização aqui se impõe como afirmação de um princípio civilizatório: a liberdade de expressão não pode ser transmutada em escudo para legitimar o discurso de ódio, a humilhação pública e o desprezo pela dignidade humana”, acrescentou.

Com base no voto do relator, a Turma do TJ-SC decidiu pela condenação de Luciano Hang ao pagamento da indenização no valor de R$ 33.333,33 a Lula.

Primeira instância havia negado o pedido

O caso já havia sido julgado anteriormente em primeira instância, quando a Justiça considerou improcedentes os pedidos do presidente. A defesa de Lula recorreu, e o Tribunal de Justiça reformou a sentença.

O processo teve origem após os sobrevoos realizados no litoral catarinense durante o verão, que foram patrocinados pela Havan, empresa pertencente ao empresário.

Defesa de Luciano Hang

A CNN Brasil informou ter procurado a assessoria do empresário Luciano Hang, mas até a publicação da decisão não houve manifestação sobre o caso.

A decisão é de segunda instância e ainda cabe recurso às instâncias superiores.

Foto: Washington Costa/Ministério da Economia / Alessandro Dantas

Com informações da CNN Brasil

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DPU apresenta defesa de Eduardo Bolsonaro e pede rejeição de denúncia da PGR

DPU apresenta defesa de Eduardo Bolsonaro e pede rejeição de denúncia da PGR

Defensoria argumenta que o deputado não tem poder de influenciar sanções dos Estados Unidos e solicita nulidade do processo

A Defensoria Pública da União (DPU) apresentou, nesta sexta-feira (31), a defesa do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no processo em que ele é acusado de coação em razão da atuação nos Estados Unidos, conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). A DPU pediu a rejeição da denúncia.

De acordo com a defesa, a acusação apresentada pela PGR não demonstra que o parlamentar tenha poder para realizar sanções econômicas como as que teriam sido impostas pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump ao Brasil. A DPU assumiu o caso porque o deputado não constituiu advogado particular para acompanhar o processo.

“O denunciado não tem poder de decisão sobre a política externa dos Estados Unidos. Não tem competência para impor ou retirar sanções econômicas. Não integra o governo norte-americano. Não exerce função pública naquele país”, diz a peça apresentada pela DPU.

“Atos de governo estrangeiro são expressão de soberania nacional e não decorrem de determinação de parlamentar brasileiro”, acrescenta a defesa.

A DPU também pede a nulidade do processo, alegando que as supostas condutas de Eduardo Bolsonaro teriam sido direcionadas contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a defensoria, não foi possível estabelecer contato com o deputado, o que teria prejudicado a elaboração da estratégia de defesa.

“Ausente o denunciado e sem meios de contatá-lo, a defesa técnica fica impedida de elaborar defesa efetiva. A DPU não tem como obter sua versão dos fatos, documentos ou orientações sobre estratégia defensiva”, afirmou o órgão.

Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes rejeitou o pedido da DPU para que o parlamentar fosse notificado por carta rogatória, instrumento usado para comunicar decisões judiciais a pessoas que estão fora do país.

A Defensoria sustentava que, como Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos, a notificação deveria ser feita por meio desse procedimento, o que depende de cooperação internacional e poderia levar mais tempo para ser concluído.

Contudo, Moraes entendeu que o deputado mantém domicílio no Brasil e estaria criando dificuldades para ser notificado, mesmo com um gabinete em funcionamento na Câmara dos Deputados.

A Comissão de Ética da Câmara também relatou dificuldades em notificar o parlamentar durante a tramitação de uma representação apresentada pelo PT, que pedia a cassação de Eduardo Bolsonaro pelo mesmo motivo: declarações sobre supostas ações voltadas a impor sanções ao STF e ao governo brasileiro.

Na ocasião, a DPU também atuou na defesa do deputado e argumentou que ele não tem poder para influenciar decisões do governo americano. O relator do processo na Comissão de Ética, deputado Delegado Marcelo Freitas (União-MG), acatou o argumento e solicitou o arquivamento da representação.

A representação foi encerrada após votação no colegiado, que concluiu não haver indícios suficientes de que Eduardo Bolsonaro tivesse participado de qualquer ato capaz de gerar sanções internacionais.

A DPU mantém o mesmo entendimento no processo que tramita no STF, reforçando que atos de governo estrangeiro não podem ser atribuídos a autoridades brasileiras, tampouco a parlamentares sem função executiva.

Foto: Beto Barata/ PL / Bruno Spada/Câmara dos Deputados

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Semurb define regras para construções na Via Costeira em Natal; MP questiona lei

Semurb define regras para construções na Via Costeira em Natal; MP questiona lei

Licenciamento de empreendimentos de uso misto na Via Costeira deve seguir critérios de preservação e gabarito; MP pede nulidade da lei

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) publicou nesta quinta-feira (30) uma instrução informativa que estabelece critérios para o licenciamento de empreendimentos de uso misto — construções comerciais e residenciais — na Via Costeira, em Natal.

A lei que permite construções na Via Costeira e em outras quatro áreas de interesse turístico e paisagístico (AEITPs) foi sancionada pela prefeitura em dezembro do ano passado. O objetivo da instrução informativa, segundo a Semurb, é esclarecer os procedimentos para empreendedores interessados na área.

Conforme a instrução, o licenciamento deve obedecer prioritariamente aos seguintes princípios: preservação paisagística e acesso público à praia; cumprimento do gabarito máximo de 15 metros; apresentação de projeto de contenção costeira; observância do lote mínimo de 2.000 m², quando aplicável; e cumprimento das demais prescrições urbanísticas, ambientais e de acessibilidade previstas na legislação em vigor.

A área regulamentada pela lei abrange o trecho da Via Costeira entre a Praia de Areia Preta e o Centro de Convenções.

O secretário titular da Semurb, Thiago Mesquita, explicou que a instrução foi motivada pelo número crescente de consultas prévias sobre construções na Via Costeira. “Essa normativa vem para poder trazer esclarecimentos. O que motivou esse documento? Exatamente o número já significativo de entradas na secretaria, de consultas prévias. Queremos saber qual é o regramento, o que é que o novo Plano Diretor fala sobre a Via Costeira, e o que é que a lei das áreas especiais de interesse turístico e paisagístico”, disse.

Mesquita acrescentou que a regra busca dar transparência para investidores e para os analistas da Semurb responsáveis pela avaliação dos projetos. Segundo o secretário, o controle dos lotes para construções deve ser feito pela Procuradoria Geral do Estado, já que os terrenos são concessões do governo do RN.

Na mesma quinta-feira (30), o Ministério Público do Rio Grande do Norte entrou com uma ação na Justiça pedindo a nulidade da lei que dispõe sobre o uso e ocupação do solo em AEITPs, como a Via Costeira. A ação civil pública foi apresentada pela 45ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Natal.

O MP solicitou, em tutela de urgência, a suspensão imediata de novas licenças urbanísticas e alvarás de construção, para evitar impactos cumulativos à malha urbana e ao meio ambiente. Alega que a legislação promove alterações não previstas no Plano Diretor de Natal, incluindo a elevação do potencial construtivo de 1,0 para até 5,0 em determinadas áreas, e apresenta vícios procedimentais, como ausência de estudos técnicos e de participação popular.

Segundo o MP, a lei não foi submetida ao Conselho de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (CONPLAM) e não houve consulta prévia às comunidades tradicionais de pescadores e pescadoras artesanais. O órgão afirma ainda que não foram apresentados estudos urbanísticos ou ambientais para embasar a lei.

Na ação, o Ministério Público solicitou a elaboração de um cronograma para nova regulamentação das AEITPs, apontando a necessidade de atendimento aos requisitos de validade e participação democrática previstos na legislação municipal.

Foto: Sandro Menezes/Governo do RN/Ilustração

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Erro da Prefeitura de Extremoz pode custar milhões aos cofres públicos

Erro da Prefeitura de Extremoz pode custar milhões aos cofres públicos

Editorial POR DENTRO DO RN

A Prefeitura de Extremoz está no centro de uma polêmica que expõe a falta de organização administrativa e o amadorismo na gestão pública. Um erro básico na cobrança do IPTU – imposto fundamental para o funcionamento dos serviços municipais – pode causar um rombo milionário aos cofres da cidade.

A situação veio à tona após decisão do juiz Ederson Solano Batista de Morais, que, ao analisar uma ação de cobrança de IPTU movida pela Prefeitura contra um morador, constatou que o município não conseguiu comprovar a entrega regular do carnê do imposto. O magistrado classificou a falha como grave e preocupante, chegando a determinar que o Ministério Público investigue se o município tem cumprido o devido processo administrativo tributário antes de efetuar cobranças.

Em palavras diretas, o juiz alertou: se for confirmado que a Prefeitura não cumpre corretamente o procedimento de lançamento e notificação do contribuinte, isso pode gerar prejuízo milionário ao erário público.

E o alerta é real. Considerando que Extremoz tem mais de 32 mil domicílios, se apenas metade dos contribuintes estiver envolvida em situações semelhantes, o dano potencial pode ultrapassar R$ 5 milhões — um valor absurdo para uma cidade que ainda enfrenta carências básicas em infraestrutura, saúde e mobilidade.

Um erro que revela muito mais que desorganização

Erros podem acontecer em qualquer gestão pública. No entanto, esse tipo de erro – básico, técnico e previsível – demonstra desleixo e falta de planejamento. A cobrança de impostos é uma das funções mais elementares de uma administração municipal. Se a Prefeitura falha até mesmo em algo tão fundamental, o que esperar das áreas mais complexas?

A prefeita Jussara Sales (PL), que assumiu prometendo “modernizar” a máquina pública e tornar Extremoz uma cidade mais eficiente, precisa responder à população. Afinal, como se justifica uma Secretaria de Tributação que não consegue comprovar o envio de um documento fiscal?

Mais do que uma falha técnica, o episódio revela um colapso de gestão – reflexo de uma prefeitura que parece operar no improviso, sem controle interno eficaz, sem sistemas integrados e sem a mínima noção de transparência administrativa.

Extremoz cresce, mas a gestão não acompanha

Nos últimos anos, Extremoz tem experimentado crescimento populacional e imobiliário acelerado. Bairros novos surgem, empreendimentos se multiplicam, e a arrecadação municipal deveria acompanhar esse avanço. Contudo, a cidade continua patinando na mesma desorganização estrutural que há décadas a impede de dar um salto de desenvolvimento.

Enquanto o número de habitantes aumenta, faltam médicos nos postos de saúde, o transporte público é precário, e as ruas permanecem em estado lamentável. Agora, descobre-se que a Prefeitura corre o risco de perder milhões de reais por erro administrativo primário.

A prefeita Jussara Sales, que já enfrentou críticas por contratações questionáveis e falta de diálogo com o funcionalismo público, parece assistir à gestão deslizar por entre os dedos – sem rumo, sem planejamento e, principalmente, sem autocrítica.

Quando o erro vira prejuízo coletivo

O caso do IPTU em Extremoz precisa servir de lição e alerta. Não se trata apenas de uma falha burocrática, mas de um sintoma claro de desgoverno. Cada real perdido por incompetência administrativa é um real a menos na saúde, na educação, no saneamento e na melhoria da vida do cidadão.

Se confirmadas as irregularidades, o Ministério Público deve agir com rigor, exigindo responsabilização e transparência. A população de Extremoz merece respostas – e, sobretudo, respeito com o dinheiro público.

Porque, no fim das contas, o erro da Prefeitura não é apenas técnico. É político. E é o povo quem paga a conta.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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Justiça mantém reajuste anual do piso salarial para professores e pensionistas no RN

Justiça mantém reajuste anual do piso salarial para professores e pensionistas no RN

Decisão do TJRN rejeita pedido da Procuradoria e garante correção para mais de 14,5 mil servidores da educação

Justiça mantém reajuste anual do piso salarial para professores e pensionistas no RN

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) decidiu manter a obrigatoriedade do reajuste anual do piso salarial dos professores da rede estadual, incluindo servidores ativos, inativos e pensionistas. A decisão foi tomada pelo Tribunal Pleno, que rejeitou o pedido de aditamento apresentado pela Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ).

A PGJ argumentava que a correção salarial representaria uma grave lesão ao orçamento do Estado, especialmente diante do cenário de despesas com pessoal que, segundo o órgão, ultrapassam os limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000) desde 2019.

A relatora do processo, desembargadora Berenice Capuxú, destacou que o desequilíbrio financeiro do Estado não decorre exclusivamente do reajuste salarial dos profissionais da educação. Segundo ela, a ausência de uma política governamental eficiente de médio e longo prazos contribui de forma significativa para a situação orçamentária enfrentada.

A magistrada também ressaltou que o reajuste anual do piso salarial do magistério está previsto na legislação nacional, que inclui mecanismos de compensação financeira para os entes federativos. Esses mecanismos visam evitar impactos significativos nas finanças estaduais, especialmente em contextos de fragilidade orçamentária.

reajuste anual do piso salarial
reajuste anual do piso salarial

De acordo com o voto da relatora, o reajuste beneficia diretamente mais de 14,5 mil professores ativos, além de servidores inativos, pensionistas e especialistas em educação vinculados à rede estadual. A decisão judicial reforça a aplicação da legislação federal que regula o piso salarial do magistério, assegurando a continuidade da política de valorização dos profissionais da educação.

A Procuradoria havia estimado que o impacto total do reajuste seria de aproximadamente R$ 175,6 milhões. Esse valor seria absorvido dentro de um orçamento estadual previsto para 2025 de cerca de R$ 23 bilhões. Apesar da diferença entre os valores, o argumento da PGJ foi considerado insuficiente para justificar a suspensão do reajuste.

A desembargadora Berenice Capuxú afirmou que não é razoável limitar a análise do orçamento estadual a um único fator, como o reajuste de uma categoria específica de servidores. Ela mencionou que outros elementos, como a arrecadação tributária, também influenciam substancialmente o equilíbrio financeiro do Estado.

Com a decisão do TJRN, permanece válida a obrigatoriedade do reajuste anual do piso salarial para os profissionais da educação no Rio Grande do Norte. A medida reforça o cumprimento da legislação federal e garante a manutenção dos direitos dos servidores da rede estadual de ensino.

Foto: Sandro Menezes/ Carmem Felix/ASSECOM

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STF conclui ação do golpe em relação a Mauro Cid e torna sentença definitiva

STF conclui ação do golpe em relação a Mauro Cid e torna sentença definitiva

Defesa não recorre e Supremo inicia fase de execução da pena de 2 anos em regime aberto

STF conclui ação do golpe em relação a Mauro Cid e torna sentença definitiva

O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu o trânsito em julgado da ação penal relacionada à trama golpista envolvendo o tenente-coronel Mauro Cid. A decisão foi tomada nesta terça-feira, 28, após a defesa não apresentar recurso contra a condenação, o que tornou a sentença definitiva.

Mauro Cid firmou acordo de delação premiada, o que resultou em uma pena reduzida de dois anos em regime aberto. A condenação foi inferior à aplicada a outros réus no mesmo processo, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, que recebeu pena de 27 anos e 3 meses em regime fechado.

Com o trânsito em julgado, o processo entra na fase de execução da pena. O STF deverá analisar se o período de prisão preventiva já cumprido por Mauro Cid poderá ser abatido da pena imposta. Caso o tempo seja considerado, o tenente-coronel poderá não ter mais tempo de condenação a cumprir.

Mauro Cid já cumpriu dois anos e quatro meses de prisão e medidas cautelares. Esse período incluiu prisão preventiva em regime fechado, liberdade provisória com uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e nos finais de semana.

A defesa sustenta que o tempo de prisão processual e as restrições cautelares devem ser contabilizados para fins de execução penal. O argumento será avaliado pelo STF na próxima etapa do processo.

STF conclui ação do golpe em relação a Mauro Cid
STF conclui ação do golpe em relação a Mauro Cid

Ao firmar o acordo de colaboração, Mauro Cid solicitou o perdão judicial pelos crimes confessados ou, alternativamente, uma pena privativa de liberdade de no máximo dois anos. A Primeira Turma do STF decidiu que não é possível conceder perdão judicial para crimes contra a democracia, aplicando a pena mínima prevista no acordo de delação.

A decisão do STF encerra a tramitação judicial da ação penal em relação a Mauro Cid, consolidando a sentença e iniciando os procedimentos para o cumprimento da pena. O caso segue como parte de um conjunto de ações que investigam e julgam os envolvidos na tentativa de ruptura institucional.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

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Ações judiciais de servidores públicos aumentam em áreas de aposentadoria, licenças e progressões

Ações judiciais de servidores públicos aumentam em áreas de aposentadoria, licenças e progressões

No Dia do Servidor Público, advogada especialista em Direito Administrativo e Direito Público aponta aumento de ações sobre aposentadoria, licenças, progressões e concursos

Ações judiciais de servidores públicos aumentam em áreas de aposentadoria, licenças e progressões

O Dia do Servidor Público, celebrado em 28 de outubro, é uma data de reconhecimento, mas também de reflexão sobre os desafios enfrentados pelos milhões de profissionais que compõem a máquina pública no Brasil. Entre eles, um fenômeno tem chamado cada vez mais atenção: o crescimento da judicialização envolvendo servidores. Aposentadorias, licenças, progressões de carreira e concursos públicos estão entre os temas mais acionados nos tribunais, revelando uma lacuna preocupante entre o que a lei garante e o que é, de fato, cumprido pelas administrações públicas.

Para a advogada Dra. Mylena Leite, especialista em Direito Administrativo e Direito Público, a escalada de ações judiciais mostra que muitos servidores precisam recorrer ao Judiciário para assegurar direitos básicos já previstos em lei. “É preocupante perceber que, em vez de encontrar respaldo imediato dentro da gestão pública, o servidor se vê obrigado a buscar a Justiça para obter garantias que já deveriam estar implementadas. A judicialização é sintoma da omissão e da ineficiência do poder público”, afirma.

