Justiça

Justiça do RN concede liberdade a acusado de importunação sexual no Circular da UFRN

Justiça do RN concede liberdade a acusado de importunação sexual no Circular da UFRN

Decisão foi baseada em laudos que comprovam uso contínuo de medicamentos psiquiátricos; investigações seguem em curso

A Justiça do Rio Grande do Norte concedeu liberdade provisória a um homem de 33 anos acusado de praticar importunação sexual contra pelo menos 15 mulheres. Os casos ocorreram em ônibus circulares da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e em linhas urbanas de transporte coletivo em Natal.

O acusado foi preso no dia 16 de maio, no bairro de Petrópolis, na Zona Leste da capital potiguar. A prisão foi realizada por agentes da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher da Zona Leste (DEAM ZLOS). De acordo com a Polícia Civil, o homem possui histórico criminal por crimes semelhantes cometidos anteriormente no estado de Minas Gerais.

Segundo informações do inquérito, os primeiros casos em Natal foram registrados em fevereiro deste ano. As denúncias partiram de vítimas que relataram abordagens indevidas dentro dos coletivos, em especial nos ônibus que fazem o percurso interno da UFRN.

A decisão de soltura foi tomada com base em laudos médicos apresentados durante o processo. Os documentos apontam que o homem faz uso contínuo de medicamentos controlados para tratamento de transtornos psiquiátricos. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) considerou essa condição de saúde mental como elemento determinante para conceder a liberdade.

Uma fonte ligada ao processo informou que a decisão judicial levou em consideração não apenas os laudos médicos, mas também a avaliação de que o acusado pode responder ao processo em liberdade, mediante medidas cautelares que incluem acompanhamento médico contínuo.

Mesmo com a liberação, as investigações conduzidas pela Polícia Civil seguem em andamento. O acusado continuará sendo monitorado enquanto os procedimentos seguem na esfera criminal. A DEAM ZLOS permanece responsável pela apuração dos casos e por ouvir possíveis novas vítimas.

O crime de importunação sexual é previsto no artigo 215-A do Código Penal Brasileiro. Ele se caracteriza por atos libidinosos sem consentimento da vítima, como toques e gestos de conotação sexual. A pena prevista é de reclusão de 1 a 5 anos, se o ato não constituir crime mais grave.

As vítimas ou testemunhas que desejarem contribuir com a investigação podem procurar a Delegacia Especializada ou realizar denúncias de forma anônima por meio do Disque 181 da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed-RN).

A atuação do acusado nos coletivos da capital potiguar causou preocupação entre estudantes, usuárias do transporte público e autoridades de segurança. A UFRN, até o momento, não se manifestou oficialmente sobre o caso, mas a instituição acompanha as apurações junto às autoridades policiais.

A Polícia Civil reforça a importância da denúncia em casos de importunação sexual, especialmente em locais públicos ou de circulação intensa, como ônibus e terminais de transporte. A orientação é que vítimas procurem imediatamente uma delegacia ou acionem a polícia por meio do telefone 190.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Justiça do RN concede liberdade a acusado de importunação sexual no Circular da UFRN Read More »

STF julga recurso de Carla Zambelli após condenação por invasão ao CNJ

STF julga recurso de Carla Zambelli após condenação por invasão ao CNJ

Deputada recorre de decisão que impôs pena de 10 anos por invasão ao sistema do CNJ; julgamento é virtual e termina nesta sexta (6)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta sexta-feira (6) o recurso apresentado pela defesa da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023. O julgamento é realizado virtualmente e está previsto para encerrar às 23h59.

O processo é relatado pelo ministro Alexandre de Moraes e conta com os votos dos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin. O colegiado também julga o recurso apresentado pelo hacker Walter Delgatti, condenado a 8 anos e 3 meses de prisão no mesmo caso. De acordo com as investigações, Delgatti executou a invasão sob orientação de Zambelli.

Antes da condenação ser executada, Zambelli deixou o Brasil. A parlamentar embarcou para os Estados Unidos e, posteriormente, chegou a Roma, na Itália, na quinta-feira (4). A deputada possui cidadania italiana e, até o momento, não retornou ao país.

Caso a maioria dos ministros rejeite o recurso, a prisão da deputada poderá ser convertida de preventiva para cumprimento de pena. A condenação também pode resultar na perda automática do mandato parlamentar, sem necessidade de deliberação pela Câmara dos Deputados.

A Constituição prevê que parlamentares só podem ser presos em flagrante por crime inafiançável, situação que motivou a prisão preventiva anterior. No entanto, em caso de condenação definitiva, não há necessidade de aval do Legislativo.

A possibilidade de cumprimento imediato da pena pode ainda reforçar o pedido de extradição da deputada, caso permaneça fora do Brasil. Em precedentes similares, a Justiça italiana autorizou a extradição de brasileiros com dupla cidadania, como ocorreu com o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão.

No recurso apresentado ao STF, a defesa de Zambelli argumenta cerceamento de defesa, alegando que não teve acesso completo às provas. Os advogados também questionaram o valor fixado a título de indenização por danos coletivos, no montante de R$ 2 milhões.

Segundo a defesa, não há critérios objetivos para justificar esse valor e a decisão teria sido tomada de forma discricionária pelo relator. Após a fuga da parlamentar, o advogado Daniel Bialski deixou a causa, e o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Defensoria Pública da União (DPU) assuma a representação legal da deputada.

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

STF julga recurso de Carla Zambelli após condenação por invasão ao CNJ Read More »

Moraes nega pedido para suspender depoimentos de réus na ação do golpe

Moraes nega pedido para suspender depoimentos de réus na ação do golpe

Solicitação foi feita pela defesa do general Braga Netto

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido feito pela defesa do general Braga Netto para suspender o início dos interrogatórios dos réus da ação penal do núcleo 1 da trama golpista. Os depoimentos terão início na próxima segunda-feira (9).

O militar, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros seis acusados fazem parte deste núcleo.

A defesa do general alegou que ainda não teve acesso total às provas da investigação. Dessa forma, segundo os advogados, Braga Netto não pode ser interrogado antes de tomar conhecimento de todas as acusações que pesam contra ele.

Os advogados também solicitaram que os interrogatórios sejam suspensos para aguardar os depoimentos das testemunhas dos demais núcleos de acusados.

Na decisão, Moraes disse que o pedido da defesa de Braga Netto não tem justificativa legal.

“Não há justificativa legal, nem tampouco razoabilidade, em se suspender a realização dos interrogatórios da presente ação penal para aguardar a oitiva de testemunhas arroladas em outras ações penais e que, jamais foram consideradas necessárias”, justificou.

O general da reserva e vice na chapa de Bolsonaro em 2022 está preso desde dezembro do ano passado sob a acusação de obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado no país para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Núcleo 1

Os oito réus compõem o chamado núcleo crucial do golpe, o núcleo 1, e tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
  • Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Moraes nega pedido para suspender depoimentos de réus na ação do golpe Read More »

Alexandre de Moraes manda investigar Carla Zambelli por coação e obstrução

Alexandre de Moraes manda investigar Carla Zambelli por coação e obstrução

Ministro do STF determina abertura de inquérito, pedido de prisão e inclusão da deputada na lista da Interpol

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (4.jun.2025) a abertura de um inquérito para apurar a conduta da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pelos crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação penal.

A decisão do ministro foi tomada após declarações da parlamentar, que afirmou, em entrevista, que deixou o Brasil e pretende permanecer nos Estados Unidos. Ela ainda disse que planeja solicitar asilo político ao governo do ex-presidente norte-americano Donald Trump.

Investigação autorizada pelo STF

No despacho, Moraes sustenta que as falas de Zambelli indicam intenção de adotar estratégias semelhantes às atribuídas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), investigado por suposta articulação para envolver o governo dos Estados Unidos em pressões contra autoridades brasileiras, incluindo o próprio ministro.

A investigação da deputada ocorrerá em paralelo a outras apurações em curso no Supremo sobre a atuação de parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O objetivo da nova apuração é identificar eventuais tentativas de influenciar ou impedir o andamento de investigações ou processos judiciais.

Depoimento à Polícia Federal e rastreamento de doações

Moraes determinou que Carla Zambelli preste depoimento à Polícia Federal no prazo de 10 dias, com a possibilidade de responder por escrito. A deputada poderá apresentar defesa e esclarecimentos sobre as declarações prestadas à imprensa.

Além disso, o ministro ordenou que o Banco Central forneça uma lista com os nomes dos responsáveis por transferências via PIX destinadas à deputada. As doações foram realizadas em uma campanha virtual de arrecadação após sua condenação pelo STF.

A origem e o destino dos recursos serão analisados para verificar se houve movimentações financeiras que possam configurar tentativa de burlar decisões judiciais ou financiar fuga do país.

Ordem de prisão e acionamento da Interpol

Ainda na quarta-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes autorizou a prisão preventiva da deputada. A decisão atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que afirmou que a parlamentar deixou o país com o objetivo de fugir do cumprimento da sentença.

A PGR alegou risco de continuidade das ações consideradas ilegais por parte da deputada e apontou tentativa de descredibilizar instituições brasileiras no exterior.

Com a ordem de prisão expedida, Moraes também determinou:

  • Inclusão do nome de Carla Zambelli na lista vermelha da Interpol (alerta internacional de busca);
  • Suspensão dos perfis da parlamentar nas redes sociais;
  • Comunicação ao Ministério da Justiça para providências cabíveis nas tratativas internacionais.

Parlamentar afirma que saiu por motivo de saúde

Em entrevista concedida à rádio de uma cidade do interior paulista na terça-feira (3), Carla Zambelli disse que está fora do Brasil para realizar um tratamento de saúde. Na mesma ocasião, informou que pretende solicitar licença do mandato de deputada federal.

A parlamentar declarou ainda que deve seguir para a Itália nos próximos dias, país onde possui cidadania. Atualmente, ela está nos Estados Unidos.

Zambelli é alvo de diferentes processos no STF, e sua situação jurídica se agravou após recente condenação pela Corte. O processo judicial segue em segredo de Justiça em alguns pontos.

Foto: Lula Marques/EBC

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Alexandre de Moraes manda investigar Carla Zambelli por coação e obstrução Read More »

Greve dos motoristas de ônibus em Natal chega ao fim após conciliação na Justiça do Trabalho

Greve dos motoristas de ônibus em Natal chega ao fim após conciliação na Justiça do Trabalho

Audiência conduzida pela Justiça do Trabalho resulta em acordo entre motoristas e empresários; circulação de ônibus volta ao normal a partir desta quinta (5)

A greve dos motoristas de ônibus em Natal chegou ao fim nesta quarta-feira (4.jun.2025), após uma audiência de conciliação promovida pela Justiça do Trabalho. O encontro entre representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Rio Grande do Norte (Sintro-RN) e os empresários do setor de transporte público resultou em acordo para a retomada integral das atividades.

A negociação foi conduzida pela desembargadora federal do Trabalho Isaura Maria Barbalho Simonetti, que convocou a reunião devido ao descumprimento anterior da decisão judicial que determinava a circulação de pelo menos 70% da frota de ônibus durante a paralisação.

Com a conciliação formalizada, os ônibus voltarão a operar normalmente a partir desta quinta-feira (5), seguindo a escala usual dos últimos dias.

Assembleia dos rodoviários confirma retorno ao trabalho

Apesar da definição judicial e do acordo firmado, o Sintro-RN agendou para as 19h desta quarta-feira (4) uma assembleia geral com os trabalhadores. A reunião tem como objetivo apresentar os termos do acordo firmado com os empresários e esclarecer os detalhes sobre a retomada das atividades operacionais do transporte coletivo em Natal.

A assembleia também deve formalizar o encerramento oficial do movimento grevista, que afetou a circulação de ônibus e impactou o deslocamento de milhares de usuários do transporte público na capital potiguar.

Intervenção judicial motivada por descumprimento de frota mínima

A convocação da audiência de conciliação se deu após o descumprimento de uma decisão judicial anterior que determinava a circulação de 70% da frota de ônibus durante a greve. O não cumprimento da medida levou a Justiça do Trabalho a intervir e buscar um consenso entre as partes envolvidas.

A desembargadora Isaura Simonetti atuou como mediadora no processo, com o objetivo de garantir a continuidade dos serviços essenciais à população e restabelecer a normalidade no sistema de transporte urbano.

Reivindicações e impactos da paralisação

O movimento grevista foi iniciado em razão de reivindicações salariais e de condições de trabalho feitas pelos motoristas. A paralisação comprometeu o transporte público da capital, gerando transtornos à população, especialmente nos horários de pico.

Durante o período de greve, usuários relataram dificuldades para acessar ônibus, com a redução da frota circulante abaixo do mínimo legal estabelecido. A situação também gerou filas em pontos de embarque e superlotação nos veículos que continuaram operando.

Desdobramentos do acordo

Os detalhes do acordo firmado entre trabalhadores e empresários ainda não foram divulgados em sua totalidade, mas a decisão assegura a retomada das operações normais do sistema de transporte público de Natal a partir do dia 5 de junho.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT-RN) seguem acompanhando o caso, a fim de garantir o cumprimento dos termos pactuados e evitar novos impasses entre as partes.

Foto: Matheus Felipe/Ilustração/Arquivo

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Greve dos motoristas de ônibus em Natal chega ao fim após conciliação na Justiça do Trabalho Read More »

Greve dos rodoviários em Natal leva STTU a acionar a Justiça por descumprimento de liminar

Greve dos rodoviários em Natal leva STTU a acionar a Justiça por descumprimento de liminar

Mesmo com decisão judicial exigindo 70% da frota nos horários de pico, ônibus municipais não circularam nesta quarta-feira (4)

A cidade de Natal amanheceu nesta quarta-feira (4.jun.2025) sem nenhum ônibus municipal circulando, marcando o início da greve dos rodoviários, apesar de uma decisão judicial que determinava a manutenção de 70% da frota nos horários de pico. A ausência total de veículos das linhas municipais nas ruas levou a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) a judicializar o caso.

Segundo a própria STTU, a secretaria enviou ofício à Justiça relatando o descumprimento da decisão liminar do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT-RN), que havia determinado a operação de pelo menos 70% da frota nos horários de maior movimento. A medida foi tomada ainda durante a manhã, após a constatação de que nenhum ônibus municipal havia deixado as garagens.

Além disso, apenas os ônibus de linhas semiurbanas — que operam entre municípios da Região Metropolitana de Natal — circulavam normalmente. A paralisação total das linhas municipais coincidiu com uma forte chuva na capital, agravando os transtornos enfrentados pela população, especialmente para quem dependia do transporte público para chegar ao trabalho ou a compromissos.

A secretária da STTU, Jódia Melo, explicou em entrevista à Rádio Jovem Pan News Natal que o órgão já havia notificado o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Natal (Seturn) sobre a necessidade de garantir uma frota mínima desde o anúncio do indicativo de greve, em 16 de maio.

“Desde quando houve esse indicativo de greve, a STTU notificou o Seturn para que, caso a greve realmente fosse deflagrada, eles cumprissem uma frota mínima de 70% de circulação de ônibus nas ruas, para garantir a mobilidade da cidade”, afirmou Jódia Melo.

Com a deflagração oficial da greve, o TRT-RN reforçou a obrigatoriedade por meio de liminar, mas, segundo a STTU, a decisão não foi cumprida. “Nós reiteramos essa notificação para garantir a circulação mínima. O papel da STTU é fiscalizar isso. Como se trata de uma relação entre empregadores e empregados, cabe à secretaria tomar as medidas cabíveis para assegurar o direito de ir e vir do cidadão natalense”, acrescentou a secretária.

Decisão do TRT-RN

A decisão liminar foi assinada pela desembargadora Isaura Maria Barbalho Simonetti, do TRT-RN, e determinava que o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sintro-RN) garantisse a circulação de 70% da frota durante os horários de pico. A medida também proíbe o bloqueio de acessos às garagens e ações que impeçam a operação de veículos por motoristas não aderentes à greve.

O descumprimento da decisão pode gerar multa diária de R$ 25 mil, aplicada solidariamente ao Sintro-RN e seus dirigentes.

Posicionamentos divergentes

O Sintro-RN declarou estar cumprindo a decisão, alegando não ter recebido informações oficiais sobre a frota a ser operada nem os adesivos que identificam os veículos em serviço emergencial. “Até o momento não fomos notificados sobre a frota correta e não recebemos os adesivos para identificação dos veículos”, afirmou o secretário-geral do sindicato, Arnaldo Dias. Ele reiterou que a categoria permanece unificada e que espera sensibilidade por parte dos empresários.

Já o Seturn, por meio do coordenador jurídico Augusto Maranhão Valle, afirmou que lamenta a deflagração da greve e atribui a dificuldade nas negociações às restrições econômicas e à falta de definição sobre o financiamento do transporte público. “O setor aguarda, com urgência, a definição sobre a fonte de custeio do transporte coletivo. O projeto de subsídio está travado na Câmara Municipal, e a licitação do sistema está paralisada no TCE”, declarou.

Negociações frustradas

A greve dos rodoviários foi deflagrada após a rejeição de proposta apresentada pelo Seturn durante mediação com a Superintendência Regional do Trabalho. A proposta aprovada pelo Sintro previa salário de R$ 2.583,37 em maio e R$ 2.600 em outubro, vale-alimentação de R$ 500 e R$ 550, reajuste de até 15,5% no plano de saúde, pagamento de CNH e exames toxicológicos pelas empresas, criação de banco de horas com validade de seis meses e reajuste pelo INPC com ganho real em 2026.

O Seturn, por sua vez, propôs reajuste salarial de 5,5% em 2025, parcelado em 3,5% em maio e 2% em novembro, além de aumento de 30% no vale-alimentação, também parcelado, e ajuda de custo para renovação da CNH. A proposta patronal foi rejeitada pelo sindicato dos trabalhadores, após oito rodadas de negociação.

Até o momento, o prefeito de Natal, Paulinho Freire (União Brasil), não se pronunciou oficialmente sobre a paralisação.

Foto: Matheus Felipe/Ilustração / Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Greve dos rodoviários em Natal leva STTU a acionar a Justiça por descumprimento de liminar Read More »

STF decreta prisão de Carla Zambelli e bloqueia passaporte e salário

STF decreta prisão de Carla Zambelli e bloqueia passaporte e salário

Deputada federal teve prisão determinada por Alexandre de Moraes e anunciou que deixou o país

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou nesta quarta-feira (4.jun.2025) a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A medida foi tomada após a parlamentar anunciar que deixou o país. A decisão inclui também o bloqueio dos passaportes, inclusive o diplomático, e o bloqueio do salário parlamentar e de outras verbas de gabinete pagas pela Câmara dos Deputados.

O valor das verbas bloqueadas será destinado ao pagamento das multas determinadas na condenação de Zambelli por invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A parlamentar foi condenada por envolvimento direto em um ataque hacker ao sistema do CNJ, e as medidas cautelares foram adotadas com base na gravidade dos fatos e no risco de fuga.

Saída do país motivou ordem de prisão

A decisão de Moraes foi fundamentada no fato de que Carla Zambelli comunicou, publicamente, que havia deixado o território brasileiro. A movimentação, segundo o ministro, configura tentativa de descumprir determinações judiciais. O Supremo entendeu que a fuga representa um risco à aplicação da lei penal, justificando a prisão preventiva.

Ainda segundo a decisão, o STF determinou que autoridades internacionais sejam notificadas, por meio da Interpol, para localização e eventual extradição da parlamentar. As ações buscam garantir o cumprimento da pena e o andamento dos processos em curso.

Bloqueio de recursos e medidas adicionais

Além da prisão, Moraes ordenou o bloqueio do passaporte comum e do diplomático da parlamentar. Também foram congeladas todas as verbas pagas pela Câmara dos Deputados em nome de Carla Zambelli, incluindo salário, cotas parlamentares e auxílios. Os valores serão utilizados para quitar as multas estabelecidas na sentença do caso do CNJ, que ainda não foram pagas.

A decisão foi comunicada oficialmente à presidência da Câmara, ao Ministério das Relações Exteriores, à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República (PGR), que poderão tomar providências adicionais.

A assessoria de Carla Zambelli ainda não se manifestou sobre a ordem de prisão e demais determinações do STF.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

STF decreta prisão de Carla Zambelli e bloqueia passaporte e salário Read More »

Julgamento do Caso Zaira é cancelado após abandono da defesa em Natal

Julgamento do Caso Zaira é cancelado após abandono da defesa em Natal

Sessão do júri popular contra o sargento Pedro Inácio Araújo foi suspensa e será remarcada ainda em 2024

O julgamento do sargento da Polícia Militar Pedro Inácio Araújo, acusado de estuprar e matar a universitária Zaira Cruz, de 22 anos, foi cancelado nesta terça-feira (3.jun.2025) em Natal. A suspensão do júri popular ocorreu após os advogados de defesa do réu deixarem o plenário do Fórum Miguel Seabra Fagundes, o que levou à dissolução do Conselho de Sentença, conforme informou o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN).

O júri, iniciado na segunda-feira (2.jun), acontecia a portas fechadas e tinha previsão de durar até sexta-feira (6.jun), com o depoimento de até 22 testemunhas. A sessão será remarcada pela 2ª Vara Criminal de Natal, que poderá reorganizar a agenda de outras audiências para que o novo julgamento aconteça ainda este ano.

Motivo do cancelamento

Segundo nota oficial do TJRN, a defesa do réu alegou cerceamento de defesa como justificativa para abandonar o julgamento. Os advogados argumentaram que perguntas consideradas essenciais à linha de defesa foram indeferidas pelo magistrado responsável pela sessão.

O Ministério Público se manifestou contrário à formulação dessas perguntas, argumentando que poderiam ferir a dignidade da vítima. O juiz acatou a argumentação do MP e indeferiu as questões, o que motivou a reação da defesa.

Após a suspensão do julgamento, o Ministério Público solicitou que sejam apurados os custos envolvidos na realização da sessão, com a possibilidade de pedir ressarcimento à defesa do réu. O processo segue em segredo de justiça.

Histórico do caso

Zaira Cruz foi morta no dia 2 de março de 2019, durante o carnaval, no município de Caicó, região Seridó do Rio Grande do Norte. A jovem foi encontrada morta dentro do carro do sargento Pedro Inácio Araújo. O veículo estava trancado, sendo necessário acionar o Corpo de Bombeiros para a abertura.

De acordo com as investigações, Zaira e o acusado integravam um grupo de amigos que havia alugado uma casa para passar o carnaval na cidade. O próprio policial militar acionou a polícia e alegou que havia mantido relações sexuais com a vítima, deixando-a dormindo no veículo.

Zaira era natural de Currais Novos e morava em Mossoró, onde cursava Engenharia Química na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa).

