Justiça

Julgamento de Bolsonaro

Julgamento de Bolsonaro: defesas contestam acusações no STF

Advogados negam envolvimento dos réus em tentativa de golpe e criticam delação de Mauro Cid

Julgamento de Bolsonaro: defesas contestam acusações no STF

No segundo dia do julgamento dos oito réus do núcleo 1 da suposta trama golpista, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ouviu as defesas de quatro acusados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. A sessão foi realizada na quarta-feira, 3 de setembro, e será retomada na terça-feira seguinte, 9 de setembro .

A defesa de Jair Bolsonaro alegou que não há provas que o vinculem diretamente aos eventos investigados. O advogado Celso Vilardi afirmou que o ex-presidente foi “dragado” para os fatos e que não atentou contra o Estado Democrático de Direito. A delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, foi descredibilizada, sendo classificada como “mentirosa” e sem valor jurídico. A defesa também argumentou que não se pode punir atos preparatórios, pois não configuram crime segundo o Código Penal .

O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), teve sua defesa centrada na alegação de que não participou de reuniões sobre golpe e que se distanciou de Bolsonaro. Os advogados sustentaram que não houve qualquer envolvimento direto com planos golpistas .

A defesa do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira afirmou que ele tentou convencer Bolsonaro a desistir de qualquer tentativa de ruptura institucional. O advogado Andrew Fernandes declarou que há provas suficientes da inocência do general .

Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022, foi defendido por José Luis Mendes de Oliveira Lima. A defesa alegou que a acusação contra Braga Netto se baseia exclusivamente na delação de Mauro Cid, considerada falsa e sem respaldo documental. O advogado afirmou que seu cliente pode ser condenado injustamente com base em informações não verificadas .

No primeiro dia do julgamento, realizado em 2 de setembro, o relator Alexandre de Moraes apresentou o relatório da ação penal. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação dos réus. As defesas de Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier e Anderson Torres também foram ouvidas .

Os réus respondem por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal, responde apenas por três desses crimes devido à prerrogativa de função prevista na Constituição .

A votação sobre condenação ou absolvição dos réus deve ocorrer nas próximas sessões. As penas podem ultrapassar 30 anos de prisão. A sequência de votos será iniciada por Alexandre de Moraes, seguida por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A decisão será tomada por maioria simples, ou seja, três dos cinco ministros .

Um pedido de vista pode adiar o julgamento, mas o processo deve ser devolvido em até 90 dias. Caso haja condenação, a prisão dos réus não será automática e dependerá do julgamento dos recursos. Militares e delegados envolvidos têm direito à prisão especial, conforme o Código de Processo Penal.

Foto:  Rosinei Coutinho/STF/Fábio Rodrigues/Agência Brasil

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CPMI do INSS pede prisão preventiva de 21 investigados ao STF

CPMI do INSS pede prisão preventiva de 21 investigados ao STF

Comissão aprova requerimento contra suspeitos de fraudes bilionárias em aposentadorias e pensões

CPMI do INSS pede prisão preventiva de 21 investigados ao STF

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou o encaminhamento de um pedido de prisão preventiva contra 21 pessoas investigadas por envolvimento em fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social. O requerimento foi enviado ao ministro André Mendonça, relator da matéria no Supremo Tribunal Federal (STF) .

Entre os nomes citados estão o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Também figura na lista Márcio Alaor de Araújo, apelidado de “Papa Consignado”.

O pedido foi apresentado pelo relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), durante sessão realizada após o depoimento do advogado Eli Cohen. O documento aponta riscos à ordem pública, à instrução criminal e à aplicação da lei penal como justificativas para a prisão preventiva dos investigados.

A lista dos 21 nomes inclui:

  1. Andre Paulo Felix Fidelis
  2. Eric Douglas Martins Fidelis
  3. Cecilia Rodrigues Mota
  4. Virgilio Antonio Ribeiro de Oliveira Filho
  5. Thaisa Hoffmann Jonasson
  6. Maria Paula Xavier da Fonseca Oliveira
  7. Alexandre Guimarães
  8. Antonio Carlos Camilo Antunes
  9. Rubens Oliveira Costa
  10. Romeu Carvalho Antunes
  11. Domingos Savio de Castro
  12. Milton Salvador de Almeida Junior
  13. Adelinon Rodrigues Junior
  14. Alessandro Antonio Stefanutto
  15. Geovani Batista Spiecker
  16. Reinaldo Carlos Barroso de Almeida
  17. Vanderlei Barbosa dos Santos
  18. Jucimar Fonseca da Silva
  19. Philipe Roters Coutinho
  20. Mauricio Camisotti
  21. Marcio Alaor de Araújo 1 3.

Esquema de fraudes

As investigações apontam que o grupo teria causado prejuízos superiores a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2025. As fraudes envolvem descontos indevidos em benefícios previdenciários, empréstimos consignados com taxas abusivas e operações de crédito realizadas sem autorização dos beneficiários .

Segundo o depoimento de Eli Cohen, o esquema operava por meio de associações de fachada e empresas ligadas ao setor de telemarketing. A empresa Total Health Group (THG) e entidades como Ambec, Unsbras e Cebap são citadas como participantes do esquema. A Ambec, por exemplo, teria arrecadado R$ 20 milhões mensais de forma irregular, atingindo mais de 500 mil associados,

Tramitação no STF

Com a aprovação do requerimento, o STF deverá analisar os autos e decidir sobre a custódia dos investigados. A Advocacia do Senado ficou responsável por formalizar a solicitação jurídica. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), defendeu o bloqueio de bens das entidades envolvidas e afirmou que novas convocações podem ocorrer, incluindo ex-ministros da Previdência Social .

Foto: Walmir Barreto/Agência Senado

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Julgamento de Bolsonaro começa na terça e terá oito sessões no STF

Julgamento de Bolsonaro começa na terça e terá oito sessões no STF

Ex-presidente e sete aliados são acusados de tentativa de golpe e outros crimes relacionados aos atos de 8 de janeiro

Julgamento de Bolsonaro começa na terça e terá oito sessões no STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira, 2 de setembro, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete aliados, acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado para reverter o resultado das eleições de 2022. O processo será conduzido pela Primeira Turma da Corte e está dividido em oito sessões, distribuídas entre os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.

As sessões ocorrerão nos seguintes horários:

  • 2 de setembro – 9h às 12h e 14h às 19h
  • 3 de setembro – 9h às 12h
  • 9 de setembro – 9h às 12h e 14h às 19h
  • 10 de setembro – 9h às 12h
  • 12 de setembro – 9h às 12h e 14h às 19h 

O grupo de réus faz parte do chamado “núcleo 1”, considerado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o principal articulador da suposta organização criminosa. São eles:

  • Jair Bolsonaro (ex-presidente da República)
  • Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin)
  • Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
  • Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
  • Walter Braga Netto (ex-ministro e candidato a vice-presidente)
  • Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro)

Os crimes atribuídos aos réus incluem:

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Golpe de Estado
  • Dano qualificado contra o patrimônio da União
  • Deterioração de patrimônio tombado

Alexandre Ramagem, por ser deputado federal, responde apenas por três dos cinco crimes, conforme previsto na Constituição. Foram suspensas as acusações de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

O julgamento será presidido pelo ministro Cristiano Zanin. O relator da ação penal, Alexandre de Moraes, abrirá os trabalhos com a leitura do relatório do processo. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentará a acusação, com tempo de até duas horas. Os advogados dos réus terão até uma hora cada para suas sustentações orais .

Após as sustentações, Moraes será o primeiro a votar, abordando questões preliminares como nulidade da delação de Mauro Cid, alegações de cerceamento de defesa e pedidos de absolvição. Os demais ministros votarão na seguinte ordem:

  • Flávio Dino
  • Luiz Fux
  • Cármen Lúcia
  • Cristiano Zanin 2

A condenação ou absolvição será decidida por maioria simples, ou seja, três dos cinco votos. Um pedido de vista pode suspender o julgamento, mas o processo deve ser devolvido em até 90 dias .

A eventual prisão dos réus não será automática. Caso condenados, os réus poderão cumprir pena em alas especiais de presídios ou em instalações das Forças Armadas, conforme previsto no Código de Processo Penal .

O julgamento será transmitido pelos canais oficiais do STF e da TV Justiça. Foram credenciados 501 profissionais da imprensa e 3.357 pessoas se inscreveram para acompanhar presencialmente. Apenas 1.200 serão autorizadas, com acesso à sala da Segunda Turma, onde haverá telão para transmissão .

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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Oito pessoas estão foragidas após megaoperação da Polícia Federal

Oito pessoas estão foragidas após megaoperação da Polícia Federal

Vazamento de informação é uma das hipóteses investigadas

Oito pessoas continuam foragidas após as três operações contra a lavagem de dinheiro por grupos criminosos no setor de combustíveis deflagradas nesta quinta-feira (28). Segundo a Polícia Federal (PF), dos 14 mandados de prisão emitidos, apenas seis foram cumpridos, o que acabou por colocar, entre as hipóteses a serem investigadas, a de vazamento de informações sobre as operações Quasar, Tank e Carbono Oculto.

Os mandados estão relacionados à Operação Tank, focada no desmantelamento de “uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no Paraná”.

Segundo o Ministério da Justiça, o grupo criminoso atuava desde 2019 e teria movimentado mais de R$ 23 bilhões por meio de uma rede composta por centenas de empresas, incluindo postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central.

Durante coletiva de imprensa, na qual foram detalhadas as três operações, o diretor geral da PF, Andrei Rodrigues, disse que o fato de apenas seis dos 14 alvos terem sido encontrados “não é uma estatística normal das operações da PF”.

Contatada pela Agência Brasil, a PF informou que o número de presos se manteve em seis até o final da manhã desta sexta-feira (29).
Quasar e Carbono Oculto

A Operação Quasar buscou desarticular uma “organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituições financeiras”, que utilizava fundos de investimento para ocultar patrimônio de origem ilícita, com indícios de ligação com facções criminosas, segundo a PF.

A Operação Carbono Oculto foi deflagrada com o objetivo de desmantelar “um sofisticado esquema de fraudes, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, controlado pelo crime organizado”.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Da Agência Brasil

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Moraes suspende uso de tornozeleira pelo senador Marcos do Val

Moraes suspende uso de tornozeleira pelo senador Marcos do Val

Relaxamento da medida cautelar atendeu a recurso do Senado

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (29) a retirada da tornozeleira eletrônica responsável pelo monitoramento do senador Marcos do Val (Podemos –ES). A medida foi determinada após o ministro aceitar um recurso apresentado pelo Senado para que o equipamento seja retirado.

No início deste mês, Moraes determinou que o senador fosse monitorado por tornozeleira e também mandou bloquear as contas bancárias do parlamentar.

O monitoramento foi determinado após o parlamentar viajar para os Estados Unidos sem autorização do Supremo.

No ano passado, uma decisão da Corte determinou a suspensão dos passaportes do senador. Contudo, no dia 23 de julho, Marcos do Val embarcou para Miami com passaporte diplomático, que não foi entregue por ele à Polícia Federal (PF).

Antes de sair do país, o senador pediu a Alexandre de Moraes autorização para viajar, mas o pedido foi negado.

Na decisão, Moraes também revogou outras medidas cautelares determinadas contra o parlamentar, como bloqueio de contas bancárias e chaves Pix, proibição de uso de redes sociais, recolhimento domiciliar noturno e suspensão do salário de senador.

A proibição de sair do país sem autorização e apreensão dos passaportes foram mantidas.

Revogação

A revogação das proibições foi determinada após um acordo de bastidores entre o Supremo e Senado. Com a retirada das medidas, Marcos do Val pediu licença do mandato.

O pedido de licença foi citado por Moraes na decisão. “A petição apresentada pela advocacia do Senado Federal veio acompanhada de cópia do pedido de licença que Marcos do Val encaminhou ao presidente do Senado Federal, salientando a incapacidade temporária para exercer o mandato de senador da República e externando seu respeito ao Estado Democrático de Direito e às instituições democráticas”, diz a decisão.

O senador é investigado pelo STF pela suposta campanha de ataques nas redes sociais contra delegados da Polícia Federal que foram responsáveis por investigações envolvendo apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Da Agência Brasil

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STF mantém prisão de Robinho por condenação na Itália

STF mantém prisão de Robinho por condenação na Itália

Maioria dos ministros vota contra recurso da defesa e mantém decisão do STJ

Prisão de Robinho

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos para manter a prisão do ex-jogador de futebol Robinho, condenado na Itália por envolvimento em estupro. A decisão ocorre no julgamento virtual de um recurso da defesa contra a homologação da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Robinho está preso no Brasil desde março de 2024, após o STJ determinar o cumprimento imediato da pena de nove anos imposta pela Justiça italiana. O crime ocorreu em 2013, dentro de uma boate em Milão.

Até o momento, seis dos onze ministros do STF votaram pela manutenção da prisão. Os votos foram proferidos por Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, André Mendonça, Cristiano Zanin e Edson Fachin. O julgamento virtual teve início na semana passada e está previsto para ser encerrado nesta sexta-feira (29).

A defesa do ex-jogador apresentou recurso contra a decisão do STJ, alegando que a prisão no Brasil só poderia ser executada após o esgotamento de todas as possibilidades de recurso. No entanto, a maioria dos ministros do STF entendeu que a homologação da sentença estrangeira permite a execução imediata da pena.

O único voto contrário à manutenção da prisão foi do ministro Gilmar Mendes. Em seu entendimento, a execução da pena deveria aguardar o trânsito em julgado da decisão do STJ, ou seja, o fim de todos os recursos possíveis.

Robinho cumpre pena no complexo penitenciário de Tremembé, localizado no interior de São Paulo. A unidade é conhecida por abrigar presos condenados por crimes de grande repercussão.

A condenação na Itália foi resultado de um processo judicial que considerou provas e depoimentos relacionados ao caso de estupro coletivo. A Justiça italiana julgou o ex-jogador culpado e determinou a pena de nove anos de prisão.

A decisão do STJ de homologar a sentença estrangeira foi tomada com base em tratados internacionais e na legislação brasileira que permite o reconhecimento de decisões judiciais de outros países, desde que respeitados os princípios do devido processo legal.

O julgamento no STF ocorre em ambiente virtual, modalidade que permite aos ministros apresentarem seus votos eletronicamente, sem necessidade de sessão presencial. Esse formato tem sido utilizado para acelerar a tramitação de processos e decisões.

Com a maioria formada, a tendência é que o STF finalize o julgamento mantendo a prisão de Robinho, consolidando a decisão do STJ e reforçando a cooperação jurídica internacional em casos de condenações criminais.

A defesa ainda pode buscar outras medidas judiciais, mas a manutenção da prisão pelo STF representa um obstáculo significativo para qualquer tentativa de reversão da execução da pena no Brasil.

Foto: Fotos Públicas

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Careca do INSS pedirá habeas corpus para ficar calado na CPMI

Careca do INSS pedirá habeas corpus para ficar calado na CPMI

Empresário buscará direito constitucional de silêncio durante depoimento na comissão parlamentar

Careca do INSS pedirá habeas corpus para ficar calado na CPMI

O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, pretende solicitar um habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o direito de permanecer em silêncio durante sua convocação à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. A medida será adotada por sua defesa, que argumenta que o empresário ainda não teve acesso integral às investigações conduzidas pela Polícia Federal.

Antunes foi convocado oficialmente pela CPMI, o que obriga sua presença. A comissão investiga irregularidades relacionadas à chamada “Farra do INSS”, envolvendo suspeitas de fraudes em associações e pagamentos indevidos. A convocação foi aprovada na primeira reunião de trabalho da CPMI, realizada na terça-feira (26).

A defesa do empresário afirma que, por não ter acesso aos autos completos dos inquéritos, Antunes não possui condições de responder adequadamente às acusações. Segundo o advogado responsável, qualquer declaração feita durante a CPMI poderia ser confrontada com informações que ainda não foram disponibilizadas à defesa.

A CPMI já recebeu 35 requerimentos relacionados ao empresário e seus sócios. Os pedidos incluem convocação, quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico, além de outras medidas investigativas. As ações visam aprofundar a apuração sobre o envolvimento de Antunes com associações suspeitas de irregularidades.

Reportagens anteriores indicam que Antunes possuía procurações para atuar em nome de diversas associações investigadas. Há suspeitas de que ele tenha efetuado pagamentos indevidos a ex-diretores e ao ex-procurador-geral do INSS. Em maio, a Polícia Federal apreendeu veículos de luxo atribuídos ao empresário em uma garagem de edifício comercial em Brasília. Entre os modelos apreendidos estão carros das marcas Porsche, BMW e Ferrari.

A defesa também questiona a necessidade da CPMI, considerando que já existe investigação criminal em curso pela Polícia Federal. O argumento é que a duplicidade de apurações pode gerar conflitos e gastos desnecessários de recursos públicos.

O habeas corpus solicitado ao STF busca assegurar o direito constitucional de não produzir provas contra si mesmo. Caso seja concedido, Antunes poderá comparecer à CPMI e optar por não responder às perguntas dos parlamentares.

A CPMI do INSS foi instalada para investigar denúncias de fraudes envolvendo descontos indevidos em contracheques de aposentados e pensionistas. O foco principal está na atuação de associações que teriam se beneficiado de convênios com o INSS para realizar cobranças sem autorização dos beneficiários.

O caso ganhou repercussão nacional após operações da Polícia Federal identificarem movimentações financeiras suspeitas e bens de alto valor vinculados a pessoas investigadas. A comissão parlamentar busca esclarecer o alcance das irregularidades e propor medidas para evitar novos casos.

A participação de Antunes na CPMI é considerada estratégica pelos parlamentares, que pretendem obter esclarecimentos sobre sua atuação nas associações investigadas. A solicitação de habeas corpus, no entanto, pode limitar a colaboração do empresário com os trabalhos da comissão.

Foto: José Cruz/Agência Brasil/Reprodução/Redes Sociais

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Ações trabalhistas caminham para novo recorde após reforma

Ações trabalhistas caminham para novo recorde após reforma

Setor de serviços lidera crescimento de processos na Justiça do Trabalho desde decisão do STF

Ações trabalhistas caminham para novo recorde após reforma

O número de ações trabalhistas ajuizadas na Justiça do Trabalho está em trajetória de crescimento e pode atingir um novo recorde em 2025, superando os números registrados desde a reforma trabalhista de 2017. O setor de serviços tem sido o principal responsável por esse avanço.

Em 2024, foram protocoladas 2,1 milhões de ações, o maior volume desde a reforma. O pico anterior havia ocorrido em 2016, com 2,7 milhões de processos. Após a reforma, esse número caiu para 1,7 milhão em 2018, mas voltou a crescer nos anos seguintes.

De janeiro a junho de 2025, foram ajuizadas 1,150 milhão de ações, contra 1,044 milhão no mesmo período de 2024. A projeção é que o total de processos chegue a 2,3 milhões até dezembro, considerando todos os setores da economia.

O setor de serviços, que em 2024 respondeu por 26,6% dos processos, atingiu um recorde histórico com 556.143 novos casos. Até 2021, a indústria liderava o número de ações na Justiça do Trabalho. A mudança reflete a dinâmica econômica do país, com crescimento das atividades de serviços após a pandemia de covid-19, o que aumentou contratações, demissões e, consequentemente, litígios trabalhistas.

Especialistas apontam que o principal fator para o aumento da judicialização foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021, que alterou um ponto da reforma trabalhista. A norma original previa que o trabalhador que perdesse a ação deveria arcar com os custos do processo, mesmo sendo beneficiário da Justiça gratuita. O STF derrubou essa exigência, alegando que ela dificultava o acesso à Justiça.

Com a mudança, trabalhadores de baixa renda passaram a ter menos barreiras para ingressar com ações judiciais. A isenção de pagamento em caso de derrota eliminou o risco financeiro, incentivando o ajuizamento de processos.

Segundo especialistas da área, como advogados e magistrados, o sistema atual permite que o trabalhador declare não ter condições de pagar os custos do processo. Caso a empresa não consiga comprovar o contrário, o autor da ação permanece isento, mesmo se perder a causa.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST), por sua vez, atribui o aumento ao retorno do volume de processos ao patamar pré-pandemia. Em 2020 e 2021, houve queda significativa no número de ações devido às restrições sanitárias e à desaceleração econômica. O tribunal afirma que não é possível afirmar categoricamente que a decisão do STF teve impacto direto no volume de ações.

Ainda segundo o TST, o crescimento do setor de serviços no mercado de trabalho também contribui para o aumento da judicialização. Em 2024, esse segmento teve o maior saldo de empregos, com 915.800 novas vagas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

A tendência de alta nas ações trabalhistas deve continuar nos próximos meses, com impacto direto na atuação dos tribunais e na demanda por soluções alternativas de resolução de conflitos, como conciliação e mediação.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil/Divulgação

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Caso João Dias: ex-vice-prefeita e irmã são presas no Paraguai por suspeita de assassinato de prefeito

Caso João Dias: ex-vice-prefeita e irmã são presas no Paraguai por suspeita de assassinato de prefeito

Prisões ocorreram em Ciudad del Este e envolvem também um terceiro suspeito de intermediar o crime; Marcelo Oliveira e o pai, Sandi Oliveira, foram mortos em agosto de 2024 durante a campanha eleitoral

A ex-vice-prefeita de João Dias, Damária Jácome, foi presa nesta quinta-feira (21) em Ciudad del Este, no Paraguai, suspeita de envolvimento no assassinato do então prefeito da cidade, Marcelo Oliveira (União Brasil), ocorrido em agosto de 2024. A irmã dela, Leidiane Jácome, ex-vereadora, também foi detida.

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte confirmou as prisões, que também alcançaram Weverton Claudino Batista, apontado como intermediador da contratação dos executores e responsável por papel central no planejamento do crime.

Disputa política e familiar

Segundo a Polícia Civil, o crime foi motivado por uma disputa política e familiar em João Dias, município com pouco mais de 2 mil habitantes. Damária Jácome havia sido vice-prefeita na chapa de Marcelo Oliveira em 2020, mas em 2024 se tornou adversária política dele.

Durante as investigações, a polícia identificou que a rivalidade entre as famílias Oliveira e Jácome se intensificou após o retorno de Marcelo ao cargo de prefeito em 2022, decisão determinada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte. A partir disso, o conflito político e pessoal se agravou.

Prisões anteriores

Em dezembro de 2024, um pastor evangélico foi preso apontado como um dos mentores do assassinato. Ele teria ajudado na logística e no planejamento do crime, inclusive sugerindo locais onde o atentado poderia ser cometido, como uma igreja durante culto frequentado por Marcelo.

Além dele, outras cinco pessoas já haviam sido presas suspeitas de participação direta na execução. Segundo o Ministério Público, o grupo também cogitou assassinar a viúva de Marcelo, Fatinha de Marcelo, que assumiu a candidatura após a morte do marido e venceu as eleições municipais.

Como foi o crime

O prefeito Marcelo Oliveira, cujo nome de registro era Francisco Damião de Oliveira, de 38 anos, foi morto junto ao pai, Sandi Alves de Oliveira, de 58 anos, em 27 de agosto de 2024.

Na ocasião, ambos visitavam apoiadores no conjunto São Geraldo, em João Dias, quando foram surpreendidos por criminosos em dois veículos. Marcelo foi atingido por 11 disparos, chegou a ser socorrido em Catolé do Rocha (PB), mas não resistiu. O pai dele morreu no local. Um segurança também foi baleado.

Envolvidos e indiciamentos

Desde o dia do crime, forças de segurança realizaram operações que resultaram na prisão de diversos suspeitos. O inquérito policial apontou oito executores e cinco mentores intelectuais do duplo homicídio, além de outros indiciados por formação de milícia.

Entre os cinco suspeitos de mandantes, apenas o pastor preso em 2024 permanecia detido até então. Agora, com a prisão de Damária e Leidiane Jácome no Paraguai, o caso registra avanço significativo nas investigações.

Histórico das vítimas

Marcelo Oliveira iniciou a carreira política como vereador de João Dias, eleito em 2008 e 2012. Em 2016, disputou a prefeitura, mas só venceu em 2020. Seu pai, Sandi Oliveira, também já havia sido vereador e era considerado uma das principais lideranças políticas do município.

Foto: Reprodução

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Justiça da Itália mantém prisão de Carla Zambelli e rejeita pedido de domiciliar

Justiça da Itália mantém prisão de Carla Zambelli e rejeita pedido de domiciliar

Deputada aguarda decisão sobre extradição para o Brasil após condenação pelo STF por invasão ao sistema do CNJ

A Justiça da Itália decidiu manter a prisão da deputada Carla Zambelli (PL-SP), informou a Advocacia-Geral da União (AGU) nesta terça-feira (19). Em audiência realizada na última quinta-feira (13), o Tribunal de Apelações de Roma negou o pedido da defesa para que a parlamentar pudesse cumprir prisão domiciliar enquanto aguarda a análise do processo de extradição solicitado pelo Brasil.

Carla Zambelli foi presa em julho na capital italiana, onde buscava escapar do cumprimento de mandado de prisão expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Condenação no Brasil

Em maio, a deputada deixou o Brasil utilizando sua dupla cidadania, após condenação a dez anos de prisão pelo STF pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023. Além da pena, Zambelli foi condenada ao pagamento de R$ 2 milhões a título de danos coletivos.

De acordo com as investigações, a parlamentar foi considerada a autora intelectual do hackeamento, que resultou na emissão fraudulenta de um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. O ataque foi executado por Walter Delgatti, também condenado, que declarou ter atuado a mando da deputada.

Pedido de extradição

Após a fuga para a Itália, o governo brasileiro oficializou o pedido de extradição em 11 de junho, assinado por Moraes e encaminhado pelo Itamaraty às autoridades italianas. A solicitação segue em análise pela Justiça do país europeu.

Enquanto isso, Zambelli permanece detida em Roma, aguardando os próximos desdobramentos judiciais.

Outros processos e mandato parlamentar

Além da condenação pelo caso do CNJ, Zambelli foi julgada recentemente em outro processo, no qual a maioria da Corte votou por sua condenação por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma.

Na Câmara dos Deputados, a parlamentar recebeu autorização para tirar 127 dias de licença não remunerada a partir de junho. Caso não retorne após o prazo, poderá perder o mandato por faltas.

Zambelli também responde a um processo de cassação em andamento na Casa. Ainda não houve deliberação sobre a decretação da perda de mandato em razão da condenação pelo STF.

Foto: Lula Marques/EBC

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STJ mantém prisão de Hytalo Santos e Justiça de SP determina transferência para a Paraíba

STJ mantém prisão de Hytalo Santos e Justiça de SP determina transferência para a Paraíba

Influenciador e marido seguem presos após denúncias de exposição de crianças e adolescentes em redes sociais; Congresso discute regras digitais

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu nesta terça-feira (19) manter a prisão do influenciador Hytalo Santos e de seu marido, Israel Natã Vicente. Ambos foram detidos na semana passada em São Paulo, por determinação da Justiça da Paraíba, após denúncias de uso de perfis com crianças e adolescentes em situações de adultização.

Na decisão, o ministro Rogerio Schietti Cruz afirmou que não há ilegalidades no decreto de prisão e destacou indícios de tentativa de destruição de provas.

“Nesse contexto, que aponta para a exposição reiterada e inadequada de crianças e adolescentes, bem como para a tentativa de destruição de provas relevantes à apuração dos fatos, não é possível constatar a plausibilidade jurídica do pedido de soltura”, registrou o ministro.

A defesa havia solicitado a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares, mas o pedido foi negado. O casal permanece preso em São Paulo.

Negado pedido de transferência para Tremembé

Ainda nesta terça (19), a Justiça de São Paulo rejeitou o pedido dos advogados para que Hytalo e Israel fossem transferidos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na capital, para a Penitenciária II de Tremembé, no interior do estado, onde estão outros presos de notoriedade pública.

O juiz Helio Narvaez determinou, em vez disso, que ambos sejam encaminhados a um estabelecimento prisional na Paraíba. Até o momento, a Secretaria da Administração Penitenciária informou que ainda não recebeu a notificação oficial para iniciar o processo de transferência.

Investigações em andamento

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) investigam Hytalo Santos pela exploração e exposição de menores em conteúdos digitais. Também há apurações relacionadas a suspeitas de abuso sexual e tráfico humano.

O caso ganhou repercussão nacional após denúncia do influenciador Felca, que apontou perfis digitais com crianças e adolescentes em situações consideradas impróprias para a idade.

Repercussão no Congresso

A repercussão levou o Congresso Nacional a acelerar discussões sobre medidas para combater a adultização de crianças em redes sociais. Na última semana, a Câmara dos Deputados criou um grupo de trabalho para elaborar um projeto de lei sobre o tema.

Uma das propostas em análise é o Projeto de Lei 2.628/2022, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE). O texto prevê que plataformas digitais implementem mecanismos para evitar a disponibilização de conteúdos que erotizem crianças. Em caso de descumprimento, as empresas poderão ser multadas em até 10% do faturamento.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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Veto alcança tribunais estrangeiros, mas não internacionais, diz Dino

Veto alcança tribunais estrangeiros, mas não internacionais, diz Dino

Vedação não alcança tribunais internacionais reconhecidos pelo país

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), emitiu nesta terça-feira (19) novo despacho para esclarecer a decisão em que vedou a eficácia automática de leis e ordens judiciais estrangeiras no Brasil. Nesse documento, ela afirma que a determinação não alcança tribunais internacionais reconhecidos pelo país.

Segundo Dino, a vedação não alcança “a jurisdição obrigatória de tribunais internacionais – uma vez reconhecida pelo Brasil – e os efeitos imediatos de suas decisões”.

Salvo esse ponto específico, Dino afirmou que “em relação aos aspectos atinentes a leis estrangeiras e demais atos jurídicos estrangeiros, nada há a adicionar a título de esclarecimento, permanecendo íntegra a decisão” do dia anterior.

Na segunda (19), Dino proferiu uma decisão segundo a qual as leis, decisões judiciais e ordens executivas provenientes de países estrangeiros somente podem produzir efeitos em território nacional se forem homologadas pela autoridade competente brasileira, de acordo com os respectivos ritos de cooperação internacional.

“Trata-se de decisão que reitera conceitos básicos e seculares, destinada a proteger o Brasil – abrangendo suas empresas e cidadãos – de indevidas ingerências estrangeiras no nosso território”, escreveu Dino, nesta terça-feira.

O ministro esclareceu ainda que a decisão do dia anterior não vem inovar, mas apenas reitera o que diz a legislação e a Constituição.

“Trata-se de decisão que reitera conceitos básicos e seculares, destinada a proteger o Brasil – abrangendo suas empresas e cidadãos – de indevidas ingerências estrangeiras no nosso território”, escreveu.

A decisão de Dino protege ainda contratos firmados ou bens que estejam no Brasil. A ordem foi proferida em ação aberta pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que acionou o Supremo contra municípios brasileiros que abriram ações diretamente na Justiça do Reino Unido contra mineradoras britânicas.

O ministro escreveu que qualquer violação dessa determinação “constitui ofensa à soberania nacional, à ordem pública e aos bons costumes, portanto presume-se a ineficácia de tais leis, atos e sentenças emanadas de país estrangeiro”.

Lei Magnitsk

A liminar de Dino foi concedida no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impõe um tarifaço contra o Brasil e sanções a ministros do Supremo, em especial ao ministro Alexandre de Moraes, com base em leis norte-americanas.

Moraes foi enquadrado pela Casa Branca na Lei Magnitsky, que prevê sanções econômicas contra violadores dos Direitos Humanos. Trump acusa o ministro de impedir a liberdade de expressão e promover uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu grupo político, com quem mantém afinidades ideológicas.

Sem citar a lei norte-americana, Dino escreveu que a realidade tem mostrado “o fortalecimento de ondas de imposição de força de algumas Nações sobre outras”, e que por isso “na prática, têm sido agredidos postulados essenciais do Direito Internacional”.

“Diferentes tipos de protecionismos e de neocolonialismos são utilizados contra os povos mais frágeis, sem diálogos bilaterais adequados ou submissão a instâncias supranacionais”, disse o ministro.

Dino continuou afirmando que “nesse contexto, o Brasil tem sido alvo de diversas sanções e ameaças, que visam impor pensamentos a serem apenas ‘ratificados’ pelos órgãos que exercem a soberania nacional”.

Apesar de não citar as sanções econômicas contra Moraes, que têm o potencial de bloquear a utilização de cartão de créditos com bandeiras dos EUA como Visa e Mastercard, por exemplo, Dino ordenou a notificação do Banco Central Banco Central; da Federação Brasileira de Bancos (Febraban); da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) e da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg).

“Transações, operações, cancelamentos de contratos, bloqueios de ativos, transferências para o exterior (ou oriundas do exterior) por determinação de Estado estrangeiro, em desacordo aos postulados dessa decisão, dependem de expressa autorização desta Corte, no âmbito da presente ADPF”, escreveu Dino.

O ministro da escreveu ainda que qualquer cidadão brasileiro que se sinta prejudicado por imposição internacional pode acionar o Supremo diretamente, em busca de proteção.

Dino convocou ainda uma audiência pública sobre o tema, cujo cronograma ainda deve ser divulgado.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil / Fellipe Sampaio/SCO/STF

Da Agência Brasil

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Dino decide que leis estrangeiras não valem automaticamente no Brasil

Dino decide que leis estrangeiras não valem automaticamente no Brasil

Ministro enviou decisão a bancos e convocou audiência sobre o tema

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (18.ago.2025) que decisões judiciais e leis estrangeiras não podem produzir efeitos no Brasil sem prévia análise pela autoridade brasileira competente, sob pena de violação da soberania nacional.

Pela decisão, nenhuma lei, decisão judicial ou ordem executiva estrangeira pode produzir efeitos automáticos sobre pessoas naturais, empresas ou órgãos que atuem em território nacional, ou sobre contratos firmados ou bens que estejam no Brasil, sem análise ou homologação por órgão judicial competente brasileiro.

A decisão foi proferida em uma ação aberta pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que acionou o Supremo contra municípios brasileiros que abriram ações diretamente na Justiça do Reino Unido, em casos contra mineradoras britânicas, por exemplo.

O ministro escreveu que qualquer violação dessa determinação “constitui ofensa à soberania nacional, à ordem pública e aos bons costumes, portanto presume-se a ineficácia de tais leis, atos e sentenças emanadas de país estrangeiro”.

A liminar de Dino foi concedida no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impõe um tarifaço contra o Brasil e sanções a ministros do Supremo, em especial o ministro Alexandre de Moraes, com base em leis norte-americanas.

Moraes foi enquadrado pela Casa Branca na Lei Magnitsky, que prevê sanções econômicas contra violadores de direitos humanos. Trump acusa o ministro de impedir a liberdade de expressão e promover uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu grupo político, com quem mantém afinidades ideológicas.

Sem citar a lei norte-americana, Dino escreveu que a realidade tem mostrado “o fortalecimento de ondas de imposição de força de algumas Nações sobre outras”, e que por isso, “na prática, têm sido agredidos postulados essenciais do Direito Internacional”.

“Diferentes tipos de protecionismos e de neocolonialismos são utilizados contra os povos mais frágeis, sem diálogos bilaterais adequados ou submissão a instâncias supranacionais”, disse o ministro.

Dino continua afirmando que, “nesse contexto, o Brasil tem sido alvo de diversas sanções e ameaças, que visam impor pensamentos a serem apenas ‘ratificados’ pelos órgãos que exercem a soberania nacional”.

Apesar de não citar as sanções econômicas contra Moraes, que têm o potencial de bloquear a utilização de cartão de créditos com bandeiras dos EUA como Visa e Mastercard, por exemplo, Dino ordenou a notificação do Banco Central; da Federação Brasileira de Bancos (Febraban); da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) e da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg).

“Transações, operações, cancelamentos de contratos, bloqueios de ativos, transferências para o exterior (ou oriundas do exterior) por determinação de Estado estrangeiro, em desacordo aos postulados dessa decisão, dependem de expressa autorização desta Corte, no âmbito da presente ADPF [arguição de descumprimento de preceito fundamental]”, decidiu Dino.

O ministro escreveu ainda que qualquer cidadão brasileiro que se sinta prejudicado por imposição internacional pode acionar o Supremo diretamente, em busca de proteção.

Dino convocou uma audiência pública sobre o tema, cujo cronograma ainda deve ser divulgado.

Foto: Fellipe Sampaio/STF / Andressa Anholete/SCO/STF / Carlos Moura/SCO/STF

Da Agência Brasil

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UTIs do Hospital Maria Alice Fernandes são reabertas em Natal após decisão judicial

UTIs do Hospital Maria Alice Fernandes são reabertas em Natal após decisão judicial

Sete leitos bloqueados por falta de insumos foram reativados; hospital volta a operar com 20 vagas de UTI neonatal e pediátrica

Os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Maria Alice Fernandes, em Natal, foram reabertos nesta sexta-feira (15). No início do mês, sete leitos — cinco de UTI neonatal e dois de UTI pediátrica — haviam sido bloqueados por falta de insumos e materiais básicos.

Com a retomada, o hospital voltou a funcionar com 20 leitos ativos, sendo 10 de UTI neonatal e 10 de UTI pediátrica.

Na quinta-feira (14), a Justiça Federal havia determinado o desbloqueio dos leitos no prazo de 48 horas, após ação movida pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern), pela Defensoria Pública do Estado e pelo Ministério Público do RN.

Reabertura antecipada

A Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) informou que a reabertura ocorreu antes mesmo de a pasta ser notificada oficialmente da decisão. O secretário de Saúde, Alexandre Motta, explicou que o Estado vinha tentando solucionar o problema desde a semana anterior.

Segundo Motta, a pasta conseguiu adquirir insumos por meio de requisição a três empresas, duas delas já com entregas confirmadas. Além disso, houve parcerias com órgãos públicos e um hospital privado. Entre os parceiros citados estão a Secretaria de Saúde da Paraíba, o Hospital Universitário Ana Bezerra (Santa Cruz), a Maternidade Escola Januário Cicco, o Hospital Infantil Varela Santiago e o Hospital Rio Grande, em Natal.

O secretário destacou que, antes disso, já haviam sido reunidos materiais do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel e do Hospital Santa Catarina, mas que ainda não eram suficientes para reativar os leitos.

Bloqueio por segurança

Motta afirmou que a decisão da direção local de bloquear os leitos foi correta diante da ausência de insumos, que incluíam medicamentos e materiais para procedimentos, inclusive cirúrgicos. Ele ressaltou que manter leitos sem condições adequadas poderia comprometer a segurança dos pacientes.

“É mais prudente bloquear o leito do que admitir uma criança sem condições de garantir o atendimento necessário”, afirmou.

O secretário também negou denúncias de que uma criança teria morrido no período em que os leitos estavam bloqueados.

Determinação judicial

A decisão da juíza federal Gisele Maria da Silva Araújo Leite determinou não apenas o desbloqueio dos leitos, mas também que o Governo do Estado apresente, em até 30 dias, um plano de ação detalhado para garantir a manutenção integral e ininterrupta dos serviços da UTI.