O cenário é confirmado por levantamentos recentes. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que as ações relacionadas a servidores estão entre as mais frequentes na Justiça Federal e Estadual, com destaque para disputas sobre aposentadorias. Questões como tempo de contribuição, integralidade dos vencimentos e aplicação das regras de transição da Previdência respondem por uma grande parte das demandas. Além disso, licenças médicas, maternidade e afastamentos legais também são alvo constante de judicialização, diante de negativas ou restrições impostas por órgãos públicos.

As progressões e promoções de carreira figuram como outro ponto crítico. Em diversas esferas, planos de cargos e salários não são aplicados corretamente ou sofrem atrasos injustificados. Professores, profissionais da saúde e policiais, entre outras categorias, relatam esperar anos por direitos assegurados em legislação específica. “A demora em implementar progressões funcionais desestimula os servidores e enfraquece a confiança no Estado como empregador. Isso compromete a motivação e a eficiência do serviço público”, observa Dra. Mylena.

O campo dos concursos públicos, tradicionalmente visto como porta de entrada para carreiras estáveis, também tem sido alvo de judicialização. Editais com irregularidades, falhas em provas, excesso de contratações temporárias em detrimento de concursados aprovados e até suspensões de certames são questões levadas frequentemente ao Judiciário. Para a especialista, esse quadro representa um retrocesso. “O concurso público é a forma mais democrática e transparente de ingresso no serviço público. Quando esse mecanismo é enfraquecido ou desrespeitado, toda a sociedade perde”, pontua.

Diante desse panorama, Dra. Mylena Leite reforça que a valorização do servidor público, lembrada na data de 28 de outubro, passa necessariamente pelo respeito às normas constitucionais e administrativas. “O servidor não busca privilégios, busca segurança jurídica. É dever do Estado cumprir a lei e evitar que os profissionais tenham que se socorrer do Judiciário para fazer valer direitos básicos”, conclui.

Foto: Divulgação

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Bolsonaro recorre ao STF contra condenação e aponta cerceamento de defesa e provas frágeis

Bolsonaro recorre ao STF contra condenação e aponta cerceamento de defesa e provas frágeis

Embargos de declaração questionam julgamento sobre tentativa de golpe e pedem revisão de pena

Bolsonaro recorre ao STF contra condenação e aponta cerceamento de defesa e provas frágeis

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a condenação imposta pela Primeira Turma da Corte, que o responsabilizou pelos atos de 8 de janeiro de 2023. O recurso foi protocolado na forma de embargos de declaração, instrumento jurídico utilizado para contestar contradições, omissões ou obscuridades no acórdão do julgamento.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada e incitação ao golpe. A decisão foi tomada por quatro votos a um, sendo o ministro Luiz Fux o único a divergir.

Argumentos da defesa

A defesa alega que o julgamento foi marcado por cerceamento de defesa, uso de provas frágeis e erro jurídico na aplicação das penas. Os advogados afirmam que não houve tempo hábil para analisar o acervo de mais de 70 terabytes de dados disponibilizados, e que pedidos de adiamento das audiências foram negados pelo relator, ministro Alexandre de Moraes.

O recurso também contesta a credibilidade da delação do tenente-coronel Mauro Cid, apontada como base central da condenação. Segundo os advogados, o depoimento foi obtido sob pressão e apresenta contradições que comprometem sua validade como prova.

A defesa sustenta que Bolsonaro não teve participação direta nos atos apontados pela acusação e que o chamado “Plano Punhal Verde Amarelo” nunca chegou ao conhecimento do ex-presidente. Também é levantada a tese de desistência voluntária, segundo a qual, mesmo que se admitisse o início de uma ação golpista, Bolsonaro teria interrompido a execução por vontade própria.

Bolsonaro recorre ao STF contra condenação
Bolsonaro recorre ao STF contra condenação

Pedido de revisão

No documento de 85 páginas, os advogados pedem que o STF reconheça omissões e contradições no acórdão, corrija erros materiais, reavalie as provas e revise a dosimetria da pena. A defesa invoca o princípio da consunção, argumentando que o crime de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito já englobaria o de golpe de Estado, evitando penas cumulativas.

Os embargos de declaração foram apresentados no último dia do prazo legal, iniciado em 23 de outubro, após a publicação do acórdão. Após a análise dos embargos, os réus ainda podem apresentar um segundo recurso do mesmo tipo antes do trânsito em julgado, que marca o início da execução da pena.

Condenação do núcleo crucial

Bolsonaro foi condenado junto com outros oito acusados do chamado núcleo crucial, por atuação contra a ordem democrática. Sete deles foram condenados por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União, e deterioração de patrimônio tombado.

O deputado Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), responde a três acusações, pois duas imputações foram suspensas pela Câmara dos Deputados por estarem relacionadas a fatos posteriores à sua diplomação como parlamentar.

Posição do relator

No acórdão, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que Bolsonaro foi o “beneficiário direto” da trama golpista e que utilizou a estrutura do Estado para minar a confiança nas instituições e incitar o rompimento da ordem constitucional. O voto foi acompanhado pelos ministros Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin.

O documento também descreve que Bolsonaro liderou uma organização criminosa com o objetivo de restringir a atuação do Poder Judiciário e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Foto: Valter Campanato/Tânia Rêgo/Agência Brasil

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Dino determina campanhas sobre transparência em emendas parlamentares

Dino determina campanhas sobre transparência em emendas parlamentares

Governo, Congresso e Judiciário deverão divulgar informações entre dezembro e março para incentivar fiscalização cidadã

Dino determina campanhas sobre transparência em emendas parlamentares

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (27) que o governo federal, o Congresso Nacional e o Poder Judiciário realizem campanhas publicitárias sobre transparência e rastreabilidade das emendas parlamentares. As ações deverão ocorrer entre dezembro de 2025 e março de 2026.

O objetivo da medida é informar a população sobre como acompanhar a destinação das emendas e denunciar eventuais irregularidades. A decisão estabelece que as campanhas devem ser claras, acessíveis e educativas, com foco na consulta pública aos dados e no estímulo à participação cidadã no controle dos gastos públicos.

Dino determina campanhas sobre transparência
Dino determina campanhas sobre transparência

Diretrizes para a campanha

  • Governo federal: deverá divulgar os conteúdos em emissoras comerciais, na internet e em canais oficiais, como TV Brasil, Agência Brasil e Voz do Brasil.
  • Congresso Nacional: exibirá as peças nas TVs institucionais, como TV Câmara e TV Senado, além de outros meios de comunicação próprios.
  • Judiciário: utilizará seus canais oficiais, como a TV Justiça, para disseminar as informações.

Segundo o ministro, a iniciativa busca garantir o chamado “accountability vertical”, que consiste na fiscalização direta por parte dos cidadãos sobre a aplicação dos recursos públicos por parlamentares. Dino destacou que a transparência só é efetiva quando as informações são localizáveis e compreensíveis para a população.

Redução da desigualdade digital

A decisão também ressalta a importância de reduzir a desigualdade digital, permitindo que mais cidadãos tenham acesso aos dados públicos. O ministro enfatizou que o controle democrático depende da capacidade da população de acessar e entender os mecanismos de distribuição de recursos.

A medida complementa decisão anterior, de 23 de outubro, que obriga estados, municípios e o Distrito Federal a adotarem o mesmo modelo federal de transparência nas emendas parlamentares. Os Tribunais de Contas deverão enviar ao STF, até 31 de dezembro de 2025, os atos normativos que regulamentam a transparência sobre o tema em suas respectivas jurisdições.

A decisão reforça o papel das instituições públicas na promoção da transparência e no fortalecimento da participação social. A expectativa é que as campanhas contribuam para ampliar o conhecimento da população sobre o funcionamento das emendas parlamentares e para prevenir práticas irregulares na destinação dos recursos.

Foto: Rovena Rosa/Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

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Justiça condena servidores por esquema de diárias na Secretaria de Educação do RN

Justiça condena servidores por esquema de diárias na Secretaria de Educação do RN

Dois servidores estaduais foram responsabilizados por fraudes no SIAFI que causaram prejuízo de R$ 157 mil aos cofres públicos

Justiça condena servidores por esquema de diárias na Secretaria de Educação do RN

A 3ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Natal condenou dois servidores públicos estaduais por envolvimento em um esquema de pagamento indevido de diárias de viagens na Secretaria de Estado da Educação e da Cultura do Rio Grande do Norte. A fraude resultou em um prejuízo de R$ 157.964,36 aos cofres públicos.

A sentença, proferida pelo juiz Geraldo Antônio da Mota, apontou que os servidores praticaram atos de improbidade administrativa ao inserir dados falsos no Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI). A investigação teve início a partir de um inquérito civil conduzido pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPRN).

De acordo com a decisão judicial, os dois servidores utilizaram suas senhas funcionais para cadastrar, de forma fraudulenta, nomes de pessoas que não pertenciam ao quadro de servidores do Estado como beneficiárias de diárias de viagem. Essas pessoas, embora não tivessem vínculo com a administração pública, receberam valores indevidos.

justiça condena servidores por esquema de diárias
justiça condena servidores por esquema de diárias

Penalidades aplicadas

Os dois servidores foram condenados às seguintes penalidades:

  • Perda da função pública, caso ainda estejam em exercício;
  • Ressarcimento integral do dano ao erário, no valor de R$ 157.964,36, com atualização monetária;
  • Multa civil individual de R$ 315.928,72, equivalente ao dobro do valor do dano;
  • Suspensão dos direitos políticos por 10 anos;
  • Proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios fiscais por 10 anos.

Durante o processo, outros envolvidos no esquema prestaram depoimentos e relataram que cederam suas contas bancárias sem conhecimento da origem dos recursos. Alguns firmaram acordos para devolver os valores recebidos.

A sentença destacou que os demais réus foram unânimes ao afirmar que foram convencidos a fornecer suas contas bancárias sob o pretexto de que receberiam créditos legítimos. O magistrado ressaltou que a fraude foi articulada pelos dois servidores, que agiram de forma consciente e dolosa, violando os princípios da administração pública.

Considerações do magistrado

O juiz também chamou atenção para a responsabilidade dos demais envolvidos, que mantiveram a prática por longo período sem questionar a origem dos valores. Segundo ele, a persistência nesse comportamento deveria ter despertado desconfiança.

A decisão judicial concluiu que os dois servidores tinham plena ciência da ilegalidade dos atos praticados e, mesmo assim, autorizaram os pagamentos indevidos. A atuação foi considerada dolosa e em desacordo com os princípios da legalidade, moralidade e eficiência que regem a administração pública.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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Prazo para Bolsonaro recorrer à condenação no STF termina nesta segunda-feira

Prazo para Bolsonaro recorrer à condenação no STF termina nesta segunda-feira

Defesa do ex-presidente deve apresentar embargos de declaração até 23h59 para tentar reduzir pena de 27 anos

Prazo para Bolsonaro recorrer à condenação no STF termina nesta segunda-feira

O prazo para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus do chamado “núcleo 1” da suposta tentativa de golpe de Estado apresentem recurso contra a condenação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) termina às 23h59 desta segunda-feira (27). O recurso cabível é o embargo de declaração, instrumento jurídico utilizado para apontar eventuais contradições, obscuridades ou omissões nos votos dos ministros da Corte.

A condenação foi proferida pela Primeira Turma do STF, que fixou a pena de Bolsonaro em 27 anos e 3 meses de prisão, em regime inicial fechado. A defesa do ex-presidente deve concentrar seus esforços em tentar reduzir a pena, reconhecendo internamente que a reversão completa da condenação é considerada improvável.

A estratégia jurídica deve se basear na tese de que os crimes de tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito deveriam ser tratados como um único delito, o que impediria a soma das penas. No entanto, a maioria dos ministros do STF já se manifestou contrária a essa interpretação, o que reduz as chances de sucesso do recurso.

Os embargos de declaração serão analisados em plenário virtual pela Primeira Turma do STF, ainda sem data definida. A expectativa é de que a análise ocorra de forma célere. Caso o recurso seja rejeitado, a defesa poderá apresentar novos embargos. Se também forem negados, o STF deve declarar o trânsito em julgado da ação, o que torna a condenação definitiva e permite a execução da pena.

prazo para Bolsonaro recorrer à condenação no STF
prazo para Bolsonaro recorrer à condenação no STF

Entre os réus, o tenente-coronel Mauro Cid é o único que não deve apresentar recurso. Ele já cumpriu integralmente a pena de dois anos em regime aberto, o que pode levar ao encerramento antecipado de sua ação penal.

A condenação de Bolsonaro e dos demais integrantes do “núcleo 1” está relacionada à suposta tentativa de subverter a ordem democrática no país. O julgamento foi conduzido pela Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros, e integra uma série de ações penais que investigam os eventos ocorridos após as eleições presidenciais de 2022.

O embargo de declaração, embora previsto no ordenamento jurídico como um direito da defesa, raramente altera o resultado final de um julgamento no STF. Seu principal objetivo é esclarecer pontos específicos da decisão, sem reabrir a discussão sobre o mérito da condenação.

A eventual rejeição dos embargos e o consequente trânsito em julgado podem abrir caminho para a execução imediata da pena, incluindo a expedição de mandado de prisão. A defesa de Bolsonaro, no entanto, ainda poderá recorrer a instâncias internacionais, como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, embora tais medidas não tenham efeito suspensivo automático.

A situação jurídica do ex-presidente segue sendo acompanhada de perto por aliados políticos e pela opinião pública, especialmente diante das implicações que uma condenação definitiva pode ter sobre seus direitos políticos e sua elegibilidade em futuras eleições.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

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MPF obtém condenação de 18 pessoas por contrabando internacional de cigarros e eletrônicos

MPF obtém condenação de 18 pessoas por contrabando internacional de cigarros e eletrônicos

Grupo atuava no contrabando de cigarros, vestuários e eletrônicos vindos do Paraguai e Suriname, com ramificações no Rio Grande do Norte e em São Paulo

MPF obtém condenação de 18 pessoas por contrabando internacional de cigarros e eletrônicos

O Ministério Público Federal (MPF) obteve a condenação de 18 pessoas envolvidas em uma organização criminosa transnacional armada dedicada ao contrabando internacional e interestadual de cigarros, vestuários, equipamentos eletrônicos e outros produtos. O grupo, que contava com a participação de policiais civis, trazia as cargas do Paraguai e do Suriname pelo litoral do Rio Grande do Norte, de onde os produtos eram distribuídos para outros estados, principalmente São Paulo.

De acordo com a denúncia apresentada pelo MPF, a investigação revelou uma estrutura criminosa estável e permanente, com ramificações internacionais e movimentações financeiras incompatíveis com a renda dos envolvidos. As provas reunidas apontaram a utilização de transporte marítimo para o ingresso clandestino de mercadorias no território potiguar. Após a chegada, os produtos eram armazenados e encaminhados para outras regiões do país.

Somente entre os anos de 2018 e 2019, o grupo movimentou aproximadamente R$ 185 milhões, conforme os dados apurados pelo MPF. O caso foi julgado pela 8ª Vara da Justiça Federal no Rio Grande do Norte, que reconheceu a materialidade e autoria dos crimes.

Em sua sentença, a Justiça destacou que “a existência da organização criminosa denunciada encontra-se inequivocamente demonstrada nos autos, substancialmente amparada por um robusto conjunto probatório, reunido ao longo da Operação Falsos Heróis e suas fases subsequentes”. Segundo a decisão, os elementos apresentados “revelam uma estrutura criminosa complexa, com divisão de tarefas, estabilidade e permanência, voltada para a prática reiterada e profissional de contrabando de mercadorias proibidas”.

Operação Falsos Heróis

As investigações tiveram início a partir de apreensões de produtos contrabandeados realizadas no Rio Grande do Norte, nas cidades de Mossoró, Areia Branca, Porto do Mangue e Macau, entre os anos de 2018 e 2019. A apuração contou com a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático dos investigados, o que permitiu o rastreamento de fluxos financeiros e comunicações entre os integrantes da organização.

Em 2020, a Polícia Federal e o MPF deflagraram a Operação Falsos Heróis, cumprindo mandados de busca e apreensão e prisões preventivas. Na ocasião, foram apreendidos mais de R$ 2,4 milhões em espécie, além de joias e veículos. A operação revelou ainda o envolvimento de servidores públicos no esquema, responsáveis por garantir proteção armada às cargas durante o transporte e armazenamento.

Estrutura da organização criminosa

A investigação identificou a existência de três núcleos de atuação, classificados pelo MPF como “frete”, “transbordo” e “destino”:

  • Frete: responsável pela coordenação das operações internacionais e pela movimentação de capitais para o financiamento das atividades ilícitas.
  • Transbordo: encarregado de recepcionar, armazenar e escoar as mercadorias no território potiguar, com apoio logístico e segurança armada.
  • Destino: núcleo baseado em São Paulo, responsável pelo comando e financiamento da organização, além da distribuição dos produtos contrabandeados.

A Justiça Federal considerou que a divisão de funções dentro da estrutura criminosa demonstrava um alto grau de organização e planejamento, com ações repetidas e voltadas à prática de contrabando em larga escala.

Condenações

Os 18 acusados foram condenados pelo crime de organização criminosa, com penas que variam até seis anos de reclusão, além de multa, conforme o grau de participação de cada um no esquema. A sentença foi proferida no âmbito da Ação Penal nº 0800276-04.2021.4.05.8401. Ainda cabe recurso da decisão.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração / Reprodução

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Coco Bambu perde disputa judicial sobre uso do nome “Camarão Internacional”

Coco Bambu perde disputa judicial sobre uso do nome “Camarão Internacional”

Decisão da Justiça paulista rejeitou pedido do Coco Bambu para proibir restaurante de Santa Catarina de usar o nome “Camarão Internacional” em seu cardápio

Justiça nega pedido do Coco Bambu para exclusividade do prato “Camarão Internacional”

A Justiça de São Paulo negou o pedido da rede de restaurantes Coco Bambu que buscava impedir outro estabelecimento de utilizar o nome “Camarão Internacional” em seu cardápio. A decisão foi proferida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que considerou que não há exclusividade sobre a denominação do prato.