Linha do tempo do processo

  • 2 de março de 2019: Zaira Cruz é encontrada morta em Caicó, dentro do carro do policial Pedro Inácio Araújo.
  • 15 de março de 2019: Pedro Inácio é preso preventivamente em Currais Novos, suspeito de estupro e feminicídio.
  • 26 de março de 2019: A Polícia Civil conclui o inquérito apontando que a jovem foi vítima de estupro e feminicídio.
  • 2 de abril de 2019: O Ministério Público denuncia o sargento pelos crimes de homicídio triplamente qualificado: por asfixia, para assegurar a ocultação de outro crime e por feminicídio.
  • 2021: A Justiça determina que o réu será julgado por júri popular.
  • 2024: O julgamento é transferido de Caicó para Natal após pedido da defesa, com justificativa de garantir a imparcialidade do processo.

Próximos passos

Com a suspensão da sessão, a 2ª Vara Criminal de Natal deverá agendar uma nova data para o julgamento. Ainda não há definição sobre quando o novo júri ocorrerá, mas a previsão do TJRN é que aconteça até o fim de 2024.

Foto: Reprodução / Reprodução/OAB

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Julgamento do Caso Zaira é cancelado após abandono da defesa em Natal Read More »

TJRN suspende promoções automáticas de praças militares por ausência de vagas; governo propõe reestruturação

TJRN suspende promoções automáticas de praças militares por ausência de vagas; governo propõe reestruturação

Decisão judicial declara inconstitucionalidade parcial da LC 515/2014; Governo do RN mantém promoções já efetivadas e discute novo projeto com associações militares

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) declarou inconstitucionais trechos da Lei Complementar Estadual nº 515/2014, que permitiam a promoção de praças militares estaduais – da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros – independentemente da existência de vagas nos quadros funcionais. A decisão, proferida em Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ajuizada pelo Ministério Público Estadual, afeta diretamente a progressão funcional da categoria, cujas promoções ficam suspensas a partir do julgamento, ocorrido em 31 de março de 2025.

Promoções suspensas por decisão judicial

O TJRN considerou que os dispositivos violam os princípios da hierarquia e disciplina militar, previstos nos artigos 31 e 37 da Constituição Estadual. O entendimento da Corte é que a ascensão sem vagas compromete o equilíbrio estrutural das corporações, gerando excesso de militares nas graduações superiores e esvaziamento nos postos iniciais da carreira.

Foram considerados inconstitucionais os dispositivos que permitiam promoções “ex-officio” – ou seja, automáticas – após o cumprimento do tempo mínimo na função, mesmo sem vagas disponíveis. A legislação anterior estabelecia que, por exemplo, um soldado com quatro anos de serviço poderia ser promovido a cabo, mesmo na ausência de vagas. A decisão do TJRN invalida esse modelo para as futuras promoções.

Entretanto, os efeitos da decisão têm eficácia ex nunc, ou seja, não retroativa. Dessa forma, estão mantidas todas as promoções efetivadas até 31 de março de 2025, o que inclui, segundo o Governo do RN, mais de 18 mil promoções realizadas na atual gestão.

Governo confirma validade das promoções anteriores

Em nota oficial, o Governo do Rio Grande do Norte informou que a decisão judicial não invalida as promoções já realizadas, graças à atuação da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), que garantiu a modulação dos efeitos. A nota destaca ainda que, diante do novo cenário, a administração estadual está dialogando com os comandos militares e com as associações representativas da categoria para encontrar alternativas que evitem novos entraves à progressão funcional.

Na segunda-feira (2), representantes do governo se reuniram com dirigentes das associações de praças para apresentar possíveis estratégias jurídicas diante da decisão do TJRN. O Executivo afirmou que qualquer medida judicial futura, como recursos, só será adotada em comum acordo com as entidades de classe.

Estudo para reestruturação do quadro funcional

Como resposta à decisão, o Governo anunciou que dará continuidade aos levantamentos administrativos e operacionais que visam à reestruturação do quadro de praças e oficiais. O objetivo é adequar a legislação estadual à Lei Federal nº 14.751/2023, que instituiu a Lei Orgânica Nacional das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares.

O estudo em curso será apresentado às associações militares e, em seguida, transformado em projeto de lei a ser encaminhado à Assembleia Legislativa do RN. A proposta deve estabelecer novos critérios para promoções, alinhados aos princípios constitucionais e à legislação federal.

Categoria discute próximos passos

A Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros Militares do RN (ASSPMBMRN) convocou uma assembleia para esta terça-feira (3.jun), às 14h, com o objetivo de discutir os impactos da decisão judicial e os rumos da carreira dos praças. A entidade informou que só se pronunciará oficialmente sobre o tema após a reunião com a categoria.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

TJRN suspende promoções automáticas de praças militares por ausência de vagas; governo propõe reestruturação Read More »

Justiça bloqueia R$ 119 milhões de investigados por fraude contra INSS

Justiça bloqueia R$ 119 milhões de investigados por fraude contra INSS

Desvios foram apurados pela Operação Sem Desconto, da PF

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou nesta terça-feira (3) que a Justiça Federal em Brasília proferiu novas decisões que determinaram o bloqueio de R$ 119 milhões em bens de empresas e investigados envolvidos nas fraudes em descontos irregulares nos benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Os bloqueios foram determinados pela juíza federal Luciana Raquel Tolentino de Moura, da 7ª Vara Federal do Distrito Federal, e ocorreram em cinco ações protocoladas pela AGU.

Em cada processo, foram bloqueados R$ 23,8 milhões em bens móveis, imóveis e ativos financeiros de oito empresas e nove pessoas físicas. Os sigilos bancário e fiscal também foram quebrados por determinação judicial.

De acordo com a AGU, há indícios de que as empresas são suspeitas de atuarem como firmas de fechada para praticar os desvios ilegais contra os aposentados. Em troca de autorização para a realização dos descontos, as empresas pagaram propina para agentes públicos.

No mês passado, a AGU pediu o bloqueio de R$ 2,5 bilhões contra 12 entidades associativas e 60 dirigentes. Por determinação da juíza, o caso foi fatiado em 15 ações para facilitar a análise dos pedidos.

As fraudes são investigadas na Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que investiga um esquema nacional de descontos de mensalidades associativas não autorizadas. Estima-se que cerca de R$ 6,3 bilhões foram descontados de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024.

As ações judiciais fazem parte do trabalho do grupo especial montado pela AGU para buscar a recuperação do dinheiro descontado irregularmente dos aposentados.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil / Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Justiça bloqueia R$ 119 milhões de investigados por fraude contra INSS Read More »

PGR pede prisão de Carla Zambelli após saída do país

PGR pede prisão de Carla Zambelli após saída do país

Deputada federal foi condenada pelo STF e informou que está fora do Brasil para tratamento de saúde

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta terça-feira (3.jun.2025), a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). O requerimento foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a parlamentar afirmar que saiu do país. Zambelli declarou em entrevista a um canal no YouTube que deixou o Brasil para realizar um tratamento de saúde e que pretende solicitar licença do mandato. A deputada afirmou que está na Europa, sem revelar a localização exata.

Zambelli foi condenada recentemente pelo STF a dez anos de prisão em regime fechado, além do pagamento de R$ 2 milhões por danos coletivos, no processo que trata da invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023. O processo ainda está em fase de recurso, mas a saída do país motivou a manifestação da PGR para decretação de sua prisão.

Condenação por invasão ao CNJ

A condenação de Carla Zambelli refere-se ao episódio em que o sistema do CNJ foi invadido com o objetivo de emitir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes. A investigação apontou que a deputada foi a autora intelectual da ação e que o responsável pela execução do hackeamento foi Walter Delgatti Neto, também condenado e colaborador das investigações.

A invasão ocorreu no contexto de ataques institucionais promovidos por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo os autos, Delgatti teria sido orientado por Zambelli a inserir informações fraudulentas no sistema.

Outro processo em andamento no STF

Além da condenação já proferida, Carla Zambelli responde a outro processo criminal no Supremo. Ela virou ré em 2023 por um episódio ocorrido na véspera do segundo turno das eleições de 2022, quando perseguiu com uma arma de fogo o jornalista Luan Araújo em São Paulo, no bairro dos Jardins.

Na ocasião, a parlamentar alegou legítima defesa após uma discussão com o jornalista. O caso foi julgado no STF, e até o momento, seis ministros votaram pela condenação da deputada a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto. O julgamento está suspenso devido a um pedido de vista feito pelo ministro Nunes Marques.

Representação do PT na PGR

Também nesta terça-feira, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, protocolou uma representação na PGR. O documento solicita que a Procuradoria peça a prisão preventiva de Carla Zambelli e que tome medidas adicionais, como a inclusão do nome da parlamentar no alerta vermelho da Interpol, o início do processo de extradição, o bloqueio de bens e a revogação do passaporte diplomático da deputada.

Segundo o parlamentar, essas ações visam garantir a efetividade da Justiça diante da condenação já imposta e da possibilidade de fuga.

Defesa deixa o caso

Após o anúncio de Carla Zambelli sobre sua saída do país, o advogado Daniel Bialski comunicou que deixou a defesa da parlamentar. Em nota, afirmou ter sido apenas informado da viagem para tratamento médico e, por motivo de foro íntimo, decidiu se desligar do caso.

A deputada ainda não se manifestou oficialmente sobre os pedidos de prisão ou sobre as medidas solicitadas à Interpol.

Foto: Lula Marques/EBC

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

PGR pede prisão de Carla Zambelli após saída do país Read More »

Carla Zambelli deixa o Brasil após condenação pelo STF e anuncia licença do mandato

Carla Zambelli deixa o Brasil após condenação pelo STF e anuncia licença do mandato

Deputada condenada a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do CNJ se diz na Europa e afirma que vai se afastar do cargo

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (3.jun.2025) que está fora do Brasil e que pedirá licença de seu mandato na Câmara dos Deputados. A parlamentar, condenada recentemente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão, informou que está baseada na Europa, embora não tenha revelado o país em que se encontra.

A informação foi divulgada por meio de uma transmissão ao vivo em seu canal no YouTube. No vídeo, Zambelli alegou que viajou inicialmente para dar continuidade a um tratamento médico e que, diante da situação jurídica, pretende solicitar afastamento do cargo parlamentar.

“Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias. Eu vim, a princípio, buscando tratamento médico que eu já fazia aqui e, agora, eu vou pedir para que eu possa me afastar do cargo”, disse a deputada.

A parlamentar segue os passos de seu correligionário Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que também se licenciou do cargo e deixou o país recentemente. “Tem essa possibilidade da Constituição, acho que as pessoas conhecem um pouco mais essa possibilidade hoje em dia porque foi o que o Eduardo fez também”, afirmou.

Zambelli foi condenada pelo STF em 20 de maio de 2025 a dez anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão do Supremo Tribunal Federal também pode acarretar a cassação de seu mandato parlamentar e sua inelegibilidade por pelo menos oito anos após o cumprimento da pena, o que pode deixá-la afastada da vida pública por até 18 anos.

Em agosto de 2023, durante o curso das investigações sobre o caso, o ministro Alexandre de Moraes determinou a apreensão do passaporte de Zambelli. Posteriormente, o documento foi devolvido, e não havia, até então, qualquer impedimento legal para que ela deixasse o país.

A saída do país, no entanto, pode levar o Supremo a reavaliar medidas cautelares. Ministros do STF ouvidos por veículos de imprensa consideram o gesto como uma possível tentativa de fuga. Diante disso, existe a possibilidade de Zambelli ter a prisão preventiva decretada, além de ser incluída na lista de difusão vermelha da Interpol, o que pode acionar mecanismos internacionais de captura.

Mesmo com a condenação, ainda cabem recursos, como embargos de declaração, mas, segundo o rito habitual do STF, após a rejeição desses recursos, pode ser expedido o mandado de prisão para início do cumprimento da pena.

A deputada também pode perder o mandato, já que a condenação transitada em julgado implicará a suspensão de seus direitos políticos. A inelegibilidade, por sua vez, já começa a contar a partir da publicação da decisão, independentemente da execução imediata da pena.

A repercussão sobre a saída do país segue em análise no meio jurídico e político. Ainda não há uma decisão oficial do STF sobre o impacto da viagem de Zambelli na execução de sua condenação ou em eventuais novas medidas cautelares.

Foto: Lula Marques/EBC

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Carla Zambelli deixa o Brasil após condenação pelo STF e anuncia licença do mandato Read More »

Walter Nunes é nomeado desembargador federal do TRF-5

Walter Nunes é nomeado desembargador federal do TRF-5

Juiz da 2ª Vara Federal do RN passa a integrar o Tribunal Regional Federal da 5ª Região; nomeação foi publicada oficialmente

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nomeou o juiz federal Walter Nunes da Silva Júnior para o cargo de desembargador do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5). A nomeação foi oficializada nesta semana e se refere à promoção do magistrado que atualmente é titular da 2ª Vara Federal do Rio Grande do Norte, com sede em Natal.

Natural do Rio Grande do Norte, Walter Nunes tem carreira consolidada na magistratura e em outras esferas do sistema de Justiça. Antes de ingressar na Justiça Federal, atuou como promotor de Justiça, juiz de Direito e Procurador da República. Também integra a Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte (ALEJURN).

Atuação no sistema penitenciário federal

O magistrado exerce atualmente funções de destaque no sistema penitenciário federal. Ele é o Corregedor do Presídio Federal de Mossoró (RN), um dos cinco presídios federais de segurança máxima do país, e atua também como Coordenador-Geral do Fórum Permanente do Sistema Penitenciário Federal, vinculado à Corregedoria-Geral da Justiça Federal.

Além disso, Walter Nunes coordena o Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Penitenciário Federal no âmbito do TRF-5, colaborando com políticas de segurança e controle institucional do sistema prisional de alta periculosidade.

Atuação acadêmica

Paralelamente à função jurisdicional, Walter Nunes mantém intensa atividade acadêmica. É professor da graduação e da pós-graduação em Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Também leciona na Escola da Magistratura do Rio Grande do Norte (ESMARN), na Escola de Magistratura do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (ESMAFE) e na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM).

Sua atuação no ensino jurídico é complementada pela produção acadêmica. É autor de quatro livros jurídicos e organizador de outras oito publicações coletivas, onde também contribuiu com capítulos.

Participação em conselhos

Walter Nunes também é membro efetivo do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), órgão do Ministério da Justiça que atua na formulação de diretrizes para o sistema penal e penitenciário brasileiro.

Perfil e trajetória

Com formação jurídica e passagem por diferentes ramos do Judiciário e do Ministério Público, Walter Nunes construiu um perfil técnico e institucional que o credenciou para o novo posto. Sua atuação abrange áreas como execução penal, segurança pública, direito processual e gestão de unidades prisionais de segurança máxima.

A nomeação ao cargo de desembargador federal do TRF-5 amplia a representatividade do Rio Grande do Norte na segunda instância da Justiça Federal na Região Nordeste, que tem sede em Recife (PE) e jurisdição sobre os estados de AL, CE, PB, PE, RN e SE.

Com a nova função, o magistrado passará a atuar no julgamento de recursos e ações originárias de maior complexidade que envolvem a União e entidades federais, além de manter interlocução com órgãos superiores da Justiça.

Foto: Divulgação/JFRN / succo por Pixabay / Sang Hyun Cho por Pixabay

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Walter Nunes é nomeado desembargador federal do TRF-5 Read More »

Justiça bloqueia R$ 23,8 milhões de suspeitos de fraude contra INSS

Justiça bloqueia R$ 23,8 milhões de suspeitos de fraude contra INSS

Ação é uma das 15 em que AGU pede bloqueio de R$ 2,5 bilhões

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou nesta segunda-feira (2) que a Justiça Federal em Brasília determinou o bloqueio de R$ 23,8 milhões em bens de investigados pela fraude em descontos irregulares nos benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo o órgão, os valores serão usados para o ressarcimento das vítimas.

A indisponibilidade de bens e ativos financeiros foi determinada pela juíza federal Luciana Raquel Tolentino de Moura, da 7ª Vara Federal do Distrito Federal, e envolve os bens e ativos financeiros de duas empresas e os respectivos sócios.

No mês passado, a AGU pediu o bloqueio de R$ 2,5 bilhões de 12 entidades associativas e 60 dirigentes. Por determinação da juíza, o caso foi fatiado em 15 ações para facilitar a análise dos pedidos.

As fraudes são investigadas na Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que investiga um esquema nacional de descontos de mensalidades associativas não autorizadas. Estima-se que cerca de R$ 6,3 bilhões foram descontados de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024.

As ações judiciais fazem parte do trabalho do grupo especial montado pela AGU para buscar a recuperação do dinheiro descontado irregularmente dos aposentados.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Justiça bloqueia R$ 23,8 milhões de suspeitos de fraude contra INSS Read More »

Justiça do Rio revoga prisão do MC Poze do Rodo

Justiça do Rio revoga prisão do MC Poze do Rodo

Desembargador criticou a atuação da Polícia Civil no caso

A Justiça do Rio concedeu nesta segunda-feira (2) habeas corpus a Marlon Brandon Coelho Couto da Silva, o MC Poze do Rodo. Na decisão, o desembargador Peterson Barroso Simão, da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, criticou a forma de atuação da Polícia Civil no caso.

“Existem indícios que comprometem o procedimento regular da polícia. Pelo pouco que se sabe, o paciente teria sido algemado e tratado de forma desproporcional, com ampla exposição midiática, fato a ser apurado posteriormente”, escreveu o magistrado.

O funkeiro foi preso na última quinta-feira (29), em casa, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, em uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Ele foi algemado com as mãos para trás, sem camisa e levado descalço para a delegacia. Ele teria de cumprir prisão temporária de 30 dias.

“O material arrecadado na busca e apreensão [na casa do funkeiro] parece ser suficiente para o prosseguimento das investigações, sem a necessidade da manutenção da prisão já que não há comprovação, por ora, de que ele estivesse com armamento, drogas ou algo ilícito em seu poder”, disse Simão.

O magistrado explicou na decisão, que MC Poze do Rodo já tinha sido investigado em outro processo e absolvido em duas instâncias da Justiça do Rio.

“A prisão temporária não é exatamente a solução almejada pela população, pois todos nós imaginamos como funciona a máquina criminosa do Comando Vermelho. É preciso prender os chefes, aqueles que pegam em armas e negociam drogas. O alvo da prisão não deve ser o mais fraco – o paciente, e sim os comandantes de facção temerosa, abusada e violenta, que corrompe, mata, rouba, pratica o tráfico, além de outros tipos penais em prejuízo das pessoas e da sociedade”.

O advogado Fernando Henrique Cardoso Neves, que defende o funkeiro, classificou a decisão como “serena que restabelece a liberdade e dá espaço à única presunção existente no direito: a de inocência”.

Medidas cautelares que MC Poze do Rodo terá de cumprir:

  • Comparecimento mensal em juízo até o dia 10 de cada mês para informar e justificar suas atividades;
  • Não se ausentar da Comarca enquanto perdurar a análise do mérito do habeas corpus;
  • Permanecer à disposição da Justiça informando telefone para contato imediato;
  • Proibição de comunicar-se com pessoas investigadas pelos fatos envolvidos no inquérito, testemunhas, bem como pessoas ligadas à facção criminosa Comando Vermelho.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Justiça do Rio revoga prisão do MC Poze do Rodo Read More »

Julgamento do PM acusado de feminicídio de Zaira Cruz começa em Natal

Julgamento do PM acusado de feminicídio de Zaira Cruz começa em Natal

Pedro Inácio responde por estupro e homicídio triplamente qualificado em caso ocorrido no Carnaval de 2019 em Caicó

O julgamento do policial militar Pedro Inácio Araújo, acusado de estuprar e matar a universitária Zaira dos Santos Cruz, teve início na manhã desta segunda-feira (2.jun.2025), no Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal. O caso, que remonta ao Carnaval de 2019 na cidade de Caicó, é julgado pelo Tribunal do Júri sob segredo de Justiça.

Durante a manhã, o prédio do fórum recebeu reforço no policiamento, e foram instaladas grades de isolamento na calçada para limitar a circulação nas imediações. O acesso à sala de julgamento foi restrito, com permissão apenas para familiares diretos da vítima e do réu, além de uma psicóloga do Ministério Público do Rio Grande do Norte.

A sessão conta com a presença de seis pessoas autorizadas: mãe, pai e irmã da vítima, além de uma profissional do Núcleo de Apoio às Vítimas de Violência Letal e Intencional (Navvli). Pela parte da defesa, apenas a mãe do réu e um acompanhante estão presentes. Familiares de Pedro Inácio chegaram ao local nas primeiras horas do dia, mas optaram por não falar com a imprensa.

Apesar do sigilo judicial, a defesa de Pedro Inácio reafirmou sua convicção de inocência do réu, sem prestar declarações públicas.

Relembre o caso

Zaira dos Santos Cruz, de 22 anos, foi encontrada morta no dia 2 de março de 2019, sábado de Carnaval, dentro do carro do policial militar Pedro Inácio Araújo. O veículo estava trancado e precisou ser arrombado por bombeiros. O caso ocorreu em Caicó, região Seridó do Rio Grande do Norte.

De acordo com as investigações, Zaira e o policial integravam um grupo de amigos que alugou uma casa para passar o Carnaval na cidade. Foi o próprio Pedro Inácio quem acionou a polícia, alegando que havia mantido relações sexuais com a jovem e a deixado dormindo no veículo.

A jovem era estudante de Engenharia Química na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), em Mossoró, sua cidade de residência. O suspeito foi preso no dia 15 de março, em Currais Novos, onde morava e onde também nasceu Zaira.

Em 26 de março de 2019, a Polícia Civil concluiu o inquérito, que apontou a ocorrência de estupro e feminicídio. No dia 2 de abril do mesmo ano, o Ministério Público denunciou Pedro Inácio por homicídio triplamente qualificado: asfixia, crime cometido para ocultar outro delito (estupro) e feminicídio. O acusado está em prisão preventiva desde sua detenção, em março de 2019.

Mudança de local e decisão judicial

A Justiça potiguar decidiu, em 2021, que o caso seria submetido ao Tribunal do Júri. A defesa do réu solicitou, posteriormente, a transferência do julgamento de Caicó para Natal, alegando razões de segurança e imparcialidade. O pedido foi acatado pelo Tribunal de Justiça do RN em 2024, e a sessão do júri popular foi marcada para o dia 2 de junho.

O processo, devido à gravidade e repercussão dos crimes, é acompanhado por órgãos especializados do Ministério Público e mantém sua tramitação sob sigilo, com o objetivo de preservar os envolvidos e garantir o regular andamento dos trabalhos judiciais.