Esse plano deve incluir a comprovação do fornecimento de todos os medicamentos e materiais necessários para o funcionamento seguro e contínuo das unidades de terapia intensiva do hospital.

Foto: Arquivo/Assecom/Demis Roussos / ASSECOM/RN

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STF marca julgamento de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe para setembro

STF marca julgamento de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe para setembro

Primeira Turma do Supremo analisará ação penal contra oito réus, incluindo o ex-presidente, em oito sessões a partir de 2 de setembro

O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para 2 de setembro o início do julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados, todos réus por tentativa de golpe de Estado.

A análise começará às 9h e terá oito sessões, sendo seis extraordinárias. Além das duas sessões do dia 2 de setembro, uma pela manhã e outra à tarde, o cronograma prevê continuidade em 3, 9, 10 e 12 de setembro.

Participarão do julgamento os ministros Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino. Todas as sessões serão transmitidas pela TV Justiça, Rádio Justiça e pelo canal do Supremo no YouTube.

Ação Penal 2668

A ação penal 2668 é a mais avançada entre as que investigam a tentativa de golpe denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O processo tem como alvo o chamado “núcleo crucial” da trama, formado pelas principais lideranças apontadas pela investigação.

A denúncia, apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, baseou-se em inquéritos da Polícia Federal (PF). Segundo a PGR, Bolsonaro liderou um plano para desacreditar o sistema eleitoral e criar um ambiente favorável a uma ruptura democrática.

De acordo com o órgão, a estratégia começou em 2021, quando Bolsonaro orientou integrantes de seu governo a atacar a urna eletrônica e questionar o processo eleitoral. O plano teria culminado nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas em Brasília.

Provas apresentadas

Entre as evidências reunidas estão minutas de decretos golpistas, além de planos denominados “Luneta”, “Copa 2022” e “Punhal Verde Amarelo”. Segundo a PGR, tais documentos chegaram a prever sequestro e assassinato de autoridades, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice eleito, Geraldo Alckmin.

Réus do núcleo 1

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice em 2022;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Todos foram denunciados por cinco crimes: organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. As penas podem superar 30 anos de prisão.

Defesas

Após a entrega das alegações finais ao Supremo em 13 de agosto, o julgamento foi marcado. A defesa de Bolsonaro classificou a denúncia como “absurda” e “golpe imaginado”. Os demais advogados buscaram desvincular seus clientes do complô, mas pediram absolvição.

Foto: Alan Santos/PR/Ilustração/Arquivo

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Justiça solta fundador da Ultrafarma e diretor da Fast Shop após prisão por esquema de corrupção

Justiça solta fundador da Ultrafarma e diretor da Fast Shop após prisão por esquema de corrupção

Sidney Oliveira e Mario Otávio Gomes estavam presos desde terça-feira (12) em investigação sobre créditos de ICMS

O fundador da Ultrafarma, Sidney Oliveira, e o diretor estatutário da Fast Shop, Mario Otávio Gomes, foram soltos nesta sexta-feira (15) após decisão judicial que expediu alvarás de soltura. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).

Os dois executivos estavam presos desde terça-feira (12), quando o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) deflagrou uma operação contra esquema de corrupção envolvendo auditores-fiscais tributários da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).

Esquema investigado

De acordo com o MP, a investigação teve início há cerca de seis meses e apontou indícios de que o esquema funcionava desde 2021. Empresários do setor varejista pagariam propina a auditores da Sefaz-SP em troca de facilidades na liberação de créditos de ICMS.

O crédito do ICMS é um direito de empresas contribuintes, mas o processo de ressarcimento é considerado burocrático e demorado. Segundo os promotores, os pagamentos ilegais tinham como objetivo agilizar os prazos e reduzir entraves para a restituição.

O promotor de Justiça Roberto Bodini informou que outras empresas do setor varejista também podem estar envolvidas no esquema.

Operação e prisões

Na terça-feira (12), o MP-SP cumpriu mandados de prisão e busca em endereços ligados aos investigados. Entre os alvos estavam empresários e auditores da Fazenda estadual. A operação faz parte de um inquérito mais amplo conduzido pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Os investigadores afirmaram que há documentos e provas que indicam pagamentos recorrentes feitos por empresários para acelerar a liberação dos créditos tributários.

Defesas das empresas

Em nota oficial, a Fast Shop declarou que está colaborando integralmente com as autoridades durante o andamento das investigações. A Ultrafarma, por sua vez, divulgou comunicado no qual afirmou que “as informações veiculadas serão devidamente esclarecidas no decorrer do processo e demonstrará a inocência no curso da instrução”.

As apurações do MP-SP continuam para identificar a extensão do esquema e possíveis novas empresas beneficiadas.

Foto: Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP

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Moraes autoriza visita de oito familiares a Bolsonaro no Dia dos Pais

Moraes autoriza visita de oito familiares a Bolsonaro no Dia dos Pais

STF mantém restrições e proíbe uso de celulares durante encontro na prisão domiciliar do ex-presidente

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou oito familiares do ex-presidente Jair Bolsonaro a visitá-lo neste domingo (10.ago.2025), em razão do Dia dos Pais.

Na segunda-feira (4.ago), Moraes havia decretado a prisão domiciliar do ex-presidente e restringido o acesso à residência em Brasília.

O pedido para inclusão de novos visitantes foi feito pela defesa de Bolsonaro. Moraes já havia determinado que filhos e netos não necessitam de autorização prévia para as visitas.

Lista de visitantes autorizados

Entre os autorizados estão o sogro Vicente de Paulo Reinaldo, a sogra Maisa Torres Antunes, a nora Fernanda Antunes, uma neta, dois sobrinhos e um irmão de criação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

O ministro determinou que, durante as visitas, não seja permitido o uso de celulares para fotografar ou gravar imagens.

Motivo das restrições

As medidas foram adotadas após Moraes considerar que Bolsonaro utilizou as redes sociais de familiares para burlar proibições judiciais, inclusive por meio de terceiros.

No domingo (3.ago), os filhos do ex-presidente — Carlos, Flávio e Eduardo Bolsonaro — publicaram postagens de agradecimento do pai a apoiadores que participaram de atos em várias cidades.

Investigações em andamento

As restrições fazem parte de um inquérito no qual o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, é investigado por suposta articulação com o governo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para adotar medidas de retaliação contra autoridades brasileiras e ministros do STF.

Em março, Eduardo Bolsonaro pediu licença do mandato e se mudou para os Estados Unidos, alegando perseguição política. No processo, Jair Bolsonaro é investigado por supostamente enviar recursos via Pix para custear a estadia do filho no exterior.

O ex-presidente também responde a uma ação penal no STF relacionada a uma suposta trama golpista, cujo julgamento está previsto para setembro.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil / Isac Nóbrega/PR / Marcos Corrêa/PR / Lula Marques/Agência Brasil

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Justiça eleitoral cassa prefeito e vice de Equador por abuso de poder e uso de perfil fake

Justiça eleitoral cassa prefeito e vice de Equador por abuso de poder e uso de perfil fake

Decisão aponta uso de perfil anônimo para ataques a adversários e contratação irregular de cooperados durante o pleito de 2024

A Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte cassou os mandatos do prefeito de Equador, Cletson Rivaldo de Oliveira (MDB), e do vice-prefeito Caio Cesar Ferreira de Oliveira (Podemos), por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante o pleito municipal de 2024. A sentença foi proferida nesta sexta-feira (1º.ago.2025) pelo juiz eleitoral Wilson Neves de Medeiros Júnior e também os tornou inelegíveis por oito anos.

A decisão foi baseada em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), que apontou que os dois gestores participaram da operação de um perfil anônimo na rede social Instagram, denominado “O Sincerão” (@sincerao_o). De acordo com o processo, o perfil foi utilizado de forma contínua para atacar adversários políticos, com publicações ofensivas, inverídicas e difamatórias contra figuras locais como Noeide Clemens, Cláudio Damião, José Frankiney (“Kiney”) e Camila Cantalice. Esta última teria desistido da candidatura após os ataques.

A quebra do sigilo telemático autorizada pela Justiça revelou que o perfil era acessado a partir de dispositivos vinculados ao próprio prefeito. As postagens foram consideradas de alta gravidade e com impacto relevante no cenário eleitoral da cidade, que tem pouco mais de 5 mil habitantes.

Além do uso do perfil falso, o juiz também reconheceu abuso de poder político com a utilização da estrutura da administração municipal para beneficiar a campanha dos investigados. A prefeitura de Equador contratou centenas de cooperados via cooperativas de trabalho no ano eleitoral, elevando significativamente os gastos públicos. Segundo a sentença, as contratações configuraram uso da máquina pública com fins eleitorais, violando a isonomia entre os candidatos.

O juiz Wilson Neves destacou que a conduta dos investigados comprometeu a lisura do processo eleitoral e ultrapassou os limites da disputa democrática.

Apesar da decisão, que é de primeira instância, Cletson Rivaldo e Caio Cesar seguem nos cargos até que eventual recurso seja julgado por instância superior. Caso a decisão seja mantida, o presidente da Câmara de Vereadores de Equador deverá assumir temporariamente o Executivo Municipal, até a realização de novas eleições, conforme previsto pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN).

Cletson Rivaldo foi reeleito em 2024 com 2.216 votos, o equivalente a 53,83% dos votos válidos. Sua principal adversária, a ex-prefeita Noeide Clemens (Solidariedade), obteve 1.901 votos, representando 46,17%. A diferença entre os dois candidatos foi de 315 votos.

A AIJE também teve como investigado Eldrin Wenceslau Diniz Falcão Silva, apontado como participante da operação do perfil “O Sincerão”.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração / Reprodução / Antonio Augusto/Ascom/TSE

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Carla Zambelli continuará presa na Itália enquanto aguarda extradição

Carla Zambelli continuará presa na Itália enquanto aguarda extradição

Deputada federal licenciada está detida em Roma e permanecerá sob custódia até decisão do Tribunal

A Justiça da Itália decidiu, nesta sexta-feira (1º.ago.2025), que a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) continuará presa na penitenciária de Rebibbia, em Roma, enquanto aguarda o andamento do processo de extradição. A decisão foi tomada pela Quarta Seção do Tribunal de Roma, durante audiência de custódia.

Zambelli foi detida na última terça-feira (29.jul.2025), após ser localizada em um endereço na capital italiana, onde estava escondida desde que foi considerada foragida pela Justiça brasileira. A Corte italiana deverá avaliar o pedido de liberdade da deputada em meados de agosto.

Despacho do STF

Na quinta-feira (31.jul), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) adote todas as providências cabíveis para viabilizar a extradição da parlamentar. “Oficie-se à AGU para que acompanhe e adote as providências cabíveis e necessárias relacionadas ao processo de extradição da ré”, afirmou Moraes no despacho.

Zambelli foi alvo de mandado de prisão por descumprimento de medidas judiciais relacionadas a investigações em andamento no STF. Sua prisão foi comunicada formalmente às autoridades brasileiras após a confirmação da custódia na Itália.

A Penitenciária de Rebibbia, onde Zambelli está detida, é uma das principais unidades prisionais de Roma e abriga mulheres em regime fechado.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

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Lula recebe ministros do STF em jantar após sanção dos EUA

Lula recebe ministros do STF em jantar após sanção dos EUA

Ministro Alexandre de Moraes foi alvo de sanção de Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe na noite desta quinta-feira (31) ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para um jantar no Palácio da Alvorada.

O encontro foi marcado para demonstrar apoio ao ministro Alexandre de Moraes e à Corte um dia após o governo dos Estados Unidos anunciar sanções financeiras contra Moraes, com base na Lei Magnitsky, norma norte-americana que prevê a aplicação de restrições para quem é considerado violador de direitos humanos.

Todos os 11 membros do STF foram convidados. Estão no jantar o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e os ministros Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Edson Fachin, além de Moraes.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet; o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e advogado-geral da União, Jorge Messias, também estão presentes.

A aplicação da Lei Magnitsky é a segunda sanção aplicada contra Alexandre de Moraes pelo presidente Trump. Na noite de ontem (30), Lula divulgou nota em que afirmou que o Brasil “é um país soberano e democrático, que respeita os direitos humanos e a independência entre os Poderes”. “Um país que defende o multilateralismo e a convivência harmoniosa entre as Nações, o que tem garantido a força da nossa economia e a autonomia da nossa política externa. É inaceitável a interferência do governo norte-americano na Justiça brasileira”, afirmou o presidente.

No dia 18 de julho, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos do ministro, seus familiares e “aliados na Corte”.

O anúncio foi feito após Moraes abrir um inquérito para investigar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, pela atuação junto ao governo dos Estados Unidos para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo e tentar barrar o andamento da ação penal sobre a trama golpista.

Em março deste ano, Eduardo pediu licença do mandato parlamentar e foi morar nos Estados Unidos, sob a alegação de perseguição política. A licença terminou no último dia 20.

Foto: Antonio Augusto/STF

Da Agência Brasil

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Estados Unidos sancionam Alexandre de Moraes

Estados Unidos sancionam Alexandre de Moraes

Governo norte-americano acusa ministro do STF de violar direitos humanos; instituições brasileiras reagem e defendem soberania nacional e atuação do Judiciário

Às vésperas do aumento generalizado de preços no Brasil, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), vinculado ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, anunciou sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A medida foi adotada com base na Lei Magnitsky, usada pelo governo norte-americano para punir pessoas acusadas de violar direitos humanos.

Segundo o órgão dos EUA, Moraes seria responsável por decisões que violam a liberdade de expressão e promovem prisões arbitrárias. O documento menciona, entre outros pontos, as ações do ministro durante o julgamento da tentativa de golpe de Estado no Brasil e medidas direcionadas a empresas de mídia social estadunidenses.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, declarou: “Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados – inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação de hoje deixa claro que o Tesouro continuará a responsabilizar aqueles que ameaçam os interesses dos EUA e as liberdades de nossos cidadãos”.

As sanções incluem o bloqueio de bens e empresas ligadas ao ministro nos Estados Unidos, caso haja participação igual ou superior a 50%. Também ficam proibidas transações entre empresas norte-americanas e pessoas sancionadas, além do impedimento de entrada no território norte-americano.

O OFAC ainda citou decisões de Moraes envolvendo redes sociais como Rumble, vinculada à Trump Media & Technology Group, e a plataforma X, ambas sediadas nos Estados Unidos. A Rumble foi suspensa no Brasil por não possuir representante legal, o que contraria a legislação nacional. Em agosto de 2024, Moraes determinou a suspensão da plataforma X pelos mesmos motivos.

O documento acusa o ministro de minar a liberdade de expressão tanto de brasileiros quanto de cidadãos norte-americanos. A OFAC menciona ordens para bloquear perfis e prender usuários de redes sociais, mas não apresenta detalhes sobre os casos citados.

A resposta institucional brasileira foi imediata. O Supremo Tribunal Federal divulgou uma nota à imprensa na qual manifesta solidariedade a Alexandre de Moraes. A Corte ressaltou que as decisões atribuídas ao ministro foram todas validadas em votações colegiadas e que os processos judiciais referentes à tentativa de golpe contêm indícios graves de crimes, inclusive de um plano que envolvia o assassinato de autoridades públicas.

“O Supremo Tribunal Federal não se desviará do seu papel de cumprir a Constituição e as leis do país, que asseguram a todos os envolvidos o devido processo legal e um julgamento justo”, declarou a instituição em nota.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou oficialmente, classificando com “assombro” a aplicação de sanções a um magistrado brasileiro por um país estrangeiro. “A PGR manifesta solidariedade ao ministro, ao Supremo Tribunal Federal e ao Judiciário brasileiro. Renova o reconhecimento da exatidão técnica das deliberações do Supremo Tribunal Federal e dos seus integrantes”, afirmou o órgão.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), em publicação nas redes sociais, reforçou a soberania do país. Sem citar diretamente os Estados Unidos ou Alexandre de Moraes, Motta afirmou que o Brasil não pode apoiar sanções externas contra membros de qualquer Poder constituído da República.

“Como país soberano não podemos apoiar nenhum tipo de sanção por parte de nações estrangeiras dirigida a membros de qualquer Poder constituído da República. Isso vale para todos os parlamentares, membros do executivo e ministros dos Tribunais Superiores”, destacou.

Hugo Motta também reafirmou o papel da Câmara como espaço de diálogo e equilíbrio na defesa da institucionalidade e da democracia brasileira, especialmente em contextos considerados desafiadores.

Especialistas ouvidos por agências internacionais afirmam que setores da extrema-direita, no Brasil e nos Estados Unidos, vêm utilizando narrativas incompletas para sustentar a ideia de perseguição e censura. Pesquisadores apontam que o ordenamento jurídico brasileiro prevê limites à liberdade de expressão e que o Judiciário atua com respaldo legal e independência.

A professora de Direito Constitucional da Universidade Estadual de Pernambuco (UPE), Flávia Santiago, explicou que todas as democracias impõem limites à liberdade de expressão. “A democracia brasileira tem limites e um deles é não pôr em dúvida as próprias instituições democráticas. Isso faz parte da nossa proposta de democracia que está na Constituição de 1988”, observou.

Já Fábio de Sá e Silva, pesquisador associado do Washington Brazil Office (WBO), afirmou que o bloqueio de perfis ou postagens está previsto em lei, principalmente quando envolvem crimes como incentivo ao golpe de Estado, pedofilia ou apologia ao nazismo — práticas consideradas ilegais no Brasil.

Até o momento, o impacto prático das sanções aplicadas a Moraes é considerado limitado, já que o ministro não possui bens nem contas nos Estados Unidos e tampouco tem o hábito de viajar ao país. A sanção desta semana é a segunda contra Moraes no ano. Em julho, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos do ministro, seus familiares e aliados no STF, após a abertura de um inquérito contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

O parlamentar, que ficou licenciado do mandato entre março e julho de 2025, residiu nos Estados Unidos nesse período sob a alegação de perseguição política. Ele é investigado por articulações junto ao governo norte-americano para influenciar decisões contra o Judiciário brasileiro e impedir o avanço das investigações sobre os atos golpistas.

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil / Valter Campanato/Agência Brasil / Paulo Pinto/Agência Brasil / Marcelo Camargo/Agência Brasil / Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

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Deputada Carla Zambelli é presa na Itália após condenação no STF

Deputada Carla Zambelli é presa na Itália após condenação no STF

Zambelli estava foragida após sentença de 10 anos de prisão por invasão a sistemas do CNJ; extradição pode ser solicitada

A deputada federal Carla Zambelli foi presa pela polícia italiana na tarde desta terça-feira (29.jul.2025), na Itália. A informação foi confirmada por fontes da Polícia Federal brasileira. Zambelli estava foragida desde que foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, em maio, por invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Segundo a investigação, o crime foi cometido em 2023 e a invasão foi executada pelo hacker Walter Delgatti, que afirmou ter agido sob orientação da parlamentar. Após a condenação, Zambelli deixou o Brasil e passou a integrar a lista de procurados pela Interpol.

A localização da deputada em território italiano foi divulgada pelo deputado italiano Angelo Bonelli, que publicou em sua conta oficial na rede X (antigo Twitter) que havia repassado à polícia um endereço em Roma onde Zambelli estaria hospedada.

“Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Dei o endereço à polícia, e a polícia já está identificando Zambelli”, escreveu Bonelli.

O parlamentar italiano já havia se manifestado sobre o caso anteriormente. Em junho, Bonelli solicitou ao governo da Itália urgência na extradição da deputada brasileira. Segundo ele, a cidadania italiana não deveria ser usada como forma de escapar de uma condenação judicial no Brasil.

Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por sua participação no episódio de invasão ao sistema do CNJ. A decisão do Supremo Tribunal Federal foi fundamentada em provas obtidas durante a investigação da ação criminosa, que envolveu acesso não autorizado a dados judiciais e adulterações em documentos eletrônicos.

De acordo com os autos do processo, Delgatti admitiu que realizou os acessos e alterações no sistema mediante instruções da deputada, com o objetivo de descredibilizar instituições públicas.

Além do caso envolvendo o CNJ, Carla Zambelli responde a outro processo no STF, relativo ao episódio em que sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.

O episódio ocorreu em São Paulo, no bairro dos Jardins, durante um ato político. A perseguição foi registrada em vídeo e gerou repercussão nacional. A Procuradoria-Geral da República denunciou a parlamentar, que virou ré em agosto de 2023.

Até o momento, o julgamento deste segundo processo registra placar de 6 votos a 0 pela condenação de Zambelli a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto. No entanto, a conclusão foi adiada após um pedido de vista apresentado pelo ministro Nunes Marques.

A prisão de Zambelli na Itália pode dar início ao processo formal de extradição, que será conduzido por meio de cooperação entre os governos do Brasil e da Itália. Ainda não há informações oficiais sobre os próximos passos legais ou se a deputada será imediatamente deportada ao Brasil.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

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Coronel diz que reunião de kids pretos era encontro entre amigos

Coronel diz que reunião de kids pretos era encontro entre amigos

STF começou hoje a interrogar Núcleo 3 da trama golpista

O coronel Bernardo Romão Correa Neto, réu da trama golpista que teria tentado manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, disse que a reunião em que teriam sido planejadas ações contra adversários do complô era na verdade uma confraternização entre amigos da mesma especialidade militar. O militar foi interrogado na manhã desta segunda-feira (28) no Supremo Tribunal Federal.

Romão Correia Neto negou qualquer envolvimento com alguma ideia de ruptura institucional ou golpe de Estado, ou qualquer planejamento de sequestro ou execução de autoridades adversárias ao complô golpista.

“O que houve na verdade foi um encontro de amigos das Forças Especiais. Não houve organização. Esses encontros ocorrem espontaneamente quando há várias pessoas reunidas numa guarnição”, declarou o militar.

O coronel disse ainda que, em 28 de novembro de 2022, data da suposta reunião golpista, ele estava em Brasília em cumprimento de missão, e que o encontro entre os membros das Forças Especiais ocorreu pela coincidência de outros colegas estarem na capital do país na mesma ocasião.

Segundo ele, não houve organização prévia para o evento, nem a discussão de qualquer tipo de planejamento de ações para um golpe. “Esse encontro foi realizado num salão de festa, cercados de paredes de vidro. Foi entregue pizza, refrigerante, as pessoas estavam conversando de forma casual, porteiro passando… Impossível que um planejamento de Forças Especiais seja feito dessa forma”, opinou.

Carta

O militar foi questionado ainda sobre uma carta que foi encaminhada por ele a um colega, cujo teor faz ataques ao então comandante do Exército, general Freire Gomes, por ele não aderir aos planos golpistas.

Segundo o coronel, tal documento foi solicitado a ele por um colega, e ele apenas buscou o arquivo em um grupo de aplicativo de mensagens, do qual disse que era membro mas não participava, e o encaminhou.

Ele negou que o texto tenha sido preparado na suposta reunião de kids pretos, como são informalmente chamados os integrantes das Forças Especiais do Exército.

Mensagens

Bernardo Romão Correa Neto foi confrontado também com mensagens que enviou ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, com teor cifrado em que parece se lamentar pela hesitação do ex-presidente ou dos comandantes das Forças Armadas em tomar alguma atitude diante da situação do país.

O coronel disse ser um “militar alegre”, que gosta de se relacionar, e por isso tinha conversas informais com os colegas, mas que não devem ser levadas a sério, sendo apenas “preocupações com a situação do país”.

Sobre uma das mensagens, em que ele diz ser necessário “influenciar” o alto comando das Forças Armadas, o coronel disse que a Polícia Federal (PF), no relatório final da investigação sobre a trama, teria retirado a palavra “positivamente” do texto.

Segundo o coronel, “influenciar positivamente” seria convencer os comandantes a esclareciam a seus subordinados sobre a real situação do país, após uma mensagem oficial do Exército ter legitimado as manifestações em frente aos quartéis. “As pessoas ficaram achando que as Forças Armadas fariam alguma coisa, mas isso não era verdade”, disse.

Ele pediu desculpas ao Exército e aos seus superiores pelo “vazamento” de mensagens que seriam privadas.

“Ficou a impressão de que eu estava sendo ingrato. Eu nunca fui ingrato, pelo contrário, admiro muito a minha instituição, amo a minha instituição e me desculpo com meus superiores”, disse. “Nunca vou ser a favor de uma ruptura ou de um golpe de Estado ou nada nesse sentido”

Réus

O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta segunda-feira (28) os interrogatórios do núcleo 3 da trama golpista formado por nove militares e um policial federal.

O grupo é acusado de realizar ações de campo para consumar o golpe, colocando em marcha um plano para “neutralizar” adversários, e também de promoverem uma campanha para pressionar o alto comando das Forças Armadas a aderir ao complô golpista.

Confirma a lista de réus a serem interrogados hoje:

  • Bernardo Romão Correa Netto (coronel);
  • Estevam Theóphilo (general);
  • Fabrício Moreira de Bastos (coronel);
  • Hélio Ferreira (tenente-coronel);
  • Márcio Nunes De Resende Júnior (coronel);
  • Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel);
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel);
  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel);
  • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel);
  • Wladimir Matos Soares (policial federal).

Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF / Nelson Jr/SCO/STF / Wallace Martins/STF

Da Agência Brasil

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STF determina retirada de deputados bolsonaristas acampados na Praça dos Três Poderes

STF determina retirada de deputados bolsonaristas acampados na Praça dos Três Poderes

Alexandre de Moraes autoriza uso de força policial e eventual prisão em caso de resistência

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), assinou despacho na noite desta sexta-feira (25.jul.2025) determinando a retirada de deputados federais ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro que estavam acampados na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A decisão atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que alertou para riscos à segurança pública.

Na decisão, Moraes autorizou o uso de força policial e a prisão em flagrante dos parlamentares em caso de resistência. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi intimado para cumprir a ordem judicial e conduziu pessoalmente as negociações com os manifestantes.

Parlamentares alvos da decisão

O grupo de deputados acampados incluía Hélio Lopes (PL-RJ), Sóstenes Cavalcante (PL-AL), Cabo Gilberto Silva (PL-PB), Coronel Chrisóstomo (PL-RO) e Rodrigo da Zaeli (PL-MT). Segundo o despacho, os parlamentares estavam “participando de possível prática criminosa” ao se manterem na área.

A manifestação começou na tarde de sexta-feira, quando o deputado Hélio Lopes montou uma barraca no local, em protesto contra decisões judiciais que atingem o ex-presidente Jair Bolsonaro. Lopes utilizou esparadrapo na boca em sinal de protesto. Outros parlamentares se uniram à ação ao longo do dia.

Medida para evitar novo 8 de Janeiro

No texto da decisão, Moraes justificou a medida como forma de evitar episódios semelhantes aos atos ocorridos em 8 de janeiro de 2023. O ministro também proibiu a instalação de novos acampamentos em um raio de 1 quilômetro da Praça dos Três Poderes, da Esplanada dos Ministérios e dos quartéis das Forças Armadas.

“Para garantir a segurança pública e evitar novos eventos criminosos semelhantes aos atos golpistas ocorridos em 8/1/2023, determinou a proibição de qualquer acampamento em um raio de 1 km da Praça dos Três Poderes, Esplanada dos Ministérios e, obviamente, em frente aos quartéis das Forças Armadas”, escreveu Moraes.

Decisão autoriza prisão em flagrante

Na decisão, Moraes deferiu integralmente os pedidos da PGR, incluindo:

  • A remoção imediata dos deputados acampados;
  • Prisão em flagrante por desobediência ou resistência, caso os manifestantes se recusassem a sair;
  • Adoção de medidas imediatas pelas polícias Militar e Federal para garantir o cumprimento da ordem.

A Polícia Militar do Distrito Federal foi encarregada de executar a retirada. A área da Praça dos Três Poderes, considerada de segurança institucional, teve o acesso de veículos bloqueado para reforço da proteção.

Reação e negociação

Durante a negociação, intermediada pelo desembargador aposentado Sebastião Coelho, o governador Ibaneis Rocha afirmou estar desconfortável com a situação. “Eu não concordo com as coisas que estão acontecendo, Sebastião”, declarou ao interlocutor.

Os parlamentares aceitaram desmontar o acampamento sob risco de prisão. Inicialmente, tentaram transferir as barracas para outro local da Esplanada dos Ministérios. No entanto, foram informados da nova decisão de Moraes, que proibia qualquer acampamento dentro do perímetro de 1 km da área.

O deputado Coronel Chrisóstomo, após desmontar sua barraca, declarou: “Nossa luta é pela liberdade. Não temos mais tempo. De poder falar, liberdade ao nosso grande líder Bolsonaro, e queremos votar o PL da anistia.”

Medidas adicionais de segurança

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, por meio do secretário Sandro Avelar, também manifestou preocupação com a possibilidade de repetição dos eventos de 8 de janeiro. A recomendação da pasta era que os manifestantes fossem deslocados para a Praça das Bandeiras, mais afastada do Supremo Tribunal Federal.

A retirada dos parlamentares ocorreu sem confrontos. A Polícia Militar instalou grades de contenção e reforçou o isolamento do entorno do STF durante a madrugada.

Foto: Wallace Martins/STF / Fellipe Sampaio/SCO/STF / Rosinei Coutinho/SCO/STF / Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Ibaneis Rocha ameaça prender deputados bolsonaristas acampados na Praça dos Três Poderes

Ibaneis Rocha ameaça prender deputados bolsonaristas acampados na Praça dos Três Poderes

Governador do DF afirma que manterá diálogo, mas autorizará prisões em caso de recusa em deixar o local

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, declarou nesta sexta-feira (25.jul.2025) que poderá autorizar a prisão de deputados bolsonaristas que estão acampados na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Segundo ele, a prioridade é negociar uma saída pacífica, mas, caso não haja cooperação, as detenções serão autorizadas.

“Vamos tentar tirar pacificamente. Se não saírem, serão presos”, afirmou o governador em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

A área onde se encontram os manifestantes é considerada zona de segurança institucional, por abrigar os prédios do Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto. A Polícia Militar do DF interditou o acesso de veículos à Praça como forma de reforçar a proteção.

Contexto da manifestação

O protesto foi iniciado pelo deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), que montou uma barraca na Praça em protesto contra decisões judiciais envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Lopes colocou um esparadrapo na boca e afirmou estar em defesa da liberdade de expressão. Em uma carta aberta publicada nas redes sociais, declarou que o Brasil “não é mais uma democracia”.

O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) foi o primeiro político a se juntar ao protesto. Ambos alegam que continuarão acampados no local.

Ações da segurança pública

O secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, alertou para o risco de um novo episódio semelhante ao ocorrido em 8 de janeiro de 2023. Ele sugeriu que os deputados se deslocassem para a Praça das Bandeiras, na Esplanada dos Ministérios, mas a proposta não foi aceita.

Durante a tentativa de negociação, Avelar argumentou que a permanência dos manifestantes na Praça dos Três Poderes poderia atrair mais pessoas e sair do controle. Ele foi acompanhado do desembargador aposentado Sebastião Coelho, que atua como interlocutor dos parlamentares.

Coelho afirmou que “Hélio não sai não. Só sai na força. Está determinado”. O deputado Hélio Lopes permaneceu calado, lendo passagens bíblicas, com o esparadrapo na boca.

O secretário mencionou ainda um vídeo publicado pelo deputado Zé Trovão (PL-SC), que afirma que embarcará para Brasília no domingo (27.jul) e permanecerá no local até que o ministro Alexandre de Moraes seja destituído do STF.

“Domingo estarei chegando em Brasília e só saio da frente do STF quando Alexandre de Moraes for impeachmado (sic), quando o Brasil voltar à sua normalidade”, diz o parlamentar na gravação.

Reações políticas

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que também irá a Brasília para acompanhar os deputados no protesto. Ele declarou que a presença será uma forma de garantir o respeito aos direitos parlamentares.

Sebastião Coelho, durante a negociação com Avelar, ponderou que “isolar a praça passa uma imagem muito ruim”, mas o secretário respondeu que o objetivo é evitar confrontos com possíveis infiltrados. Coelho solicitou a criação de um desvio para que os manifestantes possam permanecer nas ruas.

O acampamento segue instalado, com expectativa de que mais parlamentares se juntem ao grupo ao longo do final de semana.

Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília / Renato Alves/Agência Brasília

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Senador Marcos do Val viaja aos EUA apesar de restrições do STF e tem contas bloqueadas por Moraes

Senador Marcos do Val viaja aos EUA apesar de restrições do STF e tem contas bloqueadas por Moraes

Parlamentar embarcou para Miami usando passaporte diplomático, mesmo após decisão do STF que determinava apreensão do documento e proibição da viagem

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) deixou o Brasil e viajou para os Estados Unidos, apesar de estar com os passaportes bloqueados por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A viagem foi confirmada nesta quinta-feira (24.jul.2025), por meio de nota divulgada pela assessoria do parlamentar.

De acordo com o comunicado, a viagem ocorreu utilizando um passaporte diplomático que não foi apreendido pela Polícia Federal (PF), embora a apreensão tenha sido determinada pelo ministro Alexandre de Moraes em agosto de 2023. O documento, segundo a assessoria, está válido até 31 de julho de 2027, e o visto americano (B1/B2) foi renovado pela embaixada dos Estados Unidos no Brasil em 22 de julho de 2025, com validade até 16 de julho de 2035.

A Polícia Federal chegou a realizar buscas em endereços ligados ao senador, mas o passaporte diplomático não foi localizado. Em fevereiro deste ano, a Primeira Turma do STF confirmou, por unanimidade, a ordem de apreensão do passaporte, além do bloqueio das redes sociais do parlamentar, que também foi proibido de se manifestar por essas plataformas. A investigação apura suposta tentativa do senador de constranger e intimidar investigadores da PF.

No dia 15 de julho, Marcos do Val protocolou um pedido ao STF solicitando autorização para viajar de férias aos Estados Unidos com a família. O pedido foi negado por Alexandre de Moraes. Segundo informações publicadas pelo portal UOL, o senador embarcou para Miami na terça-feira (23.jul.2025), antes de seus advogados serem notificados formalmente da negativa, o que ocorreu na quinta-feira (25.jul).

Em nota oficial, o senador afirmou que comunicou previamente sua viagem ao Senado Federal, ao STF, à Polícia Federal e ao Ministério das Relações Exteriores. No entanto, não mencionou o fato de que não obteve autorização para a saída do país. Durante uma transmissão ao vivo realizada na quinta-feira (24), já nos Estados Unidos, Do Val afirmou: “Minha filha nasceu aqui, é norte-americana. Eu estou na Disney, vim passar férias”.

Poucas horas antes da live, a assessoria do senador havia divulgado posicionamento no qual defendia que não havia nenhuma decisão judicial que impedisse sua liberdade de locomoção. “Apesar de estar sofrendo graves violações das minhas prerrogativas parlamentares, até o momento, não há qualquer decisão judicial válida que restrinja a minha liberdade de locomoção”, dizia a nota. Ainda segundo o comunicado, o parlamentar seguiria exercendo seu mandato normalmente e mantendo agendas institucionais.

Nesta sexta-feira (25.jul), após a confirmação da viagem e diante do descumprimento das medidas cautelares impostas, o ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio das contas bancárias do senador e das chaves Pix vinculadas ao seu nome. A decisão foi publicada após a constatação de que o parlamentar teria burlado as medidas impostas pelo Supremo.

Marcos do Val é investigado por obstrução de Justiça, após ter publicado dados pessoais do delegado da Polícia Federal Fábio Schor, responsável por investigações relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aos atos antidemocráticos de dezembro de 2022. A ordem de apreensão do passaporte do senador foi mantida em março deste ano pelos ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, que compõem a Primeira Turma do STF.

Até o momento, não está claro de que forma o senador conseguiu sair do país, considerando que o passaporte diplomático deveria ter sido apreendido e que o pedido de viagem havia sido oficialmente negado pelo Supremo Tribunal Federal.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado / Geraldo Magela/Agência Senado

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General confirma autoria de plano contra autoridades, mas diz que não compartilhou documento

General confirma autoria de plano contra autoridades, mas diz que não compartilhou documento

Mário Fernandes admitiu ter redigido o chamado plano Punhal Verde e Amarelo, mas afirmou ao STF que o conteúdo era apenas um pensamento individual e foi destruído após impressão

O general da reserva Mário Fernandes confirmou, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (24.jul.2025), que foi o autor do chamado plano Punhal Verde e Amarelo. O documento, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), previa ações contra autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Durante a oitiva, o general afirmou que o plano não passou de um “pensamento digitalizado” e que “não foi compartilhado com ninguém”. Segundo ele, o documento foi impresso apenas para facilitar a leitura e, em seguida, rasgado. “Hoje eu me arrependo disso. Era apenas um pensamento de um militar, que não foi compartilhado com ninguém”, declarou.

Mário Fernandes ocupou o cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Jair Bolsonaro. A PGR aponta que ele teria atuado na coordenação de ações de “monitoramento e neutralização de autoridades públicas” com o ex-assessor presidencial Marcelo Costa Câmara, além de manter interlocução com lideranças populares ligadas aos atos do dia 8 de janeiro.

Durante o depoimento, o general também confirmou ter redigido uma minuta para a criação de um gabinete de crise. A proposta, segundo ele, serviria para o “assessoramento” do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em caso de uma crise institucional. Conforme a PGR, o objetivo do documento seria estabelecer diretrizes estratégicas para o gerenciamento dessa crise.

No plano elaborado, o comando do “Gabinete de Crise” seria atribuído ao então ministro do GSI, general Augusto Heleno, enquanto a coordenação-geral ficaria com o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa. Mário Fernandes se colocava como integrante da assessoria estratégica e indicava Filipe Martins para a assessoria de Relações Institucionais.

Questionado pelo juiz auxiliar Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, o general justificou a impressão do documento nas dependências do Palácio do Planalto. “Imprimi porque estava ali. Às vezes, eu dedicava algum tempo desse tipo para temas pessoais, foi por isso que decidi imprimir ali”, disse.

Mário Fernandes também relatou que visitou entre cinco e sete vezes os acampamentos montados em frente a quartéis, onde manifestantes pediam intervenção militar. Ele disse ter visto “uma festa cívica” formada por pessoas “humildes”, mas negou contato com lideranças do movimento. Apesar disso, confirmou manter relação com Rodrigo Yassuo Faria Ikezili, um dos participantes do acampamento, que teria solicitado ajuda para instalar uma tenda no local.

O general afirmou ainda que chegou a propor a Augusto Heleno e Braga Netto a participação em uma audiência pública no Congresso Nacional com o objetivo de “denunciar fraudes eleitorais”.

Silvinei Vasques nega blitzes ilegais para dificultar voto no Nordeste durante eleições de 2022

O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques negou nesta quinta-feira (24) que tenha determinado a realização de blitzes ilegais com o objetivo de dificultar o deslocamento de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. O depoimento foi prestado ao juiz auxiliar Rafael Tamai, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Vasques é réu na ação penal referente ao núcleo 2 da chamada trama golpista e foi um dos alvos da investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR). A acusação aponta que ele teria mobilizado policiais para realizar fiscalizações direcionadas, especialmente na Região Nordeste, onde Lula teve maior votação.