O processo foi movido pelo Coco Bambu contra o Recanto Fábio Restaurante, localizado em Santa Catarina. A rede alegou que o prato “Camarão Internacional” é de sua autoria e possui registro de marca junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Além disso, sustentou que o restaurante catarinense estaria copiando não apenas o nome, mas também o padrão visual e os ingredientes da receita original, configurando violação de direitos de propriedade intelectual.

Argumentos da defesa

Na ação, o Recanto Fábio Restaurante defendeu que o nome “Camarão Internacional” não é exclusivo do Coco Bambu e que a expressão é utilizada amplamente por diversos estabelecimentos gastronômicos em todo o país.

A defesa argumentou ainda que as semelhanças entre os pratos são apenas coincidências, uma vez que a combinação de camarão com arroz e molhos cremosos é comum em receitas da culinária brasileira e internacional. Segundo o restaurante, o termo “internacional” é genérico e não tem caráter distintivo suficiente para garantir exclusividade de uso.

O estabelecimento de Santa Catarina também destacou que a apresentação do prato, ingredientes e forma de preparo são distintos dos utilizados pelo Coco Bambu, o que afastaria qualquer possibilidade de confusão por parte dos consumidores.

Decisão judicial

O relator do processo, desembargador Sérgio Shmimura, do Tribunal de Justiça de São Paulo, concordou com os argumentos da defesa e negou o pedido de proibição solicitado pelo Coco Bambu.

De acordo com a decisão, a análise comparativa das imagens e descrições dos pratos apresentados no processo mostra diferenças suficientes para evitar qualquer risco de confusão entre os consumidores.

“O nome ‘Camarão Internacional’ não é capaz, por si só, de identificar um prato de maneira exclusiva, pois é utilizado por vários restaurantes em diferentes regiões do país”, destacou o magistrado em seu voto.

O desembargador ressaltou ainda que, para a concessão de exclusividade de uma marca ou nome comercial, é necessário que o registro comprove caráter distintivo e originalidade, o que, segundo ele, não ficou demonstrado no caso.

Com isso, o tribunal manteve o direito do Recanto Fábio Restaurante de continuar oferecendo o prato em seu cardápio.

Contexto da disputa

O Coco Bambu é uma rede de restaurantes especializada em frutos do mar, com unidades em várias capitais brasileiras e presença consolidada no setor gastronômico. O prato “Camarão Internacional” é um dos mais conhecidos da rede, servido em porções individuais e para compartilhamento, e figura como destaque nos cardápios desde a fundação da marca.

A empresa alegou que a reprodução do nome por outros restaurantes poderia gerar confusão nos consumidores e diluir o valor comercial da marca, motivo pelo qual buscou amparo judicial.

Já o Recanto Fábio Restaurante afirmou que a tentativa de exclusividade representaria uma restrição indevida à livre concorrência, uma vez que a expressão em questão não possui elementos que a tornem única no mercado.

Registro no INPI

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é o órgão responsável pelo registro de marcas e patentes no Brasil. Embora o Coco Bambu possua um certificado de registro referente ao nome “Camarão Internacional”, o tribunal entendeu que esse registro não garante exclusividade absoluta, especialmente em casos em que o termo é genérico e amplamente utilizado.

Com a decisão, o restaurante catarinense permanece autorizado a manter o prato “Camarão Internacional” em seu cardápio. A rede Coco Bambu ainda pode recorrer da sentença.

Foto: gavlinski/VisualHunt

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MPRN move ação civil pública contra Humana Saúde por interrupção de terapias para crianças com autismo

MPRN move ação civil pública contra Humana Saúde por interrupção de terapias para crianças com autismo

Plano de saúde descredenciou clínicas em Natal, gerando desassistência e filas de espera; Ministério Público pede indenização de R$ 1 milhão

O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPRN) ajuizou uma Ação Civil Pública por danos morais coletivos contra a operadora Humana Saúde Nordeste Ltda. O motivo da ação é a interrupção das terapias essenciais para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), resultado do descredenciamento abrupto de clínicas especializadas que prestavam serviço aos beneficiários do plano.

A ação foi protocolada pelas Promotorias de Defesa do Consumidor e da Pessoa com Deficiência de Natal. O MPRN requer a condenação da operadora ao pagamento de uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 1 milhão, que deve ser revertido ao Fundo Estadual de Defesa dos Direitos Difusos. O objetivo da medida é reparar o abalo social causado e servir como inibidor para práticas semelhantes por outras operadoras de planos de saúde.

Descredenciamento e falta de alternativa equivalente

A investigação que originou a Ação Civil Pública começou após denúncias apresentadas por famílias de pacientes e pela Associação Brasileira de Apoio à Pessoa com Deficiência (ABAPED). Os relatos indicaram que a Humana Saúde descredenciou, entre junho e julho de 2024, as clínicas Cliap, Reability Center e Polaris, sem garantir uma substituição equivalente para o atendimento das crianças com TEA.

O inquérito civil conduzido pelo MPRN apurou que, com o descredenciamento, a operadora de plano de saúde concentrou os atendimentos na clínica própria Janela Lúdica. Contudo, um laudo técnico elaborado pela Central de Apoio Técnico Especializado do MPRN (CATE/MPRN) concluiu que a clínica própria não possui estrutura suficiente nem a diversidade terapêutica equivalente às clínicas descredenciadas.

O relatório do CATE/MPRN evidenciou a redução no número de terapias oferecidas, a formação de filas de espera para agendamento, e a substituição de sessões individuais por atendimentos coletivos. Tais fatores configuram a desassistência a um público considerado hipervulnerável e prejudicam a continuidade dos tratamentos, que são cruciais para a evolução clínica de pessoas com TEA.

Violação de normas e legislação do autismo

O MPRN sustenta que a conduta da Humana Saúde violou uma série de normas consumeristas e regulatórias. Entre as infrações citadas, está o descumprimento das Resoluções Normativas nº 566/2022 e nº 567/2022 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as quais tratam da obrigatoriedade de substituição equivalente de prestadores de serviço em casos de descredenciamento.

Adicionalmente, o Ministério Público aponta a violação do Código de Defesa do Consumidor e da Lei nº 9.656/98 (Lei dos Planos de Saúde).

A ação judicial enfatiza, ainda, que as leis federais específicas para a proteção dos direitos das pessoas com deficiência foram infringidas. O MPRN ressalta a importância da Lei nº 12.764/2012 (Lei Berenice Piana) e da Lei nº 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão). Ambas as leis impõem às operadoras o dever de assegurar o atendimento contínuo e equivalente às pessoas com deficiência.

Para crianças com TEA, este dever é considerado fundamental, pois a evolução de seu quadro clínico depende de terapias precoces, intensivas e ininterruptas. O trabalho conjunto do MPRN, abrangendo as esferas judicial, administrativa e regulatória, visa garantir que a saúde suplementar respeite o direito das pessoas com deficiência e mantenha a continuidade terapêutica.

Medidas administrativas e descumprimento de liminares

Além do ajuizamento da Ação Civil Pública, o MPRN encaminhou representações à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e ao Procon Municipal de Natal. O objetivo dessas representações é solicitar a instauração de processos administrativos para a apuração e aplicação de sanções às irregularidades cometidas pela operadora Humana Saúde.

O Ministério Público também trouxe à tona que diversas decisões judiciais individuais já reconheceram a irregularidade da conduta da Humana Saúde. Essas decisões determinaram a retomada imediata dos tratamentos nas clínicas descredenciadas, com destaque para a clínica Cliap. No entanto, o MPRN colheu relatos de descumprimento de liminares e a persistência de filas de espera, o que configura reiterado desrespeito ao direito fundamental à saúde e à dignidade da pessoa humana dos beneficiários.

A Humana ainda não se pronunciou sobre a situação. O espaço segue aberto para eventual nota da operadora.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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MPRN recomenda reformas urgentes no Hospital João Machado após identificar risco elétrico e estrutural

MPRN recomenda reformas urgentes no Hospital João Machado após identificar risco elétrico e estrutural

Relatório aponta falhas graves em instalações e estruturas do hospital; Sesap tem 60 dias para adotar medidas corretivas

MPRN recomenda reformas urgentes no Hospital João Machado após identificar risco elétrico e estrutural

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), por meio da 47ª Promotoria de Justiça de Natal, emitiu uma recomendação à Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) para que adote medidas imediatas visando sanar problemas estruturais no Hospital Geral Dr. João Machado, em Natal. A ação tem como base um relatório técnico que identificou falhas graves nas instalações do hospital, incluindo riscos elétricos e estruturais considerados urgentes.

De acordo com o documento elaborado pela Central de Apoio Técnico Especializado do MPRN (CATE/MPRN), a vistoria apontou a necessidade de mais de 20 intervenções na unidade hospitalar. Dentre essas, sete foram classificadas como urgentes e essenciais para garantir a segurança de pacientes, profissionais de saúde e demais usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Ministério Público recomendou que a Sesap elabore e execute um plano de manutenção preventiva permanente, contemplando inspeções periódicas nas estruturas físicas e instalações prediais. O objetivo é evitar a reincidência dos problemas constatados e assegurar o funcionamento adequado do hospital.

Irregularidades e riscos constatados

Durante a inspeção técnica, o MPRN constatou risco elétrico em razão de instalações antigas e sem o isolamento adequado. O relatório alerta que a situação pode ocasionar choques elétricos ou incêndios, representando perigo imediato para o funcionamento da unidade.

Além dos problemas elétricos, a vistoria identificou deterioração estrutural em diferentes partes do prédio. Foram observadas fissuras, corrosão e desplacamento de concreto em pilares, além de comprometimento nas lajes — especialmente na área da entrada principal, onde há risco de colapso parcial.

Outro ponto destacado pela equipe técnica foi a insalubridade em setores do hospital, causada pela presença de mofo, infiltrações e ventilação deficiente. Segundo o relatório, essas condições afetam diretamente a segurança e o bem-estar de pacientes e servidores.

A análise do MPRN concluiu que o prédio não atende aos critérios mínimos de segurança, conforto e funcionalidade exigidos para ambientes hospitalares. O órgão enfatizou que a execução imediata de obras corretivas e estruturais é indispensável para adequar o hospital às normas técnicas e de saúde pública.

Prazo e medidas determinadas

Na recomendação, o Ministério Público estabeleceu prazo de 60 dias para que a Sesap adote as providências necessárias e apresente um relatório técnico atualizado sobre o cumprimento das determinações. As intervenções consideradas de maior gravidade e com risco iminente devem ser priorizadas.

A Promotoria de Justiça reforçou que o não cumprimento das medidas poderá resultar na adoção de ações judiciais cabíveis. O órgão destacou ainda que a finalidade da recomendação é assegurar a integridade física de pacientes e servidores, além da continuidade dos serviços prestados à população.

O Hospital João Machado é uma das principais unidades de saúde pública do estado e atende pacientes de diversos municípios da Região Metropolitana de Natal. A unidade é referência em atendimento psiquiátrico e clínico, sendo considerada estratégica para a rede estadual de saúde.

Com a recomendação, o MPRN busca garantir que a Sesap adote medidas eficazes para corrigir as falhas estruturais e assegurar condições adequadas de funcionamento no hospital.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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STF condena sete réus do Núcleo 4 da trama golpista por organização criminosa e tentativa de golpe

STF condena sete réus do Núcleo 4 da trama golpista por organização criminosa e tentativa de golpe

Primeira Turma do Supremo decide por maioria e mantém julgamento dos demais núcleos

STF condena sete réus do Núcleo 4 da trama golpista por organização criminosa e tentativa de golpe

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, nesta terça-feira (21), sete réus integrantes do Núcleo 4 da trama golpista investigada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A decisão foi tomada por 4 votos a 1, com maioria dos ministros reconhecendo a prática de crimes relacionados à tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e à propagação de desinformação sobre o processo eleitoral de 2022.

Os ministros Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino votaram pela condenação. O ministro Luiz Fux foi o único a divergir, alegando que as condutas dos réus não apresentavam potencial de conquista de poder ou substituição do governo, o que, segundo ele, inviabilizaria a acusação de golpe de Estado.

STF condena sete réus do Núcleo 4 da trama golpista
STF condena sete réus do Núcleo 4 da trama golpista

Com a decisão, foram condenados:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército)
  • Ângelo Martins Denicoli (major da reserva do Exército)
  • Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente do Exército)
  • Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército)
  • Reginaldo Vieira de Abreu (coronel do Exército)
  • Marcelo Araújo Bormevet (policial federal)
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (ex-presidente do Instituto Voto Legal)

Os seis primeiros foram condenados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha foi condenado por organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado de Direito.

A sessão do STF continua para definição das penas aplicadas aos condenados. As defesas ainda podem recorrer, e os réus não serão presos automaticamente.

O ministro Luiz Fux, após mais um voto pela absolvição em casos relacionados à trama golpista, solicitou sua saída da Primeira Turma. Caso o pedido seja aceito pelo presidente do STF, Edson Fachin, Fux passará a integrar a Segunda Turma e não participará dos julgamentos dos núcleos 2 e 3, previstos para os próximos meses.

Até o momento, o STF já condenou 15 réus envolvidos na trama. Além dos sete integrantes do Núcleo 4, outros oito acusados do Núcleo 1, liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, também foram condenados.

O julgamento do Núcleo 3 está agendado para 11 de novembro, enquanto o Núcleo 2 será analisado a partir de 9 de dezembro. O Núcleo 5, que inclui o empresário Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura João Figueiredo, ainda não tem data definida para julgamento. Paulo Figueiredo reside nos Estados Unidos e não apresentou defesa no processo.

Foto: Rosinei Coutinho/Rosinei Coutinho/STF

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Justiça determina remoção de posts que ligam irmão de Lula a fraudes no INSS

Justiça determina remoção de posts que ligam irmão de Lula a fraudes no INSS

Decisão da 39ª Vara Cível de São Paulo ordena retirada de 14 publicações em redes sociais no prazo de cinco dias

Justiça determina remoção de posts que ligam irmão de Lula a fraudes no INSS

A Justiça de São Paulo determinou a remoção de 14 publicações que associavam José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, a fraudes contra aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A decisão foi proferida pela 39ª Vara Cível e estabelece um prazo de cinco dias para que os conteúdos sejam retirados das plataformas digitais.

A medida judicial prevê multa diária de R$ 1 mil em caso de descumprimento, podendo chegar a R$ 20 mil em situações de reincidência. As publicações estavam disponíveis em redes sociais como Facebook, Instagram, Kwai, YouTube e X Brasil.

Frei Chico é irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ocupa o cargo de vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). Embora a entidade esteja envolvida em investigações relacionadas a fraudes previdenciárias, Frei Chico não é alvo de apuração ou medidas judiciais no âmbito da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal.

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Justiça determina remoção de posts

A decisão judicial foi tomada com base em ação movida por Frei Chico e pelo Sindnapi, que alegaram que as publicações disseminavam informações falsas e prejudiciais à imagem dos autores. O conteúdo das postagens indicava, de forma indevida, a participação de Frei Chico nas fraudes investigadas.

A magistrada responsável pelo caso considerou que os autores da ação apresentaram provas suficientes da falsidade das informações divulgadas. A forma como os conteúdos foram publicados também foi avaliada como ofensiva, justificando a concessão da liminar.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, em andamento no Congresso Nacional, continua ouvindo representantes de entidades envolvidas no esquema de fraudes. Frei Chico, no entanto, não foi convocado para depor até o momento. A convocação foi barrada por articulação da base governista no Legislativo.

A decisão judicial reforça o entendimento de que a disseminação de informações falsas em redes sociais pode gerar consequências legais, especialmente quando há prejuízo à honra e à imagem de pessoas públicas. A remoção dos conteúdos busca preservar os direitos dos envolvidos e evitar a propagação de narrativas sem respaldo legal.

Foto: Felipe L. Gonçalves/Divulgação/Reprodução/Redes Sociais

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Lula janta com Barroso no Alvorada e discute sucessão no STF antes da aposentadoria do ministro

Lula janta com Barroso no Alvorada e discute sucessão no STF antes da aposentadoria do ministro

Durante encontro na residência oficial, o presidente pediu opinião de Barroso sobre os cotados Jorge Messias, Rodrigo Pacheco e Bruno Dantas para a vaga no Supremo

Lula e Barroso conversam sobre sucessão no Supremo

Horas antes de sua aposentadoria no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso participou de um jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na noite de quinta-feira (17), no Palácio da Alvorada, em Brasília. O encontro teve como um dos principais temas a sucessão de Barroso na Corte.

Durante a conversa, o presidente Lula perguntou a opinião do ministro sobre os nomes cogitados para assumir a vaga. O presidente citou três possíveis indicados: o advogado-geral da União, Jorge Messias; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG); e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.

De acordo com fontes do governo e do Judiciário, Barroso respondeu de forma diplomática que considera os três aptos a ocupar o cargo. O diálogo entre Lula e o ministro também abordou temas como política nacional, vida pessoal e a participação de mulheres no Poder Judiciário.

Jorge Messias é o favorito de Lula

Segundo interlocutores próximos ao Palácio do Planalto, a tendência é que o presidente indique Jorge Messias para a vaga deixada por Barroso. A decisão ainda não foi formalmente comunicada ao ministro aposentado.

Messias, que atualmente chefia a Advocacia-Geral da União (AGU), tem relação próxima com Lula e é apontado como um dos auxiliares de maior confiança do presidente. A expectativa é que a nomeação seja oficializada no início da próxima semana.

Após o anúncio formal, o indicado precisará passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal. Em seguida, o nome será submetido à votação no plenário da Casa, conforme determina o processo de escolha de ministros do Supremo Tribunal Federal.

Barroso se despede com voto sobre descriminalização do aborto

Antes de seguir para o jantar no Palácio da Alvorada, Luís Roberto Barroso participou do plenário virtual do Supremo Tribunal Federal e apresentou seu voto no julgamento que discute a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. O ministro se manifestou favoravelmente à descriminalização, defendendo que o tema seja tratado como questão de saúde pública.

Além de Barroso, a ministra aposentada Rosa Weber também já havia votado no mesmo sentido. Pouco depois da manifestação de Barroso, o ministro Gilmar Mendes pediu vista e interrompeu o julgamento. Não há data definida para a retomada da análise do caso.