Foto: Reprodução

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Julgamento do PM acusado de feminicídio de Zaira Cruz começa em Natal Read More »

Lula critica governo Trump por ameaças a Alexandre de Moraes e defende STF durante o congresso do PSB

Lula critica governo Trump por ameaças a Alexandre de Moraes e defende STF durante o congresso do PSB

Presidente reage a declarações de autoridades americanas e pede mobilização da esquerda nas redes contra ofensivas bolsonaristas ao Supremo

Durante discurso no 16º congresso nacional do PSB, realizado neste domingo (1º.jun.2025), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou publicamente o governo do ex-presidente norte-americano Donald Trump após o Departamento de Estado dos Estados Unidos sugerir a aplicação de sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Lula condenou a tentativa de interferência estrangeira em decisões do Judiciário brasileiro, ao reagir às declarações recentes do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que indicou haver “grande possibilidade” de sanções contra Moraes. As críticas se referem a decisões do magistrado que impactaram plataformas digitais sediadas nos EUA e figuras ligadas à Casa Branca, como Elon Musk, dono do X (ex-Twitter).

“Você veja, os Estados Unidos querem processar o Alexandre de Moraes porque ele está querendo prender um cara brasileiro que está lá nos Estados Unidos fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro. Ora, que história é essa de os Estados Unidos quererem criticar alguma coisa da Justiça brasileira? Nunca critiquei a Justiça deles”, afirmou Lula.

O pronunciamento de Lula ocorreu no evento do PSB que marcou a eleição do prefeito do Recife, João Campos, para a presidência do partido, em substituição a Carlos Siqueira. A legenda é a mesma do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

A reação do presidente brasileiro se soma à crescente tensão política entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e o STF. Lula fez referência à atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos e articula apoio ao governo Trump para pressionar por sanções ao Supremo. No Congresso norte-americano, Eduardo vem contando com apoio de parlamentares considerados parte de uma “bancada anti-Moraes”.

Na última quinta-feira (29.mai), o Bureau of Western Hemisphere Affairs (WHA), órgão vinculado ao Departamento de Estado dos EUA, publicou uma mensagem em português no X afirmando que “nenhum inimigo da liberdade de expressão dos americanos será perdoado”, dias após Rubio citar as sanções ao ministro do STF.

Além da crítica direta ao governo Trump, Lula alertou sobre as estratégias políticas do bolsonarismo para as eleições de 2026, especialmente para o Senado. Segundo ele, a intenção é formar uma “superbancada” para confrontar o Supremo e tentar aprovar pedidos de impeachment de ministros da Corte, com foco em Moraes.

“Não que a Suprema Corte seja uma maçã doce. Não, é porque precisamos preservar as instituições que garantam a democracia deste País. Se a gente for destruir o que não gosta, não vai sobrar nada”, disse.

Lula também convocou os militantes da esquerda a disputarem espaço nas redes sociais com maior intensidade. O presidente destacou que a extrema direita tem tido protagonismo digital e que é preciso fazer frente a isso com engajamento.

“Muitas vezes a extrema direita faz a gente recuar. Vamos fazer uma revolução na rede digital. Temos que rebater na hora. Cada um de vocês tem que virar um influencer na internet. Atacou o PSB? Pau em quem atacou o PSB”, declarou Lula, em referência à necessidade de reação imediata no ambiente digital.

Durante o congresso do PSB, o presidente também comentou sobre a possibilidade de disputar a reeleição em 2026. “Para ser candidato, eu preciso estar 100% de saúde como estou hoje”, afirmou.

Crise do IOF e articulação com o Congresso

Ainda durante o evento, Lula se referiu à recente crise provocada pelo aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que gerou reações negativas no Congresso Nacional e no mercado financeiro. O presidente defendeu o diálogo entre Executivo e Legislativo para garantir governabilidade e aprovação de pautas.

Lula citou diretamente o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), como parceiros no processo de articulação política. Segundo o presidente, decisões devem ser compartilhadas com os líderes partidários antes de serem anunciadas pelo governo.

“O correto não é tomar a decisão e depois comunicar. É chamar as pessoas para decidir junto com a gente. Quando chega no Congresso, já está mais alinhado. Se o Congresso não concordar, ninguém tem obrigação de aprovar. Nosso papel é convencer da importância”, disse Lula.

Foto: Ricardo Stuckert/PR / Sérgio Dutti/PSB

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Lula critica governo Trump por ameaças a Alexandre de Moraes e defende STF durante o congresso do PSB Read More »

Jair Bolsonaro prestará depoimento à PF em inquérito que investiga Eduardo Bolsonaro

Jair Bolsonaro prestará depoimento à PF em inquérito que investiga Eduardo Bolsonaro

Ex-presidente será ouvido em 5 de junho no processo que apura possíveis crimes cometidos por seu filho

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestará depoimento no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A Polícia Federal ouvirá o ex-presidente na próxima quinta-feira (5.jun.2025).

Eduardo Bolsonaro passou a ser investigado pelo STF na última segunda-feira. A Procuradoria-Geral da República (PGR) alegou que o filho de Jair Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, tem buscado do governo americano sanções a integrantes do STF, do Ministério Público e da PF com o “intuito de embaraçar o andamento do julgamento” contra seu pai, réu no Supremo por tentativa de golpe de Estado.

O pedido de inquérito foi aceito por Alexandre de Moraes, que será o relator do processo, e o parlamentar passou a ser investigado pelos possíveis crimes de coação no curso do processo penal, obstrução de investigação contra organização criminosa e abolição do estado democrático de direito.

Contexto internacional

O governo dos Estados Unidos anunciou na última quarta-feira, 28, que vai restringir visto para “autoridades estrangeiras que sejam cúmplices na censura de americanos”. Ao anunciar a medida, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, não citou Moraes, mas há a expectativa de que o magistrado brasileiro seja um dos alvos da ação, pois o secretário citou a América Latina como exemplo da aplicação da sanção.

Como mostrou o Estadão, o uso da Lei Magnitsky para punir um ministro de Suprema Corte seria inédito. Além disso, até o momento, a norma só foi aplicada para violadores graves dos Direitos Humanos, como autoridades de regimes ditatoriais, integrantes de grupos terroristas e criminosos ligados a esquemas de lavagem de dinheiro e de assassinatos em série.

Declarações de Eduardo Bolsonaro

Eduardo Bolsonaro voltou, em entrevista, a atacar Moraes e disse que tem interesse em disputar a Presidência se essa for “uma missão” dada a ele por seu pai.

“O Brasil deveria ter tido a decência de conseguir parar o Alexandre de Moraes. Não aconteceu. Por isso, tivemos que recorrer aqui às autoridades americanas. Vamos dar assim o primeiro passo para resgatar a democracia brasileira. O STF hoje derruba aquilo que foi aprovado pelo Congresso. Não é uma democracia saudável”, afirmou Eduardo em entrevista à revista Veja publicada ontem.

O deputado licenciado disse que Moraes se comporta como “um tirano” e afirmou que o ministro “sabe que vai sair derrotado porque não tem a verdade ao lado dele”.

Em março deste ano, Eduardo Bolsonaro pediu licença do mandato na Câmara dos Deputados para viver nos Estados Unidos, onde pretende “buscar sanções aos violadores dos direitos humanos”.

Foto: Beto Barata/PL / Elaine Menke/PL

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Jair Bolsonaro prestará depoimento à PF em inquérito que investiga Eduardo Bolsonaro Read More »

STJ nega habeas corpus a Wendel Lagartixa e mantém prisão preventiva

STJ nega habeas corpus a Wendel Lagartixa e mantém prisão preventiva

Decisão do ministro Messod Azulay Neto confirma manutenção da prisão do policial reformado investigado por triplo homicídio

O ministro Messod Azulay Neto, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa do policial reformado do Rio Grande do Norte, Wendel Fagner Cortez de Almeida, conhecido como Wendel Lagartixa. A decisão foi publicada em 6 de maio de 2025.

A defesa argumentou que a prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) seria ilegal, uma vez que se baseia em processos já arquivados e em um suposto descumprimento de medidas cautelares, o que, segundo os advogados, não ocorreu. No entanto, o ministro afirmou que os argumentos apresentados se confundem com o mérito da impetração e que o caso será analisado em profundidade no julgamento definitivo.

O STJ solicitou informações atualizadas ao TJRN sobre o andamento processual e a situação prisional do acusado.

Na mesma semana da decisão, o advogado de Lagartixa comentou nas redes sociais sobre a prisão em Salvador (BA), ocorrida em maio de 2024. Segundo ele, Wendel foi absolvido no processo em trâmite na Bahia, o que, na visão da defesa, torna injustificada a prisão preventiva decretada pelo TJRN com base naquele episódio.

Histórico de prisões

Em 11 de julho de 2024, a Câmara Criminal do TJRN decretou a prisão preventiva de Wendel Lagartixa. A medida foi resultado de recurso apresentado pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN). O policial reformado é investigado por envolvimento em um triplo homicídio ocorrido em abril de 2022, no bairro da Redinha, na zona Norte de Natal.

As investigações fazem parte da Operação Aqueronte, conduzida pela Polícia Civil do RN. Na época, foram cumpridos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão contra dois suspeitos, incluindo Wendel, que chegou a ser preso e posteriormente liberado.

Em maio de 2024, ele voltou a ser detido, desta vez em Salvador, quando viajava para o Rio Grande do Sul. A prisão foi realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), sob a acusação de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e fraude processual.

Decisão judicial sobre nova prisão

O relator do caso no TJRN, desembargador Glauber Rêgo, justificou a nova prisão cautelar com base no descumprimento de medidas judiciais anteriormente estabelecidas. Segundo ele, a liberdade provisória havia sido concedida mediante condições específicas, que não foram cumpridas.

Além do descumprimento das cautelares, a decisão considerou o princípio do “periculum libertatis”, que representa o risco à ordem pública caso o investigado permaneça em liberdade.

Foto: Reprodução / Alan Santos/PR

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

STJ nega habeas corpus a Wendel Lagartixa e mantém prisão preventiva Read More »

STF: Ciro Nogueira e Tarcísio negam saber de tentativa de golpe

STF: Ciro Nogueira e Tarcísio negam saber de tentativa de golpe

Ex-ministros foram ouvidos como testemunhas de defesa de Bolsonaro

Os ex-ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), hoje senador, e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), atual governador de São Paulo, disseram nesta sexta-feira (30) desconhecer qualquer envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro com alguma tentativa de ruptura institucional ou golpe de Estado.

Os dois foram ouvidos por videoconferência como testemunhas de defesa de Bolsonaro, na ação penal sobre uma trama golpista que teria tentado manter o ex-presidente no poder mesmo com derrota na tentativa de reeleição, em 2022. A audiência foi presidida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).

Cotado como possível representante do bolsonarismo na próxima corrida presidencial, Tarcísio afirmou “jamais” ter tratado ou ter ouvido Bolsonaro tratar de qualquer assunto relativo a algum tipo de golpe, seja antes ou depois de eleição. “Assim como nunca aconteceu enquanto fui ministro”, acrescentou.

Após a derrota no pleito, quando já eleito governador e afastado do governo federal, Tarcísio disse ter visitado Bolsonaro ao menos duas vezes, “por amizade”, no Palácio da Alvorada, em Brasília.

“Da mesma forma, nesse período, na reta final [do governo], nas visitas, tivemos várias conversas, jamais se tocou nesse assunto, jamais mencionou ruptura”.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) deu resposta similar, ao ser questionado pelo advogado Celso Vilardi, que defende Bolsonaro, sobre se o ex-presidente mencionou algum tipo de ruptura nos vários encontros entre os dois após a derrota eleitoral.

“Em hipótese nenhuma. Nunca aconteceu isso”, afirmou Nogueira, que é também presidente do PP. “Todas as determinações que o presidente me deu foi para que fizesse a transição da melhor forma possível”.

Assim como Tarcísio, o ex-ministro-chefe da Casa Civil voltou a relatar que Bolsonaro chegou a ficar depressivo durante o período pós-eleitoral, com “falta de interesse pela situação do país”, mas que a transição ocorreu “dentro da normalidade”, assegurou. “O presidente em momento nenhum quis obstacular qualquer situação”.

Dispensados

Estava previsto para a manhã desta sexta também o depoimento de Valdermar da Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro. O líder partidário, entretanto, foi dispensado pela defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, também réu na ação penal.

Valdemar chegou a ser indiciado pela Polícia Federal (PF) por envolvimento na trama golpista, mas acabou depois sendo poupado na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Outras testemunhas dispensadas nesta sexta foram os ex-ministros Gilson Machado (Turismo) e Eduardo Pazuello (Saúde), que falariam a tarde como testemunhas de Bolsonaro, mas foram dispensados pela equipe de defesa do ex-presidente.

Foi dispensado também o advogado Amaury Feres Saad, apontado no inquérito policial como um dos mentores intelectuais de uma minuta de decreto com teor golpista, mas que também não foi denunciado pela PGR.

Testemunhas de Torres

Ainda nesta sexta, foi ouvido o deputado distrital Hermeto (MDB), como testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Hermeto foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas por apoiadores de Bolsonaro.

Hermeto foi questionado sobre o motivo de não ter indiciado Torres, que era secretário de Segurança Pública do DF em 8 de janeiro, no relatório final da CPI.

“Eu não indiciei o secretário Anderson porque não vi nele a responsabilidade, porque o secretário de Segurança em exercício, o secretário-executivo [Fernando Souza de Oliveira], que estava no comando, e as forças de segurança respondiam a ele”.

A testemunha seguinte, a secretária de Desenvolvimento Social do DF, Ana Paula Soares Marra, confirmou ter participado de uma reunião no dia 6 de janeiro, junto com o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, então chefe do Comando Militar do Planalto, e Torres.

A pauta na ocasião, segundo ela, foi a desmobilização do acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, onde bolsonaristas acampavam há meses e defendiam uma intervenção militar no país.

“No dia cinco, uma quinta-feria, eu recebi uma mensagem às oito e meia da noite, ainda tenho essa mensagem. O chefe de gabinete do secretário de Segurança Pública praticamente me convocando, dizendo que era uma reunião urgente”, contou Ana Paula.

No encontro, foram mostradas fotos que demonstraram uma relativa desmobilização do acampamento e estabelecido um plano para a retirada das pessoas do local na semana seguinte, junto com equipes de abordagem social, devido ao grande número de pessoas em situação de rua nos arredores, contou a secretária.

Entenda

A ação penal 2668 foi aberta depois que a Primeira Turma do Supremo aceitou, em março, a parte da denúncia da PGR relativa ao chamado núcleo “crucial” do golpe, composto pelo que seriam as principais cabeças do complô.

Entre os réus dessa ação penal está o próprio Bolsonaro, apontado pela PGR como líder e principal beneficiário da trama golpista, além de Torres e outros sete ex-ministros de seu governo e assessores próximos.

As testemunhas do caso começaram a ser ouvidas em 19 de maio, por videoconferência, e seguem até 2 de junho. Na tarde desta sexta, às 14h, estão marcados os depoimentos de mais quatro testemunhas de Bolsonaro.

As audiências são presididas pelo ministro Alexandre de Morares, relator do caso. Em despacho, ele proibiu qualquer tipo de gravação das audiências. Jornalistas foram autorizados a acompanhar as falas da sala da Primeira Turma, no Supremo.

Foto: Isac Nóbrega/PR / Alan Santos/PR

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

STF: Ciro Nogueira e Tarcísio negam saber de tentativa de golpe Read More »

Empresas do setor de eventos no RN acionam Justiça para manter isenções fiscais do Perse

Empresas do setor de eventos no RN acionam Justiça para manter isenções fiscais do Perse

Extinção do programa federal leva empresas potiguares a buscar liminares para garantir alíquota zero de tributos até 2027

A extinção antecipada do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), promovida pelo Governo Federal, tem levado diversas empresas do Rio Grande do Norte a ingressarem com ações judiciais na tentativa de manter os benefícios fiscais concedidos durante a pandemia da Covid-19. Criado pela Lei nº 14.148/2021, o programa previa isenção de tributos como IRPJ, CSLL, PIS e Cofins por até 60 meses para empresas habilitadas.

Com a revogação do Perse por meio da Lei nº 14.859/2024, que estabeleceu um teto de R$ 15 bilhões para os benefícios e encerrou a vigência do programa em abril deste ano, empresas do setor no RN alegam quebra de expectativa legítima e insegurança jurídica. A medida, segundo os empresários, compromete planejamentos feitos com base na previsão legal anterior, que estendia os benefícios até dezembro de 2026.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no RN (Abrasel-RN) ingressou com mandado de segurança coletivo na Justiça Federal do estado em 18 de maio, solicitando o restabelecimento dos benefícios fiscais. A entidade argumenta ausência de transparência quanto ao alcance do teto de R$ 15 bilhões alegado pelo Governo Federal e aponta risco de prejuízo irreparável às empresas afetadas pela revogação imediata.

No âmbito individual, dezenas de empresas também ingressaram com ações judiciais. Uma delas obteve decisão liminar favorável nesta semana, garantindo a continuidade da alíquota zero de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins. A decisão suspende os efeitos do Ato Declaratório Executivo RFB nº 2/2025, mantendo o benefício fiscal até o fim do prazo legal de 60 meses originalmente previsto.

Na ação, o argumento central é que a interrupção imediata do benefício gera impacto financeiro abrupto para empresas que ainda se recuperam das perdas econômicas causadas pela pandemia. Outro ponto frequentemente levantado nas ações é a aplicação da Súmula 544 do Supremo Tribunal Federal (STF), que veda a revogação de isenções tributárias concedidas sob condição onerosa sem o devido processo legal.

Além disso, advogados mencionam o princípio da anterioridade tributária, segundo o qual novos tributos ou aumentos de alíquotas somente podem ser cobrados no exercício seguinte ao da publicação da lei que os institui. Com base nesse princípio, questiona-se a exigência imediata dos tributos anteriormente isentos.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (Fecomércio RN) acompanha o desenrolar dos casos. A entidade aponta a importância de decisões judiciais que tragam previsibilidade para o setor, especialmente no caso do segmento de eventos, responsável por geração de emprego e renda no estado.

Em âmbito nacional, levantamento publicado pelo jornal Valor Econômico indica que pelo menos 14 decisões judiciais estenderam o prazo do benefício fiscal do Perse. Apesar disso, entre os 77 casos analisados pela reportagem, em 40 o pedido dos contribuintes foi negado. A maioria das decisões ainda não é definitiva.

No RN, o presidente da Comissão de Direito Tributário e Finanças Públicas da OAB-RN destaca que a judicialização é motivada pela falta de diálogo com o setor e pela revogação inesperada do benefício. Segundo ele, muitas empresas do setor de eventos, turismo e gastronomia reestruturaram suas finanças baseando-se na vigência legal do Perse, e agora enfrentam dificuldades para se adaptar à nova realidade tributária.

Sobre o Perse

O Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos foi criado com o objetivo de mitigar os impactos econômicos provocados pela pandemia sobre o setor de eventos e turismo. A legislação original estabelecia a isenção de tributos federais por 60 meses para empresas cadastradas até agosto de 2024. A nova lei, de nº 14.859/2024, estabeleceu um limite de R$ 15 bilhões em renúncia fiscal. Após o atingimento desse teto, o programa foi encerrado em abril de 2025, conforme previsto.

A discussão sobre a legalidade da extinção antecipada do Perse pode chegar ao Supremo Tribunal Federal, que já possui jurisprudência afirmando que o fim de benefícios fiscais exige atendimento a requisitos legais específicos. A possibilidade de uniformização de entendimento pelo STF é considerada provável diante da quantidade de ações semelhantes em tramitação pelo país.

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília/Ilustração / Pedro Ventura/Agência Brasília

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Empresas do setor de eventos no RN acionam Justiça para manter isenções fiscais do Perse Read More »

Justiça Eleitoral cassa candidaturas do Solidariedade por fraude à cota de gênero em São Paulo do Potengi

Justiça Eleitoral cassa candidaturas do Solidariedade por fraude à cota de gênero em São Paulo do Potengi

Decisão da 8ª Zona Eleitoral anula votos e declara inelegibilidade de envolvidas por registro fictício de candidaturas femininas

A Justiça Eleitoral da 8ª Zona Eleitoral de São Paulo do Potengi, no Agreste Potiguar, reconheceu a ocorrência de fraude à cota de gênero praticada pelo Partido Solidariedade durante o registro de candidaturas para as eleições de 2024. A decisão foi proferida pela juíza Vanessa Lysandra Fernandes Nogueira de Souza, que julgou procedente a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) nº 0600584-90.2024.6.20.0008.

De acordo com a sentença, as candidatas Vanusa Cassimiro da Silva e Francisca Sandra Gomes da Silva foram incluídas na chapa do partido de maneira fictícia, com o único objetivo de cumprir formalmente a exigência legal de 30% de candidaturas femininas prevista na Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997). As investigações apontaram que ambas não realizaram atos de campanha, tampouco movimentaram recursos eleitorais.

Com base nas provas constantes dos autos, a magistrada concluiu que houve fraude à cota de gênero, conforme a jurisprudência consolidada do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), caracterizando o uso de candidaturas laranjas para burlar a legislação que assegura a participação feminina na política.

Como consequência da decisão, o juízo determinou:

  • A cassação do Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP) do Partido Solidariedade;
  • A nulidade de todos os votos atribuídos à legenda no pleito de 2024;
  • A cassação dos diplomas dos doze candidatos registrados pelo partido, incluindo o único eleito, Chaui Bezerra Tavares Dutra;
  • A declaração de inelegibilidade de Vanusa Cassimiro e Francisca Sandra pelo período de 8 anos, com base no artigo 22, inciso XIV, da Lei Complementar nº 64/1990.

A decisão enfatiza a gravidade da conduta praticada, que compromete a integridade do processo eleitoral e viola os princípios constitucionais da igualdade de gênero e da representatividade política. A sentença reforça o entendimento de que a cota de gênero não se limita ao aspecto formal do registro, exigindo efetiva participação das candidatas na campanha.

A Ação de Investigação Judicial Eleitoral foi movida pelo escritório Diógenes, Mafra e Dutra Advogados, representado pelos advogados Kennedy Diógenes, Breno Carvalho e Fabrício Bruno.

A cassação do DRAP implica que todos os votos recebidos pela chapa do Solidariedade em São Paulo do Potengi nas eleições municipais de 2024 são considerados nulos, com repercussões na totalização dos votos e possível redistribuição de vagas, caso o número de votos válidos seja afetado de forma significativa.

A Justiça Eleitoral tem intensificado a fiscalização sobre o cumprimento efetivo da cota de gênero, diante da proliferação de casos de candidaturas femininas fictícias nas eleições municipais e estaduais. O TSE tem reiterado que a prática de lançar mulheres candidatas apenas para preencher a cota legal, sem permitir sua atuação concreta na disputa, configura fraude e deve ser punida com rigor.