No depoimento, Silvinei afirmou que o objetivo das operações era coibir crimes eleitorais como transporte ilegal de eleitores e bloqueios de rodovias. Ele também negou ter recebido ordens do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, a quem a PRF era subordinada. “Tudo que a gente recebeu de determinação, eu entendi que a gente deveria acatar. Eu entendo que era o dever legal. Não vi na fala do ministro nenhuma ilegalidade”, declarou.

A investigação indica que o efetivo da PRF no Nordeste no dia 30 de outubro de 2022 foi de 795 agentes, maior do que em qualquer outra região do país. No mesmo dia, os números em outras regiões foram: 230 (Norte), 381 (Centro-Oeste), 418 (Sul) e 528 (Sudeste).

O número de ônibus fiscalizados também foi superior no Nordeste. A região registrou 2.185 abordagens, enquanto nas demais foram 893 (Centro-Oeste), 632 (Sul), 571 (Sudeste) e 310 (Norte).

O julgamento dos réus do núcleo 2 está previsto para ocorrer no segundo semestre deste ano. A denúncia da PGR foi dividida em quatro núcleos. O núcleo 1, composto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, está na fase de alegações finais e deve ser julgado em setembro.

Foto: Isac Nóbrega/PR / Clauber Cleber Cetano/PR / Carolina Antunes/PR

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Justiça determina consulta à comunidade da Redinha sobre projeto turístico e Prefeitura de Natal recorre da decisão

Justiça determina consulta à comunidade da Redinha sobre projeto turístico e Prefeitura de Natal recorre da decisão

TRF5 obriga consulta prévia à comunidade tradicional da Redinha; Prefeitura apresenta recurso e afirma que projeto respeita legislação

O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) concedeu decisão liminar determinando que a Prefeitura de Natal realize uma consulta prévia, livre e informada (CPLI) com a comunidade tradicional da Redinha, na Zona Norte da capital potiguar, sobre as intervenções urbanísticas do projeto do Complexo Turístico da Redinha.

A ação foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF), que alegou que pescadores artesanais, marisqueiras, ribeirinhos, barraqueiros e pequenos comerciantes da região — todos reconhecidos pela União como comunidade tradicional — foram excluídos dos processos decisórios sobre as obras.

A liminar marca a primeira vez no Rio Grande do Norte em que o Judiciário reconhece o direito de uma comunidade tradicional de ser consultada formalmente antes da execução de um projeto que impacte diretamente seu território.

Segundo o MPF, as obras incluem reformas no mercado público, construção de quiosques e espaço para embarcações. A reforma do mercado foi concluída sem consenso com os comerciantes locais, que não teriam recebido assistência adequada após o desalojamento. Além disso, os antigos quiosques foram demolidos, e as novas estruturas ainda não foram entregues.

A decisão do desembargador federal Walter Nunes destaca que a consulta deveria ter ocorrido desde o início da intervenção estatal, como condição para qualquer deliberação que afetasse a comunidade e seu território. O despacho judicial determina que, durante a consulta, sejam discutidas medidas consensuais para a readequação da implementação e gestão do complexo.

O MPF argumenta que a continuidade do processo de concessão do mercado à iniciativa privada, sem a consulta obrigatória, poderia agravar os danos à comunidade. A Justiça Federal do RN deu prazo de cinco dias para que a Prefeitura informe quais medidas está adotando para cumprir a ordem judicial.

Prefeitura recorre e afirma que projeto cumpre legislação

Em nota divulgada à imprensa, a Prefeitura de Natal confirmou a apresentação de um recurso judicial, na forma de embargo de declaração, com o objetivo de esclarecer os limites e implicações da decisão proferida pelo TRF5. O Município afirmou que a consulta às comunidades tradicionais está prevista na legislação, mas defendeu que esse mecanismo democrático não impede a continuidade do projeto, desde que os direitos da população sejam respeitados e impactos sejam mitigados.

Segundo o comunicado, a Parceria Público-Privada (PPP) para o Mercado da Redinha tem como objetivo a transferência da prestação de serviço à iniciativa privada por tempo determinado, com foco na organização do espaço público, inclusão produtiva e valorização cultural local.

Ainda conforme a Prefeitura, os atuais permissionários e ocupantes da área afetada estão recebendo tratamento prioritário, com direito de permanência temporária e possibilidade de prorrogação, como forma de garantir continuidade de renda e segurança jurídica aos envolvidos.

A gestão municipal afirma que cumpre todas as normas legais e reitera o compromisso com uma transição dialogada, respeitando a história da Redinha e os marcos legais que regulam a relação com comunidades tradicionais.

Próximos passos

O TRF5 já determinou a realização da CPLI e aguarda a manifestação da Prefeitura sobre as providências adotadas. O MPF segue acompanhando o caso e ressalta que eventuais medidas unilaterais, sem consulta à comunidade afetada, não atendem aos parâmetros legais nacionais e internacionais relacionados aos direitos de povos e comunidades tradicionais.

A Prefeitura aguarda resposta sobre o recurso judicial interposto e afirma que as decisões futuras sobre o projeto dependerão da interpretação do Judiciário quanto ao alcance da liminar.

Foto: Magnus Nascimento/Prefeitura de Natal

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Moraes decide não prender Bolsonaro por descumprimento de cautelar

Moraes decide não prender Bolsonaro por descumprimento de cautelar

Ministro entendeu que a violação foi um ato “isolado”

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quinta-feira (24) não ter dúvida de que o ex-presidente Jair Bolsonaro violou a proibição de utilizar as redes sociais, mas que o episódio foi pontual e não seria o bastante para decretar a prisão preventiva.

Moraes apontou para publicação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro na rede social Facebook, feita momentos depois de uma ida do ex-presidente ao Congresso, onde Bolsonaro mostrou a tornozeleira eletrônica que foi obrigado a usar e deu declarações à imprensa.

“Na presente hipótese, na veiculação pelas redes sociais de discurso proferido por JAIR MESSIAS BOLSONARO na Câmara do Deputado por seu filho, também investigado, momentos após o acontecimento, constata-se a tentativa de burlar a medida cautelar”, escreveu Moraes.

O ministro reiterou que “não há dúvidas de que houve descumprimento da medida cautelar imposta, uma vez que, as redes sociais do investigado EDUARDO NANTES BOLSONARO foram utilizadas à favor de JAIR MESSIAS BOLSONARO dentro do ilícito modus operandi já descrito”.

No entanto, Moraes afirmou que a violação foi “isolada”, sem notícias de outros descumprimentos. Ele também disse ter levado em consideração as explicações da defesa de Bolsonaro. Os advogados negaram qualquer intenção do ex-presidente de violar medidas cautelares e afirmou que ele “vem observando rigorosamente as regras de recolhimento impostas”.

Ele advertiu, contudo, que “se houver novo descumprimento, a conversão será imediata” das cautelares em prisão preventiva.

Burlar proibições

Sobre o alcance das medidas cautelares impostas a Bolsonaro, o ministro esclareceu que em nenhum momento o ex-presidente foi proibido de conceder entrevista ou fazer manifestações públicas, mas que isso não significa que ele possa se valer de situações “pré fabricadas” para que sejam publicadas por terceiros de forma coordenada, burlando a proibição de usar as redes sociais.

“JUSTIÇA É CEGA MAS NÃO É TOLA!!!!!”, exclamou Moraes. O ministro destacou ser esse o modo de operar típico de milícias digitais que atacam a democracia, coordenar publicações nas redes sociais para disseminar eventuais crimes cometidos por Bolsonaro.

Soberania nacional

Moraes acrescentou que tais entrevistas e atos públicos de Bolsonaro são planejados “sempre com a finalidade de continuar a induzir e instigar chefe de Estado estrangeiro a tomar medidas para interferir ilicitamente no regular curso do processo judicial, de modo a resultar em pressão social em face das autoridades brasileiras, com flagrante atentado à Soberania nacional”.

A referência do ministro diz respeito a sanções do governo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, impostas contra ele próprio e outros sete ministros do Supremo e seus familiares, que tiveram seus vistos de entrada nos EUA canceladas.

O anúncio de medida foi feito pelas redes sociais pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. O motivo dado foi a suposta violação da liberdade de expressão e dos direitos humanos na condução dos processos sobre a trama golpista bolsonarista.

Neste mês, Trump também anunciou um tarifaço de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos EUA, a se tornar efetiva em 1º de agosto.

Em carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também publicada primeiro nas redes sociais, Trump deu como justificativa central para a medida o que disse ser uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro.

Inquérito

Bolsonaro e Eduardo são investigados pelo que seria uma tentativa de intimidar o Supremo Tribunal Federal (STF) a arquivar o processo no qual ele é acusado de ter tentado um golpe de Estado para se manter no poder após derrota eleitoral.

Ao impor medidas cautelares contra Bolsonaro, na última sexta-feira (18), Moraes afirmou que Bolsonaro faz uma “flagrante confissão” dos crimes de coação no curso do processo e obstrução de Justiça, ao dizer que o recuo de Trump do tarifaço está condicionado a uma anistia da trama golpista.

O ministro apontou que Bolsonaro confessou em juízo ter enviado R$ 2 milhões recebidos numa campanha de arrecadação para que Eduardo se mantenha nos EUA, onde percorre um périplo político para conseguir sanções internacionais contra os ministros do Supremo e o próprio Brasil.

As medidas cautelares impostas a Bolsonaro foram confirmadas na segunda (21) pela Primeira Turma do Supremo, por 4 votos a 1. Votaram a favor, além do próprio Moraes, os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O ministro Luiz Fux foi o único a divergir, por não ver risco de fuga do ex-presidente.

Foto: Carlos Moura/SCO/STF / Rosinei Coutinho/SCO/STF / Valter Campanato/Agência Brasil

Da Agência Brasil

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Flávio Bolsonaro protocola novo pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes

Flávio Bolsonaro protocola novo pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes

Sem se manifestar publicamente, ex-presidente permanece na sede do PL enquanto aliados criticam STF

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) protocolou nesta quarta-feira (24.jul.2025) um novo pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O documento foi apresentado com o argumento de que o magistrado teria abandonado sua posição de julgador imparcial ao impor medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A iniciativa ocorre enquanto Bolsonaro permanece recluso na sede do Partido Liberal, em Brasília, onde tem evitado declarações públicas em razão das medidas impostas pelo STF. De acordo com interlocutores, o ex-presidente está no local desde segunda-feira (22.jul), onde recebe visitas de aliados e mantém articulações políticas. A expectativa é que ele permaneça na sede do partido até o início da noite, quando deve retornar à residência, conforme determinação judicial.

Durante o dia, ao menos sete aliados estiveram na sede do PL. O grupo inclui o senador Magno Malta (PL-ES), os deputados Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Evair de Melo (PP-ES), Delegado Caveira (PL-AL), Domingos Sávio (PL-MG), Bruno Engler (PL-MG) e o vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-SC).

Sem poder se manifestar diretamente até que Moraes defina os limites das medidas cautelares, Bolsonaro tem transferido o discurso a parlamentares aliados. Críticas ao ministro foram feitas por diversos integrantes do grupo. O senador Magno Malta afirmou que o magistrado busca isolar o ex-presidente e citou nominalmente os ministros Luiz Fux, André Mendonça e Nunes Marques como exceções.

O deputado Domingos Sávio declarou que “Moraes precisa ir para o divã” e que o ministro “censura todo mundo”. Disse ainda que poderá ser preso, mas que continuará manifestando sua opinião. Já o senador Flávio Bolsonaro, ao apresentar o pedido no Senado, alegou que as decisões de Moraes contêm “nítida carga político-partidária”.

A petição foi protocolada diretamente no sistema da Casa. Cabe agora ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), decidir se dará andamento ao processo.

Além desse novo pedido, o Senado acumula ao menos outros 28 pedidos de impeachment contra Alexandre de Moraes. Segundo levantamento da CNN Brasil, 22 deles foram protocolados entre 2021 e 2024. Somente neste ano, sete novas petições foram apresentadas. Entre os autores estão parlamentares e cidadãos.

A motivação principal do pedido de Flávio Bolsonaro está relacionada à operação autorizada pelo STF na última sexta-feira (18.jul), que impôs ao ex-presidente o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de uso de redes sociais.

O ambiente na sede do PL é descrito por aliados como de união. Parlamentares afirmam que Bolsonaro está tranquilo e que não acredita ter cometido crimes. Interlocutores também relatam que a tensão diminuiu com a ausência de nova manifestação imediata do ministro Alexandre de Moraes sobre possível prisão preventiva.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado / Beto Barata/PL / Elaine Menke/PL

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STF inicia interrogatórios de réus por tentativa de golpe nas eleições de 2022

STF inicia interrogatórios de réus por tentativa de golpe nas eleições de 2022

Depoimentos por videoconferência incluem ex-assessor e ex-diretor da PRF; julgamento deve ocorrer no segundo semestre

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta quinta-feira (24.jul.2025) uma nova rodada de interrogatórios dos réus investigados por envolvimento na tentativa de golpe de Estado que teria ocorrido durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Os depoimentos começaram às 9h, por videoconferência, com os réus dos núcleos 2 e 4 da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). As oitivas integram uma das etapas finais da ação penal.

Entre os principais nomes interrogados estão Filipe Martins, ex-assessor de assuntos internacionais de Bolsonaro, e Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ambos são réus do Núcleo 2 e são acusados de participar da formulação e execução de estratégias que buscavam manter o ex-presidente no poder após o resultado das eleições de 2022.

Segundo a PGR, Filipe Martins teria apresentado um jurista a Bolsonaro com a proposta de redigir a chamada “minuta do golpe”, que previa decretar estado de sítio ou estado de defesa. Já Silvinei Vasques é acusado de ordenar operações de fiscalização da PRF no dia do segundo turno das eleições, com o objetivo de dificultar o deslocamento de eleitores no Nordeste.

O núcleo 4, também ouvido nesta fase, é composto por militares e outros agentes apontados como responsáveis por ações de desinformação, propagação de notícias falsas e ataques virtuais a instituições e autoridades do Estado.

A denúncia da PGR foi dividida em quatro núcleos. O Núcleo 1, formado por Bolsonaro e outros sete investigados, foi interrogado no mês anterior. Essa parte da ação já se encontra na fase de alegações finais, com julgamento previsto para setembro. Os réus do Núcleo 3 devem ser ouvidos na próxima segunda-feira (28.jul).

De acordo com o cronograma do STF, os interrogatórios ocorrem por videoconferência, e os réus podem exercer o direito de permanecer em silêncio. Ainda não está definido se o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, conduzirá diretamente as audiências ou delegará a função a um juiz auxiliar.

Os acusados respondem pelos crimes de:

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Golpe de Estado
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça
  • Deterioração de patrimônio tombado

A seguir, veja os nomes dos réus ouvidos nesta etapa:

Núcleo 2:

  • Filipe Martins (ex-assessor de Bolsonaro)
  • Silvinei Vasques (ex-diretor da PRF)
  • Marcelo Câmara (ex-assessor)
  • Mário Fernandes (general do Exército)
  • Marília de Alencar (ex-subsecretária de Segurança do DF)
  • Fernando de Sousa Oliveira (ex-secretário-adjunto de Segurança do DF)

Núcleo 4:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva)
  • Ângelo Martins Denicoli (major da reserva)
  • Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente)
  • Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel)
  • Reginaldo Vieira de Abreu (coronel)
  • Marcelo Araújo Bormevet (policial federal)
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal)

O STF prevê que o julgamento dos réus dos núcleos 2, 3 e 4 ocorra no segundo semestre de 2025, após o encerramento das fases de instrução e alegações finais.

Fotos: Fellipe Sampaio/SCO/STF

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Justiça proíbe Case de Caicó de receber novos adolescentes

Justiça proíbe Case de Caicó de receber novos adolescentes

Decisão judicial aponta risco à integridade física e psíquica dos internos e determina reforma da unidade

A Justiça do Rio Grande do Norte determinou a suspensão do ingresso de novos adolescentes no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Caicó. A decisão judicial foi proferida após ação movida pelo Ministério Público do Estado (MPRN) e pela Defensoria Pública, que apontaram uma série de irregularidades consideradas graves na unidade.

Conforme o documento judicial, inspeções realizadas no Case de Caicó identificaram riscos à integridade física e psicológica tanto dos internos quanto dos servidores. Entre os principais problemas verificados estão falhas estruturais, condições sanitárias inadequadas e falta de segurança.

O Judiciário entendeu que as condições da unidade violam garantias estabelecidas na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que asseguram aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa o direito a um ambiente seguro, digno e adequado.

A decisão classifica a suspensão como uma medida excepcional, mas necessária, diante da gravidade do cenário e do potencial de agravamento da vulnerabilidade institucional. Com isso, o Estado deverá apresentar, no prazo de 10 dias, um cronograma detalhado de reformas para adequação da unidade.

A Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Norte (Fundase), responsável pela administração do Case, informou que ainda não foi oficialmente notificada da decisão judicial.

Entre os problemas apontados na unidade estão: instalações elétricas comprometidas, extintores de incêndio descarregados, ausência de plano de combate a incêndio, sistema de esgotamento sanitário ineficiente, falhas na limpeza dos ambientes, alimentação insuficiente para os internos e ausência de protocolos para lidar com adolescentes vinculados a organizações criminosas.

A Justiça também determinou a realização de uma série de providências por parte do Estado, incluindo:

  • Recarga dos extintores de incêndio;
  • Apresentação de projeto de combate a incêndio;
  • Reforma do sistema elétrico;
  • Solução definitiva para o sistema de esgoto;
  • Correção das não conformidades sanitárias;
  • Elaboração de protocolos para gestão de adolescentes envolvidos com facções;
  • Designação de equipe de limpeza contínua;
  • Adequação da alimentação fornecida aos internos.

Até que essas adequações sejam realizadas, novos adolescentes não poderão ser encaminhados ao Case de Caicó, independentemente da decisão judicial que estabeleça a medida socioeducativa.

Fotos: Reprodução

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Justiça condena Prefeitura de Parelhas a pagar R$ 400 mil por complicação em cirurgia de catarata

Justiça condena Prefeitura de Parelhas a pagar R$ 400 mil por complicação em cirurgia de catarata

Paciente perdeu o globo ocular após infecção decorrente de mutirão realizado em setembro de 2024

A Justiça do Rio Grande do Norte condenou a Prefeitura de Parelhas ao pagamento de R$ 400 mil a uma paciente que perdeu o globo ocular após se submeter a cirurgia de catarata em mutirão promovido pelo município. A decisão foi proferida pela Vara Única da Comarca de Parelhas e trata da primeira sentença relacionada ao caso.

O mutirão de cirurgias ocorreu nos dias 27 e 28 de setembro de 2024, pouco antes das eleições municipais. A iniciativa foi realizada em parceria com uma empresa especializada em saúde ocular. Conforme consta no processo, ao menos 15 dos 20 pacientes atendidos no primeiro dia da ação apresentaram infecção ocular. Desses, 10 perderam o olho operado.

A paciente autora da ação informou que, quatro dias após a cirurgia, sofreu o rompimento do globo ocular, sendo submetida a um procedimento de evisceração, caracterizado pela retirada completa do olho afetado. Antes disso, buscou atendimento com dois médicos em diferentes cidades, ambos confirmando o diagnóstico de endoftalmite — inflamação severa no interior do olho, frequentemente associada a infecções bacterianas.

O valor da indenização foi fixado em R$ 200 mil por danos morais e R$ 200 mil por danos estéticos. O juiz responsável pelo caso, Wilson Neves de Medeiros Júnior, fundamentou sua decisão nos artigos 37, §6º da Constituição Federal e 43 do Código Civil, que tratam da responsabilidade objetiva do Estado por atos de seus agentes ou prestadores de serviço.

Na avaliação judicial, a conduta do ente público foi considerada negligente, especialmente no que se refere à fiscalização da prestação dos serviços contratados para o mutirão. A sentença destaca que o atendimento prestado à paciente após o aparecimento dos sintomas foi inadequado, sem encaminhamentos para exames complementares ou intervenções oportunas.

Além disso, o magistrado ressaltou que, segundo informações constantes nos autos, ao menos outras 17 pessoas foram diagnosticadas com a mesma condição após o procedimento, o que reforça a hipótese de falha sistêmica na condução do serviço de saúde executado no evento.

A decisão também menciona que o município firmou um acordo com cinco pacientes, oferecendo indenização de R$ 50 mil para cada um. No entanto, o termo não foi homologado pela Justiça, o que abre espaço para que esses pacientes também ingressem com ações individuais. Além deles, outras pessoas afetadas já haviam ajuizado processos anteriormente.

De acordo com os autos, o juiz considerou comprovado o nexo de causalidade entre a atuação da administração municipal e os danos sofridos pela paciente. A sentença afirma que não há elementos nos autos que afastem a responsabilidade do município ou que justifiquem a ausência de culpa administrativa na fiscalização do serviço contratado.

Até a última atualização, a Prefeitura de Parelhas não havia se pronunciado oficialmente sobre a decisão. O caso segue em andamento na esfera judicial, com possibilidade de novos desdobramentos conforme o andamento de outras ações judiciais já propostas por vítimas do mesmo mutirão.

A decisão é considerada relevante por se tratar da primeira condenação com valor fixado a partir do evento ocorrido em setembro de 2024, abrindo precedente para os demais casos ainda em tramitação. Segundo o processo, a paciente teve impacto psicológico significativo e alterações na vida pessoal após o ocorrido, o que também foi considerado na fixação do valor da indenização.

Foto: cottonbro studio/Pexels / muhammed karagöl/Pexels

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EUA revogam vistos de Alexandre de Moraes, familiares e aliados, anuncia secretário Marco Rubio

EUA revogam vistos de Alexandre de Moraes, familiares e aliados, anuncia secretário Marco Rubio

Medida foi anunciada após operação da PF contra Bolsonaro; STF ainda não se manifestou

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta sexta-feira (18.jul.2025) a revogação dos vistos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de seus familiares e de aliados na Corte. A medida foi divulgada por meio de comunicado, mas sem detalhar quais outros ministros do STF seriam afetados.

A revogação ocorre no mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de operação da Polícia Federal (PF), que incluiu mandado de busca e apreensão, imposição de uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno, das 19h às 6h.

No anúncio, Rubio afirmou que Moraes estaria promovendo ações que violam direitos, ao perseguir o ex-presidente Bolsonaro e impor medidas que ele classificou como censura.

“A política de caça às bruxas de Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura que viola os direitos dos brasileiros e também atinge os americanos. Ordenei a revogação dos vistos de Moraes, seus aliados na corte e seus familiares, de forma imediata”, declarou o secretário.

Até o momento da publicação, o Supremo Tribunal Federal não se manifestou oficialmente sobre a medida anunciada pelo governo dos Estados Unidos.

Operação da PF

As medidas cautelares impostas ao ex-presidente Bolsonaro fazem parte de um inquérito que investiga a suposta tentativa de interferência internacional para pressionar autoridades brasileiras e influenciar decisões judiciais. O foco da apuração é a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente.

O inquérito apura articulações com membros do governo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover retaliações contra o governo brasileiro e membros do Supremo Tribunal Federal. A investigação também busca esclarecer ações para impedir o avanço da ação penal relacionada à suposta trama golpista.

Em março deste ano, Eduardo Bolsonaro solicitou licença do mandato parlamentar na Câmara dos Deputados e passou a residir nos Estados Unidos. Ele alegou perseguição política como justificativa para o afastamento temporário do cargo. A licença parlamentar concedida termina no próximo domingo (20).

Repercussão

A decisão de revogar os vistos de Moraes, familiares e aliados gera repercussões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, ainda sem manifestação oficial do Itamaraty ou da Suprema Corte brasileira. A ação ocorre em meio a tensões políticas relacionadas às investigações em curso sobre tentativa de ruptura institucional no país.

O governo brasileiro ainda não informou se adotará medidas diplomáticas em resposta ao anúncio feito por Marco Rubio.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil / Molly Riley

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STF mantém tornozeleira eletrônica e outras cautelares contra Bolsonaro

STF mantém tornozeleira eletrônica e outras cautelares contra Bolsonaro

Primeira Turma valida decisão de Moraes; ministra Cármen Lúcia e PGR apontam risco de fuga e tentativa de obstrução da Justiça

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta sexta-feira (18.jul.2025) para manter as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre elas estão o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e restrições de comunicação e movimentação.

O voto mais recente foi o da ministra Cármen Lúcia, que se somou aos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin, totalizando quatro votos a favor da manutenção das medidas. O julgamento segue até a próxima segunda-feira (21.jul), faltando apenas o voto do ministro Luiz Fux.

As cautelares foram determinadas no âmbito do inquérito que investiga a atuação de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, junto ao governo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A apuração aponta tentativas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do STF, além de iniciativas para interromper o andamento da ação penal relacionada à suposta trama golpista.

Voto de Cármen Lúcia

Ao votar, a ministra Cármen Lúcia afirmou que os elementos apresentados justificam a manutenção das cautelares. Ela mencionou postagens anexadas aos autos como indícios de esforços de Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro para interferir no curso da Ação Penal 2.688, na qual o ex-presidente é réu.

“A necessidade da manutenção das medidas cautelares decretadas na decisão que se propõe referendar está evidenciada pelas numerosas postagens juntadas no processo, nas quais constam indícios de esforços desenvolvidos por Eduardo Nantes Bolsonaro e Jair Messias Bolsonaro para interferir no regular trâmite da Ação Penal 2.688”, declarou a ministra.

Parecer da PGR

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, proferida na manhã desta sexta-feira (18), teve como base um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que alertou para o risco de fuga de Bolsonaro e recomendou medidas como monitoramento eletrônico e recolhimento domiciliar.

O parecer da PGR também apontou que o envio de R$ 2 milhões via Pix para custear a permanência de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos seria um indicativo da tentativa de obstrução da Justiça. A PGR citou, ainda, postagens do deputado defendendo sanções por parte dos Estados Unidos contra o governo brasileiro.

“A situação descrita revela necessidade urgente e indeclinável, apta para justificar a imposição de novas medidas cautelares que possam assegurar a aplicação da lei penal e evitar a fuga do réu”, afirmou o órgão.

A PGR também argumentou que o comportamento de Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro visa interferir na ação penal em curso e representa risco à soberania nacional e ao Estado Democrático de Direito.

Eduardo Bolsonaro

Eduardo Bolsonaro está licenciado do mandato parlamentar desde março deste ano e reside nos Estados Unidos. A justificativa apresentada para a licença foi perseguição política. O afastamento termina no próximo domingo (20). Ele é investigado no mesmo inquérito que envolve seu pai, e as investigações citam sua articulação com figuras do governo Trump em busca de apoio internacional.

Medidas cautelares impostas a Bolsonaro

As medidas cautelares determinadas pelo STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro são:

  • Uso de tornozeleira eletrônica;
  • Recolhimento domiciliar noturno entre 19h e 6h, de segunda a sexta-feira, e integralmente nos fins de semana e feriados;
  • Proibição de aproximação ou acesso a embaixadas e consulados estrangeiros;
  • Proibição de contato com embaixadores ou autoridades estrangeiras;
  • Proibição de uso de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.

As cautelares foram estabelecidas com base no Código de Processo Penal como alternativas à prisão preventiva, com o objetivo de assegurar a aplicação da lei penal durante o curso do processo.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil / Gustavo Moreno/STF

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Bolsonaro chama tornozeleira de “suprema humilhação” após STF impor medidas cautelares

Bolsonaro chama tornozeleira de “suprema humilhação” após STF impor medidas cautelares

Decisão de Alexandre de Moraes teve aval da PGR e apoio da maioria do STF; defesa e oposição classificam medidas como arbitrárias

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (18.jul.2025) que a imposição de tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares pelo Supremo Tribunal Federal (STF) representa uma “suprema humilhação”. A declaração foi feita após a instalação do equipamento na sede da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, em cumprimento à decisão do ministro Alexandre de Moraes.

A decisão foi tomada no âmbito de um inquérito que investiga a atuação de Bolsonaro e de seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), junto ao governo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pressionar autoridades brasileiras e influenciar decisões judiciais. O pedido foi apresentado pela Polícia Federal e teve parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou risco de fuga do ex-presidente.

Ao falar com a imprensa, Bolsonaro negou intenção de sair do país ou buscar refúgio em embaixadas estrangeiras. “Sair do país é a coisa mais fácil que tem”, disse. Ele também classificou como exageradas as suspeitas de fuga. “No meu entender o objetivo é a suprema humilhação”, afirmou.

Medidas cautelares impostas

As medidas impostas a Jair Bolsonaro incluem:

  • Uso de tornozeleira eletrônica
  • Recolhimento domiciliar noturno das 19h às 6h, e integral aos fins de semana e feriados
  • Proibição de deixar a comarca do Distrito Federal
  • Proibição de contato com embaixadores, autoridades estrangeiras e aproximação de embaixadas ou consulados
  • Proibição de uso de redes sociais, diretamente ou por terceiros
  • Proibição de manter contato com Eduardo Bolsonaro

As medidas têm caráter preventivo e visam garantir o andamento da ação penal que tramita no STF.

Votação no STF

Até o momento, quatro ministros da Primeira Turma do STF votaram pela manutenção das medidas: Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia. O julgamento acontece no plenário virtual e está previsto para encerrar na próxima segunda-feira (21.jul), com o voto pendente do ministro Luiz Fux.

No voto, a ministra Cármen Lúcia destacou que postagens anexadas ao processo indicam ações de Bolsonaro e Eduardo para interferir na Ação Penal 2.688, na qual o ex-presidente é réu. Segundo ela, os indícios justificam a manutenção das medidas.

Parecer da PGR

A Procuradoria-Geral da República destacou, em parecer, o envio de R$ 2 milhões via Pix para Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde março sob licença parlamentar. A PGR apontou o episódio como indício de obstrução à Justiça.

“O comportamento de ruptura com regras elementares de atuação em sociedade se torna ainda mais grave quando se leva em conta o anúncio de novas medidas empreendidas contra a soberania do país”, argumentou a PGR.

A atuação de Bolsonaro e seu filho é investigada sob suspeita de coação no curso do processo, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Reações da defesa

Em nota, o advogado de Jair Bolsonaro, Celso Villardi, afirmou que as medidas impostas são severas e inéditas no direito brasileiro. Ele afirmou que a defesa recebeu a decisão com surpresa, principalmente a proibição de contato entre Bolsonaro e seu filho.

“Não parece ser justo ou mesmo razoável que o envio de dinheiro para seu filho, nora e netos possa constituir motivo para impor medidas cautelares como estas”, declarou Villardi.

A defesa também contestou a justificativa de risco de fuga. “Causa espécie que, dentre as medidas cautelares, se inclua a proibição de conversar com seu próprio filho, um direito tão natural quanto sagrado”, completou.

Reações da oposição

Parlamentares do Partido Liberal (PL) e líderes da oposição divulgaram uma nota criticando as medidas impostas por Moraes. O documento é assinado pelos senadores Izalci Lucas (PL-DF), Rogério Marinho (PL-RN) e Carlos Portinho (PL-RJ), pelos deputados Zucco (PL-RS) e Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), entre outros.

A nota classifica a decisão do STF como “perseguição política disfarçada de ação judicial” e alega violação de princípios constitucionais como o devido processo legal, a dignidade da pessoa humana e a proporcionalidade.

Os parlamentares também alegaram que o Judiciário estaria criminalizando opiniões e usando o aparato judicial para neutralizar adversários. “Nenhum cargo autoriza a perseguição. Nenhum brasileiro deve ser silenciado por pensar diferente”, diz o texto.

A deputada Bia Kicis (PL-DF) informou que parlamentares da oposição pretendem solicitar o fim do recesso branco para debater o assunto no Congresso. Em resposta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), informou que o recesso segue até 4 de agosto, conforme previsto.

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil / Lula Marques/Agência Brasil / Valter Campanato/Agência Brasil / Andressa Anholete/Agência Senado

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Bolsonaro fez flagrante confissão de obstrução de Justiça, diz ministro Alexandre de Moraes

Bolsonaro fez flagrante confissão de obstrução de Justiça, diz ministro Alexandre de Moraes

Moraes impõe medidas cautelares contra Bolsonaro por atos criminosos e atentado à soberania

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, nesta sexta-feira (18.jul.2025), medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro, em decisão divulgada recentemente. Segundo o ministro, os dois fizeram uma “confissão flagrante” de atos criminosos para coagir e obstruir a Justiça brasileira, motivando as restrições impostas.

Bolsonaro e seu filho são investigados por coação no curso do processo (Artigo 344 do Código Penal), obstrução de investigação de infração penal envolvendo organização criminosa (Art. 2º, § 1º da Lei 12.850/13) e abolição violenta do Estado Democrático de Direito (Art. 359-L do Código Penal). Moraes também cita o crime de atentado à soberania nacional (Art. 359-I do Código Penal) na decisão.

Entre as medidas, o ex-presidente deverá cumprir recolhimento domiciliar entre 19h e 6h durante os dias úteis, e em tempo integral nos fins de semana e feriados. Além disso, terá monitoramento por tornozeleira eletrônica, fica proibido de manter contato com embaixadores, autoridades estrangeiras, e não pode se aproximar de sedes de embaixadas e consulados.

As cautelares foram solicitadas pela Polícia Federal (PF), com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os órgãos justificaram a necessidade das restrições apontando o risco de fuga de Bolsonaro.

Moraes qualificou as condutas de Bolsonaro e seu filho como “claros e expressos atos executórios e flagrantes confissões da prática dos atos criminosos”, destacando os crimes de coação, obstrução de investigação e atentado à soberania.

O ministro ressaltou que a ousadia dos envolvidos “parece não ter limites”, pois as ações ocorrem publicamente, por meio de postagens em redes sociais, entrevistas e pronunciamentos à imprensa.

Na decisão, Moraes cita entrevista coletiva realizada por Bolsonaro em 17 de julho, na qual o ex-presidente condicionou a retirada de sanções dos Estados Unidos contra o Brasil à aprovação pelo Congresso de uma anistia que o beneficie.

A decisão também inclui imagens de publicações feitas por Eduardo Bolsonaro na rede social X, além de declarações em canais como a CNN, defendendo a taxação de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Trump justificou a tarifa elevada alegando uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro devido ao processo relacionado à tentativa de golpe de Estado.

Moraes afirma que as ações de Jair Bolsonaro mostram que ele atua “dolosa e conscientemente de forma ilícita”, em conjunto com o filho, para tentar submeter o funcionamento do STF ao controle de um Estado estrangeiro. Isso seria feito por meio de negociações “espúrias e criminosas” com clara finalidade de coagir o tribunal no julgamento da ação penal 2668.

Essa ação penal 2668 tem como alvo Bolsonaro e sete aliados civis e militares, acusados pela PGR de liderar uma tentativa frustrada de golpe de Estado que visava manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições.

Defesa da soberania nacional

A decisão de Moraes foi tomada em um novo inquérito, aberto a pedido da PGR, para investigar as condutas de Bolsonaro e Eduardo relacionadas à soberania nacional.

No texto, o ministro destaca que a taxação de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada em julho pelo presidente Donald Trump, teve entre seus motivos a suposta “caça às bruxas” contra Bolsonaro.

Segundo Moraes, o aumento das tarifas tem como objetivo gerar uma grave crise econômica no Brasil, visando pressionar o Poder Judiciário e impactar as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.

Ele acrescenta que a soberania nacional “não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida”, pois é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, conforme o artigo 1º, inciso I, da Constituição Federal.

O ministro reafirma o compromisso do Supremo Tribunal Federal com a defesa da soberania nacional, da democracia, dos direitos fundamentais, do Estado de Direito, da independência do Judiciário e dos princípios constitucionais brasileiros.

Por fim, Moraes cita o escritor Machado de Assis para reforçar o tema: “A soberania nacional é a coisa mais bela do mundo, com a condição de ser soberania e de ser nacional.”

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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PF apreende dinheiro vivo na casa de Bolsonaro e STF impõe tornozeleira eletrônica e isolamento digital

PF apreende dinheiro vivo na casa de Bolsonaro e STF impõe tornozeleira eletrônica e isolamento digital

Ex-presidente é alvo de nova operação autorizada pelo STF; medidas cautelares incluem recolhimento noturno, restrições diplomáticas e proibição de redes sociais

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (18.jul.2025), uma nova operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cumprindo mandados de busca e apreensão em sua residência em Brasília e em outros endereços ligados ao Partido Liberal. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito das investigações sobre tentativa de golpe de Estado e obstrução das instituições democráticas.

Dinheiro em espécie encontrado

Durante o cumprimento do mandado na casa de Bolsonaro, a PF encontrou cerca de US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie. Segundo a legislação brasileira, manter dinheiro vivo não configura crime, porém, o transporte de valores superiores a US$ 10 mil em viagens internacionais exige declaração às autoridades aduaneiras, conforme regras da Receita Federal.

A apreensão levanta suspeitas sobre a origem e o destino dos recursos. Investigadores consideram a hipótese de que os valores poderiam estar relacionados a um plano de fuga do país, diante do avanço das apurações sobre a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023.

Medidas restritivas impostas pelo STF

Além da apreensão de valores, a decisão do ministro Alexandre de Moraes impôs medidas cautelares restritivas ao ex-presidente. Entre as determinações estão:

  • Uso de tornozeleira eletrônica, para monitoramento constante de deslocamentos;
  • Recolhimento domiciliar noturno, das 19h às 7h, inclusive nos fins de semana;
  • Proibição de acesso às redes sociais, plataformas onde o ex-presidente possui grande alcance;
  • Proibição de manter contato com embaixadores e diplomatas estrangeiros, com o objetivo de evitar articulações externas;
  • Proibição de contato com outros investigados ou réus relacionados ao mesmo processo.

Segundo fontes do STF, as medidas visam impedir que Bolsonaro interfira no curso das investigações ou influencie diretamente os demais envolvidos.

Suspeitas de obstrução de justiça

De acordo com a Polícia Federal, há indícios de que Bolsonaro vem adotando estratégias para dificultar o andamento do processo penal que apura sua suposta participação em uma tentativa de golpe. A PF aponta que suas ações podem configurar os crimes de:

  • Coação no curso do processo;
  • Obstrução de Justiça;
  • Atentado contra a soberania nacional.

As ações do ex-presidente estariam inseridas em um suposto esforço para evitar o julgamento e abrir caminho para uma possível anistia. Há também menções a pressões internacionais que teriam sido tentadas junto aos Estados Unidos, o que elevou o nível de gravidade das investigações.

Passaporte continua retido

Jair Bolsonaro segue com o passaporte retido desde fevereiro de 2024, quando foi alvo da Operação Tempus Veritatis, também conduzida pela PF. A defesa do ex-presidente já fez quatro pedidos ao STF solicitando a devolução do documento. Todos os requerimentos foram negados por Moraes.

A retenção do passaporte impede viagens internacionais e é considerada estratégica no contexto das investigações, especialmente diante da suspeita de fuga. A nova apreensão de dinheiro em espécie reforça essa linha de apuração, segundo fontes da investigação.