A pauta do aborto é uma das discussões mais sensíveis em tramitação no Supremo e deve permanecer em debate entre os atuais ministros. A expectativa é que a questão volte à pauta após a definição do novo integrante da Corte.

Encerramento da carreira e sucessão no STF

Luís Roberto Barroso deixa o Supremo Tribunal Federal após mais de dez anos de atuação, período em que exerceu a presidência do Tribunal e relatou casos de grande repercussão nacional. Com a aposentadoria, abre-se mais uma vaga para indicação presidencial, processo que tem ocorrido com frequência nos últimos anos devido à renovação natural do colegiado.

Com a possível escolha de Jorge Messias, o presidente Lula ampliaria sua influência na composição atual do Supremo, que conta com 11 ministros. Caso a indicação seja confirmada e aprovada pelo Senado, Messias se tornará o segundo indicado de Lula neste terceiro mandato — o primeiro foi Cristiano Zanin, nomeado em 2023.

O novo ministro, uma vez aprovado, passará a integrar a Corte em meio a debates relevantes sobre temas constitucionais e sociais, entre eles a descriminalização do aborto e o marco temporal das terras indígenas.

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil / Antônio Cruz/Agência Brasil

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STF autoriza Bolsonaro a receber convidados para festa de 15 anos da filha Laura

STF autoriza Bolsonaro a receber convidados para festa de 15 anos da filha Laura

Alexandre de Moraes libera entrada de convidados na casa de Jair Bolsonaro para aniversário de 15 anos de Laura

STF autoriza Bolsonaro a receber convidados para festa de 15 anos da filha Laura

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta sexta-feira (17) o ex-presidente Jair Bolsonaro a receber convidados em sua residência para a comemoração dos 15 anos de sua filha, Laura Bolsonaro. O evento ocorrerá neste sábado (18), no período entre 9h e 18h, conforme decisão judicial.

A autorização atende ao pedido da defesa de Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto, e havia solicitado permissão para a entrada de amigos da filha, familiares e convidados próximos. Entre os nomes citados na petição estão a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e outros amigos da família que já possuem autorização para participar de reuniões religiosas no local.

Os advogados do ex-presidente também solicitaram a liberação para que o maquiador Pablo Agustin, amigo da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, pudesse hospedar-se na residência entre os dias 17 e 19 de outubro. Segundo a defesa, a celebração teria caráter exclusivamente familiar, sem vínculo público ou político.

“Trata-se, assim, de um almoço de cunho familiar, sem qualquer conotação pública ou política, restrito ao círculo pessoal da família do peticionante”, afirmou a defesa na petição enviada ao Supremo.

Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes determinou que todos os veículos dos convidados sejam revistados pela equipe de policiais penais responsáveis pela vigilância da residência de Bolsonaro, como medida de segurança durante o evento.

A autorização ocorre no contexto da prisão domiciliar imposta ao ex-presidente no inquérito que apura suposta atuação de Jair e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) junto ao governo do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o objetivo de promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo Tribunal Federal. Entre as ações investigadas estão o cancelamento de vistos e a aplicação da Lei Magnitsky, que prevê sanções contra autoridades estrangeiras envolvidas em violações de direitos humanos ou corrupção.

No mês passado, a Primeira Turma do STF condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão no âmbito da ação penal da trama golpista. Apesar da sentença, o ex-presidente segue cumprindo prisão domiciliar, sob monitoramento da Polícia Federal e autorização judicial para visitas previamente comunicadas à Corte.

O ministro Moraes reforçou, na decisão mais recente, que a permissão concedida para o evento é restrita ao período do almoço comemorativo, devendo todos os participantes deixar a residência até as 18h.

A autorização inclui amigos menores de idade de Laura Bolsonaro, a senadora Damares Alves e os demais convidados da família, conforme a solicitação protocolada pela defesa no início da semana.

Com a liberação, o ex-presidente poderá realizar o almoço de aniversário dentro dos parâmetros estabelecidos pela decisão judicial, sem descumprir as restrições impostas pela medida cautelar de prisão domiciliar.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil / Bruno Peres/Agência Brasil

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Polícia prende mulher apontada como líder de fábrica clandestina de bebidas com metanol em São Paulo

Polícia prende mulher apontada como líder de fábrica clandestina de bebidas com metanol em São Paulo

Vanessa Maria da Silva é suspeita de chefiar esquema familiar de produção ilegal no ABC Paulista; seis mortes são investigadas pela Polícia Civil

Polícia prende mulher apontada como líder de fábrica clandestina de bebidas com metanol em São Paulo

A Polícia Civil prendeu Vanessa Maria da Silva, apontada como líder de uma fábrica clandestina de bebidas com metanol que operava no ABC Paulista. A prisão ocorreu na última semana e faz parte das investigações sobre a adulteração de bebidas alcoólicas que resultou em seis mortes em São Paulo.

Segundo as autoridades, Vanessa é considerada figura central do esquema criminoso e, de acordo com os investigadores, não demonstrou arrependimento durante o interrogatório. A defesa da suspeita não foi localizada até o momento.

Fábrica clandestina funcionava mesmo após mortes e intensificação da fiscalização

A fábrica ilegal, localizada em São Bernardo do Campo, continuava em funcionamento mesmo após o aumento dos casos de contaminação por metanol e das ações de fiscalização da polícia e de órgãos de vigilância sanitária.

De acordo com os investigadores, ao menos duas das vítimas fatais consumiram bebidas produzidas no local. O delegado-geral de Polícia, Artur Dian, afirmou que o comportamento da suspeita durante o depoimento chamou a atenção das equipes responsáveis pelo caso.

“Segundo relato da doutora Isa (Isa Lea Abramavicus, da 1ª Delegacia de Polícia da Divisão de Investigações sobre Infrações contra a Saúde Pública) e da equipe, a Vanessa é uma pessoa muito fria nas palavras. Ela não mostra arrependimento”, declarou o delegado.

Polícia identifica esquema familiar na fabricação ilegal de bebidas

As investigações apontam que o grupo criminoso atuava em esquema familiar, com a participação de parentes próximos da suspeita.

O ex-marido de Vanessa foi ouvido pela polícia e liberado após prestar depoimento. Já o pai e o cunhado da investigada permanecem presos preventivamente.

A polícia informou que o grupo era responsável por produzir e distribuir bebidas adulteradas com metanol, substância altamente tóxica, proibida para consumo humano. O produto era comercializado como se fosse bebida regular, o que levou à contaminação de várias pessoas em diferentes municípios da Grande São Paulo.

Investigação segue para identificar outros envolvidos

A Divisão de Investigações sobre Infrações contra a Saúde Pública da Polícia Civil continua apurando a origem das matérias-primas utilizadas na produção e a rede de distribuição das bebidas.

Os agentes buscam identificar outros possíveis envolvidos no esquema e mapear os pontos de venda que comercializavam os produtos ilegais.

As autoridades reforçaram a recomendação de que a população evite consumir bebidas de origem desconhecida, especialmente quando vendidas sem rótulo, selo fiscal ou procedência comprovada.

Fotos: Valter Campanato/Agência Brasil

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CPI do INSS vota convocação de irmão de Lula e quebra de sigilos de Carlos Lupi

CPI do INSS vota convocação de irmão de Lula e quebra de sigilos de Carlos Lupi

Comissão analisa requerimentos que envolvem Frei Chico e ex-ministro da Previdência em investigação sobre fraudes

CPI do INSS vota convocação de irmão de Lula e quebra de sigilos de Carlos Lupi

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realiza nesta quinta-feira (16) uma sessão decisiva com a análise de requerimentos que envolvem figuras públicas e dirigentes sindicais. Entre os principais pontos da pauta estão a convocação de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi.

Frei Chico ocupa a vice-presidência do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), entidade que está entre as principais investigadas pela CPI. O sindicato teve um crescimento de mais de 500% em seus convênios e repasses entre 2020 e 2024, período em que também aumentaram os registros de descontos não autorizados em aposentadorias.

A convocação de Frei Chico ocorre após o silêncio do presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho, durante depoimento à comissão. A CPI também deve votar um pedido de prisão preventiva contra Milton, acusado de liderar um esquema de fraudes previdenciárias que teria desviado milhões de reais ao longo da última década.

A legislação vigente, Lei nº 13.019/2014, proíbe acordos entre organizações sociais e o poder público quando há parentes de autoridades na direção das entidades. O Sindnapi firmou parceria com o INSS em novembro de 2023, quando Frei Chico já ocupava cargo diretivo. Em 2024, ele assumiu a vice-presidência da entidade.

Segundo auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), o sindicato apresentou declarações inverídicas para atender aos requisitos legais de celebração de parcerias, comprometendo a lisura do processo de habilitação institucional. A CPI considera essencial ouvir Frei Chico para esclarecer o papel da diretoria na expansão dos convênios e nos repasses financeiros.

Além disso, os parlamentares devem votar requerimentos para quebra de sigilos do ex-ministro Carlos Lupi, que esteve à frente da Previdência Social entre janeiro de 2023 e maio de 2025. A medida inclui acesso a dados bancários, fiscais, e comunicações institucionais e pessoais. Lupi ocupava o cargo quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Sem Desconto, que investiga o esquema de cobranças indevidas em benefícios previdenciários.

CPI do INSS vota convocação de irmão de Lula e quebra de sigilos de Carlos Lupi
CPI do INSS vota convocação de irmão de Lula e quebra de sigilos de Carlos Lupi

A CPI também analisa a convocação de outras 14 pessoas ligadas a entidades suspeitas de envolvimento nas fraudes. Entre elas estão dirigentes e assessores de associações que teriam intermediado mensalidades ilegais e falsificações documentais.

A sessão desta quinta-feira inclui a votação de mais de 100 requerimentos, o que deve intensificar os embates entre parlamentares da base governista e da oposição. A convocação de Frei Chico, anteriormente evitada por acordos internos da comissão, será votada em bloco com outros nomes, o que pode alterar a estratégia de blindagem adotada nos primeiros meses da CPI.

A comissão segue apurando os impactos financeiros e administrativos das fraudes no INSS, com foco em entidades que firmaram convênios com o órgão e realizaram cobranças indevidas de aposentados e pensionistas. A investigação já resultou em bloqueios judiciais de bens e valores, além da abertura de inquéritos pela Polícia Federal.

Foto: Reprodução/Jefferson Rudy/Agência Senado

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Barroso passa mal no STF e é internado em hospital de Brasília antes da aposentadoria

Barroso passa mal no STF e é internado em hospital de Brasília antes da aposentadoria

Ministro do Supremo sofre queda de pressão e é levado ao Sírio-Libanês; aposentadoria antecipada foi publicada no Diário Oficial

Barroso passa mal no STF e é internado em hospital de Brasília antes da aposentadoria

O ministro Luís Roberto Barroso, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), foi internado em Brasília após passar mal durante atividades no tribunal. O episódio ocorreu na tarde de quarta-feira, quando o ministro apresentou queda de pressão. A suspeita é de virose, e ele foi encaminhado ao Hospital Sírio-Libanês para realização de exames clínicos.

Apesar do ocorrido, Barroso permanece oficialmente vinculado ao STF até sexta-feira. A aposentadoria antecipada foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União e entra em vigor no sábado. Até lá, o ministro continua exercendo suas funções normalmente.

A decisão de antecipar a aposentadoria foi tomada mesmo com a possibilidade de permanência na Corte até 2033, quando completaria 75 anos, idade limite para aposentadoria compulsória. A medida ocorre após o encerramento de sua gestão como presidente do Supremo e abre espaço para a indicação de um novo ministro.

Barroso passa mal no STF
Barroso passa mal no STF

Barroso foi nomeado para o STF em 2013 e, ao longo de sua trajetória, participou de julgamentos relevantes em diversas áreas do direito constitucional. Com sua saída, será aberta mais uma vaga na Corte, que deverá ser preenchida por indicação do presidente da República, sem prazo definido para nomeação.

A sucessão no STF depende de articulação política e aprovação do nome indicado pelo Senado Federal. A Corte funcionará com dez ministros até que o novo integrante seja nomeado e empossado.

A aposentadoria antecipada ocorre em um contexto de mudanças na composição do Supremo e de debates sobre o papel do Judiciário. A saída de Barroso representa a terceira vaga aberta durante o atual mandato presidencial.

A internação do ministro acontece durante o período de transição para sua aposentadoria. A equipe médica realiza exames para confirmar o diagnóstico e acompanhar sua recuperação. Não há previsão oficial para alta hospitalar até o momento.

Foto:  Valter Campanato/Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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Jorge Messias é cotado para vaga de Barroso no STF e desponta como favorito de Lula

Jorge Messias é cotado para vaga de Barroso no STF e desponta como favorito de Lula

Chefe da AGU tem relação de confiança com o presidente e é apontado por integrantes do Judiciário como principal nome para a sucessão no Supremo

Jorge Messias é cotado para vaga de Barroso no STF e desponta como favorito de Lula

A movimentação em torno da sucessão de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) já começou, e o nome do advogado-geral da União, Jorge Messias, é apontado por integrantes da cúpula do Judiciário como o principal favorito para a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com avaliações internas, o fator determinante para essa preferência é a relação de confiança e proximidade pessoal entre Messias e o chefe do Executivo.

Relação de confiança e perfil político

Nas duas nomeações mais recentes ao STF, Lula privilegiou nomes com vínculos pessoais e políticos diretos: Cristiano Zanin, seu ex-advogado, e Flávio Dino, então ministro da Justiça.

Segundo ministros do Supremo ouvidos pela imprensa, Lula teria indicado, ainda durante a posse de Dino na Corte, que Messias seria o “próximo da fila”. Caso o presidente mantenha o mesmo critério de escolha — baseado em lealdade e alinhamento político —, o atual chefe da AGU deve ser o indicado para ocupar a cadeira de Barroso.

Messias concluiu doutorado em Direito na Universidade de Brasília (UnB) em 2024 e tem boa relação com ministros do Judiciário. É considerado um nome de perfil técnico, porém politicamente alinhado ao Palácio do Planalto, característica que tem sido valorizada por Lula nas escolhas anteriores.

Concorrência e articulações no Senado

O principal concorrente de Messias é o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, que conta com apoio expressivo entre parlamentares e respaldo de nomes influentes do Supremo, como Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.

Nos últimos anos, Pacheco construiu boa relação com o Judiciário, atuando para conter tentativas de impeachment de ministros e reduzindo tensões entre os Poderes. Esse histórico faz dele uma opção com forte base política, especialmente no Senado, onde a indicação precisa ser aprovada.

Além de Pacheco, o nome do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, também circula entre os cotados, mas com menor força na disputa. Segundo interlocutores próximos ao presidente, Lula tende a priorizar candidatos que já tenham trajetória direta de colaboração com o governo.

Pressão por indicação feminina

Apesar de parte do meio jurídico defender a indicação de uma mulher — após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, que deixou a Corte em 2023 —, aliados do presidente consideram essa hipótese pouco provável neste momento.

A justificativa é que Lula já indicou recentemente mulheres para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e para o Superior Tribunal Militar (STM), o que, segundo pessoas próximas ao Planalto, reduz a pressão imediata por uma escolha feminina no STF.

Prazo e definição

A decisão sobre o sucessor de Barroso deve ser tomada após a viagem de Lula à Itália, marcada para a próxima semana.

Ministros do Supremo avaliam que o presidente não pretende estender o processo de escolha, buscando evitar pressões externas e manter o controle político sobre a indicação.

Barroso se aposentará oficialmente nos próximos meses, abrindo a vaga que deve ser preenchida ainda em 2025, conforme cronograma do Palácio do Planalto.

Enquanto o anúncio não ocorre, o nome de Jorge Messias segue como o mais cotado dentro do governo e entre integrantes do Judiciário, consolidando-se como favorito para ser o próximo indicado ao Supremo Tribunal Federal.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil / Marcelo Camargo/Agência Brasil / José Cruz/Agência Brasil / Antônio Cruz/Agência Brasil

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Julgamento do caso Pollyana Nataluska é suspenso após jurado sofrer infarto em Natal

Julgamento do caso Pollyana Nataluska é suspenso após jurado sofrer infarto em Natal

Sessão do Tribunal do Júri foi interrompida nesta sexta-feira (10); julgamento será reagendado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte

Julgamento do caso Pollyana Nataluska é suspenso após jurado sofrer infarto em Natal

O julgamento dos acusados pela morte da comerciante Pollyana Nataluska Costa de Medeiros, ocorrida em 2021, foi cancelado nesta sexta-feira (10) depois que um dos jurados sofreu um infarto durante a sessão. O incidente aconteceu durante a realização do júri popular no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), em Natal.

Com o ocorrido, todas as audiências realizadas desde a última quarta-feira (8) foram invalidadas. O Tribunal informou que o processo será reagendado, e uma nova data para o reinício do julgamento será definida.

Jurado passou mal durante a sessão

O jurado foi socorrido ainda nas dependências do TJRN por um médico do próprio tribunal, que realizou os primeiros atendimentos. Em seguida, ele foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade da Esperança e, posteriormente, transferido para o Hospital do Coração, onde permanece internado.

Devido à intercorrência médica, a sessão precisou ser interrompida, e o julgamento suspenso. A legislação determina que, em casos de invalidação do conselho de sentença, o júri deve ser reiniciado, o que torna necessário o reagendamento do processo.

Acusados respondem por homicídio de comerciante em 2021

O júri analisava o assassinato de Pollyana Nataluska, que tinha 22 anos na época do crime. O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) aponta a irmã da vítima, Paloma Nataluska Costa de Medeiros, como a mandante do homicídio.

Paloma não compareceu às sessões do julgamento, alegando problemas de saúde. Os outros cinco acusados acompanhavam o processo no banco dos réus.

O crime aconteceu no dia 18 de maio de 2021, no bairro Nossa Senhora da Apresentação, Zona Norte de Natal. Segundo as investigações, Pollyana estava trabalhando em sua loja de materiais de construção quando foi surpreendida por dois homens em uma motocicleta.