A sentença ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN).

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Justiça Eleitoral cassa candidaturas do Solidariedade por fraude à cota de gênero em São Paulo do Potengi Read More »

Ex-diretor da PRF confirma ordens do Ministério da Justiça para blitz em ônibus durante eleições de 2022

Ex-diretor da PRF confirma ordens do Ministério da Justiça para blitz em ônibus durante eleições de 2022

Djairlon Moura afirmou ao STF que operação foi solicitada para coibir transporte irregular de eleitores e recursos

O ex-diretor de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Djairlon Henrique Moura, afirmou em depoimento nesta terça-feira (27.mai.2025) que recebeu ordens do Ministério da Justiça para realizar blitz em ônibus durante as eleições de 2022. A informação foi dada à 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que conduz a ação penal contra o ex-ministro Anderson Torres e outros investigados por tentativa de golpe de Estado.

Segundo Djairlon, o objetivo da operação seria fiscalizar o possível transporte irregular de eleitores e de valores financeiros. As blitzes, de acordo com o delegado, foram direcionadas a ônibus que partiam dos estados de São Paulo e do Centro-Oeste com destino à região Nordeste.

De acordo com o depoimento, a solicitação para a realização da operação partiu da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), durante reunião ocorrida no Ministério da Justiça. “Foi solicitada a realização de uma operação antes da eleição dos ônibus que saíssem de São Paulo e da região Centro-Oeste com destino ao Nordeste, com votantes e recursos financeiros que já estavam em investigação pela Polícia Federal”, disse Djairlon.

O ex-diretor da PRF alegou que, em mais de 60% dos veículos abordados, o tempo da blitz não passou de 15 minutos. Segundo ele, não houve orientação explícita para dificultar o deslocamento de eleitores, nem direcionamento político nas ações de fiscalização.

Entretanto, um servidor da PRF ouvido no processo relatou que a ordem para atuação da inteligência do órgão nas abordagens a ônibus e vans durante o período eleitoral partiu do próprio Djairlon Henrique Moura. Ainda segundo o relato, a chefia da PRF havia determinado que o órgão “tomasse um lado”, sob orientação do então diretor-geral.

Durante o depoimento, Djairlon declarou que o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, solicitou que tanto a Polícia Federal (PF) quanto a PRF se empenhassem nas ações de policiamento das eleições com o objetivo de coibir crimes eleitorais. Entre os principais alvos estariam o transporte de valores sem declaração e o transporte irregular de eleitores.

Além de Djairlon, a sessão desta terça-feira ouviu outras testemunhas de defesa de Anderson Torres. Estavam presentes os delegados da Polícia Federal Bráulio do Carmo Vieira, Luís Flávio Zampronha e Caio Rodrigo Pellim, além dos delegados da Polícia Civil do Distrito Federal, Alberto Machado e George Estefani de Souza. Também foi ouvido Saulo Moura da Cunha, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Esses depoimentos fazem parte da instrução do processo que tramita no STF e apura suposta tentativa de golpe de Estado. O Ministério Público Federal sustenta que integrantes da antiga gestão federal atuaram para impedir o cumprimento do resultado das eleições presidenciais de 2022, que consagraram Luiz Inácio Lula da Silva como presidente eleito.

Na segunda-feira (26.mai), foram ouvidas testemunhas de defesa do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno. A fase de depoimentos continua ao longo da semana, com previsão de 25 testemunhas indicadas pela defesa de Anderson Torres.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) ofereceu denúncia em março de 2024 contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu ex-vice Braga Netto e outros 33 acusados. Segundo a PGR, o grupo formou uma organização dividida em núcleos civil, militar e jurídico, com o objetivo de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito e impedir a posse do presidente eleito.

O STF analisa se há indícios suficientes para a abertura de ações penais formais contra todos os denunciados, o que pode levar a futuras condenações por crimes como golpe de Estado, organização criminosa e abolição do Estado de Direito.

Foto: Reprodução/PRF/Ilustração

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Ex-diretor da PRF confirma ordens do Ministério da Justiça para blitz em ônibus durante eleições de 2022 Read More »

Homem é condenado a 12 anos por homicídio e ocultação de cadáver em Mossoró

Homem é condenado a 12 anos por homicídio e ocultação de cadáver em Mossoró

Crime ocorreu em 2013 na zona rural de Mossoró; acusado foi condenado pelo Tribunal do Júri Popular

O Tribunal do Júri Popular de Mossoró condenou, na manhã desta terça-feira (27.mai.2025), Geilson de Morais Gois a 12 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de homicídio simples e ocultação de cadáver. O julgamento foi realizado no Fórum Municipal Silveira Martins, no Oeste do Rio Grande do Norte.

O crime ocorreu em 2013, na comunidade rural de Jucurí, zona rural do município de Mossoró. De acordo com o processo, o réu assassinou sua companheira, Dayara Pereira da Silva, por asfixia, e em seguida ocultou o corpo em uma área de mata da comunidade.

A investigação do caso revelou que o crime foi motivado por desentendimentos no relacionamento entre o acusado e a vítima. Testemunhas afirmaram que a jovem havia manifestado a intenção de romper o relacionamento, o que teria provocado a reação violenta por parte de Geilson Gois.

Após a execução do crime, o corpo de Dayara foi escondido em uma área de mata fechada, dificultando sua localização imediata. O cadáver foi encontrado dias depois, após diligências da Polícia Civil e informações prestadas por moradores da região.

Durante o julgamento, a Promotoria apresentou provas técnicas e testemunhais que confirmaram a autoria do crime. A defesa do acusado reconheceu a autoria, mas tentou reduzir a pena com base em argumentos de emoção e ausência de premeditação, o que não foi acatado pelo Conselho de Sentença.

Com a condenação, o juiz responsável pelo caso expediu mandado de prisão em regime fechado, e Geilson Gois deverá cumprir a pena em unidade prisional do estado. A decisão ainda cabe recurso, mas o réu não poderá responder em liberdade.

O caso repercutiu em Mossoró à época do crime, provocando manifestações de amigos e familiares da vítima, que cobravam justiça. Dayara tinha 26 anos quando foi morta e trabalhava como comerciante na cidade. A sentença encerra um processo judicial que tramitava há mais de uma década.

Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Norte, casos como esse reforçam a necessidade de julgamento célere em crimes contra a vida, especialmente os que envolvem violência doméstica ou feminicídio. Embora a tipificação do crime tenha sido registrada como homicídio simples, o histórico do relacionamento entre o acusado e a vítima foi considerado relevante durante os debates em plenário.

A Delegacia de Homicídios de Mossoró foi a responsável pela condução das investigações. O delegado à frente do caso afirmou que, apesar da demora no julgamento, a condenação representa um passo importante na responsabilização de autores de crimes graves no interior do estado.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Homem é condenado a 12 anos por homicídio e ocultação de cadáver em Mossoró Read More »

Moraes abre inquérito para investigar Eduardo Bolsonaro

Moraes abre inquérito para investigar Eduardo Bolsonaro

Deputado é investigado por incitar EUA a adotarem ações contra Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (26) abrir um inquérito para investigar o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelos crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação.

O pedido de abertura de investigação foi feito ao Supremo pelo procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, para apurar a suposta atuação do parlamentar para incitar o governo dos Estados Unidos a adotar medidas contra Moraes, que foi escolhido relator do caso por também atuar no comando das ações da trama golpista e no inquérito das fake news.

O ministro também autorizou o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro para prestar esclarecimentos por ser “diretamente beneficiado” pelas ações de seu filho. Bolsonaro é réu do núcleo 1 da trama golpista. Diplomatas brasileiros também devem ser ouvidos.

A PGR também anexou ao inquérito a notícia-crime enviada em março ao STF pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). Na ocasião, o deputado pediu a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro (foto) para evitar a saída dele para o exterior. No entanto, a procuradoria e Alexandre de Moraes rejeitaram o pedido.

Na ocasião, Lindbergh denunciou que Eduardo Bolsonaro fazia viagens aos Estados Unidos para articular com deputados daquele país ataques contra o ministro Alexandre. Segundo o parlamentar, o filho de Bolsonaro comete crime de lesa-pátria por constranger o ministro e o Poder Judiciário brasileiro.

Com a nova decisão de Moraes, Lindbergh Farias vai depor contra o filho de Bolsonaro no inquérito.

Em março deste ano, em meio ao julgamento no qual Bolsonaro virou réu, Eduardo pediu licença de 122 dias do mandato parlamentar e foi morar nos Estados Unidos. Por estar no exterior, Eduardo poderá depor por escrito.

Na semana passada, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, confirmou que há “uma grande possibilidade” de Moraes sofrer sanções do país.

Outro lado

Em postagem nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro considerou que o pedido de investigação é uma medida “injusta e desesperada”.

“Só configura aquilo que sempre falamos, o Brasil vive um regime de exceção, onde tudo no Judiciário defende de quem seja o cliente”, declarou.

Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados / Bruno Spada/Câmara dos Deputados / Antonio Augusto/STF / Nelson Jr./SCO/STF

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Moraes abre inquérito para investigar Eduardo Bolsonaro Read More »

Justiça Federal mantém lei que regulamenta concessão do Complexo Turístico da Redinha

Justiça Federal mantém lei que regulamenta concessão do Complexo Turístico da Redinha

Pedido de suspensão feito pelo MPF foi negado com base em risco de prejuízo ao interesse público

A Justiça Federal do Rio Grande do Norte indeferiu o pedido de tutela de urgência feito pelo Ministério Público Federal (MPF) para suspender os efeitos da Lei Municipal nº 7.741/2024. A norma regulamenta a concessão do Complexo Turístico da Redinha, localizado na zona Norte de Natal. A decisão foi proferida nesta segunda-feira (26) pelo juiz federal Janilson Bezerra de Siqueira, da 4ª Vara Federal.

O MPF havia solicitado a paralisação imediata das obras com o argumento de que a concessão poderia causar prejuízos ao interesse público. No entanto, o magistrado entendeu que não há risco iminente que justifique a interrupção do projeto neste momento.

De acordo com o juiz, suspender as obras em estágio avançado de execução resultaria no chamado “risco reverso”, caracterizado por prejuízos ao interesse social, à coletividade e ao próprio erário. O projeto de requalificação da área turística da Redinha conta com recursos federais e já recebeu aportes significativos.

As obras do Complexo Turístico da Redinha foram iniciadas em 2021 e fazem parte de um conjunto de ações do município voltadas à valorização da zona Norte da capital potiguar. O projeto inclui a reforma do mercado público, áreas de convivência, infraestrutura turística e reordenamento urbano da região.

Com a decisão judicial, a Lei Municipal nº 7.741/2024 segue em vigor, permitindo o prosseguimento das obras e da estruturação legal para a futura concessão à iniciativa privada.

A Justiça considerou, ainda, que eventual discussão sobre a legalidade da norma deve ser analisada no curso do processo, mas sem medidas liminares que prejudiquem a continuidade das ações em curso.

Foto: Magnus Nascimento/Prefeitura de Natal/Divulgação

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Justiça Federal mantém lei que regulamenta concessão do Complexo Turístico da Redinha Read More »

Aldo Rebelo classifica ameaça de prisão por Alexandre de Moraes como intimidação

Aldo Rebelo classifica ameaça de prisão por Alexandre de Moraes como intimidação

Ex-ministro afirma que abordagem do STF em depoimento sobre tentativa de golpe foi tentativa de coação

O ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo declarou que classificou como uma tentativa de intimidação a ameaça de prisão feita pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante depoimento prestado como testemunha na ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado. O depoimento ocorreu na última terça-feira (21.mai.2025), e as declarações de Rebelo foram dadas no dia seguinte ao jornal O Estado de S. Paulo.

Rebelo foi convocado a depor a pedido da defesa do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, que é réu no processo. Garnier é investigado por suposto envolvimento em articulações que teriam como objetivo desestabilizar o regime democrático no Brasil após as eleições de 2022.

Durante a audiência, Alexandre de Moraes advertiu Aldo Rebelo quanto à possibilidade de prisão caso mentisse em juízo. Rebelo respondeu que a advertência foi interpretada como um comportamento intimidatório. Segundo ele, a conduta do magistrado não condiz com o papel que se espera de uma autoridade judicial em um regime democrático.

O ex-ministro afirmou que sua geração lutou contra a repressão do regime militar, em um contexto no qual havia riscos reais à integridade física e à vida dos opositores políticos, e que não se sente intimidado em um ambiente democrático. Ele sustentou que a democracia pressupõe o respeito às garantias legais de testemunhas e acusados em processos judiciais.

Depoimento sobre o almirante Almir Garnier

No depoimento, Aldo Rebelo foi chamado a prestar informações sobre o almirante Garnier, com quem manteve relação profissional durante sua gestão à frente do Ministério da Defesa. Ele foi ministro entre 2015 e 2016, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

Rebelo foi indicado como testemunha pela defesa de Garnier, que busca afastar as acusações de que o ex-comandante da Marinha teria apoiado ou participado de articulações para impedir a posse do presidente eleito em 2022.

O processo, que tramita no STF sob relatoria de Alexandre de Moraes, inclui vários réus investigados por envolvimento em uma suposta trama para desestabilizar as instituições democráticas após o segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

Reações e contexto político

A fala de Aldo Rebelo gerou repercussão entre analistas políticos e operadores do Direito, especialmente em razão do papel do ministro Moraes na condução dos processos relativos aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e às investigações sobre a tentativa de reversão do resultado eleitoral.

O STF, por sua vez, mantém sob sigilo parte dos documentos e evidências reunidos na ação penal. A Procuradoria-Geral da República (PGR) atua como parte acusadora no caso, e os advogados dos réus tentam garantir o direito à ampla defesa e ao contraditório.

Até o momento, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes não se pronunciou oficialmente sobre a fala de Aldo Rebelo. Também não há informações sobre eventuais medidas disciplinares ou institucionais em resposta às declarações.

O processo seguirá com novas oitivas e diligências determinadas pelo relator. A expectativa é que outros depoimentos de testemunhas de defesa e acusação sejam colhidos ao longo das próximas semanas, com possível avanço para a fase de julgamento ainda em 2025.

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil / José Cruz/Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Aldo Rebelo classifica ameaça de prisão por Alexandre de Moraes como intimidação Read More »

Carla Zambelli recorre para derrubar condenação a 10 anos de prisão

Carla Zambelli recorre para derrubar condenação a 10 anos de prisão

Deputada foi punida por ser mandante de invasão do sistema do CNJ

A defesa da deputada Carla Zambelli (PL-SP) apresentou nesta sexta-feira (23) um recurso contra a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou a parlamentar a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023.

No recurso, a defesa pede a absolvição da deputada e afirma houve cerceamento de defesa pela falta de acesso a todas as provas produzidas durante a investigação.

Os advogados também contestaram a condenação de Zambelli ao pagamento de R$ 2 milhões em danos coletivos.

“Não há critérios objetivos que possam quantificar e precisar, ainda que grosseiramente, o prejuízo sofrido pela administração da justiça, de modo que a fixação de indenização em patamar milionário decorre de discricionariedade do julgador sem amparo em critérios objetivos”, afirmaram os advogados.

Conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Carla Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandado falso de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. Segundo as investigações, o hackeamento foi executado por Walter Delgatti, que confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar.

O hacker foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão no mesmo processo.

Eleições

Carla Zambelli responde a outro processo criminal no STF. Em agosto de 2023, Zambelli virou ré no Supremo pelo episódio em que ela sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.

A perseguição começou após Zambelli e Luan trocarem provocações durante um ato político no bairro dos Jardins, em São Paulo.

Até o momento, o Supremo registra placar de 6 votos a 0 para condenar a parlamentar a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto. No entanto, um pedido de vista do ministro Nunes Marques adiou a conclusão do julgamento.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Carla Zambelli recorre para derrubar condenação a 10 anos de prisão Read More »

Justiça mantém preso acusado de tentar explodir bomba em ministério

Justiça mantém preso acusado de tentar explodir bomba em ministério

Artefato explodiu no gramado em frente ao edifício

A Justiça do Distrito Federal decidiu manter a prisão de Flávio Pacheco da Silva. Ele é acusado de explodir uma bomba em frente ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) na última quinta-feira (22), em Brasília.

A prisão foi mantida após audiência realizada pelo Núcleo de Audiências de Custódia (NAC) do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).

Apesar de a defesa do acusado e o representante do Ministério Público defenderem a liberdade provisória, o juiz responsável pelo caso entendeu que Flávio causou abalo à ordem pública e deve ter a prisão em flagrante convertida para prisão preventiva, sem prazo determinado para encerrar.

De acordo com o processo, o acusado ameaçou um vigilante que estava na portaria do ministério ao ter a entrada barrada e disse que iria “jogar uma bomba e matar todo mundo”. Em seguida, ele atirou um artefato no gramado em frente ao edifício e um barulho de explosão foi ouvido pelos servidores que trabalhavam no local.

Reiteração criminosa

“A prisão preventiva é necessária para garantia da ordem pública, seja pela gravidade em concreto dos fatos apurados, seja para impedir a reiteração criminosa”, justificou o magistrado.

Durante o episódio, o ministério chegou a ser evacuado após a chegada da Polícia Militar.

Flávio Pacheco estava acompanhado de uma mulher e duas crianças. Após homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) negociarem a rendição, ele foi preso e encaminhado a uma delegacia.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Justiça mantém preso acusado de tentar explodir bomba em ministério Read More »

Moraes ameaça prender ex-deputado Aldo Rebelo durante audiência da ação do golpe

Moraes ameaça prender ex-deputado Aldo Rebelo durante audiência da ação do golpe

Aldo Rebelo foi ouvido como testemunha do almirante Almir Garnier

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ameaçou prender nesta sexta-feira (23) o ex-deputado federal Aldo Rebelo durante a audiência na qual a Corte ouve testemunhas de defesa dos réus do núcleo 1 da trama golpista.

Rebelo foi indicado como testemunha do ex-comandante da Marinha Almir Garnier. Durante a oitiva, Moraes, que preside a audiência, afirmou que o deputado deveria responder objetivamente aos questionamentos.

Em determinado momento da audiência, que foi realizada por videoconferência, Aldo Rebelo disse que não admitia censura e foi repreendido pelo ministro.

“Se o senhor não se comportar, será preso por desacato”, disse Moraes.

Em seguida, os ânimos se acalmaram e o depoimento seguiu normalmente.

O episódio ocorreu após Aldo tentar interpretar a suposta fala de Garnier em uma reunião golpista realizada por Bolsonaro, em 2022, para apresentar estudos para a decretação de medidas de exceção aos comandantes das Forças Armadas.

Conforme a investigação, Garnier teria colocado a Força à disposição de Bolsonaro no caso da decretação de um estado de sítio ou de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no final de 2022.

Aldo disse que a língua portuguesa é repleta de “força de expressão”, mas a fala irritou o ministro.

“O senhor estava na reunião? Então, não tem condições avaliar a língua portuguesa”, afirmou Moraes.

Depoimentos

Entre os dias 19 de maio e 2 de junho, serão ouvidas testemunhas indicadas pela acusação e as defesas dos acusados.

Após os depoimentos das testemunhas, Bolsonaro e os demais réus serão convocados para o interrogatório. A data ainda não foi definida.

Núcleo 1

Os oito réus compõem o chamado núcleo crucial do golpe, o núcleo 1, e tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles:

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022;
General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil / Antonio Cruz/Agência Brasil / José Cruz/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Moraes ameaça prender ex-deputado Aldo Rebelo durante audiência da ação do golpe Read More »

Ex-chefe da FAB confirma que general alertou Bolsonaro sobre prisão

Ex-chefe da FAB confirma que general alertou Bolsonaro sobre prisão

Carlos de Almeida Baptista Júnior presta depoimento no STF

O ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) Carlos de Almeida Baptista Júnior confirmou nesta quarta-feira (21) que o ex-comandante do Exército general Marco Antônio Freire Gomes informou ao ex-presidente Jair Bolsonaro que poderia prendê-lo caso levasse adiante planos para se manter no poder após derrota na eleição de 2022.

Baptista Júnior presta depoimento como testemunha na ação penal sobre o golpe de Estado fracassado que teria sido tentado durante o governo Bolsonaro, conforme denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Questionado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, o ex-chefe da Aeronáutica disse saber da repercussão do depoimento do próprio Freire Gomes, que negou ter dado voz de prisão a Bolsonaro. Baptista Júnior, ainda assim, disse confirmar o alerta feito pelo colega, conforme já havia sido relatado à Polícia Federal (PF).

“Confirmo, sim senhor. Acompanhei anteontem a repercussão [do depoimento de Freire Gomes]. Estava chegando de viagem. Freire Gomes é uma pessoa polida, educada, não falou com agressividade, ele não faria isso. Mas é isso que ele falou. Com muita tranquilidade, calma, mas colocou exatamente isso. ‘Se fizer isso, vou ter que te prender’”, afirmou Baptista Júnior.

Em seu depoimento, na segunda (19), o ex-comandante do Exército disse que não teria mencionado a palavra prisão, mas somente alertado que o então presidente poderia ser “enquadrado juridicamente” caso levasse adiante alguma medida ilegal.

Baptista Júnior acrescentou não ver contradição entre o seu relato e o de Freire Gomes, alegando que ambos confirmam o alerta feito a Bolsonaro, ainda que não tenha havido uma “voz de prisão” propriamente dita.

Ao ser indagado novamente sobre o ponto, pelo advogado Demóstenes Torres, defensor do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, Baptista Júnior afirmou mais uma vez que mantém o que disse no depoimento à PF. “Ele [Freire Gomes], com toda educação, disse ao presidente [Bolsonaro] que poderia ser preso sim, mantenho isso”, reforçou.

A fala de Freire Gomes teria se dado em uma reunião realizada em novembro, após o segundo turno da eleição de 2022, no Palácio da Alvorada, quando os comandantes das Forças Armadas e o então presidente discutiam “análise de conjuntura” sobre o país.

Minuta golpista e prisão de Moraes

O ex-chefe da FAB também confirmou em seu depoimento reunião com o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, no ministério, em 14 de novembro de 2022, em que lhe foi apresentada uma minuta de ato presidencial com a previsão de que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, não tomasse posse em 1º de janeiro de 2023.

Assim como em seu depoimento à PF, Baptista Júnior relatou ter chegado por último ao encontro, quando Garnier e Freire Gomes já estavam na sala de Paulo Sérgio e havia um documento dentro um plástico sobre a mesa.

Baptista Júnior contou ter questionado o ministro se aquele texto previa que o presidente eleito, Lula, não tomasse posse, e que diante do silêncio de Paulo Sérgio entendeu que sim. “Falei ‘não admito sequer receber este documento nem ficarei aqui'”, disse.