Defesa contesta medidas

Em nota pública, os advogados de Bolsonaro afirmaram que receberam “com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas” e destacaram que o ex-presidente “sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”. A defesa declarou ainda que só irá se manifestar formalmente após ter acesso à íntegra da decisão.

Ainda sem depoimento

Até o momento, o STF não determinou o depoimento de Jair Bolsonaro. A possibilidade de convocação será avaliada com base nos elementos colhidos durante as buscas desta sexta-feira. Caso a PF entenda que há necessidade de esclarecimentos por parte do ex-presidente, o depoimento poderá ser requisitado em nova fase da investigação.

Repercussão política e internacional

As medidas adotadas contra um ex-chefe de Estado brasileiro têm repercussões dentro e fora do país. A proibição de contato com diplomatas estrangeiros e o monitoramento por tornozeleira eletrônica geraram atenção internacional. O caso é acompanhado por setores da imprensa estrangeira e observadores políticos, dada a complexidade institucional e o simbolismo do momento.

Foto: Gustavo Moreno/STF / Alan Santos/PR / Isac Nóbrega/PR

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Justiça determina retorno de candidata eliminada em concurso da PM-RN por 0,4 segundos

Justiça determina retorno de candidata eliminada em concurso da PM-RN por 0,4 segundos

Candidata havia sido eliminada por exceder tempo em teste de corrida; magistrados apontaram possível erro na cronometragem

Uma candidata eliminada em teste de aptidão física do concurso público da Polícia Militar do Rio Grande do Norte será reintegrada ao certame após decisão da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis, Criminais e da Fazenda Pública do RN. Por maioria de votos, os juízes acolheram o recurso apresentado pela autora da ação, que foi desclassificada por exceder o tempo limite do teste de corrida em 0,4 segundos.

Segundo os autos do processo, a candidata contestou a eliminação argumentando que houve violação ao princípio da vinculação ao edital e da isonomia. Ela afirmou que o teste de corrida foi realizado em local distinto daquele utilizado por outro grupo de candidatos, o que teria provocado desigualdade de condições. Além disso, alegou que o tempo excedido foi mínimo e que deveria ter sido considerada aprovada com base no princípio da razoabilidade.

A defesa também sustentou que, caso não fosse possível reverter a eliminação com base na margem de tolerância, fosse concedida a possibilidade de refazer o exame nas mesmas condições dos demais concorrentes, ou seja, em pista de atletismo com aderência adequada.

O relator do processo, juiz Fábio Filgueira, destacou, com base nas provas constantes nos autos, que a cronometragem realizada pela Comissão do concurso apresentou inconsistência. De acordo com a análise de filmagens, o tempo de corrida da candidata foi de 12,8 segundos, ao invés dos 13,2 segundos registrados oficialmente. Isso representa uma diferença de 0,3 segundos, suficiente para indicar a possibilidade de erro na medição manual do tempo.

Em sua análise, o magistrado observou que a contagem manual está sujeita a falhas, especialmente em casos em que a margem de tempo considerada para eliminação é inferior a um segundo. “A deficiência do registro do tempo de execução realizado a partir de medição manual não é precisa, de modo que fica suscetível a erro, a justificar eventual falha de cronometragem em circunstâncias que envolvem excesso de tempo na casa dos décimos de segundo”, afirmou.

Com base nisso, o juiz votou favoravelmente ao recurso e determinou que a candidata seja reintegrada na etapa do concurso da qual foi excluída. Ela deverá ser submetida às demais fases do certame, conforme o cronograma do edital.

A decisão não é definitiva, podendo ser objeto de recursos por parte da administração pública responsável pelo concurso. No entanto, enquanto não houver nova decisão, a candidata poderá prosseguir normalmente nas etapas seguintes da seleção.

O concurso da PM-RN é destinado ao preenchimento de vagas para o cargo de soldado da Polícia Militar do Rio Grande do Norte e está em andamento com milhares de inscritos em todo o estado.

Foto: Daniel Reche/Pexels / Alex Kinkate/Pexels / Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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MP investiga campanha de ataques virtuais contra Maria da Penha

MP investiga campanha de ataques virtuais contra Maria da Penha

Operação Echo Chamber cumpre mandado de busca em Natal contra suspeito de disseminar conteúdo calunioso nas redes sociais

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), apoiou o Ministério Público do Ceará (MPCE) na execução da segunda fase da operação Echo Chamber, realizada nesta terça-feira (15.jul.2025). A ação ocorreu em Natal, onde foi cumprido um mandado de busca e apreensão pessoal e domiciliar contra um suspeito de envolvimento em campanha de desinformação e ataques virtuais direcionados à ativista Maria da Penha Maia Fernandes.

Durante o cumprimento da medida judicial, foram apreendidos equipamentos eletrônicos e documentos. O material será encaminhado ao Ministério Público do Ceará para análise e continuidade das investigações.

A operação tem como foco a apuração de ações coordenadas de disseminação de conteúdo calunioso, misógino e de descrédito contra Maria da Penha, cuja trajetória é símbolo da luta contra a violência doméstica no Brasil. A investigação também aponta a produção e divulgação de um documentário com alegações de fraude processual e uso de documentos falsos, em tentativa de reverter a narrativa reconhecida judicialmente sobre o caso.

O conteúdo investigado foi veiculado por meio de plataformas digitais, redes sociais e canais de comunicação privados. Além das mensagens caluniosas, as apurações identificaram práticas de perseguição virtual, conhecidas como cyberstalking, além de possíveis crimes de falsificação de documento público e intimidação sistemática em ambiente digital.

Na primeira fase da operação, deflagrada em 14 de dezembro de 2024, o Poder Judiciário autorizou medidas cautelares contra um dos investigados, como a suspensão de perfil em rede social, proibição de contato com Maria da Penha e familiares, além da restrição de deslocamento fora da comarca de residência ou para o exterior, sem autorização judicial.

De acordo com o MPCE, as investigações revelaram uma ação sistemática de ataques à honra de Maria da Penha, com o objetivo de desacreditar o processo judicial que resultou na criação da Lei nº 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha. O movimento foi impulsionado por perfis com grande número de seguidores, gerando um ambiente de desinformação.

A atuação do principal investigado incluiu a visita à antiga residência da ativista, localizada no bairro Papicu, em Fortaleza, onde ocorreu a tentativa de homicídio em 1983. O episódio, segundo o MP, representa uma escalada no nível de hostilidade dos envolvidos.

O nome da operação, “Echo Chamber” (Câmara de Eco), refere-se ao fenômeno de reforço contínuo de narrativas em ambientes digitais fechados, onde apenas ideias previamente aceitas são replicadas entre os membros, dificultando o confronto com versões distintas dos fatos. Segundo o MPCE, esse padrão foi observado nos conteúdos analisados.

As investigações prosseguem com análise do material apreendido e mapeamento das conexões entre os envolvidos.

Foto: Divulgação/MPRN

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Moraes mantém prisão do general Braga Netto

Moraes mantém prisão do general Braga Netto

Defesa argumentou que ação penal caminha para julgamento final

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quarta-feira (16) manter a prisão do general Walter Braga Netto.

General da reserva e vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, o militar está preso desde dezembro do ano passado sob a acusação de obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado no país para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro negou pedido de soltura feito pela defesa do general, que ocupou os cargos de ministros da Casa Civil e da Defesa na gestão de Bolsonaro. Segundos os advogados, a ação penal do Núcleo 1 da trama golpista caminha para o julgamento final, e não há motivos para a manutenção da prisão.

Apesar de argumentação apresentada pela defesa, Moraes entendeu que a prisão de Braga Netto deve ser mantida.

“A situação fática permanece inalterada, tendo sido demonstrada a necessidade da manutenção da prisão preventiva para assegurar a aplicação da lei penal e resguardar a ordem pública, em face do perigo gerado pelo estado de liberdade do custodiado e dos fortes indícios da gravidade concreta dos delitos imputados”, decidiu o ministro.

Durante as investigações, a Polícia Federal identificou que o general, réu por ser um dos principais articuladores do plano golpista, tentou obter dados sigilosos da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Após a prisão, a defesa negou que Braga Netto tenha obstruído as investigações.

Foto: Isac Nóbrega/PR / Marcos Corrêa/PR / Fellipe Sampaio/STF

Da Agência Brasil

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Bolsonaro nega tentativa de fuga do Brasil e compara denúncia da PGR a “matar um marciano”

Bolsonaro nega tentativa de fuga do Brasil e compara denúncia da PGR a “matar um marciano”

Ex-presidente critica investigação da PF e diz não ter condições de fugir do Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (15.jul.2025) que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), apresentada na segunda-feira (14.jul), comparando-o a um dos principais articuladores de uma tentativa de golpe de Estado, seria equivalente a uma acusação sem fundamento. Em entrevista ao portal Poder 360, Bolsonaro declarou que a denúncia é semelhante a ser acusado de “matar um marciano”.

“Não teve armas. Se pegar as polícias legislativas da Câmara e Senado, nenhuma arma foi apreendida. É uma denúncia que fica difícil de se defender. É quase você se defender, por exemplo, de ter matado um marciano. E nem o corpo do marciano estava lá”, afirmou.

O ex-presidente também criticou a atuação da Polícia Federal (PF), ao declarar que a corporação teria obtido respostas sobre o atentado que sofreu em 2018 caso tivesse empregado o mesmo empenho usado nas investigações contra ele. Segundo Bolsonaro, a PF não teria investigado devidamente a facada que sofreu, limitando-se à conclusão de que Adélio Bispo agiu sozinho.

Sobre os processos em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro disse que é um “problema” solto ou preso, e alegou que o objetivo não é apenas prendê-lo, mas “eliminá-lo”. Ele nega intenção de deixar o país, mencionando problemas de saúde que o impediriam de viajar. “Estou cheio de problemas de saúde, como que eu vou pra outro país? E outra, eu quero ver esse julgamento meu”, declarou.

O ex-presidente ainda comentou sobre a prisão do general Braga Netto, classificando a detenção como desproporcional e criticando diretamente o ministro Alexandre de Moraes, a quem acusou de “sequestrar o Supremo”.

PGR pede condenação

A denúncia da PGR foi protocolada no STF na noite da segunda-feira (14), com um parecer de 517 páginas elaborado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. O documento pede a condenação de Bolsonaro e outros sete réus por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado com grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.

Com a entrega das alegações finais, o prazo para manifestação da defesa do delator Mauro Cid foi aberto. Após isso, as defesas dos demais réus, incluindo Bolsonaro, terão prazo para se pronunciar. O julgamento pode ocorrer entre agosto e setembro, com prazo final das manifestações previsto até 11 de agosto.

Apoio internacional

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a comentar o caso. Ao ser questionado sobre a denúncia contra Bolsonaro, afirmou que o brasileiro é “um bom homem” e que está sendo alvo de uma “caça às bruxas”. “Conheço muitos líderes mundiais. Bolsonaro ama o povo brasileiro. Lutou muito por eles”, disse Trump, que também citou o brasileiro em carta recente ao justificar a imposição de tarifas sobre produtos brasileiros.

Trump negou que Bolsonaro seja seu amigo pessoal, mas reforçou que o considera alguém comprometido com o Brasil. Ele também criticou a possibilidade de prisão, dizendo que “é muito lamentável”.

Reações políticas

O senador Rogério Marinho (PL-RN), secretário-geral do partido, afirmou que o processo é “uma tentativa de intimidação política”. Segundo ele, trata-se de um inquérito iniciado em 2019 que continua vigente e que teria como base provas frágeis, incluindo delações sob suposta coação.

Em nota, Marinho afirmou que a acusação configura “um crime impossível”, ao sustentar que Bolsonaro teria articulado um golpe desde a própria posse. Ele também criticou a atuação da PF, do Ministério Público e do Judiciário, sugerindo que o processo foi estruturado para impedir a participação de Bolsonaro na política.

O Partido Liberal (PL) também se manifestou em suas redes sociais, dizendo que Bolsonaro “construiu um legado” e que possui “a força do povo ao lado”. O deputado federal Sargento Gonçalves declarou que o ex-presidente retornará ao poder e criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Foto: Zack Stencil/PL / Beto Barata/PL / Natanael Alves/PL

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TRF5 mantém condenação de pastor e professora em Mossoró por trabalho análogo à escravidão

TRF5 mantém condenação de pastor e professora em Mossoró por trabalho análogo à escravidão

Casal foi condenado por submeter mulher a jornadas exaustivas sem pagamento por mais de 30 anos

O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) manteve a condenação de um pastor evangélico e de uma professora, moradores de Mossoró, no Rio Grande do Norte, por crime de trabalho análogo à escravidão. A decisão foi proferida pela 7ª Turma no dia 3 de julho, confirmando penas de 3 anos e 9 meses de reclusão para o pastor e 2 anos e 11 meses para a professora, além de pagamento de multa.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), responsável pela denúncia, o casal submeteu uma mulher a mais de três décadas de jornadas exaustivas sem qualquer remuneração formal. A vítima começou a trabalhar na residência do casal ainda adolescente, aos 16 anos de idade.

As investigações revelaram que a mulher era a única responsável pelos cuidados da casa, dos filhos e dos netos do casal, trabalhando de domingo a domingo, inclusive em feriados, sem férias ou registro formal. Em troca dos serviços, recebia moradia, alimentação, roupas e presentes ocasionais.

O MPF também indicou que a vítima sofreu abusos sexuais cometidos pelo pastor durante dez anos. A mulher foi resgatada em fevereiro de 2022, após denúncias anônimas. A operação foi realizada pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Previdência, em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Federal e Defensoria Pública da União.

Segundo o MPF, as provas incluíram depoimentos de vítimas e testemunhas, além de relatórios elaborados por auditores fiscais do trabalho. O processo apontou que o casal tinha conhecimento dos atos ilícitos. Em depoimento, o pastor admitiu que chegou a orientar a esposa sobre a necessidade de formalizar a relação trabalhista para evitar eventuais denúncias. Houve inclusive recolhimento de contribuição previdenciária da vítima por alguns meses.

Na Justiça Federal do Rio Grande do Norte, o casal havia sido condenado em primeira instância, mas recorreu ao TRF5. Na apelação, os réus negaram as acusações de trabalho forçado, jornada exaustiva e condições degradantes, alegando que se tratava apenas de uma relação informal de trabalho doméstico e que a vítima era tratada como integrante da família.

A 7ª Turma do TRF5, no entanto, considerou que as provas reunidas eram suficientes para caracterizar o crime de trabalho análogo à escravidão, mantendo integralmente a sentença de primeiro grau.

O MPF ainda havia defendido o aumento das penas, argumentando sobre a gravidade dos fatos. Entretanto, o acórdão do TRF5 rejeitou o pedido, mantendo os mesmos prazos de reclusão e a multa estipulada originalmente.

A decisão do tribunal confirma o entendimento de que a prática configura crime previsto no Código Penal brasileiro, mesmo quando ocorre no ambiente doméstico, sempre que há restrição à liberdade, condições degradantes ou exploração com supressão de direitos trabalhistas básicos.

Foto: Edward Lich por Pixabay / succo por Pixabay

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PGR pede ao STF condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe e outros crimes

PGR pede ao STF condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe e outros crimes

Ministério Público aponta organização criminosa e detalha acusações contra ex-ministros e militares

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (14.jul.2025) as alegações finais em ação penal que investiga a tentativa de ruptura institucional envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. No documento, a PGR pede a condenação de Bolsonaro por crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Segundo o Ministério Público, Bolsonaro liderou uma organização criminosa armada com o objetivo de desacreditar o sistema eleitoral, incentivar ataques a instituições democráticas e planejar medidas de exceção.

Crimes imputados a Jair Bolsonaro

A PGR detalhou os crimes atribuídos ao ex-presidente:

  • Organização criminosa armada (Lei 12.850/2013)
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal)
  • Tentativa de golpe de Estado (art. 359-M do CP)
  • Dano qualificado contra o patrimônio da União (art. 163, parágrafo único, do CP)
  • Deterioração de patrimônio tombado (Lei 9.605/1998)

A denúncia indica que a atuação de Bolsonaro teve como finalidade deslegitimar as eleições, mobilizar apoiadores para atos de força e atacar diretamente o funcionamento dos Poderes da República.

Acusações contra aliados e ex-ministros

Além de Bolsonaro, o pedido de condenação abrange outros ex-ministros, militares e aliados próximos.

Alexandre Ramagem
O ex-diretor da Abin e atual deputado federal responde por:

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Tentativa de golpe de Estado

Almir Garnier
Ex-comandante da Marinha, é acusado de:

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Tentativa de golpe de Estado
  • Dano qualificado contra o patrimônio da União
  • Deterioração de patrimônio tombado

Anderson Torres
Ex-ministro da Justiça, foi denunciado por:

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Tentativa de golpe de Estado
  • Dano qualificado contra o patrimônio da União
  • Deterioração de patrimônio tombado

Augusto Heleno
Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI):

  • Organização criminosa armada

Braga Netto
Ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro:

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Tentativa de golpe de Estado
  • Dano qualificado contra o patrimônio da União
  • Deterioração de patrimônio tombado

Paulo Sérgio Nogueira
Ex-ministro da Defesa:

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Tentativa de golpe de Estado
  • Dano qualificado contra o patrimônio da União
  • Deterioração de patrimônio tombado

Situação de Mauro Cid

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, é tratado como réu colaborador. A PGR reconhece sua contribuição para esclarecer a estrutura da organização criminosa, mas afirma que ele cometeu omissões relevantes. Por isso, o Ministério Público pede redução de um terço da pena, mas não o benefício do perdão judicial.

Segundo a PGR, mesmo como colaborador, Cid teve envolvimento em atividades como:

  • Planejamento de golpe de Estado
  • Ataques a instituições, incluindo o STF e o TSE
  • Disseminação de informações falsas sobre o sistema eleitoral

As acusações refletem a extensão das investigações que buscam apurar atos para desacreditar o processo eleitoral e sustentar articulações voltadas à ruptura da ordem constitucional.

Foto: Ton Molina/STF / Gustavo Moreno/STF

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Eduardo Bolsonaro diz que pode abrir mão do mandato e confirma permanência nos EUA

Eduardo Bolsonaro diz que pode abrir mão do mandato e confirma permanência nos EUA

Deputado afirma que só voltará ao Brasil quando Alexandre de Moraes não tiver “força para prendê-lo”

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que poderá abrir mão do mandato e confirmou que seguirá nos Estados Unidos “por ora”. Segundo ele, sua volta ao Brasil depende de mudanças no cenário jurídico.

“A minha data para voltar é quando [o ministro do Supremo Tribunal Federal] Alexandre de Moraes não tiver mais força para me prender”, declarou Eduardo ao jornal.

O deputado disse que avalia as alternativas com sua equipe, mas admitiu que “muito provavelmente” deixará o cargo. “Ainda tenho assessor meu dando inputs. Não consigo bater martelo se houver alternativa. O prazo acabará no fim de julho. Mas, se for necessário, eu não volto ao Brasil.”

Opções sobre o mandato

Eduardo Bolsonaro afirmou que só precisa se pronunciar de forma definitiva sobre o mandato após o recesso parlamentar, em 4 de agosto. “Eu tenho a opção de não renunciar, deixar o tempo correr e perder o mandato por falta”, afirmou.

Sobre sua decisão de permanecer fora do país, disse: “Por ora eu não volto. A minha data para voltar é quando Alexandre de Moraes não tiver mais força para me prender… Eu tô me sacrificando, sacrificando o meu mandato para levar adiante a esperança de liberdade.”

O deputado mencionou ainda uma possível alteração no regimento da Câmara dos Deputados, que poderia permitir o exercício do mandato à distância em casos considerados “excepcionalíssimos”.

Situação nos Estados Unidos

Eduardo declarou que está sem receber salário desde que saiu do Brasil. “O que tem ocorrido é o pagamento de minha assessoria, que segue me assessorando e também está à disposição do meu suplente, deputado federal Missionário Olímpio (PL-SP)”, afirmou.

Questionado se já comunicou ao ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a decisão, respondeu: “Não comuniquei não. Não é que não volta mais. Não volto enquanto persistir esse cenário.”

Ele disse ainda que considera dois caminhos: “Seguir nos Estados Unidos trabalhando na nossa causa ou retornar para ser preso. Acho que ninguém duvida que eu seria preso se eu retornar para o Brasil.”

Sobre a possibilidade de ser visto como “fujão”, declarou: “Não, nenhum. Eu tenho total segurança naquilo que estou fazendo. E, cada vez mais, você vê que tenho tido apoio. Acabo de passar de 6,4 milhões de seguidores no Instagram. Estou ganhando seguidor a todo momento.”

Agenda e encontros

Eduardo Bolsonaro relatou ter feito um evento com pastores brasileiros na Califórnia e que está organizando outro em Miami para o dia 26 de julho.

Licença do mandato e investigações

Em março, Eduardo anunciou que havia pedido licença do mandato para permanecer nos Estados Unidos. Na época, disse que temia ser preso por ordem de Alexandre de Moraes, embora não houvesse uma ordem formal nesse sentido.

Dois meses depois, o ministro do STF atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e abriu inquérito para investigar a atuação do deputado.

Segundo a PGR, Eduardo teria atuado junto a empresários, parlamentares norte-americanos e integrantes da Casa Branca para pressionar por sanções contra membros do Supremo Tribunal Federal, especialmente Alexandre de Moraes, além de autoridades da Polícia Federal e da própria Procuradoria.

Para o Ministério Público, Eduardo Bolsonaro pode estar cometendo os crimes de coação, embaraço à investigação criminal e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Nos Estados Unidos, ele tem participado de encontros com autoridades para discutir o tema, incluindo reuniões na Casa Branca, no Departamento de Estado e com aliados do ex-presidente norte-americano Donald Trump.

Na semana passada, Alexandre de Moraes prorrogou o inquérito por mais 60 dias. O pedido foi feito pela Polícia Federal para dar continuidade às investigações e diligências em andamento.

Foto: Beto Barata/PL

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Mauro Cid confirma que Bolsonaro leu minuta do golpe e pediu alterações

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Ex-ajudante relata reuniões em que ex-presidente discutiu documento com previsão de prisões

O tenente-coronel Mauro Cid afirmou nesta segunda-feira (14.jul.2025) que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve contato direto com o documento conhecido como “minuta do golpe”, que previa a decretação de novas eleições e a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em novo depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais que investigam a suposta trama golpista, Cid confirmou que Bolsonaro leu o documento e chegou a pedir alterações em seu conteúdo.

O militar foi ajudante de ordens durante o governo Bolsonaro e é delator no inquérito. Ele prestou o depoimento por videoconferência, sem transmissão ao vivo ou gravação autorizada, mas com acompanhamento de advogados dos acusados e da imprensa.

Segundo Mauro Cid, o ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins — também réu no processo — levou um jurista para duas reuniões com Bolsonaro, nas quais o documento foi apresentado. Durante esses encontros, Bolsonaro leu o conteúdo e solicitou mudanças.

De acordo com o relato do tenente-coronel, o documento inicial previa a prisão de ministros do STF, incluindo Alexandre de Moraes, além do então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Após discussão, o texto foi alterado para prever a prisão apenas de Moraes.

Mauro Cid detalhou a estrutura do documento, afirmando que ele era composto por duas partes. A primeira apresentava justificativas e supostas interferências do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no processo eleitoral. A segunda previa a prisão de autoridades e a convocação de novas eleições.

O depoimento de Cid ocorreu como parte das investigações conduzidas pelo STF sobre os núcleos 2, 3 e 4 da suposta trama golpista. Ele foi arrolado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como testemunha de acusação no processo.

Nesta semana, o caso entra em nova fase com o início dos depoimentos das testemunhas indicadas pelas defesas dos réus que compõem esses núcleos. As oitivas estão previstas para ocorrer entre os dias 15 e 23 de julho.

No mês anterior, o STF ouviu as testemunhas de defesa e acusação do chamado Núcleo 1 do processo, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados.

As investigações apuram supostas articulações para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, por meio de um plano golpista que envolvia setores militares e civis.

Segundo os autos do processo, a “minuta do golpe” era considerada um elemento central da suposta estratégia, pois previa medidas como o estado de sítio, prisões de autoridades e anulação das eleições, além da convocação de novo pleito.

A investigação aponta também que houve reuniões para discussão de estratégias, mobilização de apoiadores e tentativa de angariar respaldo político e militar para viabilizar o plano.

O STF conduz as ações penais com o acompanhamento da PGR, que é responsável pela acusação. Os depoimentos desta semana devem contribuir para o encerramento da fase de instrução, etapa prévia ao julgamento propriamente dito.

Os advogados de defesa dos réus podem questionar testemunhas e apresentar elementos para contestar a acusação. O processo tramita sob supervisão do ministro Alexandre de Moraes, que centralizou os inquéritos relacionados aos atos de 8 de janeiro e aos supostos preparativos para a tentativa de golpe.

As audiências são realizadas por videoconferência, seguindo regras estabelecidas para garantir a segurança e a publicidade dos atos processuais.

Foto: Ton Molina/STF / Lula Marques/Agência Brasil / Gustavo Moreno/STF

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Barroso rebate Trump sobre tarifa ao Brasil em carta divulgada pelo STF

Barroso rebate Trump sobre tarifa ao Brasil em carta divulgada pelo STF

Ministro nega perseguição política e apresenta histórico de ameaças à democracia

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, divulgou na noite de domingo (13.jul.2025) uma carta em resposta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de tarifa de 50% ao Brasil. Barroso classificou o fundamento da medida como resultado de uma “compreensão imprecisa dos fatos” e negou que haja perseguição política no país.

A tarifa foi anunciada por Trump em correspondência enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana anterior. Na justificativa, Trump citou o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado, e mencionou decisões da Corte brasileira contra apoiadores de Bolsonaro que vivem nos Estados Unidos, incluindo medidas que atingem empresas de tecnologia norte-americanas.

Na carta publicada neste domingo, Barroso afirmou ser seu dever apresentar “uma descrição factual e objetiva da realidade” brasileira. O ministro listou episódios recentes que, segundo ele, representaram tentativas de abalar a ordem democrática desde 2019.

Entre os eventos citados estão a tentativa de atentado com bomba no aeroporto de Brasília, a invasão à sede da Polícia Federal, a tentativa de explosão de bomba no Supremo Tribunal Federal, além de acusações de fraude eleitoral feitas sem provas durante a eleição presidencial.

O presidente do STF também mencionou mudanças em relatórios das Forças Armadas que inicialmente haviam concluído pela ausência de fraude nas urnas eletrônicas. Também destacou ameaças à integridade física e à vida de ministros da Corte, inclusive com pedidos de impeachment, e a realização de acampamentos em frente a quartéis pedindo a deposição do presidente eleito.

Na carta, Barroso também se referiu à denúncia apresentada pelo Procurador-Geral da República, que aponta a existência de um plano na nova tentativa de golpe que teria sido liderada por Bolsonaro. Esse plano incluiria, segundo a denúncia, o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, integrante do próprio Supremo Tribunal Federal.

O ministro ressaltou que foi necessário um tribunal independente e atuante para evitar o colapso das instituições. Ele afirmou que as ações penais em curso por crimes contra o Estado democrático de direito seguem o devido processo legal, com todas as fases de julgamento públicas e transmitidas pela televisão. Segundo ele, os réus têm direito à defesa técnica e acompanhamento por advogados, imprensa e sociedade.

Barroso negou que exista censura no Brasil, afirmando que as decisões do Supremo buscam garantir a liberdade de expressão. Ele mencionou decisão recente sobre a responsabilização de redes sociais por conteúdos ilegais postados por usuários, sustentando que a Corte produziu uma solução considerada menos rigorosa que a regulação europeia.

O texto divulgado destaca que a decisão do STF busca equilibrar a liberdade de expressão com a preservação de valores constitucionais, a liberdade de imprensa e a liberdade de empresa.

A carta foi divulgada em meio à repercussão internacional gerada pela nova tarifa anunciada pelo governo dos Estados Unidos, que afeta produtos brasileiros com um aumento de 50% na taxação de importação.

O governo brasileiro, por sua vez, aguarda novas etapas de diálogo diplomático com as autoridades norte-americanas para tratar do tema.

Foto: Nelson Jr./SCO/STF / Carlos Moura/SCO/STF / Wallace Martins/STF

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STF analisa pedido de suspensão de audiências no processo sobre suposta tentativa de golpe

STF analisa pedido de suspensão de audiências no processo sobre suposta tentativa de golpe

Ministro André Mendonça recebeu recurso da defesa de Filipe Martins para interromper oitivas marcadas entre 14 e 21 de julho

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu nesta sexta-feira (11.jul.2025) o pedido da defesa de Filipe Martins para suspender as audiências do processo que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. As oitivas estão previstas para ocorrer entre os dias 14 e 21 de julho.

A defesa de Filipe Martins argumenta que as audiências devem ser interrompidas até o julgamento de um recurso apresentado contra decisão anterior do ministro Alexandre de Moraes. No recurso, questiona-se a negativa de Moraes em permitir depoimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro, dos filhos Eduardo e Carlos Bolsonaro, e do ex-procurador-geral da República Augusto Aras, todos indicados como testemunhas.

Martins é réu no processo classificado como “núcleo 2” da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele e outros acusados são investigados por supostamente elaborar a chamada “minuta do golpe”, monitorar o ministro Alexandre de Moraes e articular ações com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar o voto de eleitores no Nordeste durante as eleições de 2022.

A defesa alega, no recurso, questões como suposta incompetência do STF para julgar o caso, falta de intimação das testemunhas indicadas e prazo considerado curto para análise das provas produzidas no processo. A fase de oitivas é apontada como etapa fundamental antes do julgamento.

Apesar do recesso forense, que vai até o fim do mês, o ministro André Mendonça permanece em atividade normal e é o responsável por analisar o pedido liminar apresentado pela defesa. O recurso busca que as audiências fiquem suspensas até que o STF decida se a negativa de Moraes deve ser mantida ou revista.

O grupo conhecido como “núcleo 2” da denúncia da PGR inclui seis réus. Eles são acusados de crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e outros atos relacionados à suposta articulação de um golpe.

Segundo a jurisprudência consolidada do Supremo, não cabe mandado de segurança contra decisões de natureza jurisdicional que sejam passíveis de recurso ou correição interna. A Súmula 267 do STF estabelece que “não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição”. Em função disso, historicamente, o tribunal tem negado o cabimento desse tipo de ação para contestar decisões tomadas por relatores ou pelas turmas.

O pedido da defesa de Filipe Martins pode ser negado caso o ministro André Mendonça siga esse entendimento. No entanto, o ministro tem a prerrogativa de reconhecer alguma exceção caso considere que houve abuso, ilegalidade ou situação excepcional na decisão questionada.

A fase de oitivas está marcada para o período entre 14 e 21 de julho. Caso o pedido de suspensão não seja aceito, os depoimentos de testemunhas e réus ocorrerão nesse intervalo. A etapa é considerada essencial para a instrução do processo e antecede o julgamento, ainda sem data definida.

O caso faz parte de uma série de investigações em curso no Supremo Tribunal Federal que apuram a existência de uma organização supostamente estruturada para promover um golpe de Estado após o resultado das eleições presidenciais de 2022.

Foto: Ton Molina/STF / Carlos Moura/SCO/STF / Carlos Moura/SCO/STF

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PGR deve entregar alegações finais em ação penal sobre tentativa de golpe de Estado

PGR deve entregar alegações finais em ação penal sobre tentativa de golpe de Estado

Fase antecede julgamento de processo que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro como réu

A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve apresentar até esta segunda-feira (14.jul.2025) as alegações finais na ação penal que investiga o chamado “núcleo crucial” de uma suposta organização criminosa envolvida em tentativa de golpe de Estado no ano de 2022.

O processo tem como um dos réus o ex-presidente Jair Bolsonaro. Além dele, estão incluídos outros sete acusados: Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

Eles respondem pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

A fase de alegações finais representa o último momento processual antes do julgamento, permitindo que a acusação e as defesas apresentem argumentos sobre os fatos e provas reunidos durante a instrução. Esse procedimento ocorre por escrito, em memoriais encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O prazo para as alegações finais é contado de forma sucessiva. Após a PGR entregar sua manifestação, a defesa do tenente-coronel Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração premiada, terá 15 dias para apresentar seus argumentos. Em seguida, os demais réus apresentarão suas alegações finais em prazo conjunto de 15 dias.

Como há réu preso – o general Braga Netto – os prazos processuais seguem normalmente mesmo durante o recesso do Judiciário, que ocorre de 2 a 31 de julho.

A denúncia da PGR foi apresentada em fevereiro deste ano e admitida em março pela Primeira Turma do STF, dando início à ação penal. A fase de instrução ocorreu entre abril e junho, incluindo a coleta de provas, depoimentos e acareações.

Após a conclusão das alegações finais, o processo estará apto para julgamento na Primeira Turma da Corte. A data do julgamento ainda será definida para o segundo semestre. Nesse julgamento, os ministros analisarão as provas e decidirão se os réus devem ser absolvidos ou condenados.

O resultado pode seguir por dois caminhos: absolvição, caso os ministros entendam que não houve crime ou não exista autoria comprovada; ou condenação, com fixação de penas individualizadas para cada réu. Em qualquer resultado, tanto acusação quanto defesa poderão apresentar recursos ao próprio STF.

Foto: Gustavo Moreno/STF / Antonio Augusto/STF / Wallace Martins/STF

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TJRN declara inconstitucionalidade de lei estadual que impunha cotas para travestis e transexuais

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Decisão do Tribunal de Justiça do RN aponta invasão de competência da União e violações constitucionais na lei que exigia reserva de 5% das vagas de emprego

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte (TJRN) declarou inconstitucional a Lei Estadual nº 11.587/2023 e seu decreto regulamentador, que obrigavam empresas privadas beneficiadas com incentivos fiscais ou que mantivessem contratos ou convênios com órgãos do poder público estadual a reservar, no mínimo, 5% das vagas de emprego para pessoas autodeclaradas travestis e transexuais.

A decisão foi tomada após recurso apresentado pela Federação das Indústrias do RN (Fiern) e outras associações empresariais potiguares. O tribunal considerou que a lei invadiu competência legislativa exclusiva da União, conforme estabelece o artigo 22, inciso I, da Constituição Federal, que atribui à União a prerrogativa privativa para legislar sobre direito do trabalho.

De acordo com o voto dos desembargadores, a norma estadual criou obrigações específicas de contratação de pessoas autodeclaradas travestis e transexuais em empresas que recebem benefícios fiscais ou mantêm contratos com o governo estadual, configurando invasão direta à competência federal para legislar sobre matéria trabalhista. A decisão destacou a necessidade de uniformidade das normas trabalhistas em todo o território nacional, evitando desigualdades e incoerências regionais.

Além disso, o tribunal apontou que a lei estadual também trata de normas gerais de licitação e contratação pública, tema igualmente reservado à competência privativa da União, conforme o artigo 22, inciso XXVII, da Constituição. O voto dos desembargadores esclareceu que a imposição de condições específicas para manutenção de contratos ou convênios firmados com o poder público estadual, como a exigência de reserva de vagas, representa interferência direta nas normas que regem as contratações públicas.

A decisão também considerou afronta ao princípio do ato jurídico perfeito, previsto no artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal. Segundo o tribunal, a lei alteraria retroativamente o regime contratual previamente estabelecido, violando compromissos já assumidos entre as partes.

O acórdão ressalta que a obrigatoriedade de contratação imposta pela lei poderia resultar em dispensas de trabalhadores já empregados para o cumprimento da cota de 5%, contrariando os princípios constitucionais de estabilidade e proteção ao emprego, conforme o artigo 7º, inciso I, da Constituição. O voto também pontuou que o percentual de 5% não apresentava fundamentação técnica ou estudo que justificasse sua escolha, caracterizando critério arbitrário e desproporcional, em afronta ao princípio da razoabilidade.

Outro ponto destacado pela decisão refere-se ao princípio da livre iniciativa, previsto no artigo 170 da Constituição Federal. Para o tribunal, a lei estadual impôs obrigação que interferia diretamente na liberdade de gestão e na administração de recursos humanos pelas empresas privadas. O voto observou que as empresas devem manter a prerrogativa de decidir suas contratações com base em critérios operacionais e de eficiência econômica.

O relator, desembargador Cláudio Santos, ressaltou no voto vencedor que políticas afirmativas para a inclusão de minorias e populações historicamente marginalizadas no mercado de trabalho têm relevância, inclusive para pessoas travestis e transexuais. No entanto, o tribunal entendeu que tais políticas precisam ser implementadas de forma planejada, razoável e que não provoque injustiças para trabalhadores já empregados.

De acordo com o relator, a imposição legal de cotas sem critérios objetivos e sem um plano de transição adequado poderia prejudicar tanto as empresas quanto os trabalhadores, não garantindo inclusão efetiva. A decisão do TJRN foi tomada por maioria de votos e declarou a inconstitucionalidade formal da Lei Estadual nº 11.587/2023 e do decreto regulamentador, reconhecendo a invasão da competência legislativa da União para tratar de matérias trabalhistas e de licitações públicas.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração / Marcelo Camargo/Agência Brasil / Antonio Cruz/Agência Brasil

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Justiça Eleitoral cassa mandato de vereador do PSOL em Bento Fernandes por fraude à cota de gênero

Justiça Eleitoral cassa mandato de vereador do PSOL em Bento Fernandes por fraude à cota de gênero

Decisão anula votos do partido e de todos os candidatos ao cargo de vereador no município

A Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte cassou nesta quarta-feira (8.jul.2025) o mandato de Deca do Sindicato (PSOL), vereador eleito em 2024 no município de Bento Fernandes, localizado a cerca de 95 quilômetros de Natal. O vereador pode recorrer da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN), o partido PSOL foi responsabilizado por fraude à cota de gênero durante o processo eleitoral. A Corte determinou a nulidade dos votos obtidos pelo PSOL em Bento Fernandes e de todos os seus candidatos e candidatas ao cargo de vereador nas Eleições de 2024.

A retotalização de votos está marcada para o próximo dia 15 de julho. Com a nova contagem, outro candidato deverá ser eleito para ocupar a vaga.

Deca do Sindicato foi eleito com 108 votos, sendo o nono mais votado entre os nove eleitos para a Câmara Municipal, e foi o único representante do PSOL a obter mandato.

A ação que levou à cassação foi proposta por uma coligação adversária, que apontou suposta simulação de candidaturas femininas no partido. As duas candidatas em questão tiveram votações consideradas “extremamente baixas”, com 4 e 8 votos cada, mas receberam quase R$ 9 mil do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. Foram também identificadas irregularidades como ausência de atos de campanha e vínculo empregatício das candidatas com o presidente do partido e candidato a prefeito.

A decisão, relatada pelo juiz Daniel Maia, baseou-se em entendimento consolidado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre fraudes à cota de gênero. A legislação eleitoral estabelece que os partidos devem reservar pelo menos 30% das candidaturas a mulheres. A Justiça considera fraude à cota de gênero quando há indícios como votação inexpressiva, ausência de campanha ou movimentação financeira relevante.