Um dos suspeitos entrou nos fundos do estabelecimento, rendeu a vítima e disparou um tiro na nuca da comerciante. Após o disparo, a dupla fugiu do local sem levar qualquer pertence da vítima.

Investigação aponta crime motivado por disputa de herança

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte concluiu que o assassinato foi uma execução premeditada. As investigações descartaram qualquer envolvimento de Pollyana com atividades ilícitas e indicaram que o crime teria sido motivado por uma disputa familiar por herança, avaliada em aproximadamente R$ 2 milhões.

O patrimônio em disputa incluía casas, apartamentos, pontos comerciais, veículos e terrenos. Testemunhas ouvidas durante o inquérito relataram que a comerciante vinha recebendo ameaças de morte antes de ser assassinada.

O caso ganhou repercussão pela gravidade dos fatos e pelas circunstâncias familiares envolvidas. O Tribunal do Júri deverá definir uma nova data para o julgamento, que reunirá novamente os réus e o corpo de jurados.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração / Arquivo familiar/Cedida via Novo Notícias

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Barroso anuncia aposentadoria do STF

Barroso anuncia aposentadoria do STF

Ministro encerra trajetória no Supremo após 12 anos e afirma que pretende se dedicar à literatura

Barroso anuncia aposentadoria do STF

O ministro Luís Roberto Barroso anunciou nesta quinta-feira (9) sua aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi feita ao final da sessão do tribunal, encerrando uma trajetória iniciada em junho de 2013, quando foi indicado pela então presidente Dilma Rousseff.

Barroso afirmou que sua saída não está relacionada a qualquer fato da conjuntura política atual. Segundo ele, a decisão foi comunicada ao presidente da República há cerca de dois anos. O ministro destacou que pretende seguir novos rumos, ainda indefinidos, com foco na literatura e na produção de um livro de memórias.

Durante o discurso, Barroso mencionou que deseja viver com menos obrigações públicas e mais tempo dedicado à poesia e à vida pessoal. Ele ressaltou que não possui apego ao poder e que deixa o tribunal com a consciência tranquila por ter cumprido sua missão.

O ministro presidiu o STF nos últimos dois anos, encerrando o mandato na semana passada, quando passou o comando da Corte ao ministro Edson Fachin. Após deixar a presidência, Barroso ainda mantinha em aberto a possibilidade de continuar no tribunal, já que pela legislação poderia permanecer até 2033, quando completaria 75 anos.

Barroso anuncia aposentadoria
Barroso anuncia aposentadoria

Em sua fala, Barroso relembrou decisões importantes tomadas ao longo de sua atuação no STF. Entre elas, estão o julgamento de recursos do mensalão, a ação que restringiu o foro privilegiado de autoridades e a suspensão de despejos durante a pandemia de Covid-19.

O ministro também esteve à frente da responsabilização dos réus pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos três poderes foram invadidas. Ele participou do julgamento da Primeira Turma que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros aliados por tentativa de golpe de Estado.

Durante sua gestão, Barroso promoveu iniciativas como o pacto pela linguagem simples, a ampliação de ferramentas de inteligência artificial e a criação de um programa de bolsas de estudo para candidatos negros à magistratura.

Barroso é doutor em Direito Público pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), onde também é professor titular de Direito Constitucional. Antes de integrar o STF, atuou como procurador do Estado do Rio de Janeiro e publicou diversos livros e artigos sobre Direito Constitucional no Brasil e no exterior.

Ao final do discurso, o ministro mencionou os ataques antidemocráticos às instituições republicanas e afirmou que a história fará justiça ao trabalho dos ministros na defesa da democracia.

Fotos: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil/Antônio Augusto/STF

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Justiça condena Estado do RN a pagar R$ 100 mil a empresa de radiologia por serviços prestados

Justiça condena Estado do RN a pagar R$ 100 mil a empresa de radiologia por serviços prestados

Decisão reconhece inadimplência em contrato de telerradiologia e diagnóstico por imagem firmado com o governo estadual

A Justiça do Rio Grande do Norte condenou o Estado a pagar R$ 100.304,92 a uma empresa de radiologia, após reconhecer inadimplência em contrato de prestação de serviços médicos de telerradiologia e diagnóstico por imagem. A decisão foi proferida pelo juiz Pedro Cordeiro Júnior, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Mossoró.

Conforme os autos do processo, a empresa havia vencido um Pregão Eletrônico para realizar o gerenciamento e a análise de imagens radiológicas produzidas por profissionais da rede pública estadual. O contrato previa o pagamento pelos serviços prestados mediante emissão de notas fiscais mensais. No entanto, a companhia relatou que as notas emitidas a partir de setembro de 2023 não foram quitadas pelo Estado, o que motivou a ação judicial.

Na defesa apresentada, o Estado do Rio Grande do Norte alegou ausência de dotação orçamentária, supostos vícios nas notas fiscais e cláusulas contratuais que afastariam a obrigação de pagamento imediato. O magistrado, entretanto, entendeu que os documentos juntados ao processo comprovam a prestação dos serviços e a ausência de quitação.

“O contrato deve ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas legais, respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução. Sendo comprovada a prestação dos serviços previamente contratados, cabe à Administração Pública realizar a contraprestação, sob pena de enriquecimento ilícito”, destacou o juiz, citando o artigo 66 da Lei nº 8.666/93.

A decisão também observa que o contrato estava potencialmente encerrado desde março de 2024, conforme documentos anexados pela empresa. Assim, o Estado foi condenado ao pagamento do valor devido, acrescido de correção monetária e juros legais.

O caso reforça a obrigação dos entes públicos de cumprir as obrigações assumidas em contratos administrativos e a importância da execução fiel dos serviços para evitar prejuízos às partes envolvidas.

Foto: Sandro Menezes/Governo do RN

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Justiça condena Município de Parelhas a indenizar idosa em R$ 400 mil após perda de olho em mutirão

Justiça condena município de Parelhas a indenizar idosa em R$ 400 mil após perda de olho em mutirão

Decisão judicial atribui responsabilidade à Prefeitura por falhas na fiscalização de cirurgias oftalmológicas realizadas em setembro de 2024

Justiça condena Município de Parelhas a indenizar idosa em R$ 400 mil por perda de olho após mutirão

A Vara Única da Comarca de Parelhas condenou o Município de Parelhas, no interior do Rio Grande do Norte, ao pagamento de R$ 400 mil em indenização a uma idosa que perdeu o globo ocular após participar de um mutirão de cirurgias oftalmológicas realizado pela Prefeitura em setembro de 2024. A decisão judicial foi proferida pelo juiz Wilson Neves de Medeiros Júnior.

De acordo com a sentença, a paciente receberá R$ 200 mil a título de danos morais e outros R$ 200 mil por danos estéticos. Os valores devem ser corrigidos monetariamente e acrescidos de juros de mora até o efetivo pagamento.

Caso ocorreu durante mutirão promovido pela Prefeitura

Segundo consta no processo, a mulher foi submetida a uma cirurgia na Maternidade Dr. Graciliano Lordão, em Parelhas, durante mutirão promovido pela Prefeitura e executado pela empresa Oculare Oftalmologia Avançada LTDA. Após o procedimento, ela começou a apresentar sintomas graves, mas relatou que não recebeu o atendimento necessário na rede pública municipal.

Dias depois, a paciente precisou ser transferida para o Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal, onde passou por uma cirurgia de urgência que resultou na retirada do olho.

Na ação judicial, a autora também informou que pelo menos 15 pessoas que participaram do mesmo mutirão apresentaram complicações semelhantes após os procedimentos realizados pela equipe contratada.

Município alegou responsabilidade da empresa e da maternidade

Em sua defesa, o Município de Parelhas argumentou que não poderia ser responsabilizado pelos danos, alegando que a responsabilidade seria da empresa prestadora do serviço e da maternidade onde as cirurgias ocorreram. O ente municipal também questionou o valor solicitado pela paciente na ação judicial.

No entanto, o juiz rejeitou os argumentos apresentados pela Prefeitura e reconheceu a responsabilidade do Município pela falta de fiscalização adequada na execução do serviço contratado.

“O dano sofrido pela vítima possui nexo de causalidade com a conduta negligente do réu, que não fiscalizou adequadamente o fornecimento do serviço médico prestado no âmbito de suas atribuições”, afirmou o magistrado em sua decisão.

O juiz ainda destacou que o caso não se tratou de um evento isolado, considerando que outras pessoas também foram afetadas após os procedimentos realizados no mesmo mutirão.

Município pode recorrer da decisão

A decisão é de primeira instância e ainda cabe recurso por parte do Município de Parelhas. O processo tramita na Vara Única da Comarca local.

A sentença reforça a obrigação dos entes públicos de fiscalizar a execução dos serviços terceirizados, especialmente em ações na área da saúde.

Foto: Matheus H. Souza/ Agência Brasília

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Votação de vínculo entre motoristas e apps será em 30 dias, diz Fachin

Votação de vínculo entre motoristas e apps será em 30 dias, diz Fachin

Tempo é para que ministros examinem melhor a medida

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, informou nesta quinta-feira (2) que a votação sobre a validade do vínculo de emprego entre motoristas e aplicativos deve ser em 30 dias.

A previsão do ministro foi dada na abertura da sessão da tarde, após a Corte ouvir novas sustentações orais das defesas das empresas que operam os aplicativos e entidades que defendem o reconhecimento do vínculo.

Após as sustentações, o julgamento foi suspenso.

“Os ministros deste tribunal entenderam por bem, até para examinar tudo que já foi aportado nas sustentações, um intervalo entre esta data e a retomada do julgamento de aproximadamente 30 dias”, disse Fachin.

A Corte julga duas ações relatadas pelos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes e que chegaram ao Supremo a partir de recursos protocolados pelas plataformas Rappi e Uber. As empresas contestam decisões da Justiça do Trabalho que reconheceram o vínculo empregatício com os motoristas e entregadores.

Durante as primeiras sustentações na sessão de quarta-feira (1º), o Rappi sustentou que a empresa é uma plataforma digital que faz a “união digital” entre quem quer vender um serviço e quem quer comprar.

A Uber argumentou que é uma empresa de tecnologia e faz uma “intermediação tecnológica” com os motoristas, que são responsáveis pelas corridas. Segundo a plataforma, o reconhecimento do vínculo poderia reduzir o ganho dos motoristas.

A Associação dos Trabalhadores por Aplicativo Motociclistas do Distrito Federal e Entorno (Atam-DF) destacou que a modalidade de trabalho é precarizada e disse que não pode ser criada uma “casta” de trabalhadores sem direitos.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, também se manifestou durante o julgamento e defendeu que os trabalhadores devem ter direitos básicos assegurados.

A decisão que será tomada pela Corte terá impacto em 10 mil processos que estão parados em tribunais de todo o país à espera do posicionamento dos ministros sobre a questão.

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil / Bruno Peres/Agência Brasil / Fernando Frazão/Agência Brasil

Da Agência Brasil

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Metanol: Pernambuco investiga três casos suspeitos com duas mortes

Metanol: Pernambuco investiga três casos suspeitos com duas mortes

Vigilância Sanitária e Procons atuam contra adulteração de bebidas alcoólicas; alerta nacional visa prevenir novas vítimas

O risco de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas ganha destaque em Pernambuco e mobiliza ações em nível nacional. A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) investiga três casos suspeitos de intoxicação no interior do estado. As ocorrências resultaram em duas mortes e sequelas visuais graves em uma terceira vítima após a ingestão de produtos possivelmente adulterados.

Simultaneamente, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), emitiu uma Nota de Orientação para o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC). O documento estabelece diretrizes de prevenção, fiscalização e repressão contra a atuação de falsificadores e distribuidores de bebidas irregulares no país, com foco na ameaça representada pela adulteração com metanol.

Investigação em Pernambuco: mortes e sequelas por metanol

Em Pernambuco, os casos suspeitos de intoxicação por metanol tiveram início no começo de setembro, gerando preocupação entre os familiares das vítimas, dadas as ocorrências semelhantes registradas no estado de São Paulo, onde foram contabilizadas pelo menos cinco mortes e 15 casos de contaminação sob investigação.

As vítimas pernambucanas estavam internadas no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru. A primeira vítima, um homem de 43 anos, deu entrada na unidade em estado grave no dia 2 de setembro e morreu uma semana depois. A segunda vítima, um homem de 32 anos, foi internado no dia 4 e recebeu alta no dia 23 com perda de visão, permanecendo sob acompanhamento médico. O terceiro paciente foi internado em 26 de setembro em estado grave e morreu na terça-feira, dia 30.

As duas primeiras vítimas eram naturais de Lajedo, enquanto a terceira era do município de João Alfredo, ambos localizados no Agreste pernambucano. Amostras colhidas das vítimas foram encaminhadas para análise no Instituto de Medicina Legal (IML) para a confirmação da presença de metanol.

Ações da Apevisa e Secretaria de Saúde de Pernambuco

A Apevisa informou que deu início a um plano de fiscalização abrangente em distribuidoras e pontos de venda de bebidas alcoólicas no estado. O plano inclui a coleta de amostras suspeitas para análise laboratorial, a interdição preventiva de lotes irregulares e a articulação de ações conjuntas com órgãos como Procon, Ministério Público e forças de segurança.

A agência também emitiu recomendações técnicas para os serviços de saúde. A orientação é que todos os casos suspeitos de intoxicação por metanol sejam notificados imediatamente ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e ao Cievs/PE. A Apevisa solicita, ainda, a busca ativa de indivíduos que possam ter consumido bebidas da mesma origem e a capacitação das equipes de saúde para o manejo clínico adequado, incluindo o uso de antídotos específicos e hemodiálise nos casos considerados graves.

A Secretaria de Saúde de Pernambuco anunciou o reforço da orientação às vigilâncias sanitárias municipais com o objetivo de ampliar as vistorias e prevenir possíveis fraudes nos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas. A pasta está elaborando uma nota técnica de orientação para a população e para as vigilâncias dos municípios, sendo a fiscalização nas distribuidoras coordenada pela Apevisa, mas descentralizada para as esferas municipais.

Recomendações à população

A agência pernambucana reforça à população a necessidade de observar sinais que possam indicar a adulteração de bebidas. As principais orientações incluem:

  • Verificar se a bebida possui registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), se o rótulo está completo e se o lacre está adequado, priorizando a compra em locais considerados confiáveis.
  • Redobrar a atenção com bebidas servidas como drinques prontos.
  • Evitar a aquisição de produtos sem procedência ou oferecidos a preços muito abaixo do mercado.

Intensificação da fiscalização

Diante do risco coletivo provocado pela adulteração de bebidas alcoólicas com metanol, a Senacon emitiu uma nota de orientação com diretrizes claras para o SNDC. O metanol representa uma grave ameaça à saúde, podendo causar intoxicação, cegueira e morte.

A recomendação inicial da Senacon é que os Procons estaduais e municipais intensifiquem as ações de monitoramento do mercado de bebidas alcoólicas, com foco no estado de São Paulo e áreas limítrofes, consideradas de maior risco de circulação de produtos adulterados. O secretário nacional do Consumidor, Paulo Pereira, ressaltou a importância da atuação integrada entre os órgãos de defesa do consumidor e as autoridades de saúde para localizar fornecedores e locais que representem risco.

A Senacon solicita que vigilâncias sanitárias e secretarias de saúde locais colaborem na identificação de padrões de adulteração e na fiscalização, visando reduzir os riscos de intoxicação. A denúncia de estabelecimentos suspeitos foi destacada como fundamental para combater a prática.

Medidas de prevenção e controle para fornecedores

A Nota de Orientação da Senacon lista um conjunto de ações que devem ser adotadas por fornecedores, distribuidores, bares, restaurantes, organizadores de eventos e plataformas de comércio eletrônico para garantir a conformidade regulatória e a segurança dos consumidores. Entre as principais recomendações estão:

  • Aquisição: Comprar exclusivamente de fornecedores idôneos com CNPJ ativo, exigir e arquivar a Nota Fiscal eletrônica (NF-e), conferindo a chave de 44 dígitos, e evitar ofertas com preço anormalmente baixo ou sem documentação fiscal.
  • Recebimento: Adotar dupla checagem no recebimento, conferindo rótulos, lotes e notas fiscais, além de registrar data, quantidade e informações do fornecedor.
  • Armazenamento: Identificar os colaboradores com acesso ao estoque e garantir condições adequadas de armazenamento e controle de acesso.
  • Sinais de Adulteração: Observar indícios visuais como lacres tortos, rótulos com erros de ortografia, embalagens com defeitos e odor de solvente. Em caso de suspeita, a instrução é interromper imediatamente a venda, isolar o lote, preservar as evidências e notificar a Vigilância Sanitária, a Polícia Civil, os Procons e o Ministério da Agricultura e Pecuária.

A Senacon também solicitou que os órgãos de defesa do consumidor reportem expedientes instaurados e denúncias de adulteração com metanol para o e-mail oficial senacon.ri@mj.gov.br, canal dedicado ao acompanhamento dos casos.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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TRE mantém cassação de prefeito e vice de Ouro Branco por abuso de poder econômico

TRE mantém cassação de prefeito e vice de Ouro Branco por abuso de poder econômico

Presidente da Câmara assume interinamente a Prefeitura até novas eleições no município do Seridó

TRE mantém cassação de prefeito e vice de Ouro Branco por abuso de poder econômico

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) negou o mandado de segurança impetrado pelo prefeito de Ouro Branco, Samuel Oliveira de Souto, e pelo vice, Francisco Lucena de Araújo Filho, ambos do PL, contra a decisão que cassou os diplomas dos eleitos em 2024. A medida resultou no afastamento imediato dos gestores e na determinação para realização de novas eleições no município, localizado na região do Seridó.

Câmara assume interinamente

Na terça-feira (30), o presidente da Câmara Municipal de Ouro Branco, vereador Amariudo Santos (PP), foi notificado pelo cartório da 23ª Zona Eleitoral, em Caicó, para assumir interinamente o cargo de prefeito. Santos informou que não haverá cerimônia formal de posse, mas fará comunicado oficial aos vereadores nesta quarta-feira (1º). A presidência da Câmara será assumida pelo vice, vereador Júlio Nogueira (PP).