Segundo relatou, ao ser questionado pela defesa do almirante Garnier, ele teria ficado apenas um breve momento na sala, durante o qual o ex-chefe da Marinha não falou nada. O general Freire Gomes também condenou a minuta, acrescentou o antigo comandante da FAB.

Em outro momento, contudo, Baptista Júnior confirmou o que disse à PF, que Garnier, em dado momento, teria colocado as tropas da Marinha “à disposição” de Bolsonaro.

Questionado pelo ministro Luiz Fux por que, em sua visão, o plano golpista não teve sucesso, o ex-comandante da Aeronáutica afirmou que foi “a não participação unânime das Forças Armadas”.

Outro ponto confirmado por Baptista Júnior foi que em tais reuniões ele presenciou a discussão sobre a prisão de autoridades. “Foi sim senhor”, afirmou, em resposta a uma pergunta de Gonet. “Isso era um brainstorm das reuniões, isso aconteceu”, assegurou.

Indagado, disse se lembrar com mais convicção do nome do ministro Alexandre de Moraes, visto como um dos principais alvos dos planos golpistas.

Anderson Torres

O ex-comandante da Aeronáutica pediu para modificar somente um ponto em relação ao que havia dito anteriormente à PF, na fase de inquérito sobre o caso. Ele disse não ter mais a convicção de que o ex-ministro da Justiça Anderson Torres participou de alguma das reuniões em que esteve com Bolsonaro.

“Gostaria de fazer essa retificação, acho que em tempo. Eu falei de boa-fé, mas não tenho a certeza da participação de Anderson Torres em alguma reunião”, disser Baptista Júnior.

Entenda

Baptista Júnior foi arrolado como testemunha de acusação e por algumas das defesas na Ação Penal 2.668, aberta depois que a Primeira Turma do Supremo aceitou a parte da denúncia da PGR relativa ao chamado núcleo “crucial” do golpe, composto pelas lideranças do complô.

Entre os réus dessa ação penal está o ex-presidente Jair Bolsonaro, apontado pela PGR como líder e principal beneficiário da trama golpista, e outros sete ex-ministros de seu governo e assessores próximos.

As 82 testemunhas do caso começaram a ser ouvidas na segunda (19), por meio de videoconferência. Apenas o brigadeiro Baptista Júnior foi ouvido nesta quarta. As oitavas devem ser retomadas na sexta (23), com os relatos do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice de Bolsonaro, e do atual comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen.

Relator do caso, Morares proibiu qualquer tipo de gravação das audiências. Jornalistas foram autorizados a acompanhar as falas da sala da Primeira Turma, no Supremo.

Foto: Alan Santos/PR

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Ex-chefe da FAB confirma que general alertou Bolsonaro sobre prisão Read More »

STF torna mais 10 réus pela trama golpista; total chega a 31

STF torna mais 10 réus pela trama golpista; total chega a 31

Colegiado rejeitou duas denúncias apresentadas pela PGR

Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (20) tornar réus mais dez denunciados pelo envolvimento no núcleo 3 da trama golpista durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O colegiado também rejeitou as duas primeiras denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe.

Por falta de provas, os ministros rejeitaram as acusações contra o tenente-coronel Cleverson Ney Magalhães, ex-assessor do general Estevam Theophilo, e o general Nilton Diniz Rodrigues, ex-assessor do ex-comandante do Exército Freire Gomes.

Com a decisão, 31 dos 34 denunciados pela procuradoria se tornaram réus e vão responder pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Em março deste ano, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete denunciados foram os primeiros acusados a se tornarem réus. Eles fazem parte do núcleo 1 da investigação.

Além desse núcleo, já foram julgados os núcleos 2, 3 e 4. Falta o julgamento contra o núcleo 5, que é formado pelo empresário Paulo Figueiredo, neto de João Figueiredo, último presidente da República no período da ditadura militar. Ele mora dos Estados Unidos, não apresentou defesa no processo e pode ser julgado à revelia.

Núcleo 3

Durante o julgamento, por unanimidade, os ministros da Primeira Turma aceitaram denúncia da PGR contra nove militares do Exército e um policial federal. O colegiado concordou que há indícios de que os acusados planejaram ações para efetivar o plano golpista de Bolsonaro.

Parte dos militares fazia parte das forças especiais do Exército, grupo conhecido como kids pretos.

Com a decisão, se tornaram réus os seguintes acusados:

  • Bernardo Romão Correa Netto (coronel);
  • Estevam Theophilo (general);
  • Fabrício Moreira de Bastos (coronel);
  • Hélio Ferreira (tenente-coronel);
  • Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel);
  • Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel);
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel);
  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel);
  • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel);
  • Wladimir Matos Soares (policial federal).

Relator

O placar unânime do julgamento foi obtido com o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, e dos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Para Moraes, a acusação conseguiu apontar indícios de que houve mobilização dos acusados para efetivação de ações em prol da tentativa golpista.

O ministro citou reuniões entre os kids pretos para elaboração de estratégias para pressionar os comandantes das Forças Armadas a aderirem à trama golpista.

“Não era uma reunião de amigos como foi dito [pelas defesas], conversa de bar, jogar conversa fora. Na verdade, era para jogar a democracia fora”, disse.

Além disso, Moraes mencionou outra reunião entre o chefe de operações terrestres do Exército, general Estevam Theophilo, um dos réus, e Bolsonaro, no final de 2022, dois dias após o então comandante do Exército, general Freire Gomes, se recusar a aderir à tentativa golpista.

Segundo o ministro, não é normal o presidente da República se reunir com chefes de departamentos das Forças Armadas. No entendimento de Moraes, Bolsonaro tentou cooptar o general para obter apoio ao golpe.

“Quem se reúne com o presidente é o comandante do Exército. É o comandante da força que se reúne com o presidente”, concluiu.

Próximas etapas

Com a aceitação da denúncia, será aberta uma ação penal na Corte. A abertura marca o início a instrução processual, fase na qual os advogados poderão indicar testemunhas e pedir a produção de novas provas para comprovarem as teses de defesa.

Os acusados também serão interrogados ao final dessa fase. Os trabalhos serão conduzidos pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

Após o fim da instrução, o julgamento será marcado, e os ministros vão decidir se o ex-presidente e os demais acusados serão condenados à prisão ou absolvidos. Não há data definida para o julgamento.

Em caso de condenação, a soma das penas para os crimes passa de 30 anos de prisão.

Defesas

Durante o julgamento, as defesas dos réus negaram as acusações e sustentaram que a PGR não apresentou provas.

Foto: Fellipe Sampaio/STF

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

STF torna mais 10 réus pela trama golpista; total chega a 31 Read More »

TJ autoriza investigação criminal contra prefeito de Mossoró por suspeita de corrupção

TJ autoriza investigação criminal contra prefeito de Mossoró por suspeita de corrupção

Procedimento apura suposta cobrança de propina e irregularidades em contratos sem licitação com uso de verbas federais

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) autorizou a continuidade de uma investigação criminal contra o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), por suspeita de corrupção relacionada a processos licitatórios e suposta cobrança de propina. A decisão foi proferida pelo desembargador João Rebouças, após solicitação da Procuradoria-Geral de Justiça.

O Procedimento Investigatório Criminal (PIC) foi solicitado pela procuradora-geral Elaine Cardoso, tendo em vista o foro por prerrogativa de função do gestor municipal. A autorização atual não inclui a quebra de sigilos bancário ou telefônico de Bezerra ou de outros investigados, o que poderá ser requisitado futuramente, conforme explicou o relator.

A apuração teve início a partir de uma denúncia anônima, classificada inicialmente como “Notícia de Fato”. Segundo informações divulgadas pelo Blog do Barreto, a denúncia inclui gravações e documentos que apontam um suposto esquema de cobrança de propina para liberação de pagamentos a empresas contratadas pela Prefeitura de Mossoró.

Entre os principais pontos investigados estão:

  • Cobrança de propina: Empresários relataram que para receber pagamentos por obras realizadas para o município era necessário pagar propina de 26% sobre o valor do contrato. Deste total, 4% seriam destinados ao prefeito.
  • Execução de obras sem licitação: Empresários alegam que foram convidados a executar obras públicas sem participação em processo licitatório.
  • Pagamentos por empresas terceiras: Em uma das situações, um pagamento de R$ 45 mil foi realizado pela empresa Inove, mesmo o contrato estando vinculado a outra construtora.

O Ministério Público estadual instaurou o PIC após o recebimento de parte das evidências. A investigação está em curso e poderá ser transferida para a Justiça Federal, caso o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) reconheça interesse da União no caso, devido à participação de verbas federais nos contratos investigados.

Após a autorização do TJRN, o Ministério Público ingressou com petição para remeter o processo ao TRF-5. Se o pedido for aceito, a competência investigativa passará à esfera federal, e a Polícia Federal poderá assumir o caso.

Até o momento, a investigação não resultou em medidas como quebra de sigilos ou mandados judiciais. Segundo o diretor do blog que divulgou a denúncia, Bruno Barreto, as reportagens com os áudios foram retiradas por questões de sigilo profissional.

As etapas do processo incluem:

  • A denúncia foi autuada em março de 2024.
  • No dia 02 de abril, foi marcada audiência com o empresário Francisco Erinaldo da Silva, que prestou depoimento no dia seguinte.
  • Em 23 de maio, o prefeito Allyson Bezerra solicitou vistas dos autos.
  • Em 29 de maio, o acesso aos documentos foi concedido à defesa do gestor municipal.

A Prefeitura de Mossoró divulgou nota oficial sobre o caso. No texto, a gestão nega que um empresário tenha protocolado denúncia com provas no Ministério Público. A administração também afirma que todos os depoimentos colhidos até o momento negam a existência de pagamentos irregulares.

Ainda de acordo com a nota, o Ministério Público Federal arquivou parte da denúncia no início de abril, por considerar que não havia justa causa para a instauração de um procedimento investigativo criminal na esfera federal.

A Prefeitura alega que a acusação de superfaturamento carece de qualquer elemento probatório e reitera confiança nas instituições públicas responsáveis pela apuração dos fatos.

A continuidade da investigação depende da análise do TRF-5 sobre a competência da Justiça Federal para o caso. Enquanto isso, o Procedimento Investigatório Criminal segue em curso no âmbito do Ministério Público do RN.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

TJ autoriza investigação criminal contra prefeito de Mossoró por suspeita de corrupção Read More »

Justiça autoriza retomada da contratação de médicos pela Prefeitura do Natal

Justiça autoriza retomada da contratação de médicos pela Prefeitura do Natal

Decisão do TJRN permite continuidade do processo suspenso após questionamento da Coopmed-RN

A Prefeitura do Natal está autorizada a dar continuidade ao processo de contratação emergencial de médicos para a rede municipal de saúde. A decisão foi proferida nesta segunda-feira (19.mai.2025) pelo desembargador Glauber Rêgo, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), que revogou medida anterior que suspendia o processo.

A suspensão havia sido determinada pelo juiz Francisco Seráphico da Nóbrega Coutinho, da 6ª Vara da Fazenda Pública de Natal, na última sexta-feira (16.mai), após solicitação da Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed-RN).

A Coopmed questionou a legalidade do contrato, orçado em mais de R$ 271 milhões. Entre os pontos destacados estavam a exigência de registro no Conselho Regional de Administração (CRA/RN), critérios considerados desproporcionais para qualificação econômico-financeira e incompatibilidades no formato de licitação para os lotes 6 e 7, que envolvem procedimentos com valores tabelados e diversificados.

Na decisão que revoga a suspensão, o desembargador Glauber Rêgo argumentou que a paralisação do certame poderia gerar prejuízos à população que depende do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente em áreas como urgência, emergência, atenção básica e saúde mental.

“No caso concreto, restou demonstrado que o Município de Natal enfrenta grave situação de desassistência médica, fato público e notório, com registros inclusive de fechamento temporário de maternidades e unidades de saúde”, destacou o magistrado. Para ele, a suspensão inviabiliza a conclusão do processo de dispensa e compromete a continuidade dos serviços nas unidades de saúde como CAPS, UPAs e UBSs.

O edital de contratação prevê a prestação de serviços médicos complementares por empresa especializada em diversas áreas da rede municipal de saúde, incluindo as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), policlínicas, Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e outros serviços habilitados no SUS.

A empresa vencedora deverá fornecer profissionais para atuação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) adulto, infantil e neonatal, salas vermelhas das UPAs, além de médicos intervencionistas e de regulação para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Também está prevista a disponibilização de médicos generalistas para unidades básicas e para procedimentos clínicos e cirúrgicos de média e alta complexidade em hospitais privados conveniados com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

O prazo para o envio de propostas se encerrou na última sexta-feira (16). A SMS Natal informou que o modelo adotado tem caráter emergencial e temporário, com duração de até 12 meses, podendo ser encerrado antecipadamente caso seja concluído um processo licitatório definitivo. A previsão é que esse edital definitivo seja publicado nos próximos meses.

A Coopmed, que atualmente presta serviços médicos à Secretaria, havia enviado denúncia ao Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN) no mês anterior. A cooperativa alegou que a prefeitura não respondeu ao pedido de impugnação ao Termo de Referência do edital e apontou irregularidades na pesquisa de preços emergencial realizada pela SMS.

Foto: SMS Natal/Ilustração / Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Justiça autoriza retomada da contratação de médicos pela Prefeitura do Natal Read More »

STF inicia depoimentos de testemunhas da trama golpista

STF inicia depoimentos de testemunhas da trama golpista

Desta segunda (19) ao dia 2 de junho serão ouvidas 82 pessoas

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (19), às 15h, a fase dos depoimentos de testemunhas de acusação e defesa dos réus do núcleo 1 da trama golpista, formado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Entre os dias 19 de maio e 2 de junho serão ouvidas 82 testemunhas indicadas pela procuradoria, que faz a acusação, e pelas defesas dos acusados. Os depoimentos vão ocorrer por videoconferência e serão tomados simultaneamente para evitar a combinação de versões entre os depoentes.

Ao longo dos dias previstos para as oitivas, serão colhidos os depoimentos do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deputados e senadores aliados de Bolsonaro e do general de Exército Freire Gomes, que teria ameaçado prender o ex-presidente após ele sugerir, durante uma reunião, a adesão ao golpe.

Os depoimentos serão comandados por um juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e não poderão ser gravados pela imprensa e pelos advogados que vão acompanhar as audiências.

Após os depoimentos das testemunhas, Bolsonaro e os demais réus serão convocados para o interrogatório. A data ainda não foi definida.

A expectativa é que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus ocorra neste ano. Eles respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Em caso de condenação, as penas podem passar de 30 anos de prisão.

Confira os principais depoimentos previstos:

Dia 19/5

Ibaneis Rocha – governador do Distrito Federal. Ele vai prestar depoimento como testemunha de defesa indicada pelo ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres. Ibaneis foi afastado do cargo após os atos golpistas de 8 de janeiro e i investigado em inquérito aberto pelo STF. Em março deste ano, a investigação contra o governador foi arquivada porque a PGR entendeu que não houve omissão dele na contenção da manifestação golpista.

General Marco Antônio Freire Gomes – comandante do Exército no governo de Jair Bolsonaro, o militar não aderiu à tentativa golpista e, de acordo com as investigações, teria ameaçado dar voz de prisão ao ex-presidente após receber a sugestão para que as tropas aderissem à trama golpista.

Eder Lindsay Magalhães Balbino – dono de uma empresa de tecnologia da informação que teria ajudado o PL, partido de Bolsonaro, na produção de um estudo para alegar fraudes nas urnas eletrônicas;

Clebson Ferreira de Paula Vieira – servidor que trabalhou no Ministério da Justiça durante a gestão de Anderson Torres e teria presenciado a solicitação de relatórios de inteligência para embasar as operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) a fim de barrar o deslocamento de eleitores do Nordeste no segundo turno do pleito presidencial de 2022.

Adiel Pereira Alcântara – ex-coordenador de inteligência da PRF.

Outros depoimentos que serão destaque:

Dia 21/5

Tenente-brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Júnior – Comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) em 2022, o militar também teria presenciado Bolsonaro sugerir a adesão das Forças Armadas ao golpe.

Dia 23/5

Senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) – o parlamentar foi indicado como testemunha de defesa de Bolsonaro, do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno, do general Braga Netto e do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.

Almirante Marcos Sampaio Olsen – atual comandante da Marinha, o militar foi arrolado pela defesa do almirante Almir Garnier, que chefiou a força durante o governo Bolsonaro e teria aceitado aderir à tentativa de golpe.

Dia 26/5 – Marcelo Queiroga – O ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro foi indicado como testemunha de defesa de Braga Netto.

Dia 29/5 – Paulo Guedes e Adolfo Sachsida – O ex-ministro da Economia e o ex-ministro de Minas e Energia de Bolsonaro vão depor na condição de testemunhas de Anderson Torres.

Dia 30/5 – Os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Espiridião Amim (PP-SC), Eduardo Girão (NOVO-CE), os deputados federais Sanderson (PL-RS) e Eduardo Pazuello, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, serão ouvidos como testemunhas de Bolsonaro.

No mesmo dia, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também será ouvido como testemunha de defesa do ex-presidente.

Dia 2/6 – O senador Rogério Marinho prestará depoimento como testemunha de Braga Netto.

Núcleo 1

Os oito réus compõem o chamado “núcleo crucial” do golpe, o núcleo 1, e tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa das eleições de 2022;
  • general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
  • Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

STF inicia depoimentos de testemunhas da trama golpista Read More »

Justiça transfere júri de acusado de matar ex-prefeito de São José de Campestre para Natal

Justiça transfere júri de acusado de matar ex-prefeito de São José de Campestre para Natal

Decisão do TJRN atendeu pedido do Ministério Público para garantir imparcialidade dos jurados no julgamento

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) autorizou a transferência do júri popular do homem acusado de matar o ex-prefeito de São José de Campestre, Joseilson Borges da Costa, para a Comarca de Natal. A medida foi tomada após pedido do Ministério Público do Estado, que apontou risco de parcialidade no julgamento caso ele ocorresse na cidade onde o crime aconteceu.

O pedido de desaforamento foi fundamentado no artigo 427 do Código de Processo Penal, que prevê a mudança de local do julgamento em casos onde a imparcialidade dos jurados possa ser comprometida. O Ministério Público argumentou que o acusado possui histórico de envolvimento em homicídios, tráfico de drogas e exerce liderança em facção criminosa atuante na região Agreste do RN.

São José de Campestre, cidade com cerca de 11 mil habitantes, teria, segundo o MP, uma população muito próxima socialmente, o que aumentaria a probabilidade de o júri ser influenciado pelo medo ou pela admiração ao réu. O relator do processo também destacou o impacto emocional do caso, já que a vítima era o então prefeito em exercício do município.

A decisão da Justiça do RN ressaltou que a transferência do júri para Natal é essencial para garantir a segurança das partes envolvidas, além de assegurar um julgamento imparcial. A mudança de comarca tem como objetivo afastar pressões externas e criar um ambiente neutro para o andamento do processo.

O caso teve grande repercussão desde a noite de 18 de abril de 2023, quando Joseilson Borges da Costa, conhecido como Neném Borges, foi morto a tiros dentro da própria residência, localizada em São José de Campestre. Segundo as investigações da Polícia Civil, o autor do crime teria entrado na casa do prefeito por um portão lateral, após pular o muro de uma escola abandonada próxima ao local.

Neném Borges estava deitado no sofá da sala no momento em que foi atingido por três disparos de arma de fogo no rosto. Além da vítima, outros familiares estavam na casa, mas não foram atingidos. A polícia identificou que as armas utilizadas no crime foram revólveres calibre 38.

A motivação do homicídio segue sob investigação, e o acusado permanece preso aguardando o julgamento, que ocorrerá agora em Natal, conforme determinação do TJRN.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Justiça transfere júri de acusado de matar ex-prefeito de São José de Campestre para Natal Read More »

Justiça suspende contratação de médicos pela Prefeitura do Natal após ação da Coopmed

Justiça suspende contratação de médicos pela Prefeitura do Natal após ação da Coopmed

Decisão judicial acata pedido da Coopmed-RN e interrompe licitação de R$ 271 milhões para médicos em unidades de saúde de Natal

A Justiça do Rio Grande do Norte determinou, na noite desta sexta-feira (16.mai.2025), a suspensão do processo de contratação de médicos pela Prefeitura do Natal. A decisão foi proferida pelo juiz Francisco Seráphico da Nóbrega Coutinho, da 6ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Natal, atendendo a um pedido da Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed-RN).

Segundo a Coopmed, o processo licitatório conduzido pelo município, cujo valor ultrapassa R$ 271 milhões, apresenta irregularidades que comprometem a lisura e a ampla concorrência do certame. Entre os pontos destacados estão a exigência de registro no Conselho Regional de Administração (CRA/RN), critérios considerados desproporcionais de qualificação econômico-financeira, além de questionamentos sobre o modelo de licitação adotado para os lotes 6 e 7.

Esses dois lotes específicos envolvem a prestação de serviços médicos com base em valores tabelados e procedimentos diversificados, o que, segundo a Coopmed, não se encaixa no formato licitatório proposto pela gestão municipal.

A decisão judicial destaca ainda o curto prazo entre a publicação do edital, feita no último dia 12 de maio, e a data de encerramento prevista para 16 de maio. Para o magistrado, esse intervalo reduzido prejudica a competitividade do processo.

“A continuidade do certame, nos moldes atuais, poderá inviabilizar a participação da parte autora e de outras potenciais interessadas, comprometendo a competitividade e, possivelmente, a obtenção da proposta mais vantajosa para a Administração”, afirma o juiz na decisão.

Ele também ressaltou que “exigências desproporcionais de qualificação técnica e econômico-financeira podem comprometer significativamente essa finalidade, ao restringir indevidamente o universo de participantes e, consequentemente, mitigar a competitividade do certame”.

A suspensão determinada é válida até que sejam analisados todos os argumentos apresentados, tanto pela cooperativa quanto pela Prefeitura. A Justiça ainda deve julgar o mérito da ação em momento oportuno.

A Secretaria Municipal de Saúde ainda não se pronunciou oficialmente sobre a decisão até a publicação desta matéria. O caso agora aguarda manifestação oficial da Procuradoria do Município e eventuais adequações no edital da licitação.

A Coopmed-RN, autora do pedido, afirma que a medida visa garantir maior transparência no processo e melhores condições de concorrência entre os participantes interessados na prestação de serviços médicos para o Sistema Único de Saúde (SUS) em Natal.

O contrato, conforme previsto em edital, contempla o fornecimento de médicos para diversas especialidades em unidades básicas, de pronto atendimento e hospitais da rede municipal. A expectativa da prefeitura era iniciar a nova contratação ainda no primeiro semestre de 2025.