Na sentença, o relator destacou que o caso se enquadra nos parâmetros legais, voltados a assegurar a efetividade do princípio da igualdade na disputa eleitoral.

As duas candidatas apontadas como fictícias também foram declaradas inelegíveis pela decisão.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração / Antonio Augusto/Ascom/TSE

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Foragido por homicídio do ex-prefeito de João Dias é preso na Paraíba

Foragido por homicídio do ex-prefeito de João Dias é preso na Paraíba

Suspeito dirigia com identidade falsa e confessou participação em assassinatos na BR-230, em Santa Rita

Um homem foragido da Justiça e investigado pelo homicídio do prefeito de João Dias, Marcelo Oliveira, e do pai dele, Sandi Alves, foi preso na tarde desta terça-feira (8.jul.2025) na BR-230, em Santa Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa, Paraíba. A abordagem aconteceu após o suspeito dirigir de forma imprudente e apresentar documento falso.

De acordo com informações oficiais, equipes do Núcleo de Operações Especiais (NOE) realizavam fiscalização no km 42 da rodovia federal, no sentido João Pessoa, por volta das 16h. Durante a operação, os policiais visualizaram um Chevrolet Onix vermelho realizando manobras em zigue-zague, levantando suspeitas sobre o condutor e o veículo.

O carro foi interceptado alguns metros à frente e passou por procedimento de abordagem. Segundo os policiais, o motorista, um homem de 49 anos, demonstrava nervosismo e apresentou um documento de identidade que levantou dúvidas. Após consulta aos sistemas de segurança, a equipe confirmou que o documento era falso.

As verificações revelaram ainda que havia um mandado de prisão em aberto contra o suspeito, com validade até dezembro de 2040, pelo crime de homicídio. Questionado, o homem admitiu ter conhecimento do mandado de prisão e confessou envolvimento no assassinato do ex-prefeito de João Dias e do pai dele, ocorrido em agosto de 2024, durante o período em que o político disputava a reeleição no município potiguar.

Em depoimento aos policiais, o homem relatou que faz parte da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele também declarou já ter cumprido mais de 20 anos de pena em presídios do Rio Grande do Norte e do Ceará, incluindo as unidades prisionais de Alcaçuz (RN), Itaitinga (CE) e Pacatuba (CE).

Diante dos fatos constatados na fiscalização, o suspeito foi detido pelos crimes de uso de documento falso e em cumprimento ao mandado de prisão por homicídio. Ele foi conduzido à sede da Polícia Federal para os procedimentos legais, incluindo a formalização da prisão e os trâmites para eventual transferência ao sistema penitenciário.

O passageiro que estava no veículo não possuía pendências judiciais e permaneceu com a posse do automóvel após a liberação pela equipe policial. A operação no trecho da BR-230 faz parte das atividades rotineiras de fiscalização com foco na repressão a crimes interestaduais, na prisão de foragidos e na garantia da segurança viária.

Equipes do NOE realizam esse tipo de ação em pontos estratégicos, monitorando veículos e condutores com comportamentos suspeitos. As abordagens têm o objetivo de localizar pessoas com mandados de prisão, identificar documentos falsificados e coibir o transporte de cargas ilícitas.

As autoridades reforçam que o enfrentamento ao crime organizado depende da atuação coordenada entre forças policiais, do compartilhamento de informações entre estados e da integração dos sistemas de segurança. O trabalho conjunto visa reduzir índices de violência, garantir o cumprimento de mandados de prisão e assegurar a tranquilidade dos motoristas e passageiros que utilizam as rodovias federais.

A população pode colaborar com o trabalho de fiscalização e segurança denunciando atividades suspeitas por meio do telefone 191, canal oficial para emergências e denúncias. As operações seguem como parte do esforço para coibir crimes, localizar foragidos e aumentar a segurança nas rodovias federais que cortam o país.

Foto: Divulgação/PRF

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MPF pede suspensão imediata do Concurso Público Nacional Unificado 2025

MPF pede suspensão imediata do Concurso Público Nacional Unificado 2025

Órgão aponta falhas estruturais e questiona cumprimento de cotas raciais no edital do CNU

O Ministério Público Federal (MPF) solicitou na última quinta-feira (3.jul.2025) à Justiça Federal do Distrito Federal a suspensão imediata da segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU) de 2025. O certame oferece 3.652 vagas distribuídas em nove blocos temáticos, abrangendo 32 órgãos do Poder Executivo federal.

Segundo o MPF, o concurso foi lançado na última segunda-feira (30.jun) pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) “sem a correção das falhas estruturais apontadas em ação civil pública ajuizada há uma semana e sem adoção de medidas capazes de garantir o cumprimento efetivo das cotas raciais no certame.”

De acordo com o MPF, em 25 de junho foi apresentada ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) uma ação civil pública que detalha problemas estruturais no edital do processo seletivo. Na ocasião, o órgão solicitou que o governo comprovasse a adoção de medidas para corrigir as falhas apontadas.

Em nota, o Ministério Público Federal afirmou que “a suspensão imediata do concurso pode evitar prejuízos à efetividade da política de ações afirmativas e aos candidatos cotistas.”

Na sexta-feira (4.jul), a Advocacia-Geral da União (AGU) informou à Agência Brasil que “a União não foi intimada de decisão judicial, nem instada a se manifestar nos autos do processo”. Em nota enviada à imprensa, o Ministério da Gestão declarou que “ainda não foi notificado pela Justiça Federal sobre qualquer decisão nesse processo”.

O edital do CNU 2025 foi publicado na segunda-feira, poucos dias após o ajuizamento da ação civil pública. De acordo com o MPF, o texto manteve problemas já identificados na primeira edição do concurso em 2024, quando candidatos ingressaram com ações judiciais questionando os critérios de enquadramento ou negativa como cotista.

Entre os principais pontos levantados pelo Ministério Público Federal estão:

1 – Comissões de heteroidentificação

O MPF destaca que o edital mantém a regra de que as decisões das comissões de heteroidentificação são definitivas. Segundo o órgão, isso contraria os princípios do contraditório, da ampla defesa e da motivação dos atos administrativos.

Em concursos públicos, essas comissões verificam a autodeclaração de candidatos que disputam vagas reservadas a pessoas negras (pretos e pardos). Em janeiro deste ano, o MPF recomendou suspender a divulgação dos resultados finais do primeiro concurso unificado de 2024, até que as falhas no cumprimento das regras de cotas raciais fossem corrigidas.

Na ocasião, o MPF relatou ter recebido reclamações de candidatos sobre o funcionamento das comissões, incluindo falta de transparência, dificuldades para apresentação de recursos e violação ao direito de defesa.

2 – Sorteio para cotas

O Ministério Público Federal questiona o sorteio de vagas do CNU 2025 para aplicação proporcional das cotas raciais em cargos com número de vagas inferior ao mínimo legal. Para o órgão, os critérios adotados não possuem mecanismos de controle externo e carecem de transparência, o que comprometeria a ação afirmativa e a segurança jurídica dos candidatos.
O sorteio foi realizado em 26 de junho, com transmissão ao vivo no canal do Ministério da Gestão no YouTube.

3 – Reserva proporcional por cota

O MPF aponta que o edital não prevê, de forma expressa, o cadastro de reserva proporcional por modalidade de cota. Essa omissão impediria o acompanhamento da convocação de candidatos cotistas até o fim do prazo de validade do concurso e fragilizaria o cumprimento da reserva legal.
Segundo o órgão, a legislação federal estabelece os seguintes percentuais:

  • 30% para pessoas pretas, pardas, indígenas e quilombolas
  • 5% para pessoas com deficiência (PCDs)

Essas regras estão previstas na lei federal nº 15.142/2025 e no decreto nº 9.508/2018.

4 – Listas classificatórias

O MPF também questiona a falta de clareza no edital sobre a publicidade das listas classificatórias específicas para candidatos cotistas e sobre o ranqueamento contínuo. Para o órgão, a ausência de informações claras dificultaria o monitoramento da aplicação correta das políticas de ação afirmativa ao longo de todas as etapas do certame.

O pedido de suspensão foi encaminhado à Justiça Federal do Distrito Federal, que deverá analisar o caso. Até a última atualização desta matéria, não havia decisão judicial sobre o tema.

Foto: Leobark Rodrigues/Secom/MPF / Tânia Rêgo/Agência Brasil / Paulo Pinto/Agência Brasil

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Justiça condena companhia aérea a indenizar passageira por atraso de 14 horas

Justiça condena companhia aérea a indenizar passageira por atraso de 14 horas

Passageira perdeu festa de bodas de ouro no Rio de Janeiro e será indenizada em R$ 3 mil por danos morais

A Justiça do Rio Grande do Norte condenou uma companhia aérea ao pagamento de R$ 3 mil por danos morais a uma passageira que perdeu a festa de bodas de ouro de amigos no Rio de Janeiro por causa de um atraso de mais de 14 horas em seu voo. A decisão é da juíza Leila Nunes de Sá Pereira, do Juizado Especial de Parnamirim.

Caso

Segundo os autos, a passageira, residente na Grande Natal, comprou passagens de ida e volta para viajar entre Manaus e o Rio de Janeiro, onde participaria do evento marcado para as 9h do dia 25 de outubro de 2024. O embarque estava previsto para as 13h35 do dia anterior. Ela chegou ao aeroporto com quatro horas de antecedência, mas foi informada no balcão da companhia que o voo havia sido cancelado.

A passageira tentou ser realocada em outro voo, conforme prevê a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), mas o pedido foi negado. Ela só conseguiu desembarcar no Rio de Janeiro às 8h40 do dia do evento e chegou ao local após o encerramento, por volta do meio-dia.

Defesa e sentença

Em sua defesa, a companhia aérea alegou que o cancelamento ocorreu por “manutenção não programada” na aeronave e disse ter fornecido um voucher de alimentação. A juíza destacou que a empresa não apresentou provas dessa manutenção. Além disso, considerou que esse tipo de problema não é imprevisível nem suficiente para afastar a responsabilidade de prestar um serviço adequado.

A sentença reconheceu que o transtorno enfrentado ultrapassou um mero aborrecimento, já que a passageira perdeu um evento importante e aguardado, enfrentando longa espera sem solução adequada. Por isso, a companhia foi condenada a pagar R$ 3 mil por danos morais.

Danos materiais

O pedido de reembolso por danos materiais, como despesas com hotel e alimentação, foi negado. A passageira não apresentou comprovantes desses gastos. Como conseguiu embarcar em outro voo, a juíza entendeu que não houve prejuízo financeiro adicional com novas passagens.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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STF suspende decretos sobre IOF e agenda audiência entre governo e Congresso

STF suspende decretos sobre IOF e agenda audiência entre governo e Congresso

Alexandre de Moraes determina suspensão de efeitos dos decretos e convoca audiência de conciliação para 15 de julho

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta sexta-feira (4.jul.2025) os efeitos de decretos editados pela Presidência da República e pelo Congresso Nacional relacionados ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A decisão atinge os decretos presidenciais nº 12.466/2025, 12.467/2025 e 12.499/2025, além do Decreto Legislativo nº 176/2025.

A medida cautelar foi concedida ad referendum do plenário da Corte. O ministro determinou ainda a realização de uma audiência de conciliação entre representantes do governo federal e do Congresso Nacional, marcada para o dia 15 de julho, na sala de audiências do STF, em Brasília.

Participação de órgãos jurídicos

Conforme a decisão, a audiência também deverá contar com representantes da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU). Alexandre de Moraes determinou a comunicação imediata da decisão ao presidente da República e ao presidente do Congresso Nacional, com solicitação de envio de informações no prazo de cinco dias.

Segundo o ministro, após a realização da audiência de conciliação, será avaliada a necessidade de manutenção da liminar concedida.

Fundamentação

Na decisão, Moraes destacou a importância da harmonia entre os Poderes e afirmou que o embate entre os decretos do Executivo e do Legislativo contraria o artigo 2º da Constituição Federal. O dispositivo constitucional estabelece que os Poderes da União devem ser independentes e harmônicos entre si.

O ministro apontou que há argumentos suficientes para justificar a suspensão imediata dos decretos, em razão de sucessivas medidas antagônicas entre o Executivo e o Legislativo, que, segundo ele, violam o princípio da harmonia entre os Poderes no Estado Democrático de Direito.

Entenda o caso

Em maio de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou decretos que aumentavam as alíquotas do IOF em operações de crédito, seguros e câmbio. As medidas integravam o pacote econômico do Ministério da Fazenda para ampliar a arrecadação e cumprir metas estabelecidas no novo arcabouço fiscal.

Posteriormente, o governo reverteu parte do aumento, substituindo os decretos por uma medida provisória que alterava outros tributos. Em junho, o presidente da Câmara, Hugo Motta, pautou a votação que resultou na derrubada dos decretos presidenciais. O Senado também rejeitou os textos em votação simbólica.

Ação no STF

No dia 1º de julho, a Advocacia-Geral da União protocolou uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) no STF, a pedido do presidente Lula. O objetivo é validar os decretos que foram rejeitados pelo Legislativo. A ação foi baseada em parecer técnico e jurídico produzido pela AGU na semana anterior.

Alexandre de Moraes foi designado relator da ADC, uma vez que já atuava como relator de duas outras ações relacionadas ao tema, protocoladas por partidos políticos. Não há data definida para o julgamento final do caso.

Foto: Ton Molina/STF / Nelson Jr./SCO/STF / Rosinei Coutinho/SCO/STF

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Crise entre governo e Congresso expõe disputa por impostos e articulação política

Crise entre governo e Congresso expõe disputa por impostos e articulação política

Judicialização do aumento do IOF eleva tensão entre Planalto e Legislativo

A crise entre o governo federal e o Congresso Nacional ganhou novos contornos nesta semana com o recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para restabelecer o decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O movimento reforçou no Palácio do Planalto a percepção de que o clima eleitoral para 2026 já está presente. A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensifica o discurso de “justiça tributária” em reação à derrota no Legislativo, apostando em embate político direto com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na quarta-feira (2.jul.2025), Lula participou das comemorações do 2 de Julho, Dia da Independência da Bahia, em Salvador, onde exibiu um cartaz com os dizeres “taxação dos super ricos”. A imagem foi divulgada em suas redes sociais, mostrando o presidente ao lado da primeira-dama, Rosângela da Silva (Janja), e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT).

Estratégia de comunicação

O governo planeja manter a ofensiva política, intensificando o tom do discurso para atingir também a classe média. A estratégia tenta evidenciar que a proposta de “justiça tributária” visa cobrar mais impostos de quem, segundo o governo, paga proporcionalmente menos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu o ajuste em evento no Palácio do Planalto nesta terça-feira (1º.jul):

“Sei que existe uma disputa ideológica no País, mas vamos para os resultados. Vamos falar português para as pessoas”, declarou, durante o lançamento do Plano Safra Empresarial.

Segundo Haddad, o objetivo é garantir recursos sem reduzir investimentos em áreas como saúde e educação.

Contexto político

A crise se aprofundou após o Congresso derrubar o decreto presidencial que aumentava o IOF, provocando reações do Planalto. Lula considerou a decisão do Legislativo um “absurdo” e defendeu a judicialização do tema.

“Se eu não entrar com recurso no Judiciário, eu não governo mais o País”, afirmou o presidente, criticando a postura do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O Planalto identificou fatores políticos para a derrota, incluindo disputas por cargos, insatisfação com o atraso no pagamento de emendas parlamentares e o cenário eleitoral para 2026.

Campanha tributária

Em resposta, o PT lançou a campanha “Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets”, destacando a proposta de ampliar a arrecadação de segmentos considerados mais favorecidos.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, afirmou:

“É justo Bancos, Bets e Bilionários (BBB) não quererem pagar imposto? Não se trata de pobres contra ricos. É 99% contra 1%.”

A campanha busca engajamento digital, superando publicações de adversários políticos. Na quinta-feira (3), o PT reuniu cerca de 270 criadores de conteúdo em evento virtual para fortalecer a estratégia.

Perspectivas de negociação

Apesar do clima de tensão, Lula negou que exista “rompimento” com o Congresso e sinalizou disposição para diálogo.

“O presidente da República reconhece o papel que o Congresso tem, eles têm os seus direitos, eu tenho os meus direitos. Quando os dois não se entenderem, a Justiça resolve”, disse.

Após participar da Cúpula dos Brics no Rio de Janeiro, Lula pretende se reunir com o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para tentar costurar um acordo.

Papel do STF

A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou o recurso ao STF alegando que o aumento do IOF está dentro das competências do Executivo. O Congresso argumenta que o decreto extrapola o poder do governo ao criar um tributo com fins arrecadatórios sem aval legislativo.

Ministros do STF avaliam a possibilidade de mediação para evitar o prolongamento do impasse. O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes.

Em Buenos Aires, Haddad reafirmou que a equipe econômica precisa da medida para cumprir a meta fiscal de 2025, de superávit de 0,25% do PIB. Questionado sobre um possível acordo no STF, ele evitou se antecipar, afirmando que o tema precisa de tratamento adequado para evitar conflitos.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Ricardo Stuckert/PR

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Médicos enfrentam entraves para se aposentar com segurança e perdem dinheiro por erros previdenciários e tributários

Médicos enfrentam entraves para se aposentar com segurança e perdem dinheiro por erros previdenciários e tributários

Profissionais da saúde no RN acumulam prejuízos por falta de assessoria jurídica especializada em aposentadoria, tributos e direitos no serviço público

No Rio Grande do Norte, onde mais de 5 mil médicos estão ativos na capital, segundo o Conselho Regional de Medicina (Cremern), uma realidade preocupante tem afetado o futuro financeiro desses profissionais: erros de contribuição previdenciária, tributos cobrados de forma indevida e falhas no reconhecimento de direitos no serviço público. A ausência de um acompanhamento jurídico especializado tem custado caro a médicos potiguares, tanto os que atuam como pessoa jurídica (PJ) quanto os vinculados a prefeituras, hospitais estaduais ou federais.

Boa parte desses profissionais contribui de forma excessiva ao INSS, gerando recolhimentos acima do necessário. Segundo a advogada Mylena Leite Ângelo, especialista em direito médico e previdenciário no RN, esse é um dos erros mais comuns e que podem ser corrigidos com a devida análise jurídica, resultando em restituições expressivas ou compensações futuras.

Em Natal, um dos casos mais recorrentes envolve o ISS (Imposto Sobre Serviços), frequentemente cobrado com base no faturamento total dos profissionais médicos que tem PJ. No entanto, o Decreto-Lei 406/68 em seu art. 9º, § 3º, autoriza sociedades uniprofissionais, como consultórios médicos, a recolherem o ISS de forma fixa, proporcional ao número de sócios. “Já vimos médicos pagando de dez a vinte vezes mais do que o valor devido, simplesmente por falta de orientação tributária adequada”, explica Mylena Leite Ângelo, fundadora da Mylena Leite Advocacia, referência em assessoria jurídica para médicos em Natal.

O escritório também tem acompanhado o aumento de processos administrativos disciplinares (PADs) contra médicos servidores públicos. Sem uma defesa especializada, os profissionais ficam vulneráveis a penalidades que afetam diretamente a estabilidade no cargo, a aposentadoria e até mesmo sua reputação profissional.

Além disso, muitos médicos que atuam no serviço público desconhecem ou não recebem progressões, gratificações, abonos de permanência e licenças indenizáveis — valores que podem somar dezenas de milhares de reais ao longo da carreira. Segundo Mylena Leite, “o problema é estrutural. O médico passa a vida cuidando dos outros, mas muitas vezes não cuida da própria carreira no que diz respeito aos seus direitos”.

Diante desse cenário, cresce no estado a busca por advogados especializados em direito médico no RN. A advogada Mylena Leite Ângelo tem se destacado pela atuação direta com médicos e médicas que desejam estruturar suas finanças com segurança, evitar prejuízos fiscais e garantir que sua aposentadoria ocorra de forma justa. “O planejamento jurídico do médico é tão essencial quanto o planejamento clínico de um paciente”, afirma.

Para saber mais, acesse o Instagram: @medicosmylenaleiteadvocacia.

Sobre Mylena Leite Advocacia:

Fundado em 2012, o escritório Mylena Leite Advocacia atua nacionalmente com sedes no Rio Grande do Norte, Pernambuco, Rondônia, Amapá e São Paulo. Com mais de 40 colaboradores e uma carteira com mais de 15 mil clientes, o escritório já recuperou mais de R$100 milhões em direitos para profissionais da saúde e servidores públicos. Embora seja referência nacional em direito para médicos, o escritório também atende outras áreas do Direito, com foco em causas trabalhistas, previdenciárias e administrativas.

Foto: Divulgação

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Justiça do RN manda apurar licenças de unidades de saúde após mutirão de catarata

Justiça do RN manda apurar licenças de unidades de saúde após mutirão de catarata

Decisão ocorre após casos de perda do globo ocular em pacientes atendidos em Parelhas

A Justiça do Rio Grande do Norte determinou a verificação das licenças e autorizações de funcionamento de duas unidades de saúde envolvidas no mutirão de cirurgias de catarata realizado em Parelhas nos dias 27 e 28 de setembro de 2024. O processo teve origem após relato de um paciente sobre complicações graves no pós-operatório, levando à perda do globo ocular em pelo menos uma dezena de pessoas.

O mutirão foi realizado na Maternidade Dr. Graciliano Lordão, em parceria com uma clínica especializada em saúde ocular contratada pela Secretaria Municipal de Saúde. Segundo informações da Prefeitura à época, os casos de infecção nos pacientes foram atribuídos à bactéria Enterobacter cloacae, associada a falhas em processos de higienização e esterilização.

No processo judicial, o paciente afirma ter desenvolvido endoftalmite, uma infecção grave no olho operado. Com base nas alegações, o juiz da Vara Única da Comarca de Parelhas determinou que a Subcoordenadoria da Vigilância Sanitária do RN (SUVISA/RN) apresente, em até 10 dias, informações sobre as licenças e autorizações de funcionamento do centro cirúrgico da maternidade no período do mutirão.

A decisão judicial também solicita que a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa/PE) informe a situação de regularidade da clínica contratada, com sede em Goiana (PE). Além disso, o Município de Parelhas foi intimado a obter e apresentar a documentação médica dos pacientes atendidos durante o mutirão. O processo segue em tramitação até que seja proferida a sentença de mérito.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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Justiça aplica multa por demolição parcial do 8º andar do Hotel BRA em Natal

Justiça aplica multa por demolição parcial do 8º andar do Hotel BRA em Natal

Decisão judicial impõe sanção de R$ 5 mil à construtora e dá prazo para Prefeitura se manifestar

A Justiça Federal do Rio Grande do Norte determinou a aplicação de multa de R$ 5 mil à NATHWF Empreendimentos S/A por não cumprir integralmente a ordem de demolição do 8º pavimento do Hotel BRA, localizado na Via Costeira, em Natal. A decisão foi proferida na segunda-feira (1º.jul.2025) pelo juiz Ivan Lira de Carvalho, da 5ª Vara Federal.

Além da multa, a sentença estabelece que o Município de Natal seja intimado para informar, em até 15 dias, se deseja assumir a execução da demolição. Caso a Prefeitura opte por realizar a obra, poderá solicitar ressarcimento dos custos mediante comprovação nos autos.

O processo judicial envolvendo o Hotel BRA teve início em 2005, quando o empreendimento foi embargado após duas ações civis públicas movidas pelo Ministério Público Federal (MPF). As ações questionavam irregularidades na obra, incluindo a ampliação da área construída de 14.815 m² para 28.984 m² sem o devido licenciamento ambiental e alvará de construção. O projeto também ultrapassava o limite de 15 metros de altura estabelecido pelo Plano Diretor vigente à época.

Em 2017, a Justiça Federal determinou a demolição do pavimento excedente e a apresentação de um novo licenciamento, respeitando as normas urbanísticas e ambientais em vigor no momento da concessão da Licença de Instalação nº 007/2005. Desde então, a execução da sentença vem sendo acompanhada pela Justiça.

Em fevereiro deste ano, o juiz solicitou à Prefeitura de Natal a apresentação de documentação e a realização de fiscalização para verificar o cumprimento da ordem. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) enviou um laudo apontando que a demolição foi feita apenas de forma parcial. De acordo com o documento, apenas a laje do 8º pavimento foi removida, permanecendo pilares, vigas, escadas e elevadores.

O Ministério Público Federal também confirmou, nos autos, que houve apenas retirada parcial das estruturas. Diante dessas constatações, a Justiça considerou desnecessária uma nova perícia técnica, classificando como evidente o descumprimento da decisão judicial.

A NATHWF Empreendimentos S/A apresentou justificativa alegando divergências na interpretação do que deveria ser demolido. A empresa informou ter iniciado a remoção das estruturas remanescentes em atenção ao relatório da fiscalização.

Paralelamente ao cumprimento da decisão judicial, a construtora tenta viabilizar um novo projeto para o local. Segundo a Semurb, há um pedido de licenciamento ambiental em tramitação para reestruturação do prédio. A Justiça havia autorizado o prosseguimento da análise do pedido sem cobrança de nova taxa, desde que comprovado o pagamento realizado no licenciamento original.

A Semurb declarou que o processo segue em análise, aguardando o envio de informações complementares por parte da empresa. Conforme o órgão municipal, o pedido de licenciamento foi protocolado cerca de 45 dias após a primeira decisão judicial que determinou a demolição.

O Município de Natal foi intimado pela Justiça Federal para informar se pretende executar diretamente a demolição do pavimento remanescente. Caso opte por realizar a obra, o Município poderá ser ressarcido, mediante homologação judicial, após a apresentação de comprovantes dos custos.

A disputa judicial sobre o Hotel BRA se estende há quase duas décadas, envolvendo questionamentos sobre o descumprimento do projeto original, ausência de licenciamento adequado e desrespeito às normas de gabarito urbano.

Foto: Divulgação/Semurb

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Lula afirma que depende do STF para governar após Congresso derrubar aumento do IOF

Lula afirma que depende do STF para governar após Congresso derrubar aumento do IOF

Presidente diz que governo acionou Suprema Corte para validar decreto rejeitado por parlamentares

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que depende de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) para conseguir governar o país. A declaração foi feita ao comentar a decisão do governo federal de acionar a Suprema Corte para tentar validar o decreto que aumentava a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), derrubado pelo Congresso Nacional na semana passada.

Segundo o presidente, sem recorrer ao STF, ele não consegue mais administrar o país. O governo ingressou com uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) no STF por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), buscando reverter a decisão do Legislativo.

O decreto derrubado aumentaria a arrecadação federal em até R$ 10 bilhões ainda neste ano. Na avaliação do presidente, a rejeição no Congresso ocorreu por causa de pressão de setores como casas de apostas eletrônicas, fintechs e o sistema financeiro.

O governo argumenta que havia um acordo com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado para aprovar medidas fiscais. Segundo o Executivo, a negociação previa alternativas, como taxar apostas eletrônicas e encerrar a isenção do Imposto de Renda para investimentos em Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs).

O presidente considerou que houve quebra desse acordo, que teria sido fechado entre ministros e parlamentares em reunião no domingo anterior à votação. A equipe econômica, comandada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia comemorado o acerto como solução para o aumento de arrecadação.

Após a derrota no Congresso, o governo acionou o STF para validar o decreto. O presidente comunicou que pretende se reunir com os presidentes da Câmara e do Senado para tentar recompor o diálogo político quando retornar de viagem.

Na mesma semana, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, buscou reduzir o impacto das declarações de Lula sobre depender do STF para governar. Ele apontou que o Brasil vive um modelo de presidencialismo de coalizão, em que o Executivo precisa negociar com um Congresso fragmentado para aprovar medidas importantes. Para o ministro, o Supremo é a instância adequada para resolver impasses institucionais entre os Poderes.

Em outro evento, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, afirmou que o desenho institucional do Brasil acaba levando ao Supremo diversas questões polêmicas. Ele destacou que o tribunal precisa decidir sobre temas nos quais há visões diferentes na sociedade e que isso gera descontentamento em parte da população. Barroso mencionou que, em sua avaliação, o STF cumpre o papel constitucional ao resolver esses impasses.

O ministro André Mendonça, do STF, expressou visão distinta em relação a parte dessas competências. Ele avaliou que o Supremo tem invadido atribuições de outros Poderes, sobretudo do Legislativo, em questões que, em sua análise, deveriam ser resolvidas pela via administrativa ou política. Mendonça disse ainda que tem sido voto vencido em decisões recentes que ampliaram a atuação da Corte em temas como políticas públicas.

A discussão sobre os limites entre os Poderes ocorre em meio à judicialização de medidas fiscais do governo. Após a derrubada do decreto do IOF no Congresso, o Executivo busca respaldo jurídico para manter a arrecadação prevista no plano fiscal. A AGU protocolou a ação no STF para que o tribunal reconheça a constitucionalidade do decreto.

O governo federal também avalia alternativas para recompor a base no Legislativo e retomar negociações em torno de outras propostas para compensar a perda de receita com a derrubada do aumento do IOF. A expectativa do presidente é discutir essas alternativas com os líderes do Congresso em reuniões futuras, visando garantir apoio para medidas fiscais consideradas essenciais pela equipe econômica.

A mobilização do governo para garantir o aumento de arrecadação ocorre em um contexto de esforço para cumprir metas fiscais e manter o equilíbrio das contas públicas. O plano econômico do Executivo depende de recursos adicionais para evitar cortes de despesas ou aumento da dívida pública.

O tema seguirá em discussão no Congresso e no Supremo Tribunal Federal, à medida que o governo busca reverter a decisão legislativa ou construir alternativas para garantir a arrecadação prevista.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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MPF recorre para garantir consulta à comunidade tradicional sobre obras na Redinha

MPF recorre para garantir consulta à comunidade tradicional sobre obras na Redinha

Recurso pede que população costeira seja ouvida antes de medidas sobre concessão e gestão do complexo turístico

O Ministério Público Federal (MPF) recorreu ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) para assegurar o direito de consulta prévia e participação da comunidade tradicional costeira nas decisões relacionadas às obras e à gestão do complexo turístico da Redinha, localizado em Natal.

O recurso foi apresentado após a Justiça Federal do Rio Grande do Norte negar pedido de liminar em maio. O MPF argumenta que a medida judicial é urgente, pois as obras estão em estágio avançado e a gestão da área foi concedida à iniciativa privada por meio de lei municipal sancionada em dezembro de 2024.

O complexo abrange o mercado público, quiosques da praia e espaço de embarcação. A reforma do mercado foi finalizada, mas permanece inativo. Os quiosques foram demolidos e não foram reconstruídos, deixando comerciantes desalojados sem alternativa.

Segundo o MPF, as intervenções impactam diretamente na subsistência e nos modos de vida de ribeirinhos, pescadores artesanais, marisqueiras e pequenos comerciantes. A ausência de consulta prévia teria violado a Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário.

O recurso também cita laudo antropológico do próprio MPF, estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), autodeclaração da comunidade e atos da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) como evidências do reconhecimento formal da comunidade como tradicional. A SPU concedeu Termos de Autorização de Uso Sustentável (Taus), instrumento que requer consulta prévia antes de qualquer intervenção.

O MPF sustenta que a continuidade das obras sem consulta poderá tornar os danos irreversíveis, inclusive com prejuízos a investimentos públicos já realizados, como é o caso do mercado público da Redinha, que permanece sem funcionamento.

Foto: Magnus Nascimento/Prefeitura de Natal/Ilustração

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AGU pede ao STF homologação de plano de ressarcimento do INSS

AGU pede ao STF homologação de plano de ressarcimento do INSS

Devolução de descontos indevidos a aposentados deve começar em 24 de julho, em lotes quinzenais

A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou nesta quarta-feira (2.jul.2025) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a homologação do plano elaborado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para viabilizar o ressarcimento de descontos irregulares aplicados em benefícios de aposentados e pensionistas.

Conforme informado pelas instituições durante audiência de conciliação realizada na semana anterior, o início dos pagamentos está previsto para o dia 24 de julho. Os repasses serão feitos a cada 15 dias, com previsão de atender cerca de 1,5 milhão de beneficiários por lote. Os valores a serem devolvidos terão correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A proposta foi construída em conjunto entre AGU, INSS, Ministério da Previdência Social, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Defensoria Pública da União (DPU) e Ministério Público Federal (MPF). O pedido agora aguarda decisão do ministro Dias Toffoli, relator do caso no STF.

A AGU também solicitou a retirada de requerimento anterior que previa a abertura de crédito extraordinário para viabilizar os pagamentos, além da exclusão dos valores do teto de gastos federais em 2025 e 2026. Segundo o órgão, a homologação do acordo garante segurança jurídica à operação.

De acordo com dados apresentados ao STF, aproximadamente 2,1 milhões de pessoas estão aptas a receber o ressarcimento.

Os descontos indevidos são alvo da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal. As investigações revelam um esquema de cobranças não autorizadas de mensalidades associativas. Estima-se que cerca de R$ 6,3 bilhões tenham sido descontados de beneficiários do INSS entre 2019 e 2024.

A Justiça Federal já bloqueou R$ 2,8 bilhões em bens de empresas e indivíduos investigados. As ações da operação seguem em curso.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil / Joédson Alves/Agência Brasil / Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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Moraes veta filhos de Bolsonaro como testemunhas em ação penal

Moraes veta filhos de Bolsonaro como testemunhas em ação penal

Ministro do STF impede depoimentos de Eduardo e Carlos Bolsonaro no caso da trama golpista

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira (1º.jul.2025) vetar os depoimentos de Eduardo Bolsonaro e Carlos Bolsonaro como testemunhas de defesa na ação penal da suposta trama golpista.

Na semana passada, Eduardo (deputado federal) e Carlos (vereador) foram arrolados como testemunhas por Filipe Martins, ex-assessor de assuntos internacionais do governo Bolsonaro e réu no chamado núcleo 2 da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Na decisão, Moraes argumentou que Eduardo Bolsonaro é investigado por suposta atuação junto ao governo dos Estados Unidos para influenciar medidas contra o STF. Carlos Bolsonaro foi indiciado no inquérito sobre espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), conhecido como “Abin Paralela”.

O ministro destacou que as investigações são conexas e que, sendo filhos de um dos investigados na ação penal, os dois não poderiam atuar como testemunhas.

Os depoimentos das testemunhas de defesa e acusação no processo estão previstos para ocorrer entre os dias 14 e 21 de julho.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

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Alexandre de Moraes é relator da ação sobre decreto do IOF no STF

Alexandre de Moraes é relator da ação sobre decreto do IOF no STF

Ministro assume relatoria de ação protocolada pela AGU para validar aumento do imposto

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi escolhido como relator da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) protocolada pela Advocacia-Geral da União (AGU) para reconhecer a validade do decreto editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Moraes foi designado para relatar o caso porque já atua como relator de dois processos que tratam do mesmo tema. As outras ações foram protocoladas pelos partidos PL e PSOL. Até o momento, não há data definida para a decisão do ministro.

A AGU protocolou a ação no STF buscando manter o decreto presidencial, que havia sido derrubado pelo Congresso Nacional na semana anterior. A Câmara dos Deputados aprovou a sustação do decreto com 383 votos favoráveis e 98 contrários. No Senado, a votação ocorreu de forma simbólica.

No entendimento da Advocacia-Geral da União, a Constituição Federal atribui ao chefe do Executivo a prerrogativa de legislar sobre o IOF, dentro dos limites legais. Para a AGU, ao editar e aprovar um decreto legislativo que sustou o aumento das alíquotas, o Congresso Nacional teria violado o princípio da separação entre os poderes.

A ação sustenta que o decreto presidencial não extrapolou o poder regulamentar do Executivo e que o Congresso não poderia impedir a sua vigência nesses termos.

Em paralelo, o tema também é discutido em uma ação protocolada na sexta-feira (27.jun) pelo PSOL. O partido argumenta que a Constituição autoriza o Congresso a sustar atos normativos do Executivo, mas apenas quando há exorbitância do poder regulamentar. Para a legenda, o decreto apenas alterava as alíquotas do IOF, sem desrespeitar os limites constitucionais ou legais de sua competência normativa.

O decreto em questão fazia parte de um pacote elaborado pelo Ministério da Fazenda para ampliar a arrecadação federal e atender às metas do novo arcabouço fiscal. Editado no final de maio, o texto aumentava o IOF em operações de crédito, seguros e câmbio.

Após críticas no Congresso, o governo federal editou uma Medida Provisória no início de junho com aumento de tributos para as empresas de apostas (bets) e para investimentos hoje isentos de tributação, como forma de compensação.

A medida provisória prevê ainda o corte de R$ 4,28 bilhões em despesas obrigatórias no orçamento deste ano. Em troca, o governo reduziu a abrangência do decreto do IOF, versão que acabou sendo derrubada pelo Congresso Nacional nesta semana.

O STF ainda não definiu prazos para julgamento ou eventuais liminares sobre a ADC apresentada pela AGU.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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Moraes será relator de ação do PSOL contra derrubada do decreto do IOF

Moraes será relator de ação do PSOL contra derrubada do decreto do IOF

Partido pretende anular votações da Câmara dos Deputados e do Senado

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, decidiu nesta segunda-feira (30) que o ministro Alexandre de Moraes será o relator da ação na qual o PSOL pretende anular as votações da Câmara dos Deputados e do Senado que derrubaram o decreto editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para aumentar as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Na sexta-feira (27), a ação foi distribuída para o ministro Gilmar Mendes. No entanto, o ministro afirmou que o caso deveria ser analisado por Alexandre de Moraes, que já atua como relator de outras ações sobre a questão.

No despacho proferido hoje, Barroso concordou que Moraes deve comandar o processo.

“A análise do tema exige que primeiro se delimite se o Presidente da República exerceu seu poder dentro dos limites regulamentares ou da delegação legislativa. Diante do exposto, determino a redistribuição do processo para o ministro Alexandre de Moraes”, decidiu.

Ação

O PSOL entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no STF para derrubar a deliberação do Congresso sobre o decreto do IOF.

O partido, que faz parte da base do governo, reconhece que a Constituição autoriza o Congresso a sustar medidas do Executivo. Contudo, a legenda diz que a suspensão só pode ocorrer nos casos em que houver exorbitância do poder regulamentar do presidente da República.

Segundo a legenda, o decreto apenas alterou as alíquotas do IOF, “não havendo qualquer desrespeito ao limite de atuação normativa”.

“O Congresso Nacional, ao sustar o Decreto nº 12.499/2025, por meio do DL 176/2025, sem a devida demonstração de exorbitância de poder normativo, violou os próprios limites fixados no art. 49, V, da Constituição. O STF, inclusive, já declarou inconstitucional decreto legislativo editado nessas mesmas condições, como se verifica no julgamento da ADI 5744”, argumenta o partido.

Decreto

O decreto fazia parte de medidas elaboradas pelo Ministério da Fazenda para reforçar as receitas do governo e atender às metas do arcabouço fiscal. No fim de maio, o presidente Lula editou um decreto que aumentava o IOF para operações de crédito, de seguros e de câmbio. Diante da pressão do Congresso, o governo editou, no início de junho uma medida provisória com aumento de tributos para bets (empresas de apostas) e para investimentos isentos.