Decisão judicial

O juiz federal Hallison Rego Bezerra destacou em sua decisão que o mandado de segurança é destinado à proteção de direito líquido e certo, não cabendo contra ato judicial passível de recurso. Segundo Bezerra, o recurso apresentado não demonstrou ilegalidade ou abuso de poder que justificasse o pedido.

A defesa dos impetrantes argumentou que o cumprimento imediato do acórdão estaria condicionado à análise de embargos de declaração, mas o magistrado considerou que não houve irregularidade ou ato teratológico que justificasse a concessão do mandado.

Abuso de poder econômico

A cassação dos mandatos ocorreu no dia 23 de setembro, quando o TRE concluiu que houve abuso de poder econômico durante as eleições municipais de 2024. O processo apontou que os gestores promoveram o evento “Festival de Prêmios do Dia das Mães”, custeado com recursos públicos, no qual foram distribuídos mais de 50 itens de elevado valor econômico a moradores.

De acordo com os autos, a ação ocorreu em um município com apenas 4.108 eleitores e reuniu centenas de pessoas em um evento de grande porte, caracterizando a utilização da máquina pública para influenciar o resultado do pleito.

Próximos passos

Com a decisão, o município de Ouro Branco permanece sob gestão interina até que novas eleições sejam realizadas, conforme determinação do Tribunal Regional Eleitoral.

Foto: Reprodução / Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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Fachin toma posse como presidente do STF e assume mandato até 2027

Fachin toma posse como presidente do STF e assume mandato até 2027

Ministro comandará o Supremo e o CNJ pelos próximos dois anos; Moraes será vice-presidente

Fachin toma posse como presidente do STF e assume mandato até 2027

O ministro Edson Fachin tomou posse nesta segunda-feira (29) como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). O mandato será de dois anos, com término previsto para 2027. Além do comando da Corte, Fachin também assume a presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O ministro Alexandre de Moraes foi empossado como vice-presidente.

A cerimônia foi realizada na sede do STF, em Brasília, e contou com a presença de autoridades dos Três Poderes. Cerca de mil convidados participaram do evento, incluindo o presidente da República, o vice-presidente, e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Durante o ato de posse, Fachin assinou o termo oficial e assumiu o compromisso de cumprir a Constituição e as leis da República. A solenidade incluiu discursos institucionais e marca o início de uma nova gestão no Judiciário brasileiro.

O novo presidente do STF deve priorizar pautas de impacto social e manter perfil discreto em relação a declarações públicas. A primeira sessão sob sua presidência está marcada para quarta-feira (1º), com julgamento sobre vínculo empregatício de trabalhadores de aplicativos, tema conhecido como “uberização”.

Fachin toma posse
Fachin toma posse

Edson Fachin foi indicado ao STF em 2015 e possui trajetória jurídica consolidada. Natural do Rio Grande do Sul, formou-se em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e construiu carreira acadêmica e jurídica no estado. No Supremo, atuou como relator de processos relevantes, como os da Operação Lava Jato, marco temporal das terras indígenas e ações sobre segurança pública.

Alexandre de Moraes, que assume a vice-presidência, foi indicado ao STF em 2017. Antes de integrar a Corte, ocupou cargos no governo de São Paulo e no Ministério da Justiça. No Supremo, é relator de ações penais relacionadas à tentativa de golpe e à segurança institucional.

Com a posse de Fachin e Moraes, o STF inicia um novo ciclo de gestão, com expectativa de continuidade nos julgamentos de temas estruturantes para o país. A presidência do CNJ também será exercida por Fachin, com foco na administração do sistema judiciário nacional.

Foto: Marcelo Camargo/Carlos Alves Moura/Agência Brasil

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Moraes diz que Eduardo Bolsonaro está nos EUA para fugir da lei

Moraes diz que Eduardo Bolsonaro está nos EUA para fugir da lei

Ministro do STF determina notificação por edital após tentativa frustrada de citação pessoal

Moraes diz que Eduardo Bolsonaro está nos EUA para fugir da lei

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) seja notificado por edital sobre denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A decisão foi tomada após o mandado de citação não ser cumprido por oficial de Justiça, o que inviabilizou a intimação pessoal do parlamentar.

Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos e é acusado de atuar para fomentar sanções comerciais contra o Brasil, incluindo medidas como a aplicação da Lei Magnitsky e a suspensão de vistos de autoridades brasileiras. A denúncia aponta que essas ações teriam como objetivo influenciar decisões judiciais no país.

Na decisão, o ministro do STF considerou que o parlamentar está fora do território nacional com o propósito de evitar responsabilização penal. A citação por edital foi autorizada com base na legislação vigente, diante da impossibilidade de localização do acusado para intimação pessoal.

Moraes diz que Eduardo Bolsonaro
Moraes diz que Eduardo Bolsonaro

A denúncia apresentada pela PGR inclui também o blogueiro Paulo Figueiredo, que reside nos Estados Unidos. No caso dele, o STF determinou que a notificação seja realizada por meio de carta rogatória, instrumento jurídico utilizado para comunicações entre países em processos judiciais.

O processo foi desmembrado, permitindo que as denúncias contra Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo tramitem separadamente. Ambos são acusados de coação no curso do processo, com base em investigações que apuram tentativas de interferência em decisões do Supremo Tribunal Federal.

As ações atribuídas aos denunciados envolvem articulações com autoridades estrangeiras para promover sanções contra integrantes do governo federal e do Judiciário brasileiro. A PGR sustenta que essas medidas foram utilizadas como forma de pressão institucional.

Após a apresentação da denúncia, os acusados se manifestaram publicamente sobre o caso. A defesa de ambos contesta a acusação e afirma que continuarão atuando em articulações internacionais.

O STF segue com o andamento dos processos, e novas medidas judiciais poderão ser adotadas conforme o desenvolvimento das investigações. A citação por edital e por carta rogatória são etapas formais que garantem o direito de defesa dos acusados e o prosseguimento das ações penais.

Foto: Marcelo Camargo/Lula Marques/Agência Brasil

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STF mantém prisão de Careca do INSS e empresário por fraudes ao INSS

STF mantém prisão de Careca do INSS e empresário por fraudes ao INSS

Segunda Turma forma maioria para manter prisão preventiva de investigados na Operação Sem Desconto

STF mantém prisão de Careca do INSS e empresário por fraudes ao INSS

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal formou maioria neste domingo (28) para manter a prisão preventiva dos empresários Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e Maurício Camisotti. Ambos são investigados por envolvimento em fraudes bilionárias contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), relacionadas a descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.

Os ministros Edson Fachin e Kassio Nunes Marques acompanharam o voto do relator André Mendonça, que defendeu a manutenção das medidas cautelares impostas aos investigados no âmbito da Operação Sem Desconto. O ministro Gilmar Mendes se declarou impedido de votar no caso. O julgamento ocorre no plenário virtual da Corte e está previsto para ser concluído na próxima sexta-feira (3). O ministro Dias Toffoli ainda não se manifestou.

As prisões foram decretadas no dia 11 de setembro e cumpridas pela Polícia Federal na manhã seguinte. No despacho que fundamentou a decisão, o ministro André Mendonça apontou a necessidade de garantir a ordem pública, preservar a instrução processual e assegurar a aplicação da lei penal.

STF mantém prisão
STF mantém prisão

Segundo o relator, há suspeitas consistentes de participação relevante dos empresários nas irregularidades apuradas. O ministro também destacou a existência de uma estrutura criminosa complexa, com estratégias de ocultação de recursos ilícitos e envolvimento de pessoas com conexões em órgãos estatais.

Mendonça indicou que os investigados poderiam continuar praticando delitos, com o objetivo de ocultar ou dilapidar o patrimônio obtido por meio de condutas ilícitas. Também há indícios de tentativa de lavagem de dinheiro proveniente do esquema fraudulento.

Entre os elementos considerados para a manutenção da prisão preventiva, o ministro citou um episódio sob investigação que envolve uma suposta ameaça de morte feita por Antônio Carlos Camilo Antunes a uma testemunha do caso. A situação foi incluída como fator de risco à integridade da instrução processual.

A Operação Sem Desconto investiga um esquema de fraudes que teria causado prejuízos bilionários ao INSS. Os investigados são suspeitos de operar mecanismos de descontos indevidos em benefícios previdenciários, com possível envolvimento de servidores públicos e empresas privadas.

A decisão da Segunda Turma do STF reforça o entendimento de que as prisões são necessárias para evitar interferências nas investigações e garantir que os acusados não utilizem recursos obtidos de forma ilícita para obstruir a Justiça.

O julgamento segue em andamento no plenário virtual do Supremo Tribunal Federal e aguarda o voto do ministro Dias Toffoli para ser concluído. Até o momento, três dos cinco integrantes da Segunda Turma se posicionaram pela manutenção das prisões.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil/Reprodução/Redes Sociais

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STF pode reagir a sanções dos EUA contra ministros, diz Barroso

STF pode reagir a sanções dos EUA contra ministros, diz Barroso

Presidente do Supremo aguarda fim do julgamento da trama golpista para avaliar medidas

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta sexta-feira (26) que a Corte não descarta reagir às sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos contra integrantes do tribunal. Segundo ele, qualquer medida só será analisada após a conclusão do julgamento dos envolvidos na trama golpista atribuída ao governo de Jair Bolsonaro.

Barroso foi questionado sobre como os ministros receberam as sanções aplicadas pela administração norte-americana. Ele explicou que aguarda o fim do processo para avaliar o caso. “A ideia é esperar acabar o julgamento para pensar em qualquer eventual medida, seja política ou judicial”, declarou.

Sanções contra ministros

Até o momento, pelo menos seis ministros do Supremo foram alvo das medidas anunciadas pelo governo do presidente Donald Trump. Entre as ações estão a suspensão de vistos de viagem aos Estados Unidos e a aplicação da Lei Magnitsky, legislação que prevê punições a pessoas acusadas de envolvimento em corrupção ou violações de direitos humanos.

Foram atingidos pelas sanções, além do presidente do STF, os ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Gilmar Mendes. O ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos da trama golpista, também foi incluído, assim como sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes.

Os ministros Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux não foram citados entre os alvos das medidas.

Julgamento da trama golpista

O julgamento no Supremo foi dividido em quatro núcleos. O primeiro, que incluiu o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados, já foi concluído, com condenações. Os demais núcleos, 2, 3 e 4, devem ser apreciados até o fim deste ano.

Barroso destacou que a Corte aguarda o desfecho desses julgamentos antes de avaliar uma reação institucional. Segundo ele, medidas políticas ou judiciais só serão consideradas após a conclusão das análises dos casos.

Discurso sobre pacificação

Durante sua fala, Barroso também comentou a situação política no país e defendeu a necessidade de pacificação. “Quem teme ser preso [pela trama golpista] está querendo briga, e não pacificação. A minha única frustração foi não ter conseguido fazer a pacificação”, disse.

Transição na presidência do STF

Na próxima segunda-feira (29), haverá a posse dos novos dirigentes da Corte. O ministro Edson Fachin assumirá o cargo de presidente, enquanto Alexandre de Moraes ocupará a vice-presidência. Barroso encerrará, assim, seu mandato de dois anos à frente do Supremo Tribunal Federal.

Foto: Antonio Augusto/STF / Antonio Augusto/STF / Luiz Silveira/STF

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Defesa pede revogação de medidas cautelares contra Jair Bolsonaro no STF

Defesa pede revogação de medidas cautelares contra Jair Bolsonaro no STF

Advogados alegam ausência de denúncia contra ex-presidente em investigação sobre coação

Defesa pede revogação de medidas cautelares contra Jair Bolsonaro no STF

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de revogação das medidas cautelares impostas ao político. O requerimento foi apresentado após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo por coação no curso de processo judicial, sem incluir o nome de Jair Bolsonaro na acusação.

Os advogados alegam que, diante da ausência de denúncia contra o ex-presidente, não há justificativa legal para a manutenção das medidas cautelares. Entre as restrições impostas estão o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar, proibição de contato com autoridades estrangeiras e de uso de redes sociais, inclusive por meio de terceiros.

As medidas foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes em julho, no âmbito de investigação que apura tentativa de interferência no julgamento da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado. A decisão de prisão domiciliar foi decretada em agosto, após descumprimento das cautelares anteriores.

A defesa argumenta que, sem ação penal em curso contra Bolsonaro no inquérito que resultou na denúncia contra Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, as medidas cautelares se tornam desprovidas de fundamento jurídico. O pedido foi apresentado em caráter sigiloso e aguarda análise do relator.

Defesa pede revogação
Defesa pede revogação

O relatório da Polícia Federal, que embasou a denúncia da PGR, apontou que Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo atuaram para pressionar autoridades norte-americanas a impor sanções contra ministros do STF e contra o Brasil, com o objetivo de impedir condenações no processo da trama golpista. A investigação também identificou transferências financeiras de Jair Bolsonaro para o filho, totalizando R$ 111 mil, além de documentos relacionados a pedido de asilo político.

Apesar de não ter sido incluído na denúncia, Jair Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do STF a 27 anos e três meses de prisão por crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e deterioração de patrimônio tombado. A pena ainda não está em fase de cumprimento, pois os recursos da defesa estão pendentes de julgamento.

A defesa sustenta que, sem denúncia formal, as medidas cautelares não podem ser mantidas indefinidamente. O pedido de revogação inclui todas as restrições impostas desde julho, incluindo a prisão domiciliar decretada em agosto.

O STF deverá avaliar o pedido nas próximas semanas. Caso seja aceito, Jair Bolsonaro poderá ter as restrições suspensas, enquanto aguarda o desfecho dos recursos relacionados à condenação já proferida pela Corte.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

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Justiça cassa prefeito e vice de Pedra Grande por abuso de poder nas eleições

Justiça cassa prefeito e vice de Pedra Grande por abuso de poder nas eleições

Decisão aponta uso de recursos públicos em evento com fins eleitorais e torna prefeito inelegível por oito anos

Justiça cassa prefeito e vice de Pedra Grande por abuso de poder nas eleições

A Justiça Eleitoral da 52ª Zona Eleitoral, com sede em São Bento do Norte, determinou a cassação dos diplomas do prefeito de Pedra Grande, Pedro Henrique de Souza Silva, e do vice-prefeito, Agricio Pereira de Melo. A decisão foi tomada em ação que apurou abuso de poder político e econômico nas eleições municipais de 2024.

A sentença teve como base o evento “Verão da Gente”, realizado em janeiro de 2024, que contou com atrações musicais de alcance nacional. O festival foi custeado com recursos públicos e gerou despesas de aproximadamente R$ 2,6 milhões. O valor foi considerado desproporcional para um município com pouco mais de 3.600 habitantes.

A Justiça apontou que o evento teve finalidade eleitoral, com promoção pessoal do prefeito durante as apresentações. Um dos episódios citados envolveu a execução de um jingle com referência direta ao gestor municipal, entoado por artistas no palco. A conduta foi considerada como uso indevido da estrutura pública para fins de campanha.

Justiça cassa prefeito e vice
Justiça cassa prefeito e vice

Comparações com edições anteriores do mesmo evento indicaram aumento significativo nos gastos. Em 2023, o festival teria custado cerca de R$ 510 mil. Já em 2025, após o período eleitoral, o custo foi de R$ 634,7 mil. A disparidade orçamentária foi considerada um dos elementos que caracterizam o abuso de poder.

A decisão judicial também destacou o uso de símbolos, músicas e comportamentos que associavam o evento à candidatura do prefeito. A presença no palco, a interação com o público e a repetição de mensagens com conotação eleitoral foram interpretadas como atos de propaganda antecipada.

Com a cassação, Pedro Henrique foi declarado inelegível por oito anos. O vice-prefeito, Agricio Pereira, não teve inelegibilidade decretada, pois não foram identificadas provas de participação direta nos atos que motivaram a decisão. Ambos foram condenados ao pagamento de multa no valor de R$ 30 mil.

A decisão é de primeira instância e ainda pode ser contestada no Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN). Enquanto aguardam o julgamento do recurso, os gestores permanecem nos cargos.

A Justiça Eleitoral reforçou que o uso da máquina pública para promoção pessoal em período pré-eleitoral compromete a legitimidade do processo democrático. A sentença considerou que os atos praticados afetaram a normalidade das eleições e violaram os princípios da igualdade de oportunidades entre os candidatos.

A cassação dos diplomas representa uma medida de responsabilização por condutas que extrapolam os limites legais da administração pública durante o período eleitoral. O caso segue acompanhado por órgãos de fiscalização e poderá ter desdobramentos conforme o andamento dos recursos.

Fotos: Reprodução/Redes Sociais

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Flávio Dino é eleito presidente da Primeira Turma do STF

Flávio Dino é eleito presidente da Primeira Turma do STF

Ministro assume presidência do colegiado responsável por julgar ações da trama golpista

Flávio Dino é eleito presidente da Primeira Turma do STF

O ministro Flávio Dino foi eleito presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele sucede o ministro Cristiano Zanin e ocupará o cargo por um período de um ano. A Primeira Turma é responsável por julgar ações penais, incluindo os processos relacionados à tentativa de golpe de Estado em 2022.

Durante a presidência de Zanin, o colegiado condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus considerados integrantes do núcleo central da trama golpista. Com a eleição de Dino, o colegiado dará continuidade à análise dos demais núcleos envolvidos nos processos.

A Primeira Turma ainda precisa julgar ações contra 23 réus, divididos em três núcleos distintos, conforme classificação da Procuradoria-Geral da República (PGR):

  • Núcleo 2: Responsável pelo gerenciamento das ações da organização criminosa. Inclui seis réus, entre eles o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques.
  • Núcleo 3: Composto majoritariamente por militares, é apontado como responsável por ações coercitivas. Inclui os chamados “kids pretos”, militares da ativa ou da reserva especializados em operações especiais.
  • Núcleo 4: Envolvido em operações estratégicas de desinformação. É formado por sete pessoas, a maioria militares.