A decisão judicial representa um novo capítulo nas disputas envolvendo a contratação de médicos por meio de cooperativas no estado, tema que tem sido recorrente em ações judiciais nos últimos anos.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Justiça suspende contratação de médicos pela Prefeitura do Natal após ação da Coopmed Read More »

Ednaldo Rodrigues aciona STF para suspender eleições da CBF marcadas para 25 de maio

Ednaldo Rodrigues aciona STF para suspender eleições da CBF marcadas para 25 de maio

Ex-presidente da CBF pede anulação do pleito antes de julgamento definitivo sobre legalidade de acordos firmados com o Ministério Público

O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (16.mai.2025) para suspender as eleições convocadas pela entidade, previstas para ocorrer no dia 25 de maio de 2025.

A solicitação foi protocolada no mesmo dia em que o atual interventor da CBF, Fernando Sarney, anunciou oficialmente a realização do pleito. Ednaldo Rodrigues, que havia sido afastado do cargo em decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), tenta reverter judicialmente a convocação.

O pedido de Ednaldo foi direcionado ao ministro Gilmar Mendes, que também é o relator de outro processo no STF envolvendo o ex-dirigente e o comando da CBF. Segundo a defesa, a realização das eleições poucos dias antes de um julgamento importante pode comprometer a legalidade do processo.

Argumento da defesa

A defesa do ex-presidente afirma que o STF marcou para o dia 28 de maio o julgamento definitivo sobre a legalidade de acordos firmados entre o Ministério Público e entidades desportivas. Esses acordos têm impacto direto sobre a condução da eleição na CBF e sobre a permanência de Ednaldo Rodrigues na presidência.

De acordo com os advogados, manter a eleição para três dias antes desse julgamento representa risco de nulidade jurídica, podendo gerar “consequências institucionais irreparáveis”.

A petição afirma ainda que o andamento do pleito antes da análise final do STF “afronta a autoridade jurisdicional da Corte”. O documento foi encaminhado ao ministro Gilmar Mendes, mas ainda não há prazo para que a decisão seja tomada.

Afastamento de Ednaldo

Na quinta-feira (15.mai), o desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro, do TJ-RJ, determinou o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. O magistrado considerou a existência de irregularidades na assinatura de um dos envolvidos no acordo homologado pelo STF — o ex-vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima —, fato que poderia comprometer a validade do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público.

A ação que resultou no afastamento de Ednaldo foi movida por ex-vice-presidentes da entidade, que perderam seus cargos com a implementação do TAC de 2022. Segundo o TJ-RJ, o acordo assinado entre o Ministério Público e a CBF seria inválido.

Histórico do caso

O imbróglio jurídico teve início em 2017, quando o Ministério Público moveu uma Ação Civil Pública contra as eleições realizadas naquele ano na CBF. Em 2022, a entidade celebrou um TAC com o Ministério Público, comprometendo-se, entre outros pontos, a realizar novas eleições — nas quais Ednaldo Rodrigues foi eleito presidente.

Em dezembro de 2023, a 21ª Câmara de Direito Privado do TJ-RJ extinguiu a Ação Civil Pública, o que levou à anulação do TAC e ao questionamento da validade da eleição de Ednaldo. Apesar disso, o ministro Gilmar Mendes, do STF, concedeu uma liminar que manteve Ednaldo no cargo até novo julgamento.

Intervenção e eleições

Com a nova decisão do TJ-RJ afastando Ednaldo Rodrigues, o vice-presidente Fernando Sarney assumiu o comando da entidade como interventor. Foi ele quem anunciou, nesta sexta-feira, que as eleições para novo presidente da CBF estão marcadas para o dia 25 de maio.

O cenário atual aguarda nova deliberação do STF, que terá de decidir se as eleições serão mantidas ou suspensas até o julgamento do mérito sobre a legalidade dos acordos entre a CBF e o Ministério Público.

Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Ednaldo Rodrigues aciona STF para suspender eleições da CBF marcadas para 25 de maio Read More »

Moraes determina suspensão parcial da ação do golpe contra Ramagem

Moraes determina suspensão parcial da ação do golpe contra Ramagem

Parlamentar vai responder a três dos cinco crimes imputados pela PGR

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (16) a suspensão parcial da ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) no caso da trama golpista do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A decisão do ministro foi tomada para cumprir a decisão da Primeira Turma da Corte, que, na semana passada, decidiu que o parlamentar vai continuar respondendo a três dos cinco crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Dessa forma, o deputado continuará sendo processado por:

  • Golpe de Estado,
  • Organização criminosa armada,
  • Tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

No entanto, ficam suspensas duas acusações: dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.

A suspensão começou a contar a partir de 14 de maio, data da publicação do acórdão da decisão da turma, e terminará no fim do mandato de Ramagem.

Na quarta-feira (14), a Câmara dos Deputados entrou com uma ação para rever a decisão da Primeira Turma. O processo será relatado por Alexandre de Moraes e não tem data definida para ser julgado.

Entenda

No mês passado, o Supremo enviou um ofício à Câmara para informar que os deputados não poderiam suspender a íntegra do processo da trama golpista contra o deputado, que é um dos réus do núcleo 1.

A possibilidade de suspensão de processos contra deputados federais e senadores está prevista na Constituição. Conforme o Artigo 53, a Câmara e o Senado podem suspender uma ação penal contra um parlamentar.

No ofício enviado à Câmara, o STF disse que, apesar da permissão constitucional, somente os crimes que teriam sido cometidos por Ramagem após a diplomação, ocorrida em dezembro de 2022, podem ser suspensos.

Antes de ser eleito, Ramagem foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e foi acusado de usar a estrutura do órgão para espionar ilegalmente desafetos de Bolsonaro. O caso ficou conhecido como “Abin Paralela”.

No dia 8 deste mês, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), comunicou o Supremo sobre a decisão da Câmara que deliberou pela suspensão do processo.

“Comunico a Vossa Excelência que esta Casa, em sessão deliberativa extraordinária realizada no dia 7 de maio de 2025, resolveu pela sustação da ação penal decorrente do recebimento da denúncia contida na petição n. 12.100, em curso no Supremo Tribunal Federal”, diz o ofício.

O texto aprovado abriu brecha para a suspensão de todas as acusações contra Ramagem e contra todos os demais réus do núcleo 1 da trama golpista, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em seguida, Alexandre de Moraes, relator do caso, fez uma questão de ordem e pediu o julgamento da questão e, por unanimidade, os ministros evitaram a manobra da Câmara.

Núcleo 1

Os oito réus compõem o chamado “núcleo crucial” do golpe, o núcleo 1, tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa das eleições de 2022;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência – Abin;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
  • Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil / Valter Campanato/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Moraes determina suspensão parcial da ação do golpe contra Ramagem Read More »

Mais quatro entidades devem ser alvo de processo sobre fraude no INSS

Mais quatro entidades devem ser alvo de processo sobre fraude no INSS

Doze instituições já tiveram bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, afirmou, nesta sexta-feira (16), que mais quatro entidades associativas devem ser incluídas no processo por possíveis fraudes em aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele não informou, entretanto, qual o valor arrecadado por essas entidades ao longo dos anos que deve ser alvo de medidas de bloqueio cautelar.

Na semana passada, a AGU pediu à Justiça Federal o bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens de 12 entidades associativas. Elas constituem o “núcleo da fraude”, sendo alvo do maior número de reclamações por parte de segurados do INSS.

“Neste momento, nós temos 12 entidades, é possível que a gente já estabeleça um lote de mais quatro entidades, pelo menos”, disse Messias à Agência Brasil, ao explicar que o volume de recursos bloqueados se deve aos indícios de que os descontos são, na sua grande maioria, indevidos.

A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram, no mês passado, a Operação Sem Desconto, que apura o desconto irregular, via folha de pagamentos do INSS, de mensalidades de entidades associativas de aposentados e pensionistas. A CGU informou que, entre 2017 e 2019, foi registrado um aumento no número dos descontos e das reclamações de beneficiários de que não haviam autorizado os descontos nas mensalidades.

Segundo Messias, existe um volume grande de entidades que foram criadas, a partir de 2019, com o propósito de fraudar, ou seja, não oferecer nenhum benefício para o associado. Cifras iniciais apresentadas pela PF dão conta de que R$ 6,3 bilhões de descontos associativos realizados entre 2019 e 2024 são suspeitos de fraude.

Aposentados e pensionistas do INSS já registraram mais de 1 milhão de pedidos de reembolso de descontos não autorizados feitos por entidades associativas. A formalização da contestação pode ser feita pela plataforma Meu INSS ou pelo canal 135 de atendimento telefônico.

Cerca de 9 milhões de segurados começaram a ser notificados desde terça-feira (13) sobre descontos por entidades e associações. Agora, é possível saber o nome da entidade à qual o aposentado ou pensionista que teve desconto está vinculado, por meio do serviço Consultar Descontos de Entidades Associativas, disponível no aplicativo.

“Com os dados que os aposentados, que estão colaborando conosco neste momento, estão nos repassando, nós temos condições e elementos de buscar mais bens de outras entidades que também estariam, potencialmente, envolvidas nesta fraude”, explicou o ministro da AGU.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil / Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Mais quatro entidades devem ser alvo de processo sobre fraude no INSS Read More »

CBF em transição: federações cobram nova eleição e nome de Samir Xaud ganha força

CBF em transição: federações cobram nova eleição e nome de Samir Xaud ganha força

Com o afastamento de Ednaldo Rodrigues, presidentes de federações estaduais pedem renovação e estabilidade; nome de Samir Xaud surge como favorito à presidência da CBF

Após decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que afastou Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), 19 presidentes das 27 federações estaduais divulgaram um manifesto pedindo renovação e estabilidade à frente da entidade. A ação marcou uma articulação nacional em defesa da reorganização institucional do futebol brasileiro.

O grupo de federações também se comprometeu a construir uma candidatura para as eleições convocadas por Fernando Sarney, atual vice da CBF e designado interventor pela Justiça. O manifesto foi assinado por presidentes das federações de 19 estados, incluindo a Federação Norte-Rio-Grandense de Futebol (FNF). Ficaram de fora do apoio inicial as federações do Amapá, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo e Tocantins.

José Vanildo, presidente da FNF, destacou a importância da união entre as entidades estaduais. Segundo ele, é necessário garantir estabilidade jurídica à CBF. “É uma deliberação da maioria das federações e o Rio Grande do Norte no sentido de conceder à CBF e ao futebol brasileiro uma estabilidade jurídica, reconhecimento da sociedade. Isso tudo que atravessa tem que ter um basta. É necessário sim que se adote essas providências e se apure”, declarou o dirigente, que participa das articulações no Rio de Janeiro.

A convocação para um novo pleito ainda não tem data marcada. Nos bastidores, entretanto, o nome de Samir Xaud, presidente eleito da Federação Roraimense de Futebol (FRF), desponta como um dos mais cotados para assumir o comando da CBF.

Perfil de Samir Xaud agrada federações, mas divide opinião entre clubes

Com 41 anos, Samir de Araújo Xaud é médico especializado em infectologia e medicina esportiva, empresário do setor fitness e proprietário de um centro de treinamento. Em janeiro deste ano, foi eleito para substituir o pai, Zeca Xaud, na presidência da FRF a partir de 2027, com mandato até 2030.

Apesar da eleição já estar garantida para a federação local, caso Samir vença a eleição da CBF, ele não assumirá o cargo em Roraima. O histórico de envolvimento com a gestão esportiva, bem como sua atuação nos bastidores da FRF desde 2023, conta a seu favor. Em 2024, ele trabalhou para atrair investimentos e envolver o poder público no Campeonato Roraimense, o que ampliou sua visibilidade entre os dirigentes estaduais.

Segundo apuração do Estadão, o perfil jovem de Xaud e sua formação técnica são vistos como diferenciais positivos pelas federações. “Não é o momento eleitoral ainda. Não voto. Mas já ouvi falar (do Samir Xaud). Não posso dizer que não conheço. É um ótimo nome, gente boa”, afirmou Fernando Sarney, interventor da CBF, em entrevista ao jornal paulista.

Resistência entre clubes e preocupação com a representatividade

Apesar da simpatia por parte de federações, a possível candidatura de Samir Xaud enfrenta resistência entre clubes consultados. Uma das principais preocupações está relacionada à representatividade da Federação Roraimense de Futebol no cenário nacional. Roraima conta com apenas 10 clubes filiados, dos quais nove votaram em Samir na eleição estadual. O único representante do estado no Campeonato Brasileiro é o Grêmio Atlético Sampaio (GAS), que disputa a Série D.

Há ainda questionamentos sobre a possível interferência política na eventual indicação do nome de Samir. O histórico do dirigente inclui duas candidaturas eleitorais: em 2018, foi candidato a deputado estadual pelo PV, recebendo 2.069 votos; em 2022, concorreu a deputado federal pelo MDB, com 4.816 votos.

Em 2022, Samir também foi sócio de uma empresa prestadora de serviços médicos contratada pela CBF para atuar em apoio aos clubes de Roraima.

Manifesto pede descentralização, governança e transparência na CBF

No manifesto divulgado pelas 19 federações estaduais, os signatários defendem um novo ciclo para o futebol brasileiro, com foco em governança, descentralização e maior participação das entidades regionais. O texto menciona a necessidade de enfrentar desafios estruturais históricos, como calendário desorganizado, arbitragem precária, gramados ruins e insegurança nos estádios.

“O futebol brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais que há anos limitam o potencial do nosso futebol. […] Precisamos virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade”, diz o documento.

O grupo também assumiu o compromisso de articular uma chapa única com nomes alinhados ao espírito de renovação, que sejam representantes das federações estaduais. “Queremos uma CBF forte, querida por dentro, admirada por fora — e novamente amada por todos que fazem do futebol a alma do nosso país”, conclui o manifesto.

Foto: Lucas Figueiredo/CBF / Reprodução/FRF / Reprodução/CBF

Com informações do Estadão

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

CBF em transição: federações cobram nova eleição e nome de Samir Xaud ganha força Read More »

“Não sobreviveria na cadeia”, diz Carla Zambelli ao tentar barrar condenação no STF

“Não sobreviveria na cadeia”, diz Carla Zambelli ao tentar barrar condenação no STF

Deputada busca apoio político para sustar ação penal que resultou em pena de 10 anos por invasão ao sistema do CNJ e uso de documentos falsos

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou nesta quinta-feira (15.mai.2025) que “não sobreviveria na cadeia”, ao comentar a condenação a dez anos de prisão determinada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A pena foi imposta por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica, em um caso que envolve o hacker Walter Delgatti.

Zambelli busca apoio político na Câmara dos Deputados para sustar a ação penal e impedir o trânsito em julgado da sentença. A deputada afirma que já conta com articulação interna para tentar reverter a condenação, citando que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), teria autorizado o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), a conduzir as tratativas.

Em entrevista coletiva realizada em frente ao diretório estadual do PL em São Paulo, a deputada disse que “publicamente, foram poucas” as manifestações de apoio, mas que recebeu dezenas de ligações privadas, inclusive da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo ela, não a procurou.

“Não é interessante adiantar a estratégia, mas já tenho boa parte do apoio que eu preciso para fazer essa votação. Estamos aguardando o melhor momento e ainda temos tempo para fazer isso”, afirmou Zambelli.

A parlamentar distribuiu um dossiê à imprensa com críticas ao julgamento e ao relatório da Polícia Federal. Ao lado do advogado Daniel Bialski, Zambelli alegou que há inconsistências no processo e que o hacker Walter Delgatti não tem credibilidade. Ela ainda afirmou que os documentos falsos encontrados em seu celular já circulavam nas redes sociais em tom de “piada”.

“Eu não iria, de forma alguma, brincar de fazer invasão ao CNJ, de mandar prender o ministro Alexandre de Moraes com um documento assinado por ele próprio. Assim, é tão ridículo que, realmente, como disse a ministra Cármen Lúcia, seria burrice”, declarou.

Antes do pronunciamento, Zambelli rezou com duas mulheres em coreano. Ao final da entrevista, tomou três comprimidos levados por um assessor, alegando problemas de saúde que devem ser apresentados como justificativa para um eventual pedido de prisão domiciliar.

Entre os problemas de saúde listados, estão episódios de desmaios, depressão, síndrome de Ehlers-Danlos (que afeta a mobilidade e causa deslocamentos articulares), além de condições cardíacas. “Ainda que seja injusta a decisão, eu sigo a lei. Se acontecer a prisão, vou me apresentar. Mas, hoje, não me vejo capaz de ser cuidada da forma que preciso [presa]. […] Eu não sobreviveria na cadeia”, afirmou a deputada.

A condenação foi relatada pelo ministro Alexandre de Moraes, referendada por unanimidade pelos ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux. Segundo o STF, Walter Delgatti teria inserido ao menos 16 documentos falsos no sistema do CNJ, a mando de Zambelli. Um dos indícios é que a deputada teria acessado um dos arquivos segundos após sua criação pelo hacker. A investigação da PF aponta ainda pagamentos a Delgatti por meio da cota parlamentar da deputada e de assessores, totalizando R$ 13,5 mil. Uma das transações, feita por um motorista, foi justificada como compra de garrafas de uísque.

A defesa nega qualquer relação entre a deputada e as invasões, afirmando que Delgatti foi contratado para realizar serviços no site de Zambelli, que nunca foram entregues. O advogado Daniel Bialski classificou o hacker como “mitômano”, termo usado por investigadores, e contestou a validade de sua colaboração premiada.

Bialski também criticou a ausência de sustentação oral no julgamento, alegando cerceamento do direito de defesa. Para ele, não há provas de que a deputada tenha contratado Delgatti para cometer crimes.

Zambelli é figura de destaque do bolsonarismo desde os protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff. Foi vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara e mantinha laços próximos com o ex-juiz Sergio Moro, que foi padrinho de seu casamento. Nas eleições de 2022, foi a segunda deputada mais votada em São Paulo, com 946 mil votos, ficando atrás apenas de Guilherme Boulos (PSOL).

Ela também responde a processo por ter sacado uma arma durante uma discussão com um apoiador petista às vésperas do segundo turno. Segundo Bolsonaro, esse episódio teria influenciado negativamente em sua derrota nas urnas, o que Zambelli nega. Caso tenha o mandato cassado, será a terceira parlamentar mais votada do PL em São Paulo a deixar a bancada — após Eduardo Bolsonaro (licenciado) e Ricardo Salles (que migrou para o partido Novo).

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

“Não sobreviveria na cadeia”, diz Carla Zambelli ao tentar barrar condenação no STF Read More »

Justiça da Espanha condena torcedores do Valladolid por racismo contra Vinícius Júnior

Justiça da Espanha condena torcedores do Valladolid por racismo contra Vinícius Júnior

Cinco homens foram sentenciados a um ano de prisão, multa de 1.620 euros e proibição de atuar em atividades esportivas e educacionais por quatro anos

A Justiça da Espanha condenou cinco torcedores do Real Valladolid a um ano de prisão por ofensas racistas dirigidas ao jogador brasileiro Vinícius Júnior. Os insultos ocorreram em dezembro de 2022, durante uma partida entre o Valladolid e o Real Madrid, válida pelo Campeonato Espanhol, no Estádio José Zorrilla.

Além da pena de reclusão, os torcedores foram multados em 1.620 euros e receberam sanção adicional que os proíbe de exercer atividades profissionais ou voluntárias nos âmbitos da educação, do esporte e do lazer pelo período de quatro anos. A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (16), e as sanções devem ser ratificadas pelo Tribunal de Valladolid em sessão marcada para o próximo dia 21 de maio.

Na ocasião, Vinícius Júnior havia sido substituído na parte final do segundo tempo. Fora de campo, o atacante do Real Madrid comemorou um gol da equipe próximo da mureta que separa a arquibancada do gramado. Nesse momento, ele foi alvo de xingamentos com conteúdo racista vindos da torcida adversária.

As agressões verbais foram registradas por outros torcedores e rapidamente viralizaram nas redes sociais, gerando forte repercussão. A divulgação do conteúdo ofensivo motivou uma investigação por parte das autoridades espanholas. Com base nas imagens e nos relatos, os agressores foram identificados e autuados.

O Ministério Público da Espanha concluiu que os torcedores cometeram crime de ódio, com base na legislação local que pune manifestações discriminatórias de cunho racial, étnico ou xenófobo. Posteriormente, foi aberto um processo administrativo disciplinar, que correu em paralelo ao inquérito criminal.

Durante o processo judicial, os réus reconheceram por escrito a prática das ofensas racistas e apresentaram pedidos de desculpas formais. Apesar da possibilidade legal de solicitar reparação financeira, Vinícius Júnior optou por não aceitar qualquer tipo de indenização por danos morais.

A condenação é considerada uma das primeiras sentenças com pena de prisão aplicada a torcedores por racismo no futebol espanhol. A legislação da Espanha prevê punições severas para crimes de ódio, especialmente quando cometidos em ambientes públicos como estádios, considerados espaços de grande exposição social.

Segundo o comunicado da Promotoria, a restrição de atuar em áreas como educação, esporte e lazer tem como objetivo prevenir a reincidência em contextos que envolvam coletividade, influência sobre menores e contato com grupos vulneráveis. A medida também atende a critérios de proteção do interesse público e da integridade dos ambientes esportivos.

O caso envolvendo Vinícius Júnior não foi o único episódio de racismo registrado na temporada 2022/2023 do Campeonato Espanhol. Em outras ocasiões, o atacante do Real Madrid foi alvo de insultos em partidas disputadas contra clubes como Atlético de Madrid e Valencia. Os episódios deram origem a uma série de manifestações públicas de repúdio, tanto na Espanha quanto no Brasil, e motivaram discussões sobre o combate ao racismo no esporte europeu.

Após os incidentes, a Liga Espanhola (La Liga) e a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) anunciaram medidas para intensificar a identificação de torcedores envolvidos em práticas discriminatórias. Parte das ações envolve a ampliação do uso de câmeras de vigilância, sistemas de reconhecimento facial e campanhas educativas nas arenas esportivas.

A atuação de Vinícius Júnior, dentro e fora de campo, tem sido reconhecida por organismos internacionais. Em maio de 2023, o jogador recebeu um prêmio da Unesco por seu posicionamento contra o racismo. Ele também foi incluído na lista da revista Time das 100 personalidades mais influentes do mundo no mesmo ano.

A sentença contra os torcedores do Valladolid representa um marco na jurisprudência espanhola e levanta expectativa quanto à efetividade das punições futuras em casos semelhantes. A audiência do dia 21 de maio deverá confirmar a execução das penas impostas.