A medida provisória também prevê o corte de R$ 4,28 bilhões em gastos obrigatórios neste ano. Em troca, o governo desidratou o decreto do IOF, versão que foi derrubada pelo Congresso nesta semana.

Foto: Nelson Jr./SCO/STF / Rosinei Coutinho/SCO/STF

Da Agência Brasil

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MPF denuncia esquema de fraudes ao INSS no Rio Grande do Norte e em mais 3 estados do Nordeste

MPF denuncia esquema de fraudes ao INSS no Rio Grande do Norte e em mais 3 estados do Nordeste

Grupo falsificava documentos para criar idosos fictícios e obter benefícios; prejuízo supera R$ 4 milhões

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra três pessoas acusadas de participação em um esquema de fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com atuação no Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Piauí. A denúncia foi protocolada na Justiça Federal na Ação Penal nº 0806511-48.2025.4.05.8400 e divulgada nesta segunda-feira (30.jun.2025) pelo MPF.

Segundo o MPF, o grupo atuava de forma coordenada e estruturada, falsificando documentos públicos para criar identidades de idosos fictícios e, em nome deles, requerer benefícios previdenciários assistenciais entre 2013 e 2021. As fraudes geraram um prejuízo superior a R$ 4 milhões aos cofres públicos. As investigações impediram um prejuízo adicional estimado em R$ 20 milhões.

De acordo com a denúncia, os acusados apresentavam certidões de nascimento, documentos de identidade e cadastros de pessoas físicas (CPF) falsificados ao INSS, induzindo o órgão ao erro para aprovar benefícios em nome de pessoas inexistentes. O MPF aponta o uso de mecanismos considerados sofisticados e repetitivos para executar o plano em diversos estados.

No Rio Grande do Norte, as investigações revelaram que o esquema seguiu padrões semelhantes aos identificados pela Polícia Federal de Pernambuco na chamada Operação Garoa. O modus operandi incluía emissão de CPFs para supostos beneficiários com mais de 65 ou 70 anos em datas que coincidiam com o início dos benefícios, além de declarações de grupo familiar com apenas uma pessoa.

As análises também apontaram o uso repetido dos mesmos telefones e endereços, com variações mínimas, além do preenchimento de documentos com grafia semelhante ou idêntica. A Polícia Federal identificou ainda o uso de endereços de IP (internet protocol) repetidos em diversos pedidos de benefícios.

Um dos denunciados foi apontado como responsável por apresentar requerimentos fraudulentos em agências do INSS em diferentes cidades do Rio Grande do Norte, como Natal, Parnamirim, Touros, Apodi, Ceará-Mirim e Santa Cruz. Ele também teria solicitado benefícios usando identidades falsas na Paraíba, Ceará e Piauí. O prejuízo causado por ele foi apurado em R$ 857.422,97.

Outros dois denunciados são um casal apontado como núcleo central e articulador do esquema. A mulher é acusada de atuar na obtenção e confecção de documentos falsificados em nome de pelo menos 21 pessoas fictícias, resultando em um prejuízo estimado em R$ 1.720.914,18. Segundo o MPF, ela seria responsável pela montagem dos requerimentos e apresentação dos documentos falsos ao INSS em várias unidades federativas.

O companheiro dela é acusado de atuar como procurador de diversas identidades fictícias junto ao INSS, causando prejuízo equivalente superior a R$ 1,7 milhão.

O Ministério Público Federal pede a condenação dos três denunciados pelos crimes de falsidade ideológica, estelionato agravado por ter sido praticado contra órgão público e organização criminosa. Também solicita à Justiça Federal a fixação de valor mínimo de reparação de R$ 4,35 milhões, equivalente ao total de prejuízos causados pela organização.

As investigações destacaram a ramificação interestadual do esquema, mas com foco consistente no Rio Grande do Norte. Segundo o MPF, o mesmo integrante do grupo usava dezenas de identidades falsas em várias agências do INSS no estado. As fraudes foram registradas em municípios potiguares em diferentes regiões, demonstrando o alcance das práticas no território estadual.

O MPF destacou na denúncia que o grupo atuava de forma estruturada e que os integrantes tinham papéis definidos, desde a criação de documentos falsificados até o protocolo de requerimentos em diferentes estados. As práticas foram monitoradas pela Polícia Federal, que reuniu dados sobre os padrões repetitivos dos pedidos e a reiteração dos meios usados para fraudar o sistema.

O caso segue em análise pela Justiça Federal, que decidirá sobre o recebimento da denúncia e o andamento da ação penal contra os acusados.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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Justiça determina internação de adolescente que matou pais e irmão em Itaperuna

Justiça determina internação de adolescente que matou pais e irmão em Itaperuna

Jovem de 14 anos ficará 45 dias em internação provisória no Degase após confessar crime

A Justiça do Rio de Janeiro determinou, nesta quinta-feira (26.jun.2025), a internação provisória de um adolescente de 14 anos acusado de matar os pais e o irmão de 3 anos em Itaperuna, no Noroeste Fluminense. A decisão prevê medida socioeducativa de 45 dias no Departamento Geral de Ações Socioeducativas do Governo do Estado (Degase). Até o momento, ele não possui advogado constituído.

Captura e confissão

O adolescente foi capturado na quarta-feira (25.jun), após confessar os assassinatos. Segundo informações da polícia, o crime ocorreu no sábado (21.jun). De acordo com os investigadores, o adolescente teria matado os pais e o irmão enquanto dormiam, motivado pela proibição dos pais a uma viagem para outro estado para encontrar uma garota com quem mantinha um relacionamento virtual desde os 8 anos.

Dinâmica do crime

Os relatos policiais indicam que o adolescente esperou os pais dormirem para pegar a arma do pai, escondida debaixo da cama, e efetuar os disparos. Conforme o depoimento, ele atirou na cabeça do pai, depois na mãe e, por último, no pescoço do irmão de 3 anos. Os três dormiam no mesmo quarto por causa do ar-condicionado.

Após os disparos, o jovem arrastou os corpos para a cisterna da casa com o objetivo de ocultar os cadáveres. Ainda de acordo com a investigação, ele teria utilizado produtos químicos no chão para tentar limpar vestígios. Não há indícios de que ele tenha pesquisado previamente como cometer os assassinatos.

Descoberta dos corpos

Na terça-feira (24.jun.2025), a avó do adolescente o acompanhou até a delegacia para registrar o desaparecimento das vítimas. Na manhã de quarta (25.jun), perícia realizada na casa identificou manchas de sangue em colchões e roupas, além de pontos queimados. Durante as diligências, um forte odor levou os policiais até o local onde os corpos estavam escondidos.

O adolescente foi então conduzido à delegacia, onde confessou os crimes. Segundo o delegado Carlos Augusto Guimarães, titular da 143ª DP, ele também relatou o crime a um tio, que foi ouvido e confirmou a confissão.

Investigações e hipóteses

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) investiga duas hipóteses para o crime: o impedimento dos pais à viagem para encontrar a namorada virtual e possível motivação financeira. Durante as investigações, foram encontrados indícios de que o menor pesquisava na internet formas de falsificar autorização de viagem interestadual para companhias de transporte.

Também foram localizadas buscas sobre como sacar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de pessoas falecidas. O pai do adolescente possuía cerca de R$ 33 mil no fundo.

Arma utilizada

A arma usada no crime era registrada no nome do pai, que tinha permissão como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). O revólver foi localizado na casa da avó do adolescente.

Possível envolvimento de terceira pessoa

As autoridades investigam se a namorada virtual, uma adolescente de 15 anos que mora no Mato Grosso, teve influência no crime. Ela foi localizada e identificada na quinta-feira (26), sendo levada para a delegacia de Água Boa (MT).

O delegado explicou que, se for comprovado que ela teve alguma participação, mesmo virtualmente, poderá responder pelos atos conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A investigação busca apurar se houve indução, instigação ou qualquer incentivo à prática do crime.

Medida socioeducativa

O menor foi encaminhado ao Degase para cumprir internação provisória de 45 dias, conforme decisão judicial. Durante esse período, o caso continuará a ser investigado, com o objetivo de esclarecer todas as circunstâncias e eventuais responsabilidades adicionais.

Segundo a Polícia Civil, o adolescente deve responder por ato infracional análogo a triplo homicídio e ocultação de cadáver.

Foto: Reprodução

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Núcleo de Prática Jurídica da UnP participa do mutirão ‘TRANSformAÇÃO’ com atendimentos gratuitos para retificação de nome e gênero

Núcleo de Prática Jurídica da UnP participa do mutirão ‘TRANSformAÇÃO’ com atendimentos gratuitos para retificação de nome e gênero

Ação acontece nesta sexta-feira (27) e é promovido pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc)

O Núcleo de Prática Jurídica (NPJ) da Universidade Potiguar (UnP), Campus Mossoró, integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil: o ecossistema Ânima, participará do mutirão TRANSformAÇÃO. O evento será realizado nesta sexta-feira (27), no Fórum Desembargador Silveira Martins.

A ação tem como foco a promoção da cidadania e da inclusão social, oferecendo, de forma gratuita, o serviço de retificação de nome e gênero para pessoas cisgêneras, travestis, transexuais e não binárias que desejam ajustar seus documentos à sua identidade de gênero.

O projeto é executado pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), e o Núcleo de Prática Jurídica da UnP está entre as instituições parceiras que irão auxiliar no atendimento do mutirão e também levar orientação jurídica aos participantes.

“Trata-se de uma ação de extrema importância para assegurar o reconhecimento legal das identidades de gênero, promovendo cidadania, dignidade e inclusão para pessoas que, historicamente, tiveram seus direitos negados. Essa participação reforça o compromisso da Universidade Potiguar com a justiça social, a diversidade e o respeito aos direitos fundamentais”, destaca a coordenadora do NPJ da UnP, Eduarda Vale.

Para participar da ação, os interessados devem comparecer ao Fórum, das 8h às 14h, portando os documentos pessoais: RG, CPF, comprovante de residência, título de eleitor, certidão de nascimento ou de casamento, Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), passaporte (caso possua) e carteira de identidade social (caso possua). Também é necessário estar com as certidões negativas de antecedentes cíveis e criminais (estadual e federal), e da Justiça Eleitoral e Militar.

Sobre a Universidade Potiguar – UnP

Com 44 anos de inovação e tradição, a UnP é a única universidade privada do Estado do Rio Grande do Norte a integrar o maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil: o Ecossistema Ânima. A universidade possui milhares de alunos entre os campi em Natal, Mossoró e Caicó, oferecendo cursos de graduação, pós-graduação lato sensu, Mestrados e Doutorados. Também contribui para democratização do ensino superior ao disponibilizar uma oferta de cursos digitais com diversos polos dentro e fora do Rio Grande do Norte. Como formadora de profissionais, a instituição tem compromisso com a cidadania, sempre pautada nos valores éticos, sociais, culturais e profissionais. Este propósito direciona o desenvolvimento e a prática de seu projeto institucional e dos projetos pedagógicos dos cursos que oferece para a comunidade. Além disso, os alunos de Medicina da UnP contam com a Inspirali, um dos principais players de educação continuada na área médica. Para mais informações: www.unp.br.

Sobre a Ânima Educação

Com o propósito de transformar o Brasil pela educação, a Ânima é o maior e o mais inovador ecossistema de ensino de qualidade para o país, com um portfólio de marcas valiosas e um dos principais players de educação continuada na área médica. A companhia é composta por cerca de 370 mil estudantes, distribuídos em 18 instituições de ensino superior, e em mais de 500 polos educacionais por todo o Brasil. Integradas também ao Ecossistema Ânima estão marcas especialistas em suas áreas de atuação, como HSM, HSM University, EBRADI (Escola Brasileira de Direito), Le Cordon Bleu (SP), SingularityU Brazil, Inspirali, Community Creators Academy, e Learning Village, primeiro hub de inovação e educação da América Latina, além do Instituto Ânima.

Em 2023, a Forbes, uma das revistas de negócios e economia mais respeitadas do mundo, elencou a Ânima entre as 10 maiores companhias inovadoras do país e, em 2022, o ecossistema de ensino, também foi destaque do Prêmio Valor Inovação – parceria do jornal Valor Econômico e a Strategy&, consultoria estratégica da PwC – figurando no ranking de empresas mais inovadoras do Brasil no setor de educação. A companhia também se destacou no Finance & Law Summit Awards – FILASA, em 2022, como Melhor Departamento de Compliance. Em 2021, a organização educacional foi destaque no Guia ESG da revista Exame como uma das vencedoras na categoria Educação. Desde 2013, a companhia está na Bolsa de Valores, no segmento de Novo Mercado, considerado o de mais elevado grau de governança corporativa.

Foto: Divulgação

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Justiça bloqueia mais de R$ 1 milhão do governo para compra emergencial de medicamentos em Natal

Justiça bloqueia mais de R$ 1 milhão do governo para compra emergencial de medicamentos em Natal

Decisão judicial destina recursos para abastecimento no Hospital Dr. José Pedro Bezerra após pedido do Ministério Público

A Justiça do Rio Grande do Norte determinou o bloqueio de R$ 1.027.425,39 do Governo do Estado para garantir o abastecimento emergencial de medicamentos e insumos no Hospital Dr. José Pedro Bezerra, localizado em Natal. A decisão judicial atende a um pedido do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) em ação que apontou situação de desabastecimento crítico na unidade hospitalar.

De acordo com informações divulgadas pelo MPRN, a medida tem como objetivo assegurar a aquisição imediata de itens considerados prioritários para o funcionamento da unidade, evitando a interrupção de atendimentos. Entre os insumos e medicamentos apontados nos relatórios estão anestésicos e materiais cirúrgicos. Esses itens estariam em falta na Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) do hospital.

A ação judicial foi movida pela 47ª Promotoria de Justiça de Natal, responsável por atuar na área da saúde. O Ministério Público apresentou relatórios que detalham a escassez de insumos essenciais para procedimentos cirúrgicos e outros atendimentos no hospital, destacando o risco de agravamento no atendimento à população em caso de manutenção do quadro de desabastecimento.

O valor bloqueado deverá ser utilizado exclusivamente para a compra emergencial dos medicamentos e materiais necessários. A decisão da Justiça prevê que a administração do Hospital Dr. José Pedro Bezerra ficará responsável pela realização das aquisições diretas para reabastecimento da CAF, com foco nos itens considerados prioritários para o funcionamento adequado dos serviços.

Para garantir a correta aplicação dos recursos, a decisão também estabelece prazo de 60 dias para apresentação da prestação de contas. A direção do hospital deverá comprovar, por meio de notas fiscais e documentos de entrada em estoque, a efetiva aquisição dos medicamentos e insumos. A prestação de contas deverá ser submetida ao juízo responsável para avaliação do cumprimento da medida.

A decisão atende aos argumentos do Ministério Público, que destacou a necessidade de ação imediata para evitar o colapso no atendimento hospitalar. Os relatórios anexados ao processo judicial apontaram a situação crítica no estoque de medicamentos e insumos, incluindo anestésicos e materiais cirúrgicos, que são fundamentais para garantir a realização de procedimentos médicos no Hospital Dr. José Pedro Bezerra.

O Hospital Dr. José Pedro Bezerra, conhecido como Hospital Santa Catarina, é uma das principais unidades de saúde pública de Natal. A Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) do hospital é responsável por gerenciar o estoque de medicamentos e materiais utilizados nos atendimentos diários, que incluem procedimentos de média e alta complexidade.

A decisão judicial com bloqueio de valores foi considerada pelo Ministério Público como instrumento para garantir o fornecimento mínimo necessário de insumos e medicamentos. O MPRN sustentou nos autos que a situação de desabastecimento representava risco para a continuidade dos atendimentos hospitalares, justificando a solicitação de bloqueio de valores do Governo do Estado.

Segundo o teor da decisão, o montante de R$ 1.027.425,39 será vinculado exclusivamente ao objetivo de suprir o déficit de medicamentos e insumos. Qualquer destinação diferente será considerada descumprimento da medida, sujeita às sanções legais. A prestação de contas detalhada deverá demonstrar, de forma individualizada, os itens adquiridos, os valores pagos e o registro de entrada dos produtos no estoque da unidade.

O Governo do Estado deverá ser formalmente notificado para tomar ciência da decisão e do bloqueio judicial, bem como para viabilizar o cumprimento da ordem de destinação dos recursos. A administração hospitalar terá a responsabilidade de realizar as compras emergenciais e apresentar a documentação comprobatória no prazo estipulado.

O processo segue em tramitação para acompanhar a execução da medida, a análise da prestação de contas e eventuais novas determinações judiciais conforme o andamento da ação movida pelo Ministério Público.

Foto: Divulgação/Sesap/Ilustração

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Justiça estabelece prazo para regularização de medicamentos em hospitais do RN

Justiça estabelece prazo para regularização de medicamentos em hospitais do RN

Governo do Estado tem até 11 de julho para normalizar abastecimento no Walfredo Gurgel e Tarcísio Maia, conforme acordo com o Cremern e órgãos federais

O Governo do Estado do Rio Grande do Norte tem até o dia 11 de julho para regularizar o abastecimento de medicamentos e materiais básicos em dois dos principais hospitais da rede pública estadual: o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, e o Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró. A decisão foi estabelecida em audiência de mediação realizada nesta quinta-feira (26.jun.2025) pela Justiça Federal.

O acordo foi firmado após uma Reclamação Pré-Processual movida pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern) no início do mês de junho, que apontou o desabastecimento das unidades hospitalares. Segundo a entidade, a situação comprometeu tanto o atendimento prestado aos pacientes quanto as condições de trabalho dos profissionais de saúde.

A audiência foi conduzida de forma virtual pela juíza federal Gisele Leite e contou com a participação de representantes do Ministério Público Federal (MPF), do Ministério Público do Estado do RN (MP/RN), da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), das direções dos dois hospitais, além da Comissão de Saúde da OAB/RN e da Defensoria Pública da União (DPU).

Durante a audiência, ficou definido que o prazo final para a normalização do fornecimento de insumos é o dia 11 de julho. Além disso, o Cremern foi autorizado a realizar novas fiscalizações nas duas unidades hospitalares até o dia 16 de julho, com o objetivo de verificar se o Governo do Estado cumpriu as medidas pactuadas.

Segundo o presidente do Cremern, Dr. Marcos Jácome, o resultado da audiência foi considerado um avanço na tentativa de garantir a continuidade e a qualidade dos atendimentos nos hospitais públicos do Rio Grande do Norte. “O resultado da audiência, que estabelece prazos claros para a regularização do abastecimento em nossos hospitais, foi satisfatório. É um passo importante para garantir a assistência digna aos pacientes e as condições de trabalho dos profissionais de saúde no Rio Grande do Norte”, afirmou.

A medida é uma tentativa de retomar a normalidade no funcionamento das duas maiores unidades de saúde pública do estado, que atendem à população de forma contínua e em regime de urgência e emergência. O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel é a principal referência em trauma do Rio Grande do Norte, enquanto o Hospital Tarcísio Maia atende à região Oeste com serviços de média e alta complexidade.

Durante as inspeções anteriores realizadas pelo Cremern, foram identificadas falhas graves no abastecimento de insumos básicos para procedimentos médicos, além de relatos de interrupções no atendimento devido à ausência de medicamentos essenciais. A situação levou o conselho a formalizar a denúncia junto à Justiça Federal como medida preventiva para evitar o colapso no atendimento hospitalar.

A atuação conjunta de órgãos como o Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, OAB/RN e Defensoria Pública da União reforça o acompanhamento institucional sobre o caso. A decisão judicial obriga o Estado a tomar providências imediatas para evitar o agravamento da situação nos hospitais.

A expectativa é que, com o cumprimento do prazo e a fiscalização prevista, os estoques de medicamentos e insumos essenciais sejam normalizados, possibilitando a manutenção dos serviços de saúde e a redução dos riscos aos pacientes internados ou em atendimento de urgência.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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Justiça solta motorista envolvido em acidente com três mortes na BR-226 no RN

Justiça solta motorista envolvido em acidente com três mortes na BR-226 no RN

Condutor que dirigia alcoolizado e causou colisão frontal foi liberado mediante medidas cautelares após decisão judicial

A Justiça do Rio Grande do Norte determinou, nesta quinta-feira (26.jun.2025), a soltura do motorista de 27 anos envolvido no acidente que resultou na morte de três pessoas de uma mesma família no último domingo (23.jun), na BR-226, nas proximidades do município de Senador Elói de Souza, interior do estado.

O condutor havia sido preso em flagrante no dia do acidente e, após audiência de custódia realizada na segunda-feira (24.jun), teve a prisão convertida em prisão preventiva. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmou que ele dirigia sob efeito de álcool no momento da colisão.

A nova decisão judicial considerou que o caso se trata de homicídio culposo na condução de veículo automotor, mesmo com a comprovação da embriaguez. Segundo o juiz relator, esse tipo de crime é incompatível com a manutenção da prisão preventiva, salvo em casos que envolvam crime doloso com pena superior a quatro anos, reincidência em crime doloso ou violência doméstica e familiar.

Com isso, a prisão foi substituída por medidas cautelares, conforme previsto no Código de Processo Penal. O condutor deverá:

Comparecer periodicamente em juízo, conforme prazo e condições a serem estabelecidas;

Não poderá se ausentar da comarca por mais de três dias sem autorização judicial.

O motorista teve ferimentos leves e foi conduzido à Delegacia de Santa Cruz, onde foi autuado por homicídio culposo, lesão corporal e embriaguez ao volante. Posteriormente, foi transferido para a Cadeia Pública de Nova Cruz, onde permaneceu até a decisão de soltura.

O acidente

O acidente ocorreu na manhã do domingo (23), na altura do km 60 da BR-226, trecho localizado no município de Senador Elói de Souza. Inicialmente, a PRF havia informado que o local do acidente era no município de Tangará.

Segundo a PRF, os dois veículos colidiram frontalmente. O motorista embriagado teria invadido a contramão, causando o impacto. Ele seguia sozinho em seu veículo.

No outro carro, estavam três adultos e quatro crianças. Os adultos que ocupavam os bancos dianteiros foram identificados como:

  • Fernando Venâncio da Silva
  • Ana Paula Venâncio
  • Rafael Venâncio, de 2 anos, filho do casal

Todos morreram no local do acidente. A criança estava sentada no colo da mãe, de acordo com informações da PRF.

O veículo da família trafegava de São Paulo do Potengi com destino a Tangará, onde participariam de uma festa de aniversário. O outro veículo vinha de Cuité (PB) com destino a Natal.

Teor alcoólico

O motorista foi submetido ao teste do bafômetro, que indicou um resultado de 1,14 mg/L. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, o limite máximo permitido é de 0,04 mg/L. Acima de 0,33 mg/L, o ato é considerado crime de trânsito.

Crianças feridas

Quatro crianças estavam no banco de trás do veículo atingido. Duas delas foram socorridas em estado grave e levadas ao Hospital Walfredo Gurgel, em Natal.

Uma menina de 6 anos passou por cirurgia no fêmur, enquanto um menino de 3 anos permaneceu internado, mas com quadro clínico estável.

As outras duas crianças receberam alta médica ainda no domingo, após atendimento no Hospital de Bom Jesus.

As quatro crianças são filhas de um casal de amigos das vítimas, que seguia logo atrás do carro em uma motocicleta e presenciou o acidente.

Foto: Divulgação/PRF / Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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STF decide que redes devem ser responsabilizadas por conteúdos ilegais

STF decide que redes devem ser responsabilizadas por conteúdos ilegais

Por 8 a 3, corte declarou Artigo 19 do Marco Civil inconstitucional

Por 8 votos a 3, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (26) que as plataformas que operam as redes sociais devem ser responsabilizadas diretamente pelas postagens ilegais feitas por seus usuários.

Após seis sessões seguidas para julgar o caso, a Corte decidiu pela inconstitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), norma que estabeleceu os direitos e deveres para o uso da internet no Brasil.

O dispositivo estabelecia que, “com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura”, as plataformas só poderiam ser responsabilizadas pelas postagens de seus usuários se, após ordem judicial, não tomarem providências para retirar o conteúdo ilegal.

Dessa forma, antes da decisão do STF, as big techs não respondiam civilmente pelos conteúdos ilegais, como postagens antidemocráticas, mensagens com discurso de ódio e ofensas pessoais, entre outras.

Com o final do julgamento, a Corte aprovou uma tese jurídica, que contém as regras que as plataformas deverão seguir para retirar as postagens.

O texto final definiu que o Artigo 19 não protege os direitos fundamentais e a democracia. Além disso, enquanto não for aprovada nova lei sobre a questão, os provedores estarão sujeitos à responsabilização civil pelas postagens de usuários.

Pela decisão, as plataformas devem retirar os seguintes tipos de conteúdo ilegais após notificação extrajudicial:

  • Atos antidemocráticos;
  • Terrorismo;
  • Induzimento ao suicídio e automutilação;
  • Incitação à discriminação por raça, religião, identidade de gênero, condutas homofóbicas e transfóbicas;
  • Crimes contra a mulher e conteúdos que propagam ódio contra a mulher;
  • Pornografia infantil;
  • Tráfico de pessoas.

Votos

O último voto sobre a questão foi proferido na sessão desta quinta pelo ministro Nunes Marques, que votou contra a responsabilização direta das redes. O ministro defendeu que a responsabilização direta deve ser criada pelo Congresso.

Segundo Nunes, a liberdade de expressão é clausula pétrea da Constituição e deve ser protegida. Dessa forma, a responsabilidade pela publicação de conteúdos é de quem causou o dano, ou seja, o usuário.

“A liberdade de expressão é pedra fundamental para necessária troca de ideias, que geram o desenvolvimento da sociedade, isto é, apenas por meio do debate livre de ideias, o indivíduo e a sociedade poderão se desenvolver em todos os campos do conhecimento humano”, afirmou.

Nas sessões anteriores, os ministros Flávio Dino, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia se manifestaram pela responsabilização. Os ministros André Mendonça e Edson Fachin votaram pela manutenção das atuais regras que impedem a responsabilização direta das redes.

Carmen Lúcia avaliou que houve uma transformação tecnológica desde 2014, quando a lei foi sancionada, e as plataformas viraram “donas das informações”. Segundo a ministra, as plataformas têm algoritmos que “não são transparentes”.

Para Moraes, as big techs impõem seu modelo de negócio “agressivo”, sem respeitar as leis do Brasil, e não podem ser uma “terra sem lei”.

No entendimento de Dino, o provedor de aplicações de internet poderá ser responsabilizado civilmente pelos danos decorrentes de conteúdos gerados por terceiros.

Gilmar Mendes considerou que o Artigo 19 é “ultrapassado” e que a regulamentação das redes sociais não representa ameaça à liberdade de expressão.

Cristiano Zanin votou pela inconstitucionalidade do artigo e afirmou que o dispositivo não é adequado para proteger os direitos fundamentais e impõe aos usuários o ônus de acionar o Judiciário em caso de postagens ofensivas e ilegais.

Os ministros Luiz Fux e Dias Toffoli votaram para permitir a exclusão de postagens ilegais por meio de notificações extrajudiciais, ou seja, pelos próprios atingidos, sem decisão judicial prévia.

Luís Roberto Barroso diz que a ordem judicial é necessária para a remoção somente de postagens de crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria”). Nos demais casos, como publicações antidemocráticas e terrorismo, por exemplo, a notificação extrajudicial é suficiente para a remoção de conteúdo, mas cabe às redes o dever de cuidado para avaliar as mensagens em desacordo com as políticas de publicação.

Casos julgados

O STF julgou dois casos concretos que envolvem o Marco Civil da Internet e que chegaram à Corte por meio de recursos.

Na ação relatada pelo ministro Dias Toffoli, o tribunal julga a validade da regra que exige ordem judicial prévia para responsabilização dos provedores por atos ilícitos. O caso trata de um recurso do Facebook para derrubar decisão judicial que condenou a plataforma por danos morais pela criação de perfil falso de um usuário.

No processo relatado pelo ministro Luiz Fux, o STF discute se uma empresa que hospeda um site na internet deve fiscalizar conteúdos ofensivos e retirá-los do ar sem intervenção judicial. O recurso foi protocolado pelo Google.

Foto: Bruno Moura/STF / Fellipe Sampaio/SCO/STF

Da Agência Brasil

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Cid acusa defesa de Bolsonaro de abordar filha para saber de delação

Cid acusa defesa de Bolsonaro de abordar filha para saber de delação

Advogados classificam abordagem de tentativa de obstrução de Justiça

O tenente-coronel Mauro Cid disse à Polícia Federal (PF) que advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro mantiveram contato com sua filha menor de idade, sua esposa e sua mãe com o objetivo de interferir na delação premiada do militar, que entregou às autoridades detalhes sobre uma trama golpista no governo passado.

Para a defesa de Cid, os contatos podem ser considerados uma tentativa de obstrução de Justiça. Eles acusam os advogados Paulo Cunha Bueno e Fabio Wajngarten de buscarem informações sobre a delação e de tentarem demover Cid de delatar o complô golpista.

Nesta quarta-feira (25), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mandou a PF colher os depoimentos de Bueno e Wajngarten, que foi também assessor de Bolsonaro. Moraes é relator da ação penal que tem como alvo o chamado “núcleo crucial” da trama golpista, composto por oito réus, incluindo Cid e o próprio Bolsonaro.

Em depoimento na terça-feira (24), Cid disse à PF “que, ao analisar o telefone celular de sua filha, identificou que os advogados Luiz Eduardo de Almeida Kuntz e Fábio Wajngarten estavam mantendo contato constante com sua filha menor G.R.C, por meio dos aplicativos WhatsApp e Instagram.

Os contatos, segundo Cid, teriam sido “constantes” entre setembro de 2023 e início de 2024. Kuntz é advogado do coronel Marcelo Câmara, também réu na ação penal sobre o golpe, e neste mês pediu ao Supremo que anulasse a delação do tenente-coronel.

Eduardo Kuntz apresentou ao Supremo a versão de que teria discutido com Cid, no início de 2024, informações sobre a delação, por meio de um encontro pessoal e do perfil falso “Gabrielar702” no aplicativo Instagram. Com isso, o tenente-coronel teria violado o sigilo de seus depoimentos, invalidando a colaboração com as autoridades, argumentou o advogado.

Abordagens em hípicas

Indagada pelo Supremo, a empresa Meta, dona do Instagram, confirmou nesta semana que o perfil em questão foi criado com o email maurocid@gmail.com. A Google, dona da plataforma Gmail, por sua vez, informou que esse endereço pertence a um usuário que registrou como data de nascimento a mesma de Cid.

O tenente-coronel nega ter discutido a delação com Kuntz ou ter qualquer relação com a conta no Instagram. Ele voltou a afirmar que sua delação foi feita de forma voluntária e disse que o advogado cercou a ele e sua família, com encontros supostamente fortuitos em eventos nas hípicas de Brasília e São Paulo.

O tenente-coronel contou sobre uma abordagem a sua mãe, Agnes, em um evento na Hípica de São Paulo, no qual estivera presente também o advogado Paulo Bueno, defensor de Bolsonaro, durante uma competição em que sua filha menor participava.

Questionado sobre o motivo das abordagens dos advogados a sua família, Cid disse acreditar que Kuntz “estabeleceu esse contato para obter informações sobre o acordo de colaboração firmado pelo declarante e, com isso, obstruir as investigações em andamento, aproveitando-se da inocência de sua filha menor de idade”, dizem os termos do depoimento de quarta (24).

Sobre áudios em que ele parece discutir a delação com Kuntz por meio do Instagram, Mauro Cid disse acreditar que foi gravado involuntariamente, e que o material teria sido recortado e editado.

Kuntz nega qualquer tentativa de obstrução de Justiça. Moraes, contudo, determinou a prisão de seu cliente, o coronel Marcelo Câmara, por entender que o réu teria violado, por intermédio de seu advogado, a determinação de não usar as redes sociais ou tentar manter contato com outros investigados.

A Agência Brasil tenta contato com o advogado Paulo Bueno da Cunha.

Nas redes sociais, após a decisão de Moraes ordenando seu depoimento à PF, Wajngarten disse que “a criminalização da advocacia é a cortina de fumaça para tentar ocultar a expressa falta de voluntariedade do réu delator Mauro Cid e a consequente nulidade da colaboração”.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Da Agência Brasil

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STF suspende julgamento sobre responsabilidade de redes sociais por postagens ilegais

STF suspende julgamento sobre responsabilidade de redes sociais por postagens ilegais

Ministros devem discutir texto final da tese sobre retirada de conteúdos ofensivos e antidemocráticos por plataformas

O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu nesta quarta-feira (25.jun.2025) o julgamento sobre a responsabilidade civil das plataformas de redes sociais por postagens ilegais feitas por seus usuários. A interrupção ocorreu para que os ministros possam discutir internamente o texto final da tese que norteará a decisão da Corte.

A tese servirá para orientar como as plataformas devem agir na retirada de conteúdos como discursos de ódio, postagens antidemocráticas e ofensas pessoais. A expectativa, segundo o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, é de que, havendo acordo entre os ministros, o resultado seja proclamado na sessão desta quinta-feira (26). O ministro Nunes Marques ainda deve proferir seu voto.

Até o momento, o julgamento conta com o placar de 8 votos a 2 pela inconstitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014). O dispositivo determina que as plataformas só podem ser responsabilizadas por conteúdo ilegal caso não cumpram uma ordem judicial para removê-lo.

Entenda os votos dos ministros

O julgamento foi iniciado em 4 de junho e já se estendeu por cinco sessões. Durante a sessão desta quarta-feira (25), o ministro Edson Fachin se posicionou contra a responsabilização direta das plataformas. A ministra Cármen Lúcia votou pela responsabilização, alinhando-se à maioria formada até o momento.

Ministros como Alexandre de Moraes e Flávio Dino também se manifestaram a favor da responsabilidade civil das redes sociais. Moraes criticou as big techs por operarem, segundo ele, com modelo de negócios sem aderência às normas brasileiras. Para Flávio Dino, as empresas podem ser responsabilizadas pelos danos causados por conteúdos gerados por terceiros.

O ministro Gilmar Mendes considerou o Artigo 19 “ultrapassado” e afirmou que regular as plataformas não fere a liberdade de expressão. Cristiano Zanin também votou pela inconstitucionalidade do artigo, argumentando que ele transfere ao usuário a obrigação de recorrer ao Judiciário para combater conteúdos ilegais.

Os ministros Luiz Fux e Dias Toffoli defenderam a possibilidade de exclusão de conteúdos ilegais por meio de notificações extrajudiciais, sem necessidade de ordem judicial. Segundo eles, o próprio usuário ofendido pode solicitar a remoção diretamente à plataforma.

Já Luís Roberto Barroso sustentou que a exigência de ordem judicial deve se aplicar apenas a crimes contra a honra, como calúnia, difamação e injúria. Para outros tipos de conteúdo, como apologia ao terrorismo e mensagens antidemocráticas, a notificação extrajudicial pode ser suficiente, desde que as plataformas cumpram o dever de cuidado e avaliem os conteúdos de acordo com suas políticas.

O ministro André Mendonça defendeu a manutenção do modelo atual, que prevê responsabilização das redes apenas em caso de descumprimento de ordem judicial.

Casos concretos em julgamento

O STF analisa dois casos concretos relacionados ao Marco Civil da Internet. O primeiro, sob relatoria do ministro Dias Toffoli, trata de um recurso apresentado pelo Facebook contra condenação por danos morais após a criação de um perfil falso. O tribunal avalia se é válida a exigência de ordem judicial prévia para responsabilizar os provedores.

O segundo caso, relatado pelo ministro Luiz Fux, discute se uma empresa de hospedagem de sites deve fiscalizar e remover conteúdos ofensivos sem decisão judicial. O recurso foi protocolado pelo Google.

Ambos os processos servem de base para a definição da tese que será aplicada a casos semelhantes no país.

Foto: Fellipe Sampaio/STF / Antonio Augusto/STF

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Justiça mantém preso motorista embriagado que causou morte de família em acidente na BR-226

Justiça mantém preso motorista embriagado que causou morte de família em acidente na BR-226

Motorista de 27 anos teve prisão preventiva decretada após audiência de custódia; colisão matou pai, mãe e filho de 2 anos

A Justiça do Rio Grande do Norte manteve a prisão do motorista de 27 anos envolvido em um acidente que resultou na morte de três pessoas da mesma família — pai, mãe e filho de dois anos — na manhã do domingo (23.jun.2025), no município de Senador Elói de Souza, interior do estado. O homem foi submetido a audiência de custódia nesta segunda-feira (24.jun), e a prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista foi preso logo após a colisão por apresentar sinais de embriaguez. O teste do bafômetro apontou teor alcoólico de 1,14 miligrama por litro de ar alveolar, valor acima do limite considerado crime de trânsito, que é de 0,33 mg/L.

O condutor sofreu ferimentos leves e foi inicialmente levado para a Delegacia de Santa Cruz, onde foi autuado pelos crimes de homicídio culposo, lesão corporal e embriaguez ao volante. Após a audiência, ele foi transferido para a Cadeia Pública de Nova Cruz.

Detalhes do acidente

Segundo a PRF, o acidente ocorreu por volta da manhã do domingo (23), no trecho da BR-226 localizado em Senador Elói de Souza — local inicialmente divulgado como Tangará. Os dois veículos bateram de frente. O motorista que provocou a colisão seguia sozinho em seu automóvel e teria invadido a contramão.

A inspetora da PRF, Julianne Vilela, informou que o carro da vítima seguia de São Paulo do Potengi para Tangará, onde os ocupantes participariam de uma festa de aniversário. Já o outro veículo seguia de Cuité (PB) com destino a Natal.

As vítimas que ocupavam os bancos dianteiros do veículo atingido foram identificadas como:

  • Fernando Venâncio da Silva
  • Ana Paula Venâncio
  • Rafael Venâncio, de 2 anos, filho do casal

O velório da família ocorreu na segunda-feira (24), no município de Nova Cruz.

Crianças feridas

Além das três mortes, quatro crianças que estavam no banco traseiro do veículo ficaram feridas. Duas delas foram socorridas em estado grave e encaminhadas para o Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, no Hospital Walfredo Gurgel, em Natal.

Uma das vítimas, uma menina de 6 anos, passou por cirurgia no fêmur e seguia internada na pediatria da unidade hospitalar até a noite da segunda-feira. Um menino de 3 anos também permaneceu sob cuidados médicos, mas sem lesões graves.

As outras duas crianças foram atendidas no hospital de Bom Jesus e receberam alta no mesmo dia. Elas são filhas de um casal de amigos da família que presenciou o acidente enquanto seguia logo atrás, em uma motocicleta.

A PRF informou que continua acompanhando o caso. A investigação está a cargo da Delegacia de Polícia Civil da região.