Além desses, uma quinta ação penal contra o influenciador Paulo Figueiredo também está sob análise da Primeira Turma, com julgamento da admissibilidade da denúncia ainda sem data definida.

O relator dos casos relacionados à tentativa de golpe é o ministro Alexandre de Moraes, que integra a Primeira Turma. Por isso, os processos são analisados por esse colegiado, conforme as regras internas do STF.

Flávio Dino é eleito presidente
Flávio Dino é eleito presidente

Perfil de Flávio Dino

Flávio Dino de Castro e Costa tem 55 anos, é natural de São Luís (MA) e possui formação em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com mestrado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atuou como juiz federal entre 1994 e 2006 e foi juiz auxiliar no STF durante a presidência do ministro Nelson Jobim.

Em 2007, Dino deixou a magistratura para assumir mandato como deputado federal. Posteriormente, presidiu a Embratur entre 2011 e 2014, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Foi eleito governador do Maranhão por dois mandatos consecutivos, entre 2015 e 2022.

Nas eleições de 2022, foi eleito senador pelo Maranhão com 63,38% dos votos. Pediu licença do Senado para assumir o Ministério da Justiça no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cargo que ocupou até ser indicado para o STF em novembro de 2023.

Após aprovação pelo Senado Federal, Dino tomou posse como ministro do Supremo em fevereiro de 2024. Sua eleição para a presidência da Primeira Turma ocorre em um momento de intensa atividade judicial relacionada aos desdobramentos da tentativa de golpe.

Estrutura das Turmas do STF

O STF é composto por 11 ministros e realiza julgamentos em plenário e em duas turmas, cada uma com cinco ministros. As turmas têm competências definidas pelo regimento interno da Corte. No final de 2023, as normas foram ajustadas para que as turmas retomassem a competência para julgar ações penais.

A presidência da Primeira Turma é rotativa e tem duração de um ano. O presidente é responsável por pautar os processos, conduzir as sessões e representar o colegiado em decisões administrativas.

Fotos:  Lula Marques/Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

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Carregador de mala do Careca do INSS é solto após pagar fiança

Carregador de mala do Careca do INSS é solto após pagar fiança

Empresário Rubens Oliveira Costa foi liberado após prestar depoimento à Polícia Legislativa no Senado

Carregador de mala do Careca do INSS é solto após pagar fiança

O economista e empresário Rubens Oliveira Costa, apontado como sócio e “carregador de mala” de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, foi solto na madrugada desta terça-feira (22), após pagar fiança.

A prisão de Rubens foi decretada pelo presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG). O empresário foi liberado por volta das 2h30, após prestar depoimento à Polícia Legislativa do Senado, onde respondeu ao processo, ouviu o registro de ocorrência e foi ouvido pelo delegado plantonista.

O pedido de prisão foi fundamentado em alegações de que Rubens se recusou a prestar o termo de compromisso de dizer a verdade nas perguntas que não o autoincriminariam. Segundo Viana, o depoente apresentou contradições graves, declarações falsas e se recusou a responder diversas questões formuladas pelos membros da comissão. Não houve retratação, retificação ou esclarecimento das omissões apontadas.

Rubens Oliveira Costa irá responder ao processo na Justiça Federal.

carregador de mala do Careca do INSS
carregador de mala do Careca do INSS

A detenção ocorreu durante depoimento à CPMI na segunda-feira (21), quando parlamentares acusaram o empresário de ocultar documentos e mentir durante a audiência. Horas antes, o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), havia solicitado a prisão de Rubens sob o argumento de ocultação de documentos. Foram feitos dois pedidos: um de prisão em flagrante e outro endereçado ao presidente da CPMI.

Carlos Viana justificou a medida afirmando que, diante das mentiras, contradições e ocultação de documentos, estaria caracterizado o crime de falso testemunho.

A CPMI do INSS investiga irregularidades envolvendo benefícios previdenciários e fraudes no sistema do Instituto Nacional de Seguridade Social. O caso de Rubens Oliveira Costa está inserido nesse contexto, com suspeitas de envolvimento direto com o esquema atribuído ao Careca do INSS.

Foto: Carlos Moura/Agência Senado

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Ministério Público de Contas do RN investiga licitação da SESAP para fornecimento de oxigênio hospitalar

Ministério Público de Contas do RN investiga licitação da SESAP para fornecimento de oxigênio hospitalar

Denúncia aponta possíveis irregularidades em pregão eletrônico e TCE recomenda suspensão do processo

O Ministério Público de Contas do Rio Grande do Norte (MPC/RN) abriu procedimento para apurar denúncia de possíveis irregularidades em uma licitação promovida pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP). O caso envolve o Pregão Eletrônico nº 90031/2025, destinado ao contrato de fornecimento de oxigênio hospitalar.

De acordo com a denúncia, apresentada por uma das empresas participantes, haveria indícios de favorecimento a determinados fornecedores e riscos relacionados à segurança dos pacientes. Entre os pontos questionados estão a violação de princípios da administração pública, exigências documentais diferenciadas e ausência de equipamentos de controle da qualidade do oxigênio.

Pontos levantados na denúncia

A denúncia protocolada no MPC/RN apresenta os seguintes questionamentos sobre o edital e as condições do pregão:

  • Possível violação dos princípios de igualdade, impessoalidade, eficiência, vantajosidade e economicidade, ao permitir que fornecedores de oxigênio via usina utilizem energia e geradores dos hospitais sem medição clara ou ressarcimento dos custos.
  • Exigências documentais mais rigorosas para fornecedores de tanques criogênicos em comparação com os de usina concentradora.
  • Falta de obrigatoriedade de analisador de pureza e medidor de vazão certificado pelo Inmetro para usinas.
  • Ausência de adequação em espaço físico e instalações elétricas de alguns hospitais para instalação das usinas.
  • Diferença na qualidade do oxigênio: 93% de pureza no fornecido por usinas contra 99% no oxigênio líquido, levantando preocupações quanto à segurança dos pacientes.

Ação do TCE e notificação aos gestores

O processo está sob análise da Diretoria de Controle de Contas de Gestão e Execução da Despesa Pública do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN). Em despacho técnico, foi proposta a notificação dos gestores responsáveis para prestar esclarecimentos.

Entre os citados está o secretário de Estado da Saúde Pública, Alexandre Motta Câmara, que terá 15 dias úteis para liberar acesso ao processo administrativo. O TCE também recomendou que, caso não haja resposta no prazo estabelecido, o pregão seja suspenso até deliberação definitiva do colegiado.

Posição da SESAP

A SESAP afirma que não houve favorecimento e que o processo segue a Lei nº 14.133/2021, com isonomia, transparência e economicidade. Destacou ainda que a empresa denunciante venceu dois dos três lotes licitados e que os valores contratados estão abaixo dos praticados atualmente.

Sobre a qualidade do oxigênio, a pasta esclareceu que a responsabilidade pelo fornecimento contínuo é da empresa contratada, que deve garantir backup por cilindros ou tanque criogênico com capacidade mínima de 72 horas. O reabastecimento também é de responsabilidade da contratada.

O caso segue sob relatoria da conselheira substituta Ana Paula de Oliveira Gomes, no TCE/RN.

Histórico: compra de respiradores pelo Consórcio Nordeste

A apuração do MPC/RN ocorre em meio à lembrança de outro episódio envolvendo insumos hospitalares. Em 2020, durante a pandemia de Covid-19, os governos do Nordeste, por meio do Consórcio Nordeste, pagaram R$ 48,7 milhões à empresa HempCare Pharma Representações Ltda. para fornecimento de 300 respiradores pulmonares, mas nenhum equipamento foi entregue.

O Governo do Rio Grande do Norte desembolsou R$ 4,9 milhões na época. Parte do valor foi recuperada em 2022, quando a Justiça determinou o bloqueio de R$ 3,5 milhões das contas da empresa e de seus sócios. O montante representa 73% do que havia sido pago pelo estado.

As investigações sobre o caso seguem em andamento e envolvem suspeitas de crimes licitatórios, desvio de recursos públicos, lavagem de capitais e organização criminosa.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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Bolsonaro será julgado por racismo na Justiça Federal

Bolsonaro será julgado por racismo na Justiça Federal

TRF-4 analisa apelação contra decisão que rejeitou pedido de indenização por danos morais coletivos

Bolsonaro será julgado por racismo na Justiça Federal

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) realiza nesta terça-feira, 16 de setembro, o julgamento da apelação cível no processo que acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de racismo. A ação foi movida após declarações públicas feitas por Bolsonaro durante seu mandato, envolvendo comentários sobre o cabelo de um apoiador negro.

As falas ocorreram em dois momentos distintos: no espaço conhecido como “cercadinho” do Palácio da Alvorada e em uma transmissão ao vivo. Em ambas as ocasiões, Bolsonaro comparou o penteado black power a um “criatório de baratas”. De acordo com a acusação, o black power é reconhecido como símbolo de resistência do movimento negro, e a comparação feita pelo ex-presidente teria transformado essa representação em algo depreciativo.

O processo foi inicialmente julgado pela Justiça Federal em fevereiro de 2023. Na ocasião, a juíza federal substituta Ana Maria Wickert Theisen considerou improcedente o pedido de condenação de Bolsonaro ao pagamento de R$ 5 milhões por danos morais coletivos. A magistrada argumentou que os comentários, embora considerados inadequados, não teriam atingido toda uma coletividade racial, mas apenas o indivíduo diretamente envolvido.

Segundo a sentença, o dano moral coletivo não se configura pela soma dos danos individuais, mas pela violação de um direito da coletividade como vítima. A juíza afirmou que os comentários não teriam potencial para atingir toda uma raça, especialmente por se referirem a uma característica física que não é exclusiva de um grupo racial.

O Ministério Público Federal (MPF) recorreu da decisão, sustentando que as declarações de Bolsonaro configuram ofensa coletiva e têm impacto sobre a dignidade da população negra. O recurso será analisado pelo TRF-4, que poderá reformar ou manter a decisão de primeira instância.

O Movimento Negro Unificado participa do processo como amicus curiae, função que permite a apresentação de argumentos técnicos e jurídicos para auxiliar na decisão judicial. A entidade defende que as falas de Bolsonaro reforçam estigmas raciais e contribuem para a perpetuação da discriminação.

O julgamento ocorre em um contexto de crescente atenção às questões raciais no Brasil, com diversas ações judiciais e políticas públicas voltadas ao combate ao racismo estrutural. A decisão do TRF-4 poderá estabelecer jurisprudência sobre a responsabilização de autoridades públicas por declarações consideradas discriminatórias.

A apelação será julgada por desembargadores da corte federal, que analisarão os fundamentos apresentados pelo MPF e pelo amicus curiae, além da defesa do ex-presidente. O resultado poderá implicar em condenação por danos morais coletivos ou na manutenção da absolvição determinada pela juíza de primeira instância.

O processo não envolve sanções penais, mas pode resultar em responsabilização civil e pagamento de indenização. A decisão do TRF-4 será passível de recurso às instâncias superiores, incluindo o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF), caso haja fundamentos jurídicos para tal.

Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil/Gustavo Moreno/STF

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Careca do INSS depõe na CPMI sobre fraudes bilionárias na Previdência

Careca do INSS depõe na CPMI sobre fraudes bilionárias na Previdência

Investigado por desviar R$ 6,3 bilhões do INSS, empresário presta depoimento nesta segunda-feira (15) no Congresso Nacional

Careca do INSS depõe na CPMI sobre fraudes bilionárias na Previdência

O empresário conhecido como “Careca do INSS” será ouvido nesta segunda-feira (15), às 16h, pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O investigado está preso e é apontado como um dos principais operadores de um esquema que teria causado prejuízos bilionários à Previdência Social.

A presença foi confirmada após decisão judicial que tornou facultativa a ida de investigados a comissões parlamentares. A defesa optou por apresentar a versão do empresário sobre os fatos apurados. O depoimento será realizado com esquema especial de segurança e será aberto à imprensa.

A CPMI apura desvios relacionados a descontos indevidos em contracheques de aposentados e pensionistas. O esquema envolvia o uso de dados pessoais para aplicar mensalidades não autorizadas, vinculadas a associações e entidades diversas. Os valores eram movimentados por empresas e contas bancárias ligadas ao investigado, dificultando o rastreamento dos recursos.

Além do depoimento, a comissão aprovou medidas como quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico, além da solicitação de relatórios financeiros sobre movimentações suspeitas. O empresário é sócio de diversas empresas, algumas delas diretamente ligadas às operações investigadas.

A CPMI também analisa pedidos de prisão preventiva contra outros envolvidos no esquema, incluindo ex-diretores do INSS e empresários ligados às entidades que operavam os descontos. A investigação aponta que os dados dos beneficiários eram acessados por servidores públicos e utilizados para alimentar o sistema de cobranças indevidas.

O esquema teria funcionado por vários anos, com prejuízos acumulados em bilhões de reais. A comissão busca identificar os responsáveis e propor medidas para recuperar os valores desviados, além de fortalecer os mecanismos de controle da Previdência Social.

A investigação inclui também o levantamento de dados financeiros de entidades sindicais e organizações que atuavam como intermediárias nas cobranças. A CPMI avalia o impacto das fraudes sobre os beneficiários e sobre o sistema previdenciário como um todo.

O depoimento do “Careca do INSS” é considerado um dos momentos centrais da apuração, com expectativa de esclarecimentos sobre a estrutura do esquema, os beneficiários das operações e os métodos utilizados para ocultar os desvios.

A comissão segue com os trabalhos e deve apresentar relatório final com recomendações para o aprimoramento da fiscalização e da transparência nas operações do INSS.

Foto: Reprodução/Redes Sociais/

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Mauro Cid pede ao STF extinção da pena e devolução de passaporte

Mauro Cid pede ao STF extinção da pena e devolução de passaporte

Ele foi condenado a dois anos de prisão em regime aberto

A defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, pediu nesta sexta-feira (12) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a extinção da punibilidade do militar.

Os advogados também solicitaram que Cid deixe de usar tornozeleira eletrônica, o desbloqueio de seus bens e a devolução dos passaportes.

Os pedidos foram encaminhados ao ministro Alexandre de Moraes após o fim do julgamento da ação penal da trama golpista.

Em função do acordo de delação premiada, Cid foi condenado a dois anos de prisão em regime aberto e teve assegurado o direito à liberdade.

No entendimento da defesa, Cid ficou preso preventivamente durante as investigações e já cumpriu a pena. Dessa forma, segundo a defesa, ele deve ter a punibilidade extinta pela Corte.

“Considerando [que] a pena imposta foi de dois anos, e que, Mauro Cid está com restrição de liberdade havidos mais de dois anos e quatro meses, entre prisão preventiva e as cautelares diversas da prisão – desde maio de 2023, extinto está, fora de toda dúvida, o cumprimento da pena”, argumentou a defesa.

Ontem, por 4 votos a 1, a Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro e aliados pelos crimes de crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem foi condenado somente pelos três primeiros crimes. Ele é deputado federal e teve parte das acusações suspensa.

Foto: Gustavo Moreno/STF / Ton Molina/STF

Da Agência Brasil

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Bolsonaro e aliados condenados podem começar a cumprir penas até dezembro, aponta STF

Bolsonaro e aliados condenados podem começar a cumprir penas até dezembro, aponta STF

Execução das penas depende da análise de recursos após publicação do acórdão do julgamento da trama golpista

Bolsonaro e aliados condenados podem começar a cumprir penas até dezembro, aponta STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados condenados na ação penal da chamada trama golpista podem começar a cumprir as penas até dezembro deste ano. A informação foi confirmada por fontes do Supremo Tribunal Federal (STF) à Agência Brasil.

Na quinta-feira (11), a Primeira Turma do STF condenou os réus a penas entre 16 e 27 anos de prisão em regime fechado. O cumprimento não é imediato, já que ainda cabe recurso.

Recursos e prazos

O Supremo tem até 60 dias para publicar o acórdão do julgamento, documento que reúne os votos dos ministros. Após a publicação, as defesas terão cinco dias para apresentar embargos de declaração, recurso que busca esclarecer omissões ou contradições.

Esse tipo de recurso, porém, não costuma alterar o resultado do julgamento e pode ser rejeitado ainda neste ano. Caso isso ocorra, a execução imediata das penas será determinada.

Como a decisão teve placar de 4 votos a 1, os réus não poderão recorrer ao plenário, já que seriam necessários ao menos dois votos pela absolvição para permitir embargos infringentes.

Local de cumprimento das penas

Os réus não devem ser encaminhados a celas comuns. Oficiais do Exército e da Marinha têm direito a prisão especial, assim como delegados da Polícia Federal. As possibilidades incluem o presídio da Papuda, a Superintendência da Polícia Federal ou instalações do Comando Militar do Planalto, em Brasília.

A definição caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.

Prisão domiciliar

A defesa de Bolsonaro poderá solicitar cumprimento em regime domiciliar por razões médicas, em função das complicações de saúde decorrentes do atentado de 2018. A decisão também será avaliada pelo relator.

Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em outro processo, relacionado à investigação sobre o tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil.

Condenados

Além de Jair Bolsonaro (capitão), foram condenados:

  • Alexandre Ramagem (delegado da PF e deputado federal), ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier (almirante), ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres (delegado da PF), ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;
  • Augusto Heleno (general), ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Paulo Sérgio Nogueira (general), ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto (general), ex-ministro e candidato a vice em 2022.

O ex-ajudante de ordens Mauro Cid, tenente-coronel do Exército, firmou acordo de delação premiada e não cumprirá pena.

Foto: Alan Santos/PR

Com informações da Agência Brasil

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Defesa de Bolsonaro avalia recursos após condenação no STF

Defesa de Bolsonaro avalia recursos após condenação no STF

Advogados analisam medidas jurídicas e possibilidade de atuação internacional

Defesa de Bolsonaro avalia recursos após condenação no STF

Com a definição das penas no Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Jair Bolsonaro e dos demais condenados analisa os recursos possíveis para tentar reverter a decisão. A estratégia jurídica está em fase de avaliação e considera diferentes caminhos dentro e fora do sistema judicial brasileiro.