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Justiça da Espanha condena torcedores do Valladolid por racismo contra Vinícius Júnior Read More »

Golpe: agente da PF disse que se preparava para prender Moraes

Golpe: agente da PF disse que se preparava para prender Moraes

Investigação encontrou novas provas de tentativa de golpe

A Polícia Federal (PF) informou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que encontrou novas provas da tentativa de golpe no final do governo de Jair Bolsonaro.

As conclusões foram enviadas ao Supremo e obtidas após a análise do celular do policial federal Wladmir Matos Soares, preso no ano passado por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Wladmir é investigado pela suposta atuação como agente infiltrado para vazar informações sobre a segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a transição de governo. Ele fazia parte da equipe externa de segurança responsável pelos arredores do hotel em que o presidente estava hospedado, em Brasília, durante a transição.

As mensagens de áudio obtidas foram enviadas entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, período marcado pela diplomação e posse de Lula e os atos golpistas de 8 de janeiro.

Segundo a PF, o policial atuou como “elemento auxiliar” do Punhal Verde-Amarelo, plano golpista que, segundo as investigações, seria executado para matar diversas autoridades, como o presidente Lula e Moraes.

Inconformismo

Em um dos áudios obtidos por investigadores, o policial disse a um advogado identificado como Luciano que estava disposto a agir para evitar a posse de Lula. Na conversa, Wladmir estava inconformado com a decisão das Forças Armadas de não aderir à proposta golpista.

“Os generais se venderam ao PT no último minuto que a gente ia tomar tudo. Entende, cara? E, Lu, a gente ia com muita vontade. A gente ia empurrar meio mundo de gente, pô. Matar meio mundo de gente. Estava nem aí já”, afirmou.

Em outra conversa, o policial disse que integrava uma “equipe de operações especiais” para defender Bolsonaro e só aguardava um sinal positivo para agir.

“Nós fazíamos parte de uma equipe de operações especiais que estava pronta para defender o presidente armado, e com poder de fogo elevado pra empurrar quem viesse à frente, entendeu, velho? A gente estava pronto. Só que aí o presidente… esperávamos só o ok do presidente, uma canetada para gente agir”, disse.

Alexandre de Moraes

Em outra conversa obtida por investigadores, o policial disse que estava preparado para prender o ministro Alexandre de Moraes.

“A gente estava preparado pra isso, inclusive. Para ir prender o Alexandre Moraes. Eu ia estar na equipe”, disse.

Wladmir também afirmou que o ministro do STF deveria ter a “cabeça cortada” por ter impedido, no início do mandato de Bolsonaro, a nomeação de Alexandre Ramagem, um dos réus da trama golpista, para a direção da Polícia Federal.

“O Alexandre de Moraes realmente tinha que ter tido a cabeça cortada quando ele impediu o presidente [de] colocar um diretor da Polícia Federal, né? O Ramagem. Tinha que ter cortado a cabeça dele, era ali. Você tá entendendo?”.

Bolsonaro

As conversas também demonstram que o policial estava desapontado porque Bolsonaro viajou para os Estados Unidos no final do mandato e o golpe não foi consumado. Segundo ele, estava “tudo certo”, mas agora “deu tudo pra trás”.

“E eu estou aqui na m…porque p…do presidente vai dar para trás”, completou.

Julgamento

Na próxima terça-feira (20), a Primeira Turma do STF vai decidir se Wladmir Matos e 11 militares vão virar réus no processo sobre a trama golpista. Eles fazem parte do núcleo 3 da denúncia protocolada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os denunciados deste núcleo são acusados de planejar “ações táticas” para efetivar o plano golpista.

A Agência Brasil entrou em contato com a defesa do policial federal e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestação.

Foto: Nelson Jr./SCO/STF / Rosinei Coutinho/STF

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Golpe: agente da PF disse que se preparava para prender Moraes Read More »

Ednaldo Rodrigues é afastado da presidência da CBF após decisão judicial no Rio de Janeiro

Ednaldo Rodrigues é afastado da presidência da CBF após decisão judicial no Rio de Janeiro

Desembargador Gabriel Zefiro anulou eleição de Ednaldo em 2022 devido a questionamento sobre assinatura do ex-presidente Coronel Nunes

Ednaldo Rodrigues foi afastado da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em decisão proferida nesta quinta-feira (15.mai.2025) pelo desembargador Gabriel Zefiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A medida judicial foi motivada por questionamentos acerca da validade da assinatura do ex-presidente da entidade, Coronel Nunes, durante a assembleia que confirmou a eleição de Ednaldo em 2022.

Segundo o despacho, a família de Coronel Nunes alegou que o ex-presidente apresentava quadro de incapacidade mental já antes da data da assinatura do documento que referendou a eleição de Ednaldo Rodrigues. A partir dessas alegações, o magistrado declarou a nulidade do pleito que elegeu Ednaldo para o comando da CBF.

A decisão judicial determina o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação. No momento da publicação da decisão, Ednaldo estava fora do Brasil, participando de um evento da FIFA no Paraguai.

A CBF é o órgão máximo do futebol brasileiro, responsável pela organização de campeonatos nacionais, supervisão das seleções brasileiras e articulação com entidades internacionais. A presidência da entidade exerce papel estratégico na gestão do futebol no país e na condução das políticas esportivas.

A eleição de 2022, que colocou Ednaldo Rodrigues à frente da CBF, já vinha sendo alvo de contestação judicial em razão das circunstâncias que envolveram o processo e a participação de membros da diretoria anterior.

Foto: Rodrigo Ferreira/CBF / Rafael Ribeiro/CBF

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Ednaldo Rodrigues é afastado da presidência da CBF após decisão judicial no Rio de Janeiro Read More »

Conheça os detalhes da denúncia do MPE contra Paulinho Freire, Álvaro Dias e vereadores Irapoã Nóbrega e Daniel Rendall por uso da máquina pública

Conheça os detalhes da denúncia do MPE contra Paulinho Freire, Álvaro Dias e vereadores Irapoã Nóbrega e Daniel Rendall por uso da máquina pública

GAECO detalha assédio a servidores, compra de votos, desvio de funções e uso da estrutura da Prefeitura de Natal em benefício eleitoral; políticos negam irregularidades

O Ministério Público Eleitoral (MPE) do Rio Grande do Norte apresentou uma denúncia contra o prefeito de Natal Paulinho Freire (União Brasil), o ex-prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos), a ex-secretária de Planejamento e atual vice-prefeita de Natal, Joana Guerra (Republicanos), e os vereadores Irapoã Nóbrega (Republicanos) e Daniel Rendall (Republicanos). A acusação envolve uso da máquina pública para fins eleitorais, incluindo assédio a servidores, compra de votos, desvio de funções e uso indevido da estrutura da Prefeitura de Natal.

Os detalhes foram divulgados pelo portal O Potiguar nesta quarta-feira (15.mai.2025). A denúncia do MP e o pedido de cassação de mandatos e inelegibilidade foi feito em fevereiro deste ano.

A denúncia foi protocolada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), com base em provas documentais e testemunhais, incluindo áudios, registros de reuniões, documentos internos e conversas de aplicativos.

Assédio a servidores e pressão por apoio político

Entre os fatos relatados no processo, servidores comissionados da Prefeitura de Natal relataram, segundo o MP, terem sido alvos de assédio moral e ameaças para aderirem a atos políticos. Conforme a denúncia, os funcionários eram convocados para eventos que, embora apresentados como institucionais, tinham caráter eleitoral. Quem não participasse estaria sujeito a retaliações, como exoneração ou transferência de setor.

Segundo as denúncias do MP, Joana Guerra teria coordenado essas ações, com anuência de Paulinho Freire e Álvaro Dias. O GAECO destaca que houve uma estrutura organizada para coagir servidores, prática enquadrada como abuso de poder político.

Uso indevido de veículos e estrutura pública

O processo também detalha o uso irregular de veículos oficiais da Prefeitura de Natal para atividades eleitorais. A Arsban, autarquia municipal de saneamento, foi citada diretamente no esquema, com frota e servidores desviados de suas funções originais para dar suporte logístico a campanhas.

O MPE aponta que o ex-prefeito Álvaro Dias participou ativamente das decisões que viabilizaram o uso da estrutura municipal em benefício eleitoral, incluindo a autorização para deslocamento de servidores e veículos.

Caravanas políticas financiadas com recursos públicos

Outro eixo da denúncia são as caravanas políticas organizadas pela Prefeitura. De acordo com o GAECO, servidores públicos eram mobilizados para participar de atos de campanha de Paulinho Freire e seus aliados. Esses eventos utilizavam recursos públicos, mascarados como ações institucionais.

Os vereadores Irapoã Nóbrega e Daniel Rendall são citados como beneficiários dessas operações. Suas campanhas teriam contado com apoio logístico e de pessoal custeado pela Prefeitura de Natal.

Compra de votos e monitoramento de adversários

A denúncia também traz indícios de compra de votos, com relatos de distribuição de benefícios a eleitores em troca de apoio. Além disso, foi identificada a criação de uma equipe paralela de fiscalização, composta por servidores públicos deslocados para monitorar adversários políticos e organizar as ações eleitorais.

O processo apresenta documentos que comprovam a escala de servidores para essas funções, evidenciando o uso da estrutura pública para fins eleitorais.

Envolvimento de Joana Guerra, Irapoã Nóbrega e Daniel Rendall

Segundo a denúncia do MP, Joana Guerra é apontada como articuladora das ações de mobilização de servidores e caravanas. Irapoã Nóbrega e Daniel Rendall, vereadores eleitos, teriam se beneficiado diretamente do esquema, recebendo apoio logístico e de pessoal em suas campanhas, com utilização de recursos e servidores públicos.

Os documentos anexados ao processo incluem ordens de serviço, comunicações internas e depoimentos de servidores lotados em gabinetes parlamentares.

Andamento do processo

O MPE pede a abertura de ação penal contra os envolvidos e a aplicação de sanções civis e eleitorais. O processo está em fase inicial e será analisado pelo Judiciário, que decidirá sobre o recebimento da denúncia.

O caso é considerado um dos mais abrangentes do GAECO no Rio Grande do Norte, pela quantidade de envolvidos e pela complexidade das acusações.

Posicionamento dos investigados

Os acusados negam as irregularidades apontadas pelo Ministério Público Eleitoral. Em nota, Paulinho Freire afirmou que as acusações não se sustentam e que sempre respeitou as regras eleitorais. Ele classificou a denúncia como “infundada” e disse confiar que a Justiça irá reconhecer a improcedência das acusações.

O ex-prefeito Álvaro Dias, por sua vez, declarou que jamais autorizou ou determinou o uso da máquina pública para fins eleitorais e considerou a denúncia uma tentativa de perseguição política.

Os vereadores Irapoã Nóbrega e Daniel Rendall também se manifestaram, destacando que suas campanhas seguiram as regras eleitorais e que não utilizaram estrutura pública de forma irregular. Ambos afirmaram que irão comprovar sua inocência no curso do processo.

Falas

O advogado do prefeito Paulinho Freire, Cristiano Barros, afirmou por meio de nota, em fevereiro – época das acusações do MPRN – que “não há qualquer prova ou indício de que os supostos abusos que se alegam terem ocorrido tenham efetivamente sido realizados e que estes tenham repercussão a macular o resultado do pleito majoritário em Natal/RN e, portanto, em sua eleição, conforme demonstrará em defesa a ser apresentada no âmbito, na forma e prazos legais“.

Já o vereador Daniel Rendall disse que vê com tranquilidade o processo e que as denúncias em referência já foram arquivadas anteriormente. “No caso, inexiste qualquer elemento de prova que sustente as acusações de abuso de poder político ou econômico, ainda que indiciárias. O candidato participou de todo o processo eleitoral com a mais absoluta transparência e respeito às normas postas, e o vereador eleito está confiante no desfecho processual“.

O também vereador Irapoã Nóbrega divulgou nota e afirmou “tranquilidade diante da ação”. Ele informou que a defesa “comprovará não haver elementos que caracterizem abuso de poder político ou econômico capazes de afetar a normalidade e legitimidade das eleições, requisitos essenciais para configuração do ilícito eleitoral“. Ainda de acordo com a nota do vereador, a defesa já demonstrou “a fragilidade técnica da acusação, destacando que os fatos narrados são anteriores ao período eleitoral e que já havia se desligado da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SEMSUR) desde abril de 2024, seis meses antes do pleito“.

O ex-prefeito Álvaro Dias afirmou estar “surpreso” com notícias e disse que repudia “veementemente qualquer tentativa de subverter a ordem democrática e a soberania da decisão popular“. Segundo Álvaro, o pleito eleitoral de 2024 “transcorreu dentro da legalidade, lisura e normalidade estabelecida pelo estado democrático de direito que o povo reconquistou nas ruas, havendo a proclamação, diplomação e posse dos eleitos pela Justiça Eleitoral. Portanto, a eleição recente para prefeito de Natal, representa mais uma manifestação indiscutível da decisão popular, consolidando a democracia no nosso País“.

Não conseguimos localizar a nota da então secretária e atualmente vice-prefeita de Natal Joanna Guerra, mas o espaço segue à disposição.

Foto: Reprodução/Redes Sociais / Elpídio Júnior/Câmara de Natal/Ilustração

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Conheça os detalhes da denúncia do MPE contra Paulinho Freire, Álvaro Dias e vereadores Irapoã Nóbrega e Daniel Rendall por uso da máquina pública Read More »

Por unanimidade, STF condena Carla Zambelli a 10 anos de prisão

Por unanimidade, STF condena Carla Zambelli a 10 anos de prisão

Deputada é acusada de ordenar invasão do sistema do CNJ

Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta quarta-feira (14) a deputada Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023. Cabe recurso contra a decisão.

A condenação pelos crimes de invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica foi obtida com os votos do relator do caso, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia. O julgamento virtual começou na sexta-feira (9) e foi finalizado hoje.

Com a decisão, Zambelli também foi condenada à perda do mandato após o fim de todos os recursos possíveis e o pagamento de R$ 2 milhões em danos morais coletivos, valor que deverá ser dividido com hacker Walter Delgatti, que é réu confesso e que foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão neste mesmo processo.

Conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandato falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

Segundo as investigações, o hackeamento foi executado por Delgatti, que confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar.

Defesa

Em nota à imprensa após o início do julgamento, a defesa de Carla Zambelli contestou a realização de um julgamento virtual para condenar a deputada. Os advogados também consideraram “absolutamente injusto” que a parlamentar seja condenada “sem provas irrefutáveis”.

Eleições

Carla Zambelli responde a outro processo criminal no STF. Em agosto de 2023, Zambelli virou ré no Supremo pelo episódio em que ela sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.

A perseguição começou após Zambelli e Luan trocarem provocações durante um ato político no bairro dos Jardins, em São Paulo.

Até o momento, o Supremo registrou placar de 6 votos a 0 para condenar a parlamentar a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto. No entanto, um pedido de vista do ministro Nunes Marques adiou a conclusão do julgamento.

Foto: Lula Marques/EBC

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Por unanimidade, STF condena Carla Zambelli a 10 anos de prisão Read More »

Câmara de Natal anula título de Cidadão Natalense concedido a Jair Bolsonaro

Câmara de Natal anula título de Cidadão Natalense concedido a Jair Bolsonaro

Revogação atende determinação da Justiça que apontou falhas no trâmite do projeto na Comissão de Educação do Legislativo

A Câmara Municipal de Natal publicou, nesta quarta-feira (14.mai.2025), a anulação do título de Cidadão Natalense concedido ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). O ato foi oficializado no Diário Oficial do Município e atende a uma decisão judicial da 5ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Natal, que determinou a suspensão da homenagem.

A medida foi motivada por um mandado de segurança impetrado pela vereadora Samanda Alves (PT). A parlamentar alegou que houve irregularidades no trâmite do Projeto de Decreto Legislativo nº 02/2025, especificamente na Comissão de Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara, onde não foi assegurado o direito de acesso às vistas do processo antes da votação.

A Justiça acolheu o pedido e reconheceu que a vereadora teve seu direito violado, determinando a anulação do ato que concedeu o título ao ex-presidente. Em cumprimento à decisão, o presidente da Câmara, vereador Ériko Jácome (PP), assinou o ato de revogação, fundamentando-se no artigo 259 do Regimento Interno do Legislativo e nos princípios constitucionais que garantem o devido processo legal.

De acordo com o documento publicado, a anulação tem como objetivo preservar o pleno exercício da função legislativa por todos os vereadores, assegurando a legalidade do processo. O ato reforça que a Câmara está cumprindo a decisão judicial e respeitando as normas internas que regem os procedimentos da Casa.

Com a revogação, o decreto publicado anteriormente, em 14 de abril de 2025, perde efeito imediato. Dessa forma, o Projeto de Decreto Legislativo nº 02/2025, responsável pela homenagem a Jair Bolsonaro, retorna para nova análise na Comissão de Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Inovação, antes de seguir para eventual deliberação em plenário.

O processo deverá obedecer às etapas regimentais e garantir a participação dos vereadores nos trâmites legislativos, conforme estabelecido na decisão judicial. A tramitação do projeto seguirá sob acompanhamento jurídico para assegurar o cumprimento das normas e evitar novas contestações judiciais.

A Câmara Municipal de Natal não divulgou prazo para a retomada da análise do projeto, mas informou que todas as medidas cabíveis serão tomadas para adequar o processo à legislação vigente e ao regimento da Casa.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Câmara de Natal anula título de Cidadão Natalense concedido a Jair Bolsonaro Read More »

Polícia Federal deflagra nova fase da Operação Sem Desconto contra fraudes em benefícios do INSS

Polícia Federal deflagra nova fase da Operação Sem Desconto contra fraudes em benefícios do INSS

Ação cumpre mandados de busca em Presidente Prudente e investiga operador financeiro suspeito de desviar recursos de aposentados

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (14.mai.2025), uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura fraudes em descontos indevidos de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Nesta etapa, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão no município de Presidente Prudente, interior de São Paulo.

A operação foi autorizada pela 10ª Vara Federal do Distrito Federal e tem como objetivo coletar provas relacionadas à atuação de um operador financeiro ligado a uma das associações já investigadas na primeira fase da operação. O investigado é suspeito de ter adquirido veículos de alto valor utilizando recursos desviados de benefícios previdenciários.

Segundo a Polícia Federal, as investigações apontam que associações civis, em conluio com servidores e intermediários, promoveram descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas, lesando milhares de segurados do INSS. Os valores desviados eram destinados a essas associações, sem o conhecimento ou autorização dos titulares dos benefícios.

Na primeira fase da Operação Sem Desconto, deflagrada anteriormente, a PF cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal. Na ocasião, seis pessoas foram presas temporariamente, suspeitas de participação no esquema.

O modus operandi do grupo envolvia a inclusão de descontos em folha de pagamento de benefícios previdenciários para filiação em associações, sem que os aposentados ou pensionistas tivessem solicitado ou autorizado tais descontos. Em muitos casos, as vítimas sequer tinham conhecimento da existência dessas associações.

A nova fase da operação busca aprofundar as investigações em torno da movimentação financeira do operador investigado, especialmente na aquisição de bens de alto valor. A suspeita é que os recursos desviados dos segurados do INSS tenham sido utilizados para lavagem de dinheiro e aquisição de veículos de luxo.

De acordo com a Polícia Federal, os elementos coletados nesta etapa serão analisados para identificar outros envolvidos e dimensionar a extensão do prejuízo causado aos beneficiários do INSS. As diligências em Presidente Prudente visam rastrear a origem dos recursos utilizados pelo operador e identificar possíveis conexões com outros núcleos do esquema.

A operação conta com apoio do Ministério Público Federal (MPF) e da própria autarquia previdenciária, que forneceu dados e informações sobre as inconsistências detectadas nos benefícios. A investigação segue em sigilo para não comprometer as ações em andamento.

A PF não divulgou o valor estimado do prejuízo total, mas ressaltou que as fraudes atingem um grande número de aposentados e pensionistas em todo o país. As investigações continuam para responsabilizar os autores dos desvios e recuperar os valores subtraídos dos beneficiários.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Polícia Federal deflagra nova fase da Operação Sem Desconto contra fraudes em benefícios do INSS Read More »

Câmara recorre de decisão do STF sobre ação penal contra Ramagem

Câmara recorre de decisão do STF sobre ação penal contra Ramagem

Para ela, Constituição dá ao Congresso poder para deliberar

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, (foto) (Republicanos-PB), informou, nesta terça-feira (13), que ingressou com uma ação para reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que restringiu a suspensão da ação penal contra o deputado Delegado Ramagem (PL-RJ). No sábado (10), a primeira turma do STF votou, por unanimidade, para restringir uma deliberação do plenário da Câmara, que é réu na trama relacionada à tentativa de golpe de estado, denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Por meio de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), a ser julgada pelo plenário do STF, esperamos que os votos dos 315 deputados sejam respeitados”, disse Motta em uma rede social. “A harmonia entre Poderes só ocorre quando todos usam o mesmo diapasão e estão na mesma sintonia”, afirmou.

Na última quarta-feira (7), Motta levou à deliberação do plenário um projeto de resolução da Câmara suspendendo toda a ação penal na qual Ramagem é réu. Foram 315 votos a favor, quatro abstenções e 143 votos contrários ao pedido protocolado pelo PL, partido de Ramagem e Jair Bolsonaro.

O projeto havia sido votado antes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que acatou o parecer do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), com base no artigo 53 da Constituição.

O artigo permite que a Câmara ou o Senado suspendam ações contra deputados e senadores por crime ocorrido após a diplomação e enquanto durar o mandato parlamentar.

Especialistas em direito constitucional consultados pela Agência Brasil avaliam que a Câmara dos Deputados fez uma manobra jurídica para tentar suspender a íntegra do processo de tentativa de golpe de Estado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 33 acusados.

Na ação enviada ao STF, a Mesa da Câmara sustenta que a Constituição concedeu ao Congresso a prerrogativa para deliberar sobre a suspensão da ação penal. Para a Câmara, o STF não pode fazer interpretação restritiva sobre a matéria.

“É necessário reafirmar que não cabe ao Poder Judiciário substituir-se ao juízo político conferido ao parlamento no tocante à conveniência da sustação, bem como a sua extensão”, sustenta a Câmara. Ela também conclui que o processo criminal contra Ramagem pode ser suspenso integralmente.

“A sustação da ação penal pelo parlamento não se refere a cada imputação penal de forma isolada, mas sim ao processo penal como um todo, desde que nele constem crimes ocorridos após a diplomação e durante o mandato”, concluiu a Câmara dos Deputados.

Ramagem é réu no chamado núcleo 1 da trama golpista, que inclui ainda o ex-presidente Jair Bolsonaro, e os generais Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno, além do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, e o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.

Entre outros crimes, o deputado responde no STF por tentativa de golpe de estado e organização criminosa.