Foto: Divulgação/PRF

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CEI dos Planos de Saúde em Natal pedirá condução coercitiva de representantes da Hapvida e Humana

CEI dos Planos de Saúde em Natal pedirá condução coercitiva de representantes da Hapvida e Humana

Operadoras não compareceram a convocação sobre negativas de atendimento a pessoas com TEA e serão acionadas judicialmente

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara Municipal de Natal, que investiga supostas negativas de atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) por parte de operadoras de planos de saúde, decidiu nesta segunda-feira (23.jun.2025) solicitar ao Poder Judiciário a condução coercitiva de representantes das empresas Hapvida e Humana Saúde. Ambas foram convocadas para prestar esclarecimentos, mas não compareceram nem apresentaram justificativas à comissão.

Segundo o presidente da CEI, vereador Kleber Fernandes (PSDB), a ausência sem justificativa configura afronta ao Poder Legislativo e desrespeito aos consumidores. “Esta Casa Legislativa não se calará diante das reiteradas afrontas e desrespeitos. São inúmeras denúncias de descredenciamento de clínicas, negativas de autorização e descaso generalizado com famílias que lutam para garantir o tratamento de seus filhos. A judicialização é necessária diante do silêncio das operadoras”, afirmou.

A decisão foi tomada durante reunião ordinária da comissão, que apura denúncias apresentadas por pais e responsáveis de pessoas com TEA. As denúncias incluem o descredenciamento de clínicas especializadas, negativa de cobertura de terapias e demora na autorização de procedimentos.

A única operadora de saúde que apresentou justificativa foi a Unimed Natal, que solicitou o reagendamento de sua oitiva em razão de mudanças recentes na diretoria. O pedido foi aceito pela comissão, e a nova audiência ficou marcada para o dia 6 de agosto. Os novos gestores da Unimed deverão comparecer para prestar esclarecimentos sobre as práticas da operadora no atendimento a pessoas com TEA.

O vice-presidente da comissão, vereador Daniel Santiago (PP), também criticou a ausência das empresas. “Se eles desrespeitam uma convocação assinada por 28 dos 29 vereadores, imagina o que fazem com essas crianças e essas famílias. Estamos respaldados pelo povo, e a Procuradoria da Casa já está encaminhando a judicialização para garantir a condução coercitiva”, declarou.

A CEI dos Planos de Saúde foi instalada em 10 de junho com o objetivo de investigar negativas ilegais no custeio e fornecimento de terapias a pessoas com TEA. A comissão foi criada após diversas denúncias de pais e mães atípicos que relataram dificuldades para garantir o tratamento de seus filhos por meio dos planos de saúde.

A comissão é formada pelos vereadores Kleber Fernandes (PSDB), Daniel Santiago (PP), Tércio Tinoco (União Brasil), Thábata Pimenta (PSOL) e Herberth Sena (PV). A convocação realizada nesta segunda-feira (23) foi um desdobramento direto de uma audiência pública promovida anteriormente pela Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara, que discutiu o mesmo tema.

Na ocasião, representantes das operadoras também foram convidados, mas nenhuma das empresas compareceu ao debate. A ausência generalizada resultou na repercussão do caso entre os parlamentares e levou à criação da CEI com o apoio de 28 dos 29 vereadores da Casa Legislativa.

O próximo passo será o encaminhamento da solicitação formal ao Poder Judiciário, com o objetivo de garantir a presença dos representantes das operadoras nas oitivas futuras da comissão.

Foto: Verônica Macedo / Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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Cosern é condenada a indenizar consumidora por negativação indevida em São José de Mipibu

Cosern é condenada a indenizar consumidora por negativação indevida em São José de Mipibu

Empresa deverá pagar R$ 5 mil por danos morais após inscrever cliente nos órgãos de crédito sem comprovar dívida

A Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern), integrante do grupo Neoenergia, foi condenada a pagar uma indenização de R$ 5 mil por danos morais a uma consumidora do município de São José de Mipibu. A decisão foi proferida pelo juiz Pedro Paulo Falcão Júnior, da Vara Única da Comarca local, após constatação de que a empresa incluiu o nome da cliente nos cadastros de inadimplentes sem comprovação da dívida alegada.

Segundo o processo, a consumidora teve seu nome negativado nos órgãos de proteção ao crédito por conta de uma suposta dívida no valor de R$ 384, da qual não tinha conhecimento. Ela alegou que nunca recebeu qualquer notificação sobre o débito e que desconhecia a origem da cobrança.

Durante o julgamento, a Cosern não conseguiu apresentar documentos que comprovassem a existência de vínculo contratual com a cliente nem que a cobrança tivesse fundamento legal. Diante disso, o magistrado entendeu que houve falha na prestação do serviço e que a inclusão do nome da consumidora nos órgãos de proteção ao crédito foi indevida.

Na sentença, o juiz destacou que, conforme o Código de Defesa do Consumidor, cabia à empresa o ônus de comprovar a legalidade da cobrança. Como não houve apresentação de provas suficientes por parte da concessionária, o dano moral ficou presumido.

Com a decisão, além do pagamento da indenização por danos morais, a Cosern foi condenada a excluir o nome da cliente dos cadastros de inadimplentes, como SPC e Serasa, e a arcar com as custas do processo e honorários advocatícios.

O magistrado ressaltou que a negativação do nome do consumidor sem fundamento ou notificação prévia configura lesão aos direitos da personalidade, passível de indenização. A ausência de prova contratual somada à inexistência de aviso prévio reforçou a irregularidade da inscrição nos órgãos de crédito.

A sentença ainda é passível de recurso, mas, até a publicação desta matéria, a Cosern não havia se manifestado sobre o caso nem informado se irá recorrer da decisão judicial.

A consumidora deverá ter o nome limpo nos cadastros de proteção ao crédito após o trânsito em julgado da decisão, conforme previsto na sentença.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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STF determina prisão de Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, por violar medida cautelar

STF determina prisão de Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, por violar medida cautelar

Marcelo Câmara é preso por uso de redes sociais em descumprimento de ordem judicial; conversa com Mauro Cid leva defesa a pedir anulação de delação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na quarta-feira (18.jun.2025) a prisão de Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, por descumprimento de medida cautelar que o proibia de utilizar redes sociais, inclusive por meio de terceiros.

Câmara, coronel do Exército e réu no processo referente à chamada “trama golpista”, foi preso por volta das 16h50 em sua residência, localizada em Sobradinho, no Distrito Federal. De acordo com informações da Polícia Federal (PF), ele ficará detido nas instalações do Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília.

Interação com Mauro Cid e uso de redes sociais

A decisão de Moraes foi motivada por informações prestadas ao STF pelo advogado de Câmara, Eduardo Kuntz. No dia anterior à prisão, Kuntz informou ao Supremo que foi procurado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, por meio da rede social Instagram, através do perfil identificado como @gabrielar702.

Segundo o advogado, ele e Mauro Cid interagiram por meio da plataforma. Cid teria enviado uma foto para se identificar, a pedido do defensor, e relatado sua versão sobre a colaboração premiada firmada com a Polícia Federal.

Durante a conversa, Cid teria afirmado que os investigadores tentaram induzi-lo a usar a palavra “golpe” em seus depoimentos e que, por diversas vezes, solicitou a reformulação de trechos dos anexos apresentados. Ele também afirmou que “o PR [presidente Jair Bolsonaro] não iria dar golpe nenhum” e que os delegados “queriam jogar para o lado do golpe”.

Pedido de anulação de delação

Com base no conteúdo das mensagens, Kuntz solicitou ao Supremo a anulação da delação premiada de Mauro Cid, sob a alegação de que ela teria sido obtida sob pressão.

No entanto, Moraes entendeu que houve tentativa de obstrução da investigação por parte do advogado e de seu cliente. “As condutas noticiadas indicam que o réu e seu procurador tentaram obter os dados sigilosos relativos ao acordo de colaboração premiada por meio de conversas realizadas pelo Instagram e contatos pessoais na Sociedade Hípica de Brasília, no período em que o réu estava preso”, afirmou o ministro.

Moraes destacou que o advogado “transbordou ilicitamente das obrigações legais de advogado” e classificou a conduta como “gravíssima”.

Inquérito contra defensor e réu

Além da prisão, o ministro Alexandre de Moraes determinou a abertura de um inquérito para investigar tanto Marcelo Câmara quanto seu advogado, Eduardo Kuntz, por possível tentativa de obstrução de justiça.

Câmara é réu no Núcleo 2 da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que apura a tentativa de “sustentar a permanência ilegítima” de Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022.

Resposta da defesa

Em nota à imprensa, o advogado Renato Marques Martins, que representa Eduardo Kuntz, afirmou que a abertura de inquérito é abusiva e uma tentativa de intimidar a atuação da defesa.

De acordo com a nota, Kuntz teria agido dentro das prerrogativas legais ao verificar se a delação de Mauro Cid foi prestada de forma voluntária. “Ele exerceu seu dever de verificar se houve coação para que seu cliente fosse falsamente acusado. As mensagens indicam que isso ocorreu”, declarou Martins.

A defesa de Kuntz também alegou que a conversa foi iniciada por Mauro Cid e que não houve violação dolosa da medida cautelar, uma vez que o contato foi espontâneo e não envolveu acesso direto às redes sociais por parte de Marcelo Câmara.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil / Antônio Cruz/Agência Brasil / Bruno Peres/Agência Brasil

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Servidores da saúde de Natal suspendem greve após decisão da Justiça

Servidores da saúde de Natal suspendem greve após decisão da Justiça

Movimento foi encerrado em assembleia após multa judicial; categoria cobra reajuste salarial de 24% e melhorias nas condições de trabalho

Os servidores da saúde de Natal decidiram suspender a greve iniciada na terça-feira (17.jun.2025), após decisão da Justiça que determinou o fim do movimento. A deliberação pelo encerramento da paralisação foi tomada em assembleia realizada nesta sexta-feira (20.jun).

A decisão judicial foi publicada na quinta-feira (19) e determinava multas diárias de R$ 10 mil para cada sindicato envolvido na greve, com um limite de R$ 200 mil, em caso de descumprimento. Além disso, foi exigida a continuidade integral da força de trabalho nas unidades de saúde da capital potiguar.

A principal reivindicação da categoria é o reajuste salarial de 24%, com base no limite prudencial. Os profissionais da saúde também solicitam a implementação da data-base retroativa a março, a recomposição das gratificações previstas na Lei Complementar 120 e o fim dos cortes dessas gratificações durante períodos de licença.

Apesar da suspensão da greve, o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (SindSaúde) anunciou, por meio das redes sociais, que aprovou um novo cronograma de atividades. O objetivo é denunciar as condições de trabalho nas unidades de saúde de Natal.

Histórico da paralisação

A greve teve início na terça-feira (17), com servidores da saúde realizando uma caminhada e manifestação em frente ao Palácio Felipe Camarão, sede da Prefeitura de Natal, no bairro da Cidade Alta. A mobilização ocorreu após a rejeição da proposta de reajuste apresentada pela gestão municipal.

Proposta da prefeitura

Segundo nota oficial da Prefeitura de Natal, foi ofertado um reajuste de 5,47%, percentual que corresponde ao índice inflacionário acumulado entre março de 2023 e março de 2024. A administração municipal também informou que se comprometeu a avaliar outras reivindicações da categoria e sugeriu a instalação de uma mesa de negociação para aprofundar o debate sobre os demais pontos apresentados pelos trabalhadores.

A gestão municipal declarou que mantém o compromisso com uma agenda de valorização continuada, realista e sustentável para os servidores da saúde, e pediu bom senso aos representantes da categoria para evitar impactos na prestação dos serviços essenciais.

O Município ainda propôs um prazo de até 60 dias para a regularização da mesa de negociação, proposta rejeitada pela categoria, que exige instalação imediata da mesa de negociação.

Reivindicações da categoria

De acordo com o SindSaúde, os principais pontos da pauta dos servidores incluem:

  • Recomposição salarial de 24%, considerando o limite prudencial;
  • Implementação da data-base com efeitos retroativos a março;
  • Recomposição das gratificações previstas na Lei Complementar 120/2010;
  • Garantia de manutenção das gratificações durante licenças dos servidores.

O sindicato informou que optou inicialmente por paralisações parciais, como forma de pressão para avanços nas negociações. No entanto, diante da ausência de respostas satisfatórias e da urgência nas demandas, a greve foi deliberada em assembleia anterior.

Mesmo com o encerramento do movimento grevista, a categoria pretende manter mobilizações para reforçar as reivindicações, conforme o novo cronograma aprovado.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração / Reprodução/SindSaúde RN

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Justiça determina suspensão da greve dos servidores da saúde em Natal

Justiça determina suspensão da greve dos servidores da saúde em Natal

Decisão liminar obriga retorno imediato dos profissionais e impõe multa diária em caso de descumprimento

A Justiça do Rio Grande do Norte determinou a suspensão imediata da greve dos servidores da saúde de Natal, iniciada na terça-feira, 17 de junho. A decisão liminar foi proferida na noite da quarta-feira (18.jun.2025), pelo desembargador Cornélio Alves, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), e atende a um pedido protocolado pela Prefeitura do Natal.

De acordo com a decisão, os profissionais de saúde devem retornar ao trabalho de forma imediata. Em caso de descumprimento, os sindicatos envolvidos — Sindsaúde, Sindern, Sinsenat, Soern e Sinfarn — estarão sujeitos a multa diária de R$ 10 mil, com teto de R$ 200 mil por entidade.

A Prefeitura alegou, na ação judicial, que a deflagração da greve ocorreu de maneira abrupta, sem que fossem esgotadas as negociações na Mesa Municipal Permanente do SUS. A gestão municipal também argumentou que a paralisação compromete serviços essenciais, especialmente em um período de alta demanda provocado por surtos de arboviroses, como a dengue, e pela aproximação dos festejos juninos, que elevam o número de atendimentos nas unidades de saúde.

O documento apresentado pela administração municipal afirma que há risco iminente de colapso na rede de urgência e emergência. “A paralisação compromete diretamente a continuidade da assistência médica, inclusive durante os festejos juninos”, destaca um trecho da petição.

A Prefeitura também informou que parte das demandas apresentadas pelos servidores, como o pagamento de retroativos, revisão de gratificações e melhorias estruturais nas unidades de saúde, está sendo analisada ou já se encontra em fase de implementação. Segundo o Município, foram captados R$ 30 milhões para requalificação da infraestrutura das unidades de saúde, com liberação prevista para o segundo semestre de 2025.

Na segunda-feira, 16 de junho, um dia antes do início da greve, a Prefeitura de Natal apresentou proposta de reajuste de 5,47% aos servidores regidos pela Lei Complementar nº 120/2010, além do compromisso de reabrir a mesa de negociação em até 60 dias. A proposta foi recusada pelas categorias.

As reivindicações dos sindicatos incluem o pagamento retroativo do piso da enfermagem, implantação de quinquênios e adicional de insalubridade, reajuste salarial de 24%, reenquadramento de técnicos e medidas de enfrentamento ao assédio moral nas unidades.

Em sua decisão, o desembargador Cornélio Alves reconheceu o direito de greve, mas ponderou que, neste caso específico, o direito à saúde da população deve prevalecer. “Prevalece o direito à saúde, por sua intrínseca ligação com a dignidade da pessoa humana e o direito à vida”, afirmou. O magistrado também considerou que a manutenção de apenas 30% do efetivo é insuficiente para garantir os atendimentos e compromete bens jurídicos fundamentais como a vida e a integridade física.

A greve poderá ser retomada caso o movimento seja considerado legal após o julgamento definitivo do processo. Enquanto isso, os sindicatos devem garantir a prestação plena dos serviços de saúde no município de Natal.

Foto: Reprodução/Sindsaúde/RN

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Moraes nega pedido de Bolsonaro para anular delação de Mauro Cid

Moraes nega pedido de Bolsonaro para anular delação de Mauro Cid

Ministro do STF rejeita anulação de delação premiada; acareação entre Mauro Cid e Braga Netto é marcada para o dia 24

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta terça-feira (17.jun.2025) o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para anular o acordo de delação premiada firmado pelo tenente-coronel Mauro Cid. O pedido foi protocolado na segunda-feira (16.jun), após a publicação de uma reportagem pela revista Veja, que apontava supostas contradições no depoimento prestado por Cid na semana anterior, no âmbito da ação penal que trata de tentativa de golpe de Estado.

Na decisão, Moraes afirmou que o momento processual não é adequado para esse tipo de solicitação. O ministro também destacou que pedidos semelhantes já haviam sido indeferidos anteriormente.

“Dessa maneira, o atual momento processual é absolutamente inadequado para pedidos protelatórios, caracterizados por repetição de pedidos indeferidos anteriormente”, escreveu Moraes.

A defesa de Bolsonaro argumenta que Mauro Cid teria violado cláusulas do acordo de delação ao supostamente utilizar perfis em redes sociais para compartilhar informações confidenciais. Segundo os advogados do ex-presidente, Cid poderia ter se comunicado com terceiros por meio de contas no Instagram identificadas como @gabrielar702 e “Gabriela R”, nomes que coincidem com o da esposa do militar, Gabriela Cid.

Durante audiência no STF, Cid afirmou que não sabia se os perfis pertenciam à sua esposa e negou ter utilizado redes sociais para comunicar-se com outros investigados. A defesa de Bolsonaro alegou que essa atuação configuraria quebra de sigilo, o que poderia justificar a anulação dos benefícios concedidos no acordo.

Defesa de Mauro Cid nega irregularidades

Após a divulgação da reportagem, os advogados de Mauro Cid afirmaram que o conteúdo publicado é falso e negaram qualquer ligação entre o militar e os perfis mencionados. A defesa também solicitou que a titularidade das contas seja investigada.

“Esse perfil não é e nunca foi utilizado por Mauro Cid, pois, ainda que seja coincidente com nome de sua esposa (Gabriela), com ela não guarda qualquer relação”, declarou a defesa do militar.

O acordo de delação de Mauro Cid foi firmado com a Polícia Federal e homologado pelo STF. O militar é apontado como peça-chave nas investigações sobre a organização de atos contra o resultado das eleições de 2022 e possível tentativa de golpe de Estado.

STF marca acareação entre Mauro Cid e Braga Netto

No mesmo dia, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a realização de uma acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o general da reserva Walter Braga Netto, também réu na ação penal relativa à tentativa de golpe. A medida foi solicitada pela defesa de Braga Netto com o objetivo de esclarecer eventuais contradições entre os depoimentos.

A acareação foi agendada para o dia 24 de junho, às 10h, na sala de audiências do Supremo Tribunal Federal. Braga Netto, que está preso preventivamente desde dezembro de 2024, deverá ser deslocado até Brasília para participar da audiência.

Segundo determinação de Moraes, o réu deverá ser monitorado eletronicamente durante o deslocamento e deverá informar o local de hospedagem. Durante o período fora da unidade prisional, Braga Netto está proibido de se comunicar com qualquer pessoa além de seus advogados.

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, é considerado uma das principais fontes das investigações conduzidas pela Polícia Federal no caso da suposta tentativa de subversão da ordem constitucional após as eleições presidenciais de 2022. A acareação busca esclarecer divergências entre as versões apresentadas pelos dois réus, que ocupavam posições de confiança no entorno do ex-presidente.

Foto: Gustavo Moreno/STF / Ton Molina/STF

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Morador de Mossoró é condenado por ameaças e calúnias contra ministro Alexandre de Moraes

Morador de Mossoró é condenado por ameaças e calúnias contra ministro Alexandre de Moraes

Homem gravou vídeo com ameaças e ofensas ao magistrado do STF em 2022

O Ministério Público Federal (MPF) obteve a condenação de um homem residente em Mossoró, no Rio Grande do Norte, por publicar vídeo com ameaças, calúnias e injúrias contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O conteúdo foi compartilhado em agosto de 2022, por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp, e repercutiu em outras plataformas, como o YouTube, além de veículos de imprensa.

De acordo com a denúncia, o vídeo continha palavras de baixo calão, falsas acusações de crimes e ameaças de morte, inclusive por explosão de bomba, contra o magistrado. O acusado foi processado com base nos crimes de ameaça, calúnia e injúria.

Confissão do autor

Durante depoimento prestado à Justiça Federal, o réu admitiu ser o autor do vídeo e confirmou que o conteúdo foi divulgado em um grupo de WhatsApp. Ele afirmou que o material não passava de uma “brincadeira”, alegação que não foi aceita pelo juízo.

Na decisão, a 8ª Vara Federal do Rio Grande do Norte afirmou que “o teor das mensagens é inequivocamente ameaçador, calunioso e injurioso. As ameaças de morte e execução são diretas e graves”.

O tribunal concluiu que as manifestações do réu extrapolaram qualquer forma de liberdade de expressão, sendo enquadradas como crime.

Detalhes da condenação

A Justiça aplicou a pena com base no crime mais grave, a calúnia, considerando que todas as condutas ocorreram em um mesmo vídeo e caracterizam continuidade delitiva. A pena fixada foi de dois anos, quatro meses e 24 dias de prisão, a ser cumprida em regime aberto, além do pagamento de multa.

Ainda cabe recurso da decisão.

Fundamento da ação penal

A ação penal que resultou na condenação foi registrada sob o número 0800787-94.2024.4.05.8401, tramitando na 8ª Vara Federal do Rio Grande do Norte.

O caso se insere em um contexto mais amplo de responsabilização judicial por ataques a autoridades públicas por meio das redes sociais, com o Ministério Público e o Poder Judiciário adotando medidas em defesa da ordem institucional e da integridade dos agentes públicos.

Foto: Nelson Jr./SCO/STF / Rosinei Coutinho/SCO/STF

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PF conclui inquérito da Abin paralela e indica espionagem sob governo Bolsonaro

PF conclui inquérito da Abin paralela e indica espionagem sob governo Bolsonaro

Ex-presidente, Ramagem, Carlos Bolsonaro e atuais diretores da Abin estão entre os mais de 30 indiciados

A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito que investigava o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitoramento ilegal de opositores políticos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O caso ficou conhecido como “Abin paralela”.

De acordo com o relatório da PF, mais de 30 pessoas foram indiciadas por envolvimento em um esquema que teria utilizado estruturas da Abin para espionagem com finalidades políticas e pessoais. Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-diretor-geral da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL).

Indiciamentos atingem também atuais gestores da Abin

O inquérito não se limitou a autoridades ligadas ao governo anterior. Também foram indiciados o atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, nomeado em 2023 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o atual número dois da agência, Alessandro Moretti.

Segundo a PF, houve conluio entre integrantes da atual gestão e da administração anterior da agência para evitar que os monitoramentos ilegais fossem expostos. A investigação identificou que a estrutura da Abin foi utilizada de forma sistemática e irregular entre 2019 e 2023.

Luiz Fernando Corrêa já havia comandado a Polícia Federal durante o segundo mandato do presidente Lula, entre 2007 e 2011, e é considerado um nome de confiança dentro do Partido dos Trabalhadores (PT).

Esquema utilizou software de espionagem

O inquérito aponta que o esquema de espionagem foi operacionalizado com o uso do software FirstMile, apelidado de “espião”. A ferramenta teria sido utilizada pela Abin em pelo menos 60 mil acessos entre 2019 e 2023, com um pico registrado no ano de 2020, período das eleições municipais.

As investigações sobre o uso do software resultaram na deflagração da Operação Última Milha, realizada em outubro de 2023. Segundo a PF, o software foi usado para rastrear e monitorar, de maneira ilegal, a localização de alvos sem autorização judicial.

Operações e desdobramentos

Outro desdobramento da investigação ocorreu em janeiro de 2024, quando a Polícia Federal realizou buscas em endereços ligados a Alexandre Ramagem, como parte da Operação Vigilância Aproximada.

A PF sustenta que a Abin foi “aparelhada” durante o governo Bolsonaro para monitorar adversários políticos e proteger aliados, agindo fora dos limites legais estabelecidos para a atividade de inteligência no país.

Com a conclusão do inquérito, o caso segue para análise do Ministério Público Federal, que poderá oferecer denúncia contra os indiciados ou solicitar novas diligências.

Foto: Marcos Brandão/Agência Senado / Marcos Corrêa/PR / Antonio Cruz/Agência Brasil

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STF determina soltura de Gilson Machado após prisão por tentativa de obtenção de passaporte para Mauro Cid

STF determina soltura de Gilson Machado após prisão por tentativa de obtenção de passaporte para Mauro Cid

Ex-ministro do Turismo deverá cumprir medidas cautelares impostas por Alexandre de Moraes; investigação envolve tentativa de obtenção de passaporte português para Mauro Cid

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a soltura do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, que foi preso na manhã desta sexta-feira (13.jun.2025), em Recife (PE), por suspeita de envolvimento na tentativa de obtenção de um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A prisão de Gilson Machado foi realizada por ordem de Moraes no âmbito das investigações sobre a chamada trama golpista que apura articulações contra o resultado das eleições de 2022. Após análise da prisão, o ministro substituiu a medida por restrições cautelares, conforme divulgado por seu advogado, Célio Avelino.

Ex-ministro deverá cumprir medidas cautelares

Com a decisão do STF, Gilson Machado deverá ser solto nas próximas horas, conforme o mandado de soltura já expedido. Em substituição à prisão preventiva, o ex-ministro deverá cumprir uma série de medidas cautelares, entre elas:

  • Comparecimento obrigatório à Justiça sempre que solicitado;
  • Proibição de manter contato com outros investigados no inquérito da trama golpista;
  • Cancelamento do passaporte atual;
  • Impedimento de deixar o país sem autorização judicial.

Investigação envolve tentativa de obtenção de passaporte português

A investigação da Polícia Federal aponta que Gilson Machado teria atuado para intermediar a obtenção de um passaporte português para Mauro Cid, que atualmente é delator nas apurações do STF sobre os atos antidemocráticos ocorridos após as eleições de 2022.

Na manhã desta sexta-feira, Mauro Cid prestou novo depoimento à Polícia Federal. Durante a oitiva, o militar negou qualquer intenção de deixar o Brasil. Ainda assim, as investigações indicam que a família de Cid viajou para os Estados Unidos no mês anterior.

Pedido de cidadania portuguesa foi feito em janeiro de 2023

Em março de 2024, o ministro Alexandre de Moraes solicitou esclarecimentos formais a Mauro Cid sobre o motivo do pedido de cidadania portuguesa. À época, a defesa do militar informou que a solicitação havia sido protocolada em 11 de janeiro de 2023, poucos dias após os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.

O advogado Cesar Bittencourt, que representa Mauro Cid, afirmou que o pedido foi feito “única e exclusivamente porque a esposa e as filhas do tenente-coronel já possuem cidadania portuguesa”.

Segundo a defesa, o processo resultou na expedição de uma carteira de identidade portuguesa, entregue ao militar em 2024. O documento, de acordo com o advogado, tem validade apenas como identificação dentro do território português, e não implica automaticamente em autorização de residência ou passaporte válido.

Contexto da investigação

A atuação de Gilson Machado está sendo analisada como parte de uma suposta tentativa de facilitar a saída de Mauro Cid do país. O tenente-coronel firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal e é considerado peça-chave nas investigações sobre os bastidores do governo Bolsonaro, especialmente em temas como a minuta do golpe, fraude em cartão de vacinação e articulações paralelas ao sistema de Justiça.

Com a soltura de Gilson Machado, o processo seguirá sob acompanhamento do STF, com monitoramento das medidas cautelares impostas. A Polícia Federal continua a apurar os desdobramentos da tentativa de obtenção de documentos portugueses, bem como o possível envolvimento de outras pessoas na iniciativa.

Foto: Roberto Castro/Mtur / Isac Nóbrega/PR

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Governo aguarda STF para iniciar restituição de descontos indevidos em aposentadorias do INSS

Governo aguarda STF para iniciar restituição de descontos indevidos em aposentadorias do INSS

Plano de pagamento prevê devolução de valores com correção monetária; mais de R$ 6 bilhões foram descontados irregularmente, segundo a Polícia Federal

O governo federal aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para anunciar o calendário de restituição dos descontos indevidos aplicados sobre aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entre os anos de 2019 e 2024.

A medida depende da autorização do STF para abertura de crédito extraordinário, conforme solicitado pela Advocacia-Geral da União (AGU) em ação protocolada na Corte. O montante a ser restituído não será computado dentro do teto de gastos dos exercícios de 2025 e 2026.

Segundo estimativas da Polícia Federal (PF), mais de R$ 6 bilhões foram descontados de forma irregular de aposentados e pensionistas, por meio de associações e entidades que firmaram vínculos não autorizados com os segurados.

Restituição será feita sem necessidade de ação judicial

O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou, nesta sexta-feira (13.jun.2025), durante participação no programa A Voz do Brasil, que os beneficiários que já contestaram os descontos junto ao INSS terão seus valores totalmente restituídos, com correção monetária.

“Apresentamos a proposta do plano de pagamento e, uma vez validado pelo STF, vamos anunciar o calendário de pagamento aos aposentados e pensionistas que buscaram o INSS e têm os valores confirmados”, disse Messias.

O representante da AGU reforçou que não há necessidade de ação judicial para garantir a restituição. Ele explicou que a própria União está assumindo o compromisso de efetuar o ressarcimento diretamente, sem a necessidade de mediação judicial.

A AGU também pediu ao STF a suspensão do prazo de prescrição e das ações judiciais em andamento, a fim de garantir que os segurados não percam o direito à restituição caso a decisão judicial demore a ser proferida.

“Queremos que os beneficiários sejam protegidos e não tenham seus direitos violados. Não há pretensão resistida por parte do governo”, destacou Messias.

Entidades e dirigentes tiveram bens bloqueados

No curso das investigações, a AGU obteve decisões judiciais que determinaram o bloqueio de quase R$ 3 bilhões de 12 entidades associativas e seus dirigentes, que teriam se beneficiado dos descontos sem consentimento dos segurados.

As investigações apontam que as associações firmavam convênios com o INSS, vinculando aposentados e pensionistas sem autorização expressa. Com isso, valores referentes a mensalidades e contribuições eram automaticamente descontados dos benefícios previdenciários.

A Polícia Federal, que atua em parceria com o Ministério da Previdência Social e a Controladoria-Geral da União (CGU), estima que o esquema operou de forma sistemática, com prejuízos bilionários aos beneficiários do INSS em todo o país.

Aguardada decisão do STF

A efetivação do plano de pagamento e a divulgação do calendário de restituição ainda dependem de análise e validação do Supremo Tribunal Federal. Após a autorização do crédito extraordinário, o governo deverá iniciar o repasse dos valores diretamente aos beneficiários lesados.

A expectativa é de que a devolução seja operacionalizada pelo próprio INSS, por meio dos dados já existentes nos sistemas de contestação e apuração dos descontos irregulares. O cronograma exato será divulgado após a decisão do STF.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil / Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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Ex-ministro do Turismo Gilson Machado é preso

Ex-ministro do Turismo Gilson Machado é preso

Gilson Machado nega participação em tentativa de fuga e afirma que ligação ao consulado foi para renovar documento do pai

A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta sexta-feira (13.jun.2025), o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no contexto de uma investigação que apura uma suposta tentativa de emissão de passaporte português para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com a PF, a investigação aponta que Machado teria atuado junto ao Consulado de Portugal, no Recife, para viabilizar a documentação que permitiria a saída de Mauro Cid do país. Os fatos investigados ocorreram em maio de 2025.

Além da prisão de Gilson Machado, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços relacionados a Mauro Cid, em Brasília. Embora o STF inicialmente tenha autorizado a prisão de Cid, o mandado foi revogado antes do cumprimento. Mesmo assim, ele foi conduzido à sede da Polícia Federal para prestar depoimento.

Durante a prisão de Machado, os agentes apreenderam o celular, o carro e outros pertences do ex-ministro. Após ser ouvido na Superintendência da PF no Recife, ele foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) para exame de corpo de delito. Em seguida, foi levado para o Centro de Triagem e Observação Criminológica Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, onde permanece à disposição da Justiça.

Em depoimento, Gilson Machado negou envolvimento na tentativa de emissão do passaporte para Mauro Cid. Segundo ele, a ligação para o consulado teve como finalidade solicitar a renovação do documento do pai, que tem 85 anos. “Apenas pedi um passaporte para meu pai, por telefone, ao Consulado Português do Recife. O meu pai foi lá no outro dia com meu irmão. Se ele não recebeu, está para receber”, afirmou.

Machado também declarou que não esteve fisicamente em nenhuma embaixada ou consulado. “É só pegar lá as ligações que eu fiz com o consulado. O áudio que eu mandei para funcionário dos consulados. Não estive presente em nenhum consulado, nem de Portugal, nem em qualquer outro lugar, nem no Brasil, nem fora do Brasil”, disse o ex-ministro.

O advogado de defesa de Gilson Machado, Célio Avelino, informou que ainda não teve acesso aos autos do processo. “A Polícia Federal recebeu, do ministro Alexandre de Moraes, um mandado de prisão preventiva, mas não disse os motivos da prisão. Estamos dando entrada em um pedido para ter acesso ao processo para saber o que levou o ministro a decretar a prisão”, afirmou o defensor.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a abertura de inquérito ao STF na última terça-feira (10.jun), com base em indícios de que Machado teria tentado ajudar Mauro Cid a deixar o Brasil por meio de um passaporte português. Segundo a PGR, a Polícia Federal encontrou arquivos no celular de Cid que indicam a tentativa de obtenção da cidadania portuguesa, datada de janeiro de 2023.

O Partido Liberal (PL), legenda à qual Machado é filiado, informou por nota que acompanha a situação do ex-ministro e aguarda o esclarecimento dos fatos pelas autoridades competentes.

Gilson Machado tem 57 anos e é formado em veterinária. Atuou como presidente da Embratur e secretário de Ecoturismo e Cidadania Ambiental no Ministério do Meio Ambiente antes de assumir o Ministério do Turismo, cargo que ocupou entre dezembro de 2020 e março de 2022 durante o governo Bolsonaro.

Além da carreira política, Machado também é empresário do setor hoteleiro e músico. É sanfoneiro da banda de forró Brucelose, com presença confirmada no São João 2025 de Caruaru, onde deve se apresentar no dia 24 de junho. Ele foi candidato ao Senado por Pernambuco em 2022, ficando em segundo lugar com 1,3 milhão de votos, e disputou a prefeitura do Recife em 2024, também sem êxito.

Em nota anterior à prisão, Machado já havia se manifestado sobre o caso, afirmando que apenas fez contato com o consulado para tratar da renovação do passaporte do pai.

Foto: Isac Nóbrega/PR / Anderson Riedel/PR / Isac Nóbrega/PR / Divulgação/Ministério do Turismo

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Mauro Cid presta depoimento à PF sobre tentativa de usar cidadania portuguesa para deixar o Brasil

Mauro Cid presta depoimento à PF sobre tentativa de usar cidadania portuguesa para deixar o Brasil

Operação autorizada pelo STF apura suposta ajuda de Gilson Machado na emissão de passaporte português para o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

O tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, compareceu na manhã desta sexta-feira (13.jun.2025) à sede da Polícia Federal (PF) em Brasília para prestar esclarecimentos no âmbito de uma investigação que apura a suposta intenção de deixar o país utilizando a cidadania portuguesa. A ação ocorre no contexto de uma operação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), conduzida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Mais cedo, a PF cumpriu mandados judiciais contra o militar. Inicialmente, o STF chegou a autorizar a prisão preventiva de Mauro Cid. No entanto, a ordem foi revogada antes da execução. Segundo a defesa, a revogação ocorreu a tempo e o mandado não chegou a ser cumprido.

A operação da PF está inserida na investigação da PGR sobre a possibilidade de Cid tentar sair do Brasil usando um passaporte português. A suposta ação teria contado com o apoio do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, que foi preso em Recife na mesma manhã, suspeito de intermediar a emissão do documento junto ao Consulado de Portugal.

De acordo com a Polícia Federal, a movimentação para emissão do passaporte português ocorreu em maio de 2025. A PF afirma ter localizado, em janeiro de 2023, arquivos no celular de Mauro Cid indicando uma tentativa anterior de obter a cidadania portuguesa.

A advogada Vânia Bittencourt, integrante da defesa de Cid, confirmou que o tenente-coronel e sua família possuem tanto a cidadania quanto a carteira de identidade portuguesa. Entretanto, destacou que tais documentos não garantem trânsito livre pela Europa. Segundo ela, Mauro Cid estaria disposto a entregar sua carteira de identidade portuguesa às autoridades brasileiras, como forma de demonstrar colaboração. Ainda de acordo com a defesa, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro não possui passaporte português e não tem intenção de solicitar o documento nem de deixar o país sem autorização judicial.

Mauro Cid responde ainda, junto a Bolsonaro e outros 29 investigados, por uma ação penal relacionada a uma suposta tentativa de golpe de Estado. A acusação, movida pela PGR, aponta que o grupo teria agido com o objetivo de manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições presidenciais de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva.

A PF aponta que Gilson Machado teria atuado diretamente no consulado português no Recife para auxiliar Mauro Cid na tentativa de obter um passaporte. O objetivo seria viabilizar uma eventual saída do país, evitando o avanço das investigações.

Em nota anterior, Machado havia afirmado que apenas entrou em contato com o consulado português por telefone, com a intenção de solicitar a renovação do passaporte de seu pai, de 85 anos. A defesa de Machado afirmou que não teve acesso aos autos e ainda busca entender os fundamentos do mandado de prisão emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Além dos depoimentos, a operação autorizou buscas e apreensões em endereços vinculados a Mauro Cid. Os agentes apreenderam pertences como celular e documentos. Apesar da revogação da prisão, Cid foi conduzido para prestar esclarecimentos à PF.

As investigações seguem em sigilo. A PGR reforçou que a apuração está em curso e que não há, por enquanto, mais informações públicas sobre o conteúdo do inquérito.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado / Lula Marques/ Agência Brasil / Lula Marques/ Agência Brasil / Ton Molina/STF

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STF forma maioria para responsabilizar redes sociais por postagens ilegais

STF forma maioria para responsabilizar redes sociais por postagens ilegais

Ministros votam contra o Artigo 19 do Marco Civil da Internet e defendem responsabilização das plataformas

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou na quarta-feira (11.jun.2025) a favor da responsabilização das plataformas que operam redes sociais por conteúdos ilegais publicados por usuários. Até o momento, o placar é de 6 votos a 1.

A decisão provisória alcança postagens consideradas ilícitas, como discursos de ódio, ataques ao sistema eleitoral, incitação de crimes contra autoridades e conteúdos que incentivem o suicídio ou a automutilação de crianças e adolescentes.

O julgamento, que analisa a constitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014), foi suspenso e será retomado nesta quinta-feira (12), com a definição da tese jurídica a ser aplicada nas instâncias inferiores da Justiça.

O que diz o Artigo 19 do Marco Civil

O Artigo 19 do Marco Civil estabelece que as plataformas digitais só podem ser responsabilizadas civilmente por conteúdo de terceiros caso descumpram ordem judicial para remover o material. A norma foi criada com o objetivo de proteger a liberdade de expressão e evitar censura prévia.

O STF avalia se essa regra continua válida diante do aumento da disseminação de conteúdos ilegais nas redes sociais.

Votos dos ministros

Durante a sessão, o ministro Gilmar Mendes afirmou que o Artigo 19 está ultrapassado e que a regulamentação das redes sociais não representa uma ameaça à liberdade de expressão. Para ele, as plataformas vêm usando esse argumento para preservar modelos de negócio.