Antes do trânsito em julgado — etapa em que o processo se torna definitivo — ainda é possível apresentar recursos. O instrumento mais imediato é o embargo de declaração, utilizado para apontar contradições, omissões ou obscuridades nos votos dos ministros. Embora esse tipo de recurso raramente altere o resultado do julgamento, ele pode ser usado para esclarecer pontos específicos da decisão.

Outra possibilidade em análise é recorrer a instâncias internacionais. Advogados estudam levar o caso a cortes externas, como a Corte Interamericana de Direitos Humanos, com base em alegações de violação de garantias fundamentais e do devido processo legal. A atuação internacional não suspende a condenação, mas pode gerar responsabilizações ao Estado brasileiro em organismos multilaterais.

Os embargos infringentes, que permitem novo julgamento em determinadas condições, não se aplicam ao caso. Esse tipo de recurso exige divergência significativa entre os ministros, com pelo menos dois votos favoráveis à absolvição, o que não ocorreu no processo.

Além dos recursos jurídicos, a defesa também avalia medidas relacionadas à execução da pena. Uma das alternativas consideradas é a solicitação de prisão domiciliar, caso a pena seja executada. A justificativa envolve a condição de ex-presidente e o impacto político da condenação, além de aspectos relacionados à segurança e à estabilidade institucional.

A análise dos recursos ocorre em um contexto de forte polarização política e jurídica. A condenação de Bolsonaro no STF gerou reações diversas entre parlamentares, juristas e setores da sociedade civil. Enquanto parte da opinião pública defende o cumprimento imediato da pena, aliados do ex-presidente articulam estratégias para contestar a decisão.

No plano legislativo, há iniciativas que buscam aprovar medidas de anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. A tramitação dessas propostas no Congresso Nacional pode influenciar o cenário jurídico, embora não interfira diretamente nos recursos apresentados ao STF.

A defesa jurídica dos condenados segue acompanhando os prazos processuais e os desdobramentos políticos. A expectativa é de que os recursos sejam protocolados nas próximas semanas, com foco na revisão de pontos específicos da decisão e na preservação de direitos constitucionais.

Foto: Gustavo Moreno/STF/Lula Marques/Agência Brasil

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STF condena Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por golpe de Estado

STF condena Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por golpe de Estado

Primeira Turma do Supremo forma maioria e aplica pena em regime fechado ao ex-presidente e outros sete réus

STF condena Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por golpe de Estado

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta quinta-feira (11) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão no julgamento da chamada trama golpista. A pena foi dividida em 24 anos e 9 meses de reclusão (regime fechado) e 2 anos e 6 meses de detenção (regime semiaberto ou aberto).

Por se tratar de pena superior a 8 anos, Bolsonaro deverá iniciar o cumprimento em regime fechado. Esta é a primeira vez na história do Brasil que um ex-presidente é condenado por golpe de Estado.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) atribuiu a Bolsonaro e outros sete réus cinco crimes:

  • Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito;
  • Organização criminosa armada;
  • Dano qualificado contra patrimônio da União;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

Segundo a PGR, o grupo tentou impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre o fim de 2022 e o início de 2023, por meio de ações que buscavam desestabilizar o regime democrático.

Votação

Por 4 votos a 1, a Primeira Turma do STF entendeu que Bolsonaro é culpado em todos os cinco crimes. O ministro Luiz Fux foi o único voto divergente.

Além de Bolsonaro, foram condenados:

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência e delator da trama golpista;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

Dosimetria

A dosimetria das penas — ou seja, o cálculo exato da punição para cada réu — ainda está em fase de conclusão. A Primeira Turma deverá definir os tempos de prisão individualmente para os demais condenados.

Histórico

A condenação representa um marco jurídico e político no país. Os atos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram em invasões e depredações nas sedes dos Três Poderes, foram considerados pela Corte como parte de um plano articulado para derrubar o Estado democrático de direito.

A decisão do STF reforça o entendimento de que ações contra a democracia, mesmo que não tenham êxito, devem ser punidas com rigor. A responsabilização dos envolvidos é vista como essencial para preservar a ordem constitucional e a estabilidade institucional.

Foto:  Anderson Riedel/PR/Lula Marques/Agência Brasil

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STF condena Jair Bolsonaro e outros sete réus por golpe de Estado

STF condena Jair Bolsonaro e outros sete réus por golpe de Estado

Primeira Turma do Supremo forma maioria pela condenação de ex-presidente e aliados por crimes relacionados aos atos de 8 de janeiro

STF condena Jair Bolsonaro e outros sete réus por golpe de Estado

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (11) pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por envolvimento em tentativa de golpe de Estado. A decisão também inclui outros sete réus, todos acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por crimes relacionados aos atos de 8 de janeiro de 2023.

Além de Bolsonaro, foram condenados:

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência e delator da trama golpista;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

A Primeira Turma é composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente do colegiado. A dosimetria das penas — ou seja, o tamanho das punições — ainda será definida.

Votação

O julgamento teve diferentes placares, conforme os crimes atribuídos a cada réu:

  • Para condenar Bolsonaro, Garnier, Torres, Heleno e Nogueira pelos crimes de organização criminosa, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado, o placar foi de 4 votos a 1, com divergência do ministro Luiz Fux.
  • Alexandre Ramagem foi condenado pelos crimes de organização criminosa, golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, também por 4 votos a 1. O processo sobre dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado foi suspenso.
  • Mauro Cid e Braga Netto foram condenados por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito por unanimidade (5 votos a 0). Nos demais crimes, o placar foi de 4 votos a 1.

Voto da ministra Cármen Lúcia

Durante o julgamento, a ministra Cármen Lúcia apresentou seu voto com referências literárias e críticas ao autoritarismo. Ela afirmou que os atos de 8 de janeiro foram planejados com o objetivo de enfraquecer as instituições democráticas.

Citando o escritor francês Victor Hugo, a ministra destacou que “o mal feito para o bem continua sendo mal”, reforçando que não há justificativa para práticas que atentem contra a democracia. Segundo ela, a Constituição não admite atalhos autoritários, mesmo quando travestidos de boas intenções.

A ministra também afirmou que os atos não foram banais e que os réus buscaram enfraquecer o Estado de Direito sob o argumento de defender o país. Para Cármen Lúcia, a tentativa de golpe representa uma ameaça à estabilidade institucional e à ordem democrática.

Próximos passos

Com a maioria formada pela condenação, o STF ainda precisa definir as penas que serão aplicadas a cada réu. A dosimetria será discutida em etapa posterior do julgamento.

A decisão da Primeira Turma marca um avanço no processo judicial sobre os atos de 8 de janeiro e reforça o posicionamento do Supremo contra ações que atentem contra o Estado democrático de direito.

Foto:  Lula Marques/Agência Brasil

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Fux absolve Bolsonaro em julgamento sobre trama golpista no STF

Fux absolve Bolsonaro em julgamento sobre trama golpista no STF

Ministro do STF vota contra condenação de Bolsonaro e outros réus por cinco crimes relacionados aos atos de 8 de janeiro

Fux absolve Bolsonaro em julgamento sobre trama golpista no STF

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em todos os cinco crimes apontados na ação penal que investiga a suposta trama golpista relacionada aos atos de 8 de janeiro. Com esse posicionamento, o placar na Primeira Turma do STF ficou em 2 a 1 pela condenação de Bolsonaro.

Durante a leitura de seu voto, Fux criticou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), alegando ausência de descrição individualizada das condutas atribuídas ao ex-presidente. Segundo o ministro, os atos praticados por Bolsonaro durante seu mandato não configuram o crime de golpe de Estado previsto no artigo 359-M do Código Penal.

Fux divergiu dos votos dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que se manifestaram pela condenação. Além de Bolsonaro, o ministro também votou pela absolvição dos outros sete réus acusados de organização criminosa armada e dano qualificado ao patrimônio público.

No entanto, Fux votou pela condenação do tenente-coronel Mauro Cid pelo crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Com isso, formou-se maioria na Primeira Turma para condenar Cid por esse delito. Já o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, foi absolvido por todos os crimes, segundo o voto de Fux.

O ministro destacou que discursos e entrevistas com críticas a membros de outros Poderes não podem ser enquadrados como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. A PGR havia incluído diversas falas de Bolsonaro como parte da estratégia golpista, mas Fux considerou que tais manifestações não configuram crime.

Segundo o ministro, o crime de tentativa de golpe de Estado foi absorvido pelo crime de abolição violenta, sendo este o único a ser analisado. Fux afirmou que manifestações políticas, como acampamentos e faixas, não devem ser criminalizadas, mesmo que estejam relacionadas aos atos de 8 de janeiro.

Fux também criticou a forma como a denúncia foi apresentada pela PGR, classificando-a como uma “narrativa desprendida dos fatos”. Para ele, a petição não descreve de forma típica e individualizada as condutas dos acusados, optando por uma abordagem genérica.

Durante o voto, o ministro mencionou o excesso de informações disponibilizadas no processo, referindo-se ao volume de dados como um “tsunami”, o que teria dificultado o exercício da defesa. Fux sugeriu que, caso o julgamento ocorra no STF, deveria ser realizado no plenário, e não na Primeira Turma, embora o regimento da Corte determine que ações penais sejam julgadas pelas turmas.

Sobre a delação premiada de Mauro Cid, Fux votou contra sua anulação. Ele argumentou que o réu esteve acompanhado por advogados durante todo o processo e que as advertências feitas pelo relator Alexandre de Moraes não configuram irregularidades. O ministro afirmou que o acordo de colaboração é válido e deve ser mantido, destacando que a homologação já havia sido realizada em 2023.

A decisão de Fux gerou reações entre congressistas alinhados ao governo. Parlamentares utilizaram redes sociais para criticar o voto do ministro. A deputada Maria do Rosário (PT-RS) afirmou que o voto demonstra liberdade no processo jurídico brasileiro. Já o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, considerou que o voto divergente reforça a independência do STF.

O julgamento na Primeira Turma do STF continua, com os votos dos demais ministros ainda pendentes. A decisão final poderá impactar diretamente o desfecho das investigações sobre os atos de 8 de janeiro e a responsabilização dos envolvidos.

Foto: Carlos Moura/STF/Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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Advogados pedem habeas corpus para Jair e Eduardo Bolsonaro no STF

Advogados pedem habeas corpus para Jair e Eduardo Bolsonaro no STF

Pedido contesta validade do inquérito das fake news e aponta supostas ilegalidades em provas e delações

Advogados pedem habeas corpus para Jair e Eduardo Bolsonaro no STF

Dois advogados protocolaram no Supremo Tribunal Federal (STF), na segunda-feira (8), um pedido de habeas corpus em favor de Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro. A solicitação busca garantir salvo-conduto aos dois, alegando que há ameaça de prisão decorrente da Portaria GP 69/2019, que deu origem ao inquérito das fake news.

O documento foi assinado por Israel Mendonça Souza e Nilton Vieira Lima, que não representam oficialmente os dois políticos. A peça jurídica pede que o habeas corpus seja estendido a todos que estejam presos ou sob risco de prisão por conta do referido inquérito.

Contestação da portaria e do regimento

Os advogados argumentam que a Portaria GP 69/2019, editada pelo ministro Dias Toffoli e conduzida por Alexandre de Moraes, não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988. Segundo eles, o Regimento Interno do STF não possui força normativa para instaurar inquéritos criminais, o que comprometeria a legalidade dos atos derivados da portaria.

O STF, no entanto, já declarou a constitucionalidade da portaria e do inquérito das fake news em julgamento realizado em 2020. Por dez votos a um, os ministros validaram a iniciativa como uma reação institucional necessária diante de ameaças à Corte e seus membros.

Alegações sobre provas e delações

O habeas corpus também contesta a legalidade de provas obtidas no âmbito do inquérito. Os advogados sustentam que delações premiadas e elementos obtidos sob coação devem ser considerados ilícitos, com base na teoria dos frutos da árvore envenenada.

A defesa pede a anulação das colaborações premiadas, alegando que não houve voluntariedade plena por parte dos delatores. Além disso, o texto aponta afronta ao princípio da separação de poderes, afirmando que o STF teria usurpado competências legislativas exclusivas do Congresso Nacional.

Julgamento em andamento

O pedido de habeas corpus foi apresentado em meio ao julgamento da Ação Penal 2668, que envolve Jair Bolsonaro e outros sete ex-integrantes de seu governo. A Primeira Turma do STF analisa acusações de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada e outros crimes.

O julgamento teve início em 2 de setembro e se estende até o dia 12. Os ministros devem votar pela condenação ou absolvição dos réus, com base nas provas e argumentos apresentados pelas partes.

Expectativa de decisão

A expectativa é que o pedido de habeas corpus seja negado pela Corte, uma vez que os advogados não têm vínculo formal com os acusados e o STF já se posicionou sobre a legalidade do inquérito. A solicitação, no entanto, reforça os debates jurídicos em torno da atuação do Supremo e da condução de investigações envolvendo autoridades públicas.

Foto: Tânia Rêgo/Lula Marques/ Agência Brasil

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Dino vota para condenar Bolsonaro e mais 7 por golpe de Estado

Dino vota para condenar Bolsonaro e mais 7 por golpe de Estado

Placar está em 2 a 0 após votos de Alexandre de Moraes e Flávio Dino

Dino vota para condenar Bolsonaro e mais 7 por golpe de Estado

O julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a acusação de tentativa de golpe de Estado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus avançou nesta terça-feira (9). O ministro Flávio Dino votou pela condenação, acompanhando o relator Alexandre de Moraes, e o placar está em 2 a 0.

Os ministros analisam denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que atribui aos acusados os crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Voto de Flávio Dino

O ministro Flávio Dino considerou que Bolsonaro e os demais réus integraram uma estrutura organizada com o objetivo de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022. Dino destacou, no entanto, que as penas aplicadas a Alexandre Ramagem, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira devem ser menores, em razão de participação considerada menos relevante na trama.

Além do crime de golpe de Estado, Dino também votou pela condenação por abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Ele ainda acompanhou o relator quanto à responsabilização por dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, com exceção de Ramagem.

Voto do relator Alexandre de Moraes

O relator Alexandre de Moraes votou pela condenação de Bolsonaro e dos sete réus pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Segundo Moraes, Bolsonaro, atualmente preso em regime domiciliar, liderou uma organização criminosa que buscava manter um projeto de poder autoritário e impedir a posse do presidente eleito. Para o ministro, o grupo atuou de forma estruturada, planejando ações para modificar a ordem constitucional.

Nos crimes de dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado, Moraes propôs condenação de todos os acusados, exceto Alexandre Ramagem. A decisão se baseou em entendimento da Câmara dos Deputados, que suspendeu a tramitação da ação contra ele nesses pontos.

Elementos apresentados no voto do relator

Moraes listou documentos, reuniões e ações que, segundo ele, comprovariam a tentativa de golpe. Entre eles estão:

  • transmissão ao vivo em 2021, na qual Bolsonaro questionou as urnas eletrônicas sem provas;
  • reunião ministerial de 2022, encontrada em computador do ex-ajudante de ordens Mauro Cid;
  • encontro de Bolsonaro com embaixadores em julho de 2022;
  • operações da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das eleições de 2022;
  • plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que previa neutralização de autoridades;
  • áudios atribuídos a Mário Fernandes e Mauro Cid;
  • minutas de decreto com propostas de intervenção;
  • ataques violentos registrados em dezembro de 2022 e a invasão de 8 de janeiro de 2023.

Denúncia da Procuradoria-Geral da República

A PGR acusou Bolsonaro e os demais réus de cinco crimes previstos no Código Penal:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito – pena de 4 a 8 anos;
  • Golpe de Estado – pena de 4 a 12 anos;
  • Organização criminosa – pena de 3 a 8 anos;
  • Dano qualificado – pena de 6 meses a 3 anos;
  • Deterioração de patrimônio tombado – pena de 1 a 3 anos.

Próximos passos do julgamento

O julgamento segue na Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros. Além de Moraes e Dino, ainda devem votar Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente do colegiado.

A expectativa é que o processo seja concluído até sexta-feira (12). Com três votos pela condenação, já se forma maioria no colegiado.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Gustavo Moreno/STF

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STF julga Bolsonaro como líder de organização criminosa por tentativa de golpe

STF julga Bolsonaro como líder de organização criminosa por tentativa de golpe

PGR aponta ex-presidente como articulador principal de plano para impedir posse de Lula; pena pode ultrapassar 30 anos

STF julga Bolsonaro como líder de organização criminosa por tentativa de golpe

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça-feira (9) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete aliados, acusados de integrar uma organização criminosa armada com o objetivo de dar um golpe de Estado e impedir a posse do presidente eleito em 2022.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) atribuiu a Bolsonaro o papel de líder do grupo, apontando-o como o principal articulador, maior beneficiário e autor dos atos mais graves voltados à ruptura do Estado Democrático de Direito. Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, o ex-presidente instrumentalizou o aparato estatal para atacar instituições públicas e o processo eleitoral.

Acusações e réus

Bolsonaro e os demais acusados respondem pelos crimes de:

  • Organização criminosa armada
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Tentativa de golpe de Estado
  • Dano qualificado
  • Deterioração de patrimônio tombado

Entre os réus estão ex-ministros, militares e integrantes do alto escalão do governo anterior. São eles:

  • Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
  • Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
  • Mauro Cid (ex-ajudante de ordens)
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
  • Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil)
  • Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin, que não responde por todos os crimes devido à diplomação como deputado federal)

Todas as defesas negam envolvimento em tentativa de golpe e pedem absolvição por falta de provas.

Julgamento histórico

Esta é a primeira vez que o STF julga um ex-presidente da República por atentado à ordem democrática. O julgamento começou com as sustentações orais das defesas e da PGR. A votação será iniciada pelo relator, ministro Alexandre de Moraes, seguida pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Caso haja maioria pela condenação, as penas para o núcleo central podem ultrapassar 30 anos de prisão. A prisão, no entanto, não será imediata. Os réus ainda poderão apresentar recursos, como embargos de declaração, e só serão presos após o trânsito em julgado da decisão.

Foto: Gustavo Moreno/STF

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