Ações penais

Os ministros do STF confirmaram entendimento anterior do próprio Supremo, afirmando que o Congresso somente pode suspender o andamento de ações penais na parte que trata de crimes cometidos após a diplomação por algum parlamentar específico, diante do “caráter personalíssimo” desse direito.

Além disso, o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, enfatizou que a suspensão não beneficia os corréus. Com isso, Ramagem deve continuar respondendo por três crimes: golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Fica suspenso, contudo, o trecho da denúncia contra ele relativo aos crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

A primeira turma do STF se posicionou após o presidente da Câmara ter enviado ofício para comunicar a decisão da Casa de suspender a ação penal sobre o golpe. O documento, contudo, comunicava a suspensão de toda a ação penal, e não apenas a parte que se refere ao parlamentar, e também não forneceu um recorte temporal para a suspensão.

Entenda

No mês passado, o Supremo enviou um ofício à Câmara para informar que os deputados não poderiam suspender a íntegra do processo da trama golpista contra o deputado, que é um dos réus do núcleo 1, composto pelas principais cabeças do complô.

A possibilidade de suspensão de processos criminais contra deputados federais e senadores está prevista no artigo 53 da Constituição.

No ofício enviado à Câmara, o STF disse que, apesar da permissão constitucional, somente os crimes que teriam sido cometidos por Ramagem após o mandato podem ser suspensos. O marco temporal é a diplomação, ocorrida em dezembro de 2022.

Em março, Ramagem se tornou réu por participar da trama golpista junto com outras sete pessoas, incluindo o ex-presidente Bolsonaro, apontado como líder e principal beneficiário, e outros militares e civis do círculo próximo do antigo mandatário.

Antes de ser eleito deputado, Ramagem foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ele foi acusado pela PGR de usar a estrutura do órgão para espionar ilegalmente desafetos de Bolsonaro. O caso ficou conhecido como Abin Paralela.

Núcleo 1

Os oito réus compõem o chamado núcleo crucial do golpe, o núcleo 1, e tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles:

  1. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  2. Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa nas eleições de 2022;
  3. General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  4. Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência – Abin;
  5. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
  6. Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  7. Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
  8. Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados / Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados / Lula Marques/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Câmara recorre de decisão do STF sobre ação penal contra Ramagem Read More »

MPF intensifica ações para garantir devolução de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS

MPF intensifica ações para garantir devolução de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS

Investigação nacional mira fraudes bilionárias e busca ressarcimento imediato a beneficiários lesados por descontos associativos ilegais

O Ministério Público Federal (MPF) intensificou, nesta semana, a articulação de ações conjuntas para garantir o ressarcimento dos beneficiários do INSS lesados por descontos indevidos em aposentadorias e pensões. As medidas visam responsabilizar agentes públicos e entidades associativas envolvidas no esquema, estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

A iniciativa é conduzida pela Câmara de Combate à Corrupção (5CCR) e pela Câmara de Direitos Sociais e Fiscalização de Atos Administrativos em Geral (1CCR) do MPF. Durante reunião realizada no dia 12 de maio, procuradores de todo o país definiram estratégias para dar mais celeridade e efetividade às investigações, que abrangem, até o momento, 23 inquéritos em andamento em diversas unidades do MPF.

Entre os crimes investigados estão corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistemas do INSS e violação de sigilo funcional. As apurações ocorrem em estados como São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Ceará, Paraná, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.

Fraudes viabilizadas por acordos irregulares

O esquema foi revelado pela Operação Sem Desconto, deflagrada em abril pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União. A investigação mostrou que associações obtinham autorizações fraudulentas para aplicar descontos diretamente nos benefícios dos aposentados, mesmo sem cumprir os requisitos legais exigidos pelo INSS, como assinatura eletrônica, reconhecimento biométrico e apresentação de documentos oficiais.

Os acordos de cooperação técnica celebrados entre o INSS e essas entidades permitiram a inclusão de listas adulteradas de supostos associados. Com fragilidades nos mecanismos de controle, os descontos eram efetivados sem o consentimento dos beneficiários.

Bloqueios e responsabilização

Como resposta, o MPF já obteve decisões judiciais que determinaram o bloqueio de bens de servidores públicos e dirigentes associativos, além da suspensão de acordos de cooperação técnica e do afastamento de envolvidos de seus cargos. Em um dos casos, a Justiça autorizou o bloqueio de cerca de R$ 4 bilhões de uma das associações investigadas.

O objetivo é garantir a devolução imediata dos valores aos aposentados e pensionistas, sem prejuízo da tramitação das ações penais e de improbidade administrativa. O MPF defende que o ressarcimento ocorra também pela via cível, por ser mais célere e eficaz para reparar os danos causados à população vulnerável.

Atuação coordenada e novas medidas

O MPF articula a atuação conjunta com órgãos como a Controladoria-Geral da União (CGU), Defensoria Pública da União (DPU), Tribunal de Contas da União (TCU), Advocacia-Geral da União (AGU), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e os Ministérios da Previdência Social e do Desenvolvimento e Assistência Social.

No âmbito do Grupo de Trabalho Interinstitucional (GTI) Previdência e Assistência Social, o tema dos descontos indevidos é pauta recorrente. Em reuniões realizadas desde 2024, foram discutidos os critérios para celebração de novos acordos, a implantação de modelos com biometria para validação de descontos e a necessidade de revisão dos descontos já existentes.

O MPF também solicitou à Procuradoria-Geral Federal informações detalhadas sobre os beneficiários prejudicados, o montante indevidamente debitado e as providências adotadas até o momento.

Ressarcimento e revalidação de descontos

As discussões mais recentes buscam definir os procedimentos para o ressarcimento integral dos valores descontados de forma irregular, utilizando inclusive os recursos já bloqueados judicialmente. A responsabilização deverá alcançar tanto as associações e sindicatos quanto os agentes públicos que facilitaram ou participaram das fraudes.

Além do ressarcimento, o MPF insiste na necessidade de revalidação dos descontos existentes à luz da Instrução Normativa PRES/INSS nº 162, de 14 de março de 2024, que estabeleceu novas exigências para a autorização de descontos associativos.

As apurações continuarão sendo conduzidas de forma coordenada em todo o território nacional, com o objetivo de uniformizar procedimentos, fortalecer a produção de provas e agilizar a responsabilização dos envolvidos.

Foto: Leobark Rodrigues/Secom/MPF / Antonio Augusto/MPF / Antonio Augusto / Secom / PGR

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

MPF intensifica ações para garantir devolução de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS Read More »

CNJ vai apurar juiz que negou liminar a idoso do RN em caso de descontos indevidos no INSS

CNJ vai apurar juiz que negou liminar a idoso do RN em caso de descontos indevidos no INSS

Decisão ignorou urgência de aposentado de 84 anos, que teve valores descontados para associação investigada por fraude

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai analisar a atuação do juiz Marco Antônio Mendes Ribeiro, da comarca de São Miguel, na região Oeste do Rio Grande do Norte, após ele ter negado liminar para suspender descontos indevidos na aposentadoria de um idoso de 84 anos. A decisão, que reconheceu a ilegalidade das cobranças, foi criticada pela defesa do aposentado por desconsiderar a urgência do caso. As informações são da CNN Brasil.

O processo envolve descontos mensais de R$ 28,24 no benefício do aposentado, pagos à Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN). A cobrança foi considerada irregular, mas, para o magistrado, o baixo valor dos descontos e a ausência de “perigo de dano concreto” justificaram a recusa da medida liminar.

Segundo os autos, o idoso recebe aposentadoria de um salário-mínimo, atualmente fixado em R$ 1.412. Os abatimentos começaram em abril de 2024 e se estenderam por sete meses após a decisão do juiz, até serem suspensos por liminar concedida em segunda instância.

A AAPEN é uma das associações investigadas pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria Geral da União (CGU) por participação em um esquema de fraudes no INSS. As investigações apontam que os desvios podem somar R$ 6,3 bilhões desde 2019.

Decisão em primeira instância

Na decisão de primeira instância, o juiz Marco Antônio Mendes Ribeiro afirmou não ver justificativa para a tutela de urgência solicitada. Apesar de reconhecer a ilegalidade dos descontos, ele argumentou que a cobrança mensal era “irrisória” e não comprometeria a subsistência do aposentado.

“Após um exame superficial como o caso requer neste momento processual, cuja cognição é sumária, convenço-me de que o pleito realizado em sede de tutela de urgência pelo(a) autor(a) não merece prosperar, eis que o valor cobrado mensalmente pela parte ré, mesmo que, em tese, seja ilícito, é irrisório, de forma a não conseguir retirar a subsistência da parte promovente”, decidiu o juiz.

Recurso ao Tribunal de Justiça do RN

Diante da negativa, a defesa do idoso recorreu ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN). Em março de 2025, o desembargador Luiz Alberto Dantas Filho concedeu a liminar solicitada, determinando a suspensão dos descontos e a intimação da AAPEN.

Na decisão, o magistrado destacou a necessidade de cautela, considerando a possível origem fraudulenta da cobrança. “Por cautela natural para o momento, restou demonstrada a necessidade de suspensão dos descontos sobre os vencimentos do agravado, sobretudo considerando que a continuidade da situação terminaria por prejudicar seus rendimentos, por um contrato sob fundada suspeita de contratação fraudulenta”, afirmou Dantas Filho.

Conduta será analisada pelo CNJ

Diante da repercussão do caso, o CNJ decidiu instaurar procedimento para analisar a conduta do juiz de primeira instância. O órgão vai avaliar se houve falha na aplicação do princípio da dignidade da pessoa humana e no dever de proteção a vulneráveis.

O caso reacende o debate sobre decisões judiciais que minimizam prejuízos financeiros de baixo valor em relação a aposentados e pensionistas, mesmo quando há indícios de fraude e lesão continuada.

Até o momento, o juiz Marco Antônio Mendes Ribeiro não se pronunciou sobre a investigação do CNJ. A Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN) também não comentou a decisão.

Contexto das investigações contra a AAPEN

A AAPEN é uma das entidades apontadas pela PF e pela CGU como parte do “núcleo operacional” de um esquema de fraudes no INSS. Segundo as investigações, a associação é suspeita de realizar filiações sem consentimento de beneficiários, gerando descontos não autorizados diretamente nas aposentadorias.

Os valores descontados são classificados como contribuições associativas, mas, conforme apurações, muitos beneficiários sequer tinham conhecimento da filiação. O esquema é investigado desde 2019 e envolve outras associações com atuação semelhante em diversos estados do país.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

CNJ vai apurar juiz que negou liminar a idoso do RN em caso de descontos indevidos no INSS Read More »

Turma do STF tem maioria para condenar Zambelli a 10 anos de prisão

Turma do STF tem maioria para condenar Zambelli a 10 anos de prisão

Deputada é julgada por invasão ao sistema eletrônico do CNJ

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta sexta-feira (9) maioria de votos para condenar a deputada Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023.

Até o momento, o relator do caso, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin se manifestaram a favor da condenação pelos crimes de invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica. Faltam os votos de Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Além disso, os ministros acolheram a parte do voto de Moraes que autoriza a perda do mandato da deputada após o fim de todos os recursos possíveis.

Conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Segundo as investigações, o hackeamento foi executado por Walter Delgatti, que é réu confesso.

A decisão do STF também condena o hacker a 8 anos e 3 meses de prisão e ao pagamento de R$ 2 milhões por danos morais coletivos, valor que deverá ser dividido com a parlamentar.

Defesa

Em nota à imprensa, a defesa de Carla Zambelli contestou a realização de um julgamento virtual para condenar a deputada. Os advogados também consideraram “absolutamente injusto” que a parlamentar seja condenada “sem provas irrefutáveis”.

“Absolutamente injusto que a deputada tenha sido julgada e condenada sem provas irrefutáveis e induvidosas, ainda mais por fatos que desconhecia, como, por exemplo, os alvarás falsos que o mitômano Walter [Delgatti] fez para seu primo e terceiras pessoas. Saliente-se que jamais se deixará de acreditar na Justiça e se espera que algum dos ministros possa pedir vista e examinar todos os argumentos lançados pela defesa e, futuramente, modifique o rumo sugestionado pelo relator”, declararam os advogados.

Eleições

Carla Zambelli responde a outro processo criminal no STF. Em agosto de 2023, Zambelli virou ré no Supremo pelo episódio em que ela sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.

A perseguição começou após Zambelli e Luan trocarem provocações durante um ato político no bairro dos Jardins, em São Paulo.

Até o momento, o Supremo registrou placar de 5 votos a 0 para condenar a parlamentar a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto. No entanto, um pedido de vista do ministro Nunes Marques adiou a conclusão do julgamento.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Turma do STF tem maioria para condenar Zambelli a 10 anos de prisão Read More »

Por unanimidade, STF mantém em parte ação do golpe contra Ramagem

Por unanimidade, STF mantém em parte ação do golpe contra Ramagem

Ele é um dos réus denuciados pela PGR por trama golpista

Todos os cinco ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram por restringir a decisão da Câmara dos Deputados que suspendeu a ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que é réu pela trama golpista denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Com isso, Ramagem deve continuar respondendo por três crimes: golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Fica suspenso, contudo, o trecho da denúncia contra ele relativo aos crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux seguiram o entendimento do relator, ministro Alexandre de Moraes, que apontou as restrições impostas pela própria Constituição sobre o direito de os congressistas suspenderem processos criminais contra algum de seus pares.

Assim, a Primeira Turma confirmou entendimento anterior do próprio Supremo, afirmando que o Congresso somente pode suspender o andamento de ações penais na parte que trata de crimes cometidos após a diplomação por algum parlamentar específico, diante do “caráter personalíssimo” desse direito, enfatizou Moraes, que escreveu não ser que a suspensão beneficie corréus.

A questão de ordem sobre o tema foi levada a julgamento após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) ter enviado ofício para comunicar a decisão da Casa de suspender a ação penal sobre o golpe. O documento, contudo, comunicava a suspensão de toda a ação penal, e não apenas na parte que se refere ao parlamentar, e também não forneceu um recorte temporal para a suspensão.

Entenda

No mês passado, o Supremo enviou um ofício à Câmara para informar que os deputados não poderiam suspender a íntegra do processo da trama golpista contra o deputado, que é um dos réus do núcleo 1, composto pelas principais cabeças do complô.

A possibilidade de suspensão de processos criminais contra deputados federais e senadores está prevista no Artigo 53 da Constituição.

No ofício enviado à Câmara, o STF disse que, apesar da permissão constitucional, somente os crimes que teriam sido cometidos por Ramagem após o mandato podem ser suspensos. O marco temporal é a diplomação, ocorrida em dezembro de 2022.

Em março, Ramagem se tornou réu por participar da trama golpista junto com outras sete pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, apontado como líder e principal beneficiário, e outros militares e civis do círculo próximo do antigo mandatário.

Antes de ser eleito deputado, Ramagem foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ele foi acusado pela PGR de usar a estrutura do órgão para espionar ilegalmente desafetos de Bolsonaro. O caso ficou conhecido como “Abin Paralela”.

Núcleo 1

Os oito réus compõem o chamado “núcleo crucial” do golpe, o núcleo 1, tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles:

  1. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  2. Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa das eleições de 2022;
  3. General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  4. Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência – Abin;
  5. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  6. Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  7. Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
  8. Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil / Valter Campanato/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Por unanimidade, STF mantém em parte ação do golpe contra Ramagem Read More »

MP pede afastamento do secretário da Seap por falhas em presídios de Alcaçuz e Natal

MP pede afastamento do secretário da Seap por falhas em presídios de Alcaçuz e Natal

Ministério Público alega descumprimento de sentença judicial sobre higiene, alimentação e itens básicos nas unidades prisionais

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) protocolou pedido judicial para o afastamento temporário do secretário de Administração Penitenciária do Estado (Seap), Helton Edi Xavier, devido a falhas identificadas nas condições sanitárias, alimentares e de higiene nos presídios do Complexo de Alcaçuz, em Nísia Floresta, e em Natal. O pedido foi oficializado após nova visita de inspeção realizada pelo órgão entre os dias 1º e 7 de abril de 2025.

O secretário Helton Edi Xavier recebeu o mandado de intimação expedido pela Justiça do Rio Grande do Norte nesta quinta-feira (8.mai.2025). A partir da notificação, ele tem 15 dias para apresentar manifestação sobre o pedido de afastamento. Segundo o Ministério Público, a solicitação tem como base o descumprimento reiterado de sentença judicial anterior, que já exigia melhorias nas condições dos estabelecimentos prisionais.

De acordo com o MP, o afastamento temporário tem como objetivo garantir o cumprimento da decisão judicial por outro gestor. A promotoria destacou que a medida “não é uma punição ao gestor público, mas sim uma forma de garantir a eficácia da ordem judicial por meio de substituição por alguém mais eficiente ou menos resistente ao cumprimento das determinações”.

A secretária adjunta da Seap, Arméli Brennand, afirmou que a pasta está acompanhando os prazos legais e vai apresentar todos os documentos e relatórios necessários em resposta à solicitação do MP. Segundo ela, o órgão fornecerá dados sobre enxoval e itens de higiene, com fotos e demais comprovações que respondam às requisições feitas.

O Ministério Público aponta que a Seap tem descumprido obrigações impostas judicialmente de forma recorrente. A ação menciona que as determinações já haviam sido alvo de petições protocoladas em maio e outubro de 2024 e em janeiro de 2025. A última inspeção serviu de base para reforçar o pedido de afastamento.

Entre os principais problemas relatados no documento estão:

Infestação de ratos nos presídios:

O relatório menciona que, apesar de reuniões já realizadas com representantes da Seap sobre a presença de roedores, nenhuma providência efetiva foi adotada. A situação representa risco à saúde tanto dos internos quanto dos policiais penais.

Qualidade e variedade da alimentação:

A promotoria aponta que, frequentemente, é servida carne moída com aparência de soja, o que tem causado desconfortos gastrointestinais entre os presos. Além disso, as refeições carecem de variedade, sendo a banana a única fruta ofertada com regularidade.

Fornecimento precário de itens de higiene:

O documento relata irregularidades na entrega de produtos de higiene pessoal e coletiva, além de baixa qualidade dos itens distribuídos. Segundo o MP, esses produtos vêm causando alergias e problemas de pele, o que tem levado à autorização para que as famílias dos internos forneçam os materiais.

O Ministério Público exige que a Seap informe com clareza quais itens de higiene e enxoval são entregues aos internos, além da periodicidade dessas distribuições. As informações devem ser acompanhadas de documentos comprobatórios.

O pedido de afastamento do secretário visa assegurar que outro gestor possa, temporariamente, executar as medidas determinadas pela Justiça. A ação segue em tramitação na Justiça Estadual, que ainda vai se manifestar sobre o mérito da solicitação apresentada pelo MP.

Foto: João Gilberto/ALRN/Ilustração

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

MP pede afastamento do secretário da Seap por falhas em presídios de Alcaçuz e Natal Read More »

STF anuncia acordo para uso de câmeras corporais pela PM de SP

STF anuncia acordo para uso de câmeras corporais pela PM de SP

Equipamento vai valorizar os bons profissionais

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, anunciou nesta quinta-feira (8) um acordo para garantir o uso de câmeras corporais pelos policiais militares do estado de São Paulo.

O acordo foi homologado pelo ministro após a última audiência de conciliação do caso, realizada ontem (7) entre servidores do STF e representantes do governo paulista e da Defensoria Pública estadual.

Pelas cláusulas acertadas, o governo de São Paulo se comprometeu a aumentar em 25% no número de equipamentos, totalizando 15 mil câmeras em todos os batalhões de alta e média prioridade da polícia militar.

O acionamento da gravação das câmeras poderá ser feito pelos próprios policiais, de forma remota pelo centro de operações da PM ou de forma automática, por meio da tecnologia bluetooth.

Também está previsto um mecanismo para evitar o desligamento proposital das câmeras. Nesses casos, os equipamentos poderão ser acionados remotamente, sem perda de imagens.

Para o presidente do STF, o uso dos equipamentos vai permitir a valorização dos bons policiais e o respeito aos direitos fundamentais de pessoas vulneráveis.

“O acordo alcança um ponto de equilíbrio importante entre dois valores constitucionais centrais: a liberdade da Administração Pública para desenhar e aprimorar suas políticas públicas e a necessidade de respeito aos direitos fundamentais, especialmente das pessoas em situação de maior vulnerabilidade”, afirmou o ministro”.

Histórico

Após ser acionado na Justiça pela Defensoria Pública, o governo de São Paulo se comprometeu com o STF, em abril do ano passado, a usar câmeras corporais em operações policiais no estado e apresentou cronograma que estabelecia a implementação do sistema. O estado previa nova licitação e aquisição de novas câmeras.

Em setembro, o governo anunciou assinatura de contrato com a empresa Motorola para a compra de 12 mil câmeras corporais. A compra foi criticada, no entanto, por prever mudanças na forma de acionamento do equipamento. Pelas regras do edital, o acionamento do equipamento de gravação poderia ser feito pelo próprio policial ou por uma central de operações da polícia. Dessa forma, a gravação pode ser interrompida durante as operações.

O modelo previsto no contrato não fazia gravação ininterrupta, ou seja, o policial, ou a corporação, acionaria o equipamento quando desejar, ponto criticado por entidades de direitos humanos.

Meses antes, em maio de 2024, a Defensoria Pública de São Paulo e entidades de direitos humanos pediram ao STF mudanças no edital da compra.

No mês seguinte, Barroso indeferiu o pedido, mas decidiu que o governo de São Paulo deveria seguir os parâmetros do Ministério da Justiça e Segurança Pública na licitação para compra de câmeras corporais.

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

STF anuncia acordo para uso de câmeras corporais pela PM de SP Read More »

Justiça Eleitoral cassa pela segunda vez mandato do prefeito de Lajes por abuso de poder político e econômico

Justiça Eleitoral cassa pela segunda vez mandato do prefeito de Lajes por abuso de poder político e econômico

Felipe Menezes e o vice José Carlos Felipe foram cassados novamente; ações envolvem distribuição de cestas básicas e criação de cargos em ano eleitoral

A Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte cassou novamente o mandato do prefeito de Lajes, Felipe Menezes (MDB), e do vice-prefeito, José Carlos Felipe (PT). Esta é a segunda decisão de cassação em menos de um mês contra a atual gestão, ambas motivadas por acusações de abuso de poder político e econômico durante o ano eleitoral de 2024. A nova sentença foi proferida pela juíza Gabriela Edvanda Marques Félix, da 17ª Zona Eleitoral, com sede no município.

Nova decisão

A decisão mais recente reconheceu a prática de condutas vedadas pela legislação eleitoral. A ação judicial foi movida por integrantes da oposição, que alegaram que o prefeito e sua equipe realizaram doações de cestas básicas, perfuração de poços, corte de terras e entrega de casas durante o ano eleitoral