“O modelo de irresponsabilidade das plataformas precisa ser revisto”, afirmou.

O ministro Cristiano Zanin também votou contra a validade do dispositivo, argumentando que ele impõe aos usuários o ônus de acionar a Justiça para remover conteúdos ofensivos.

Segundo Zanin, a liberdade de expressão não pode ser usada como justificativa para ataques ao Estado de Direito e à integridade física de pessoas, especialmente crianças e adolescentes.

Ministros como Luiz Fux e Dias Toffoli defenderam a possibilidade de retirada de conteúdos ilegais a partir de notificações extrajudiciais, ou seja, sem necessidade de decisão judicial prévia.

Já o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, apresentou posição intermediária: segundo ele, apenas nos casos de crimes contra a honra (como calúnia e difamação) seria obrigatória a ordem judicial. Para os demais conteúdos, bastaria notificação direta às plataformas.

O único voto divergente foi do ministro André Mendonça, que defendeu a manutenção do atual modelo previsto no Marco Civil da Internet.

Casos analisados pelo STF

O julgamento do STF ocorre no contexto de dois casos específicos.

O primeiro envolve um recurso apresentado pelo Facebook, que foi condenado a pagar indenização por danos morais devido à criação de um perfil falso. A defesa da plataforma argumenta que não poderia ser responsabilizada sem ordem judicial. O relator do caso é o ministro Dias Toffoli.

O segundo processo tem como relator o ministro Luiz Fux e trata de um recurso do Google. A empresa questiona uma decisão que determinou a retirada de conteúdo ofensivo de um site hospedado em sua plataforma, sem a existência de decisão judicial.

Ambos os casos discutem a necessidade de revisão do papel das plataformas digitais no controle e retirada de conteúdos ilegais. A tese que for fixada pelo Supremo servirá de referência para casos semelhantes em todo o país.

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil / Antônio Cruz/Agência Brasil / Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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Cassação de Carla Zambelli avança na Câmara após decisão do STF

Cassação de Carla Zambelli avança na Câmara após decisão do STF

Deputada teve mandato encaminhado à CCJ e verbas parlamentares bloqueadas após condenação por invasão ao sistema do CNJ

A Câmara dos Deputados deu início ao processo de cassação do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP), após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou o caso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que analisará a perda do mandato parlamentar, conforme o rito interno.

A parlamentar foi condenada a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão dos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em ação que também resultou na condenação do hacker Walter Delgatti Neto, réu confesso no mesmo processo. Entre os atos praticados, está a inserção de documentos falsos, incluindo um mandado de prisão em nome do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.

Encaminhamento à CCJ e prazo de defesa

O despacho de Hugo Motta para a CCJ segue a determinação da Corte Suprema, mas a decisão final sobre a cassação será submetida ao plenário da Câmara. Inicialmente, Motta havia declarado que acataria diretamente a decisão do STF, mas, na terça-feira (10.jun.2025), informou que o desfecho caberá ao voto dos deputados, conforme estabelece o regimento da Casa.

Carla Zambelli está atualmente licenciada do mandato. Segundo o regimento interno da Câmara, ela terá o prazo de até cinco sessões da comissão para apresentar sua defesa. Após esse período, o relator designado apresentará um parecer, que será votado pelos membros da CCJ e, posteriormente, levado ao plenário.

Bloqueio de verbas e ativos

Na mesma terça-feira (10), a presidência da Câmara comunicou oficialmente ao STF o bloqueio das verbas parlamentares da deputada. A medida atende a uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, proferida no dia 4 de junho. O bloqueio inclui salários, cotas parlamentares e demais benefícios financeiros vinculados ao exercício do mandato.

A parlamentar também teve as contas bancárias e ativos financeiros bloqueados por ordem do Supremo Tribunal Federal. A ação visa impedir movimentações financeiras que possam dificultar a execução da pena determinada pela Justiça.

Conversão da prisão e pedido de extradição

No sábado (7), Moraes determinou o início do cumprimento definitivo da pena imposta à deputada. A prisão preventiva de Zambelli foi convertida em prisão definitiva após a constatação de que ela havia deixado o país com destino à Itália. A fuga foi interpretada pela Corte como tentativa de obstrução da Justiça.

Com base nesse cenário, o STF rejeitou os recursos apresentados pela defesa de Zambelli. Na quarta-feira (11.jun), o ministro Alexandre de Moraes encaminhou ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o pedido formal de extradição da parlamentar.

Condenação e envolvimento no caso Delgatti

A condenação de Carla Zambelli se deu em processo conjunto com o hacker Walter Delgatti Neto, que admitiu ter invadido os sistemas do CNJ a pedido da parlamentar. Durante o julgamento, foi demonstrado que documentos falsificados foram inseridos no sistema eletrônico, em ação classificada pelo STF como grave ameaça ao funcionamento do Judiciário.

Delgatti, conhecido por envolvimento anterior na divulgação de mensagens da Lava Jato, também foi condenado por crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

Próximos passos na Câmara

Com o processo em curso na Comissão de Constituição e Justiça, a deputada pode apresentar defesa técnica e documentos em sua justificativa. A expectativa é de que o parecer da comissão seja votado ainda neste semestre, antes do recesso parlamentar.

Caso a maioria do plenário da Câmara vote a favor da cassação, Zambelli perderá o mandato de forma definitiva, independentemente de eventuais recursos. O processo marca mais um capítulo no embate entre membros do Legislativo e o Supremo Tribunal Federal em casos relacionados a crimes cometidos por autoridades com foro privilegiado.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

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Ministério Público investiga fala de Xand Avião em evento de Mossoró por possível propaganda eleitoral antecipada

Ministério Público investiga fala de Xand Avião em evento de Mossoró por possível propaganda eleitoral antecipada

Declaração do cantor sobre o prefeito Allyson Bezerra durante o Pingo da Mei Dia motiva apuração sobre uso de recursos públicos

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) abriu uma investigação para apurar uma possível prática de propaganda eleitoral antecipada envolvendo o cantor Xand Avião e o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil). A investigação teve início após uma declaração do artista durante o evento “Pingo da Mei Dia”, realizado no último sábado (7.jun.2025), em Mossoró.

O show, promovido pela prefeitura da cidade como abertura do Mossoró Cidade Junina, reuniu aproximadamente 250 mil pessoas. Durante sua apresentação em cima do trio elétrico, Xand Avião fez menção direta ao prefeito e interagiu com o público perguntando quem gostaria de vê-lo como governador.

“Quem quer Allyson para governador grita eu! Por mim, ele era presidente logo”, disse o cantor ao microfone.

Investigação por uso de recursos públicos

A declaração levou o MPRN a instaurar uma “notícia de fato”, etapa inicial do procedimento investigativo. A promotora Ana Araújo Ximenes, responsável pelo caso, informou que o objetivo é verificar se houve propaganda eleitoral antecipada, supostamente patrocinada com recursos públicos durante o evento.

O inquérito menciona diretamente o prefeito Allyson Bezerra, o cantor Xand Avião e integrantes da equipe da gestão municipal. A promotora também considera o contexto do evento, promovido com financiamento do poder público, como elemento relevante para a apuração.

Posicionamento do cantor

Em nota oficial divulgada após o início da investigação, Xand Avião declarou que sua fala não configurou infração à legislação eleitoral. Segundo o artista, a frase foi dita em tom de “descontração” e não teve como objetivo influenciar a escolha política do público.

“Na verdade, o fez como menção elogiosa ao evento ocorrido no município, contudo, sem qualquer intenção de promover o prefeito local”, diz a nota. A equipe do cantor ainda afirmou que Xand Avião não tem qualquer relação com o prefeito Allyson Bezerra e desconhece suas eventuais pretensões políticas futuras.

A nota acrescenta que, “ao que se sabe, o Sr. Allyson Bezerra sequer é pretenso candidato ao Governo Estadual ou Presidência da República, o que retrata a jocosidade do comentário”.

A assessoria do cantor concluiu a nota destacando que Xand Avião “jamais atuou em favor de políticos e suas pretensões eleitorais”, e que sua carreira artística se manteve isenta de vínculos com campanhas ou candidaturas.

Prefeitura não se manifestou

Até a última atualização desta reportagem, a assessoria de comunicação do prefeito Allyson Bezerra não havia emitido posicionamento oficial sobre o caso. A Prefeitura de Mossoró também não divulgou qualquer nota institucional relacionada ao episódio.

A apuração do Ministério Público está em fase inicial. Caso sejam identificados elementos que apontem para violação da legislação eleitoral, o procedimento pode ser convertido em inquérito civil ou resultar em outras medidas legais cabíveis.

Foto: Lucas Bulcão (Secom/PMM) / Wilson Moreno (Secom/PMM)

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Justiça do RN retoma audiências sobre massacre de Alcaçuz que deixou 27 mortos

Justiça do RN retoma audiências sobre massacre de Alcaçuz que deixou 27 mortos

Audiências de instrução vão definir se 15 acusados pela rebelião de 2017 serão levados a júri popular

A Justiça do Rio Grande do Norte retomou nesta quarta-feira (11.jun.2025) as audiências de instrução relacionadas ao processo que apura a morte de 27 presos durante a rebelião ocorrida no Complexo Penitenciário de Alcaçuz em janeiro de 2017. Quinze acusados são alvos do processo, que visa definir se eles serão levados a julgamento pelo Tribunal do Júri.

O caso é considerado o mais grave episódio de violência no sistema prisional potiguar e ficou conhecido como o massacre de Alcaçuz. A rebelião foi motivada por confrontos entre facções criminosas rivais e resultou na destruição de parte do presídio.

Audiências suspensas anteriormente

As audiências haviam sido iniciadas em abril de 2025, mas foram interrompidas por questões técnicas, conforme informou o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN). Com a retomada, as testemunhas indicadas pelo Ministério Público e pela defesa voltam a ser ouvidas, com posterior interrogatório dos réus.

No total, 36 testemunhas foram arroladas no processo, sendo 35 pelo Ministério Público e uma pela defesa. Dessas, quatro já haviam sido ouvidas antes da suspensão, e outras duas foram dispensadas. Ainda restam 30 testemunhas a serem ouvidas nesta fase de instrução.

A Justiça não informou a quantidade exata de testemunhas que serão ouvidas neste momento, pois a participação dos réus está condicionada à disponibilidade das unidades prisionais onde estão custodiados. O processo tramita sob segredo de Justiça e ocorre de forma híbrida no Fórum Desembargador Seabra Fagundes, em Natal.

Etapas seguintes

Após a conclusão da fase de instrução, será aberto prazo para que o Ministério Público e as defesas apresentem as alegações finais. O magistrado responsável pelo caso decidirá se há elementos suficientes de autoria e materialidade para levar os 15 acusados a julgamento perante o Tribunal do Júri.

Detalhes do massacre de Alcaçuz

A rebelião começou no dia 14 de janeiro de 2017 e durou vários dias. O confronto ocorreu entre integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Sindicato do Crime do RN, grupos rivais dentro do sistema penitenciário estadual. O pavilhão 5, sob controle do PCC, foi o ponto de partida da invasão ao pavilhão 4, ocupado por integrantes do Sindicato do Crime.

Na ocasião, três pavilhões do Complexo Penitenciário foram destruídos. A superlotação era uma realidade no local. A penitenciária tinha capacidade para 620 presos, mas abrigava cerca de 1.200 no momento da rebelião.

Os corpos encontrados estavam em avançado estado de decomposição e apresentavam sinais de extrema violência. Embora o número oficial de mortos divulgado pelas autoridades tenha sido de 26, familiares e sobreviventes relatam que o total de vítimas pode ter chegado a 27 ou mais.

O Complexo de Alcaçuz é formado pela Penitenciária Estadual de Alcaçuz e pelo Presídio Rogério Coutinho Madruga, que funcionava como um anexo. Na época, uma cerca de arame farpado separava os pavilhões das duas unidades, o que facilitou o avanço de presos de um grupo contra o outro.

Repercussão e investigações

O episódio gerou repercussão nacional e foi acompanhado por comissões de direitos humanos, além de ter motivado mudanças na política de segurança prisional do estado. A investigação levou ao indiciamento de dezenas de presos, dos quais 15 foram mantidos como acusados no processo atualmente em fase de instrução.

Ainda não há data definida para a próxima fase do processo, já que as audiências dependem da logística de deslocamento e disponibilidade dos internos. A decisão sobre o envio dos réus ao júri popular deverá ser tomada após a conclusão de todas as etapas processuais previstas.

Foto: Sumaia Villela/Agência Brasil

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Bolsonaro e Braga Netto negam plano golpista e repasse de dinheiro em ação no STF

Bolsonaro e Braga Netto negam plano golpista e repasse de dinheiro em ação no STF

Ex-presidente e seu ex-vice depõem como réus por suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022; ambos rejeitam acusações e contestam depoimento de Mauro Cid

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o general da reserva Walter Braga Netto prestaram depoimentos nesta terça-feira (10.jun.2025) ao Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado para reverter o resultado das eleições de 2022. Ambos são réus no núcleo 1 da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que apura a existência de uma articulação golpista com apoio de militares e integrantes do governo à época.

Os depoimentos foram conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. A ação está em uma das últimas fases antes do julgamento que poderá decidir pela condenação ou absolvição dos envolvidos, previsto para o segundo semestre deste ano.

Durante a audiência, Jair Bolsonaro negou a existência de qualquer plano de golpe de Estado em seu governo. Ao ser questionado sobre uma minuta de decreto que previa estado de sítio e a prisão de ministros do STF, Bolsonaro afirmou que a proposta nunca foi discutida oficialmente e que seria danosa ao país.

“Da minha parte, nunca se falou em golpe. Golpe é abominável. O golpe até seria fácil começar. O afterday é imprevisível e danoso para todo mundo. O Brasil não poderia passar por uma experiência dessa”, disse Bolsonaro.

O ex-presidente também negou ter feito qualquer alteração em uma minuta golpista, como afirmou Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, em depoimento anterior. De acordo com Cid, Bolsonaro teria enxugado o texto e sugerido incluir a prisão de ministros, entre eles o próprio Alexandre de Moraes.

Sobre as urnas eletrônicas, Bolsonaro reiterou sua defesa pelo voto impresso, mas disse que nunca agiu fora da legalidade. “Em nenhum momento eu agi contra a Constituição. Joguei dentro das quatro linhas o tempo todo”, afirmou.

Questionado sobre uma suposta oferta de tropas por parte do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, Bolsonaro refutou: “Em hipótese alguma. Não existe isso. Não tinha clima, não tinha oportunidade e não tinha uma base minimamente sólida para fazer qualquer coisa.”

Em outro momento do depoimento, o ex-presidente pediu desculpas por declarações anteriores nas quais sugeriu que ministros do STF estariam envolvidos em corrupção para fraudar o processo eleitoral. “Me desculpe, não tinha essa intenção de acusar qualquer desvio de conduta”, afirmou.

Bolsonaro também negou ter pressionado o ex-ministro da Defesa Paulo Sergio Nogueira para produzir um relatório que questionasse a integridade das urnas eletrônicas. “Jamais eu pressionei. Não houve pressão em cima dele para fazer isso ou aquilo.”

Ainda segundo o ex-presidente, ele não foi alvo de voz de prisão durante reunião com os comandantes das Forças Armadas em 2022, contrariando o depoimento do ex-comandante da Aeronáutica Baptista Júnior, que alegou que o general Freire Gomes ameaçou prender Bolsonaro no encontro.

Braga Netto nega entrega de dinheiro e tentativa de interferência em delação de Mauro Cid

Também ouvido como réu no processo, o general Walter Braga Netto negou ter repassado dinheiro a Mauro Cid dentro de uma sacola de vinho, como declarou o ex-ajudante de ordens. Segundo Cid, os valores seriam destinados ao financiamento de ações ligadas ao plano golpista. Braga Netto respondeu de forma direta: “Eu não pedi dinheiro para ninguém e não dei dinheiro nenhum para o Cid.”

O general também rejeitou a acusação de ter procurado o pai de Mauro Cid para obter informações sobre o conteúdo da delação premiada. De acordo com ele, foi o general Lourena Cid quem o procurou em busca de apoio político ao filho. “Eu nunca entrei em contato com ele e perguntei nada sobre delação premiada”, afirmou.

Sobre possíveis ataques virtuais coordenados contra os ex-comandantes das Forças Armadas, Braga Netto negou envolvimento. Durante as investigações, foram encontradas mensagens em que ele teria incentivado apoiadores a criticar os generais Freire Gomes e Baptista Júnior. Segundo ele, nunca houve ordem nesse sentido: “Eu jamais ordenei ou coordenei ataques. Se tivesse que falar com eles, falaria pessoalmente.”

Braga Netto está preso desde dezembro de 2024, acusado de tentar obstruir as investigações. Seu depoimento foi o último da fase de interrogatórios dos réus do núcleo principal do inquérito, que também inclui nomes como Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro e Paulo Sérgio Nogueira.

O desfecho do caso dependerá do julgamento que será realizado pelo STF nos próximos meses.

Foto: Fellipe Sampaio/STF

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Motta diz que vai levar ao plenário perda do mandato de Carla Zambelli

Motta diz que vai levar ao plenário perda do mandato de Carla Zambelli

Infirmação foi dada hoje pelo presidente da Câmara

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou hoje (10) que caberá ao plenário da Casa decidir sobre a perda do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). No sábado (7), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes determinou, além da perda do mandato, que Zambelli comece a cumprir, de forma definitiva, a pena de 10 anos de prisão pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O ministro converteu, de preventiva para definitiva, a prisão da parlamentar.

“Eu darei o cumprimento regimental. Nós vamos notificar para que ela possa se defender e a palavra final será a palavra do plenário. Isso é cumprir a decisão.”, disse Motta.

Ontem (9), o presidente da Câmara disse que o Parlamento cumpriria a determinação do STF de declarar a cassação do mandato da deputada, que também teve decretado o bloqueio das contas bancárias e ativos financeiros.

“Essa decisão poderia ser cumprida pela Mesa [Diretora] ou pelo Plenário. E é o Plenário que tem a legitimidade desta Casa e ele decide para onde a Casa vai. Ele é soberano e está acima de cada um de nós”, declarou.

A Câmara dos Deputados autorizou, na quinta-feira (5), o pedido de licença não remunerada da deputada, apresentado no dia 29, 6 dias antes da parlamentar, condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tornar público que havia deixado o Brasil.

Em meados de maio, a Primeira Turma do STF condenou Zambelli a dez anos de prisão e à perda do mandato. A pena foi aplicada a Zambelli e o hacker, réu confesso e também condenado no mesmo processo, Walter Delgatti, por terem invadido o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), onde inseriram documentos falsos, incluindo um mandato de prisão fraudulento contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Na última sexta-feira (6), a mesma Primeira Turma rejeitou os recursos que a deputada apresentou a fim de tentar reverter a sentença inicial.

A confirmação da condenação de Zambelli foi anunciada três dias após a parlamentar anunciar que deixou o Brasil com o propósito de se estabelecer na Europa e, assim, evitar ser presa.

Um dia antes, o Banco Central informou ao STF que emitiu a ordem de bloqueio das contas bancárias e ativos financeiros da deputada Carla Zambelli (PL-SP). A medida foi autorizada na quarta-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, após a expedição do mandado de prisão da deputada, que fugiu do Brasil semanas após ser condenada.

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados / Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados / Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Da Agência Brasil

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Justiça autoriza lutador potiguar condenado por estupro a recorrer em liberdade

Justiça autoriza lutador potiguar condenado por estupro a recorrer em liberdade

Edilson Florêncio, preso em flagrante após ataque em Fortaleza, foi condenado a mais de 8 anos de prisão, mas poderá responder em liberdade

O lutador de Artes Marciais Mistas (MMA), Edilson Florêncio da Conceição, condenado a oito anos e dois meses de prisão por estupro de vulnerável, foi autorizado pela Justiça a recorrer em liberdade. Natural de Caicó, na região Seridó do Rio Grande do Norte, Edilson estava preso desde o dia 19 de janeiro, após ser flagrado pela polícia agredindo uma mulher em Fortaleza, no Ceará.

A decisão foi tomada pela juíza Adriana Aguiar Magalhães, da 5ª Vara Criminal de Fortaleza, na última sexta-feira (6.jun.2025), e executada na segunda-feira (9.jun.2025). A magistrada considerou que o réu é primário e possui bons antecedentes, o que fundamentou o relaxamento da prisão.

Segundo o processo, Edilson foi condenado a 8 anos de reclusão em regime semiaberto por estupro de vulnerável, pois a vítima estava alcoolizada no momento do crime. Além disso, o réu recebeu pena de 2 meses de detenção por resistir à prisão, pena já cumprida durante os 4 meses e 12 dias que esteve detido.

Prisão e condenação

O crime aconteceu em janeiro deste ano, quando Edilson trabalhava como motorista por aplicativo. A vítima, a empresária Renata Coan Cudh, pegou uma corrida após sair de uma festa no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza. Durante o trajeto, o motorista desviou o caminho para uma área de matagal, onde atacou a passageira.

Policiais militares que estavam nas proximidades ouviram os gritos da vítima e conseguiram prender Edilson em flagrante. Ele foi encaminhado para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde foi autuado.

Durante o julgamento, a juíza reconheceu a vulnerabilidade da vítima no momento do crime, destacando que ela estava alcoolizada e impossibilitada de resistir. A sentença foi publicada no início deste mês.

Manifestação da vítima

Após a divulgação da decisão que concedeu liberdade ao agressor, a empresária Renata Coan publicou um vídeo nas redes sociais em que relatou detalhes do ataque e criticou a soltura do condenado. No relato, ela afirma ter sido “sequestrada, violentada e estrangulada até quase a morte”. Segundo Renata, só sobreviveu porque foi salva por três policiais que passavam pela área.

“Eu não tive chance nenhuma de defesa. Me lembro de cada segundo do ar faltando. Foi Deus que enviou três policiais que já estavam indo embora no final do turno e que me salvaram e prenderam um homem em flagrante”, afirmou Renata.

A empresária também destacou que manteve silêncio nos últimos meses para preservar a própria intimidade e a de sua família. “Por mais que eu tentasse transparecer que estava bem nas redes sociais, nesses quatro meses sofremos em silêncio”, declarou.

Renata disse temer pela própria segurança e pela de outras mulheres. “Como vou ter paz sabendo que ele está nas ruas? Eu não era a primeira, não ia ser a última. E, se não fosse eu naquela noite, seria outra mulher. Talvez essa mulher não estivesse aqui para contar a história”, afirmou.

Defesa e justificativa judicial

A defesa de Edilson, representada pela advogada Carolina Dantas Azin Rocha, declarou em nota que a decisão judicial respeita os preceitos legais. “Embora o crime seja classificado como hediondo, a fixação da pena deve observar princípios constitucionais. A decisão não representa absolvição nem impunidade, mas o cumprimento da legislação brasileira”, disse a advogada.

Ela também afirmou que o trabalho da defesa continuará sendo conduzido com ética e respeito à dor da vítima.

Situação processual

Com o benefício concedido, Edilson responderá ao processo em liberdade, enquanto sua condenação segue para instâncias superiores, caso haja recursos. Ainda restam 7 anos, 9 meses e 18 dias de pena a cumprir, inicialmente em regime semiaberto.

O caso segue gerando repercussão nas redes sociais, especialmente após o depoimento público da vítima. Organizações e ativistas de direitos das mulheres manifestaram apoio à empresária e cobram revisão da decisão.

Foto: Reprodução

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Ex-comandante da Marinha nega apoio a golpe e afirma ter seguido papel institucional

Ex-comandante da Marinha nega apoio a golpe e afirma ter seguido papel institucional

Almir Garnier depõe no STF e diz não ter recebido ordem ilegal de Bolsonaro; Moraes nega pedido de exibição de vídeos em interrogatório de Bolsonaro

O ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, afirmou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que cumpriu estritamente seu papel institucional durante reuniões realizadas no Palácio do Planalto em dezembro de 2022. As reuniões, segundo investigações, teriam tratado de um plano para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante o interrogatório realizado nesta terça-feira (10), Garnier negou qualquer envolvimento em ações para apoiar uma ruptura institucional. “Eu era comandante da Marinha. Não era assessor político do presidente. E me ative ao meu papel institucional”, declarou.

Segundo Garnier, o então presidente Jair Bolsonaro expressou preocupações relacionadas à segurança pública e à movimentação de manifestantes nas portas de quartéis, mas não apresentou nenhuma proposta concreta de ruptura democrática. “Havia vários assuntos [em pauta], entre eles a preocupação do presidente com a segurança pública”, afirmou.

Garnier também negou ter conhecimento de qualquer minuta golpista ou documento escrito com conteúdo ilegal. “Não vi nenhuma minuta. Não recebi nenhum documento. Vi uma apresentação na tela de um computador, com temas sobre pressão popular, caminhoneiros e questões eleitorais”, relatou.

De acordo com o almirante, participaram da reunião de 7 de dezembro de 2022 o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, o comandante do Exército, general Freire Gomes, o ajudante de ordens Mauro Cid e outros assessores da Presidência.

Questionado sobre declarações do ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Baptista Júnior, que disse que Garnier teria colocado tropas da FAB à disposição de Bolsonaro, o almirante negou a afirmação. “Não houve deliberações. E o presidente não abriu a palavra para nós”, afirmou.

Garnier declarou ainda que não recebeu qualquer informação sobre fraudes nas eleições ou falhas nas urnas eletrônicas, mas destacou que processos eleitorais mais transparentes ajudam a evitar crises. “Quanto mais transparente for o processo, maiores as garantias de uma transição pacífica”, pontuou.

O depoimento de Garnier é parte da ação penal do Núcleo 1 da suposta trama golpista investigada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus. O julgamento deve ocorrer no segundo semestre de 2025. As penas podem ultrapassar 30 anos de prisão em caso de condenação.

Moraes nega pedido de Bolsonaro para exibir vídeos em interrogatório

O ministro Alexandre de Moraes negou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para exibir vídeos durante seu interrogatório, previsto para esta terça-feira (10), às 14h30, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal.

A defesa havia solicitado a apresentação de recursos audiovisuais no telão da sala de audiência, o que foi rejeitado por Moraes. Segundo o ministro, o momento do interrogatório não permite a apresentação de provas novas, que não estejam previamente anexadas aos autos do processo.

“Não é o momento adequado para apresentação de provas novas, ainda não juntadas aos autos e desconhecidas das partes”, escreveu Moraes em sua decisão. O Código de Processo Penal estabelece que, nesta fase, o réu pode apenas se referir a provas já existentes no processo.

Bolsonaro será interrogado por ser um dos oito réus acusados de integrar o núcleo principal da trama golpista denunciada pela PGR. A acusação aponta que o ex-presidente tinha ciência de uma minuta que previa medidas inconstitucionais, como decretação de estado de sítio e prisão de ministros do STF.

A audiência faz parte da etapa final da ação penal. Após os depoimentos, o caso segue para julgamento, que poderá decidir pela condenação ou absolvição dos acusados.

Foto: Gustavo Moreno/STF / Ton Molina/STF

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STF avança em interrogatórios de réus da trama golpista de 2022

STF avança em interrogatórios de réus da trama golpista de 2022

Ex-comandante da Marinha e Jair Bolsonaro depõem nesta terça-feira em fase crucial da investigação

O Supremo Tribunal Federal (STF) dá continuidade, nesta terça-feira (10.jun.2025), à série de interrogatórios dos réus do núcleo 1 da investigação sobre a suposta trama golpista que teria ocorrido durante o governo de Jair Bolsonaro. A sessão, iniciada às 9h, marca o segundo dia de depoimentos de figuras centrais apontadas pela Polícia Federal (PF) como envolvidas nos planos para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022.

O primeiro a ser ouvido hoje é o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier. As investigações da Polícia Federal apontam que Garnier teria colocado suas tropas à disposição de Bolsonaro para ações com características golpistas. Essa fala do militar, segundo as apurações, teria ocorrido durante uma reunião em 2022 com os comandantes das Forças Armadas. Na ocasião, Bolsonaro teria apresentado estudos para a decretação de estado de sítio e de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), visando barrar a posse de Lula.

Após o depoimento de Almir Garnier, os demais réus serão interrogados pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, seguindo a ordem alfabética. A previsão é que a audiência se estenda até as 20h.

A lista de depoimentos desta terça-feira inclui nomes de destaque do governo Bolsonaro:

  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa
  • Walter Braga Netto, general de Exército e ex-ministro de Bolsonaro

O primeiro dia de interrogatórios: Cid e Ramagem

O primeiro dia de interrogatórios, realizado na segunda-feira (9), trouxe à tona detalhes sobre as acusações de participação na suposta trama golpista. Foram ouvidos o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.

Mauro Cid confirmou durante seu depoimento que esteve presente em uma reunião onde foi apresentado ao ex-presidente Jair Bolsonaro um documento que previa a decretação de medidas de estado de sítio e a prisão de ministros do STF. O militar também confirmou que recebeu dinheiro do general Braga Netto, que seria repassado ao major do Exército Rafael de Oliveira, integrante dos “kids-pretos”, um esquadrão de elite da força. Essas informações corroboram partes das investigações da Polícia Federal sobre o planejamento e a articulação dos atos.

Por outro lado, Alexandre Ramagem negou em seu depoimento ter utilizado a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar ilegalmente a rotina de ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o governo de Jair Bolsonaro. A negação de Ramagem contrapõe as acusações de uso da estrutura de inteligência do Estado para fins políticos e ilegais.

A fase final da ação penal e as possíveis consequências

Os interrogatórios dos réus são uma das últimas fases da ação penal que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado. A expectativa é que o ministro Alexandre de Moraes ouça presencialmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, Braga Netto e mais seis réus até a próxima sexta-feira (13.jun). Todos são acusados de integrar o “núcleo crucial” de uma trama para impedir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o resultado das eleições de 2022.

A fase de interrogatórios é um momento decisivo para a defesa e a acusação apresentarem suas versões dos fatos, com os réus tendo a oportunidade de se manifestar diretamente sobre as imputações que pesam contra eles. Após esta etapa, o processo se encaminhará para o julgamento final.

A expectativa é de que o julgamento, que decidirá pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus, ocorra no segundo semestre deste ano. Em caso de condenação, as penas previstas para os crimes investigados, como abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, podem ultrapassar 30 anos de prisão. A investigação tem gerado grande repercussão e é um marco na história recente do Brasil, acompanhada de perto pela sociedade e pela imprensa. A resolução do caso terá implicações significativas para a política e a justiça brasileiras.

Foto: Gustavo Moreno/STF / Fellipe Sampaio/STF

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Neoenergia Cosern é condenada a indenizar consumidora por corte indevido de energia

Neoenergia Cosern é condenada a indenizar consumidora por corte indevido de energia

Falta de notificação prévia resultou em condenação por danos morais no valor de R$ 4 mil

A Neoenergia Cosern foi condenada a pagar R$ 4 mil, por danos morais, a uma consumidora do Rio Grande do Norte após falha no fornecimento de energia elétrica em sua residência. A decisão foi unânime entre os juízes da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do RN.

De acordo com o processo, a distribuidora suspendeu o serviço alegando irregularidades nas instalações da cliente, mas não apresentou comprovação de notificação prévia, exigida por lei.

O relator do caso, juiz Reynaldo Odilo Martins Soares, destacou que a Cosern descumpriu a Resolução nº 1.000/2021 da ANEEL, que obriga a comunicação antecipada ao consumidor para adequação técnica antes da suspensão do serviço.

Com base no Código de Processo Civil, o magistrado entendeu que houve falha na prestação de um serviço essencial, justificando a indenização. Também reforçou que a responsabilidade da empresa é objetiva, bastando a ocorrência da falha e o prejuízo.

A decisão afirma que a interrupção indevida do fornecimento de energia pode causar prejuízos significativos ao bem-estar do consumidor, caracterizando dano moral passível de indenização.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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Cid afirma que Bolsonaro buscava fraude nas urnas para justificar intervenção

Cid afirma que Bolsonaro buscava fraude nas urnas para justificar intervenção

Afirmação foi feita em interrogatório da ação penal da trama golpista

O tenente-coronel do Exército Mauro Cid afirmou nesta segunda-feira (9) que o ex-presidente Jair Bolsonaro esperava encontrar uma fraude nas urnas eletrônicas para convencer os comandantes das Forças Armadas a aderirem à tentativa de golpe para reverter o resultado das eleições de 2022.

A afirmação de Cid foi feita durante a audiência de interrogatório da ação penal da trama golpista. Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Cid é primeiro réu do Núcleo 1 da trama golpista a ser interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal do golpe. O militar também está na condição de delator nas investigações.

Durante o depoimento, Cid disse que Bolsonaro e o general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo e vice na chapa de 2022, esperavam encontrar uma fraude nas urnas para justificar uma intervenção militar no país.

Por esse motivo, segundo Mauro Cid, o ex-presidente pressionava o general Paulo Sergio Nogueira, ex-ministro da Defesa, a insinuar que não era possível descartar a possibilidade de fraudes na votação eletrônica.

“A grande expectativa era que fosse encontrada uma fraude nas urnas. O que a gente sempre viu era uma busca por encontrar fraude na urna. Com a fraude na urna, poderia convencer os militares, dizendo que a eleição foi fraudada e, talvez, a situação mudasse”, declarou.

Em 2022, Nogueira enviou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um parecer técnico para afirmar que não é possível afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência.

Os militares faziam parte da comissão de transparência criada pelo próprio TSE para fiscalizar as eleições.

Por volta das 16h45, o interrogatório de Mauro Cid foi suspenso para o intervalo. O depoimento deve prosseguir até as 20h.

Interrogatórios

De hoje a sexta-feira (13), Alexandre de Moraes vai interrogar o ex-presidente Jair Bolsonaro, Braga Netto e mais seis réus acusados de participarem do “núcleo crucial” de uma trama para impedir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o resultado das eleições de 2022.

Confira a ordem dos depoimentos:

  • Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, general do Exército e ex-ministro de Bolsonaro.

Foto: Gustavo Moreno/STF / Fellipe Sampaio/STF / Ton Molina/STF

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Cid confirma que Bolsonaro presenciou apresentação de minuta golpista

Cid confirma que Bolsonaro presenciou apresentação de minuta golpista

Ex-ajudante de ordens diz que presenciou mas não participou dos fatos

O tenente-coronel do Exército Mauro Cid confirmou nesta segunda-feira (9) que esteve presente em uma reunião na qual foi apresentado ao ex-presidente Jair Bolsonaro um documento que previa a decretação de medidas de estado de sítio e prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de outras autoridades, em 2022.

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Cid foi o primeiro réu do núcleo 1 da trama golpista a ser interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal do golpe. O militar também está na condição de delator nas investigações.

Durante o depoimento, Cid confirmou que foram realizadas pelo menos duas reuniões em que Felipe Martins, o ex-assessor de assuntos internacionais de Bolsonaro, levou ao ex-presidente um documento com a proposta golpista para reverter o resultado das eleições de 2022.

No encontro, Bolsonaro leu a minuta e propôs alterações no documento, segundo o militar.

“Foi levado esse documento ao presidente. O documento consistia em duas partes. A primeira parte eram os considerandos. Dez, onze, doze páginas, muito robusto. Esses considerandos listavam as possíveis interferências do STF e TSE no governo Bolsonaro e nas eleições. Na segunda parte, entrava em uma área mais jurídica, estado de defesa, estado de sítio e prisão de autoridades”, afirmou.

Segundo Cid, após as alterações feitas por Bolsonaro, a minuta passou a prever somente a prisão de Alexandre de Moraes.

“Ele, de certa forma, enxugou o documento. Basicamente, retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor [Moraes] ficaria como preso”, completou.

Mauro Cid também confirmou o conteúdo dos depoimentos de delação premiada prestados à Polícia Federal (PF) e negou ter sofrido qualquer tipo de pressão para assinar o acordo de delação premiada.

“Presenciei grande parte dos fatos, mas não participei deles”, declarou.

Durante o interrogatório, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e as defesas dos demais acusados também poderão fazer perguntas aos réus. O depoimento deve prosseguir até as 20h.

Interrogatórios

Entre os dias 9 e 13 de junho, Alexandre de Moraes vai interrogar o ex-presidente Jair Bolsonaro, Braga Netto e mais seis réus acusados de participarem do “núcleo crucial” de uma trama para impedir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o resultado das eleições de 2022.

Confira a ordem dos depoimentos:

  • Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, general do Exército e ex-ministro de Bolsonaro.

Foto: Ton Molina/STF / Gustavo Moreno/STF

Da Agência Brasil

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STF determina prisão definitiva de Carla Zambelli e perda do mandato

STF determina prisão definitiva de Carla Zambelli e perda do mandato

Alexandre de Moraes autoriza cumprimento imediato da pena de 10 anos por invasão ao sistema do CNJ

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou neste sábado (7.jun.2025) o cumprimento definitivo da pena de 10 anos de prisão imposta à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão converte a prisão preventiva da parlamentar em definitiva.

Moraes também notificou a perda do mandato de Zambelli e determinou o envio da documentação do julgamento à Câmara dos Deputados. A medida visa que a Mesa Diretora da Casa declare oficialmente a extinção do mandato da deputada.

Na mesma decisão, Moraes ordenou que a Secretaria Judiciária do STF encaminhe ao Ministério da Justiça os documentos necessários para formalizar o pedido de extradição de Zambelli, que deixou o Brasil após a condenação.

Na última sexta-feira (6.jun), a Primeira Turma do STF, por unanimidade, manteve a condenação de Carla Zambelli e do hacker Walter Delgatti Netto, apontado como executor da invasão. A sentença já transitou em julgado, ou seja, não cabe mais recurso, o que permite a execução imediata da pena.

Detalhes da condenação

A condenação, proferida pela Primeira Turma do STF no mês passado, estabelece pena de 10 anos de prisão, inelegibilidade e multa de R$ 2 milhões. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli foi a autora intelectual da invasão e atuou em parceria com Delgatti para inserir um mandado de prisão falso contra o próprio ministro Moraes, além de outras alterações fraudulentas no sistema.

De acordo com a PGR, o crime visava criar um fato político e midiático com o objetivo de atacar o Judiciário. Os ministros acompanharam o voto do relator, Alexandre de Moraes, que classificou a ação como uma ameaça à institucionalidade democrática.

Outros processos

Zambelli também responde a outro processo criminal no STF, relacionado a um episódio ocorrido às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. Na ocasião, a parlamentar sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo nas ruas de São Paulo.

A Primeira Turma do STF já formou maioria de 6 votos a 0 para condená-la a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto. O julgamento, no entanto, foi suspenso após pedido de vista do ministro Nunes Marques.

Residência no exterior e Interpol

Após a condenação, Zambelli deixou o Brasil e passou a residir na Europa. Em entrevista recente, ela afirmou ter cidadania italiana e não informou o país em que está. Com isso, a parlamentar foi incluída na lista de procurados da Interpol. A extradição será solicitada formalmente pelo governo brasileiro, com base no pedido do STF.

Foto: Lula Marques/EBC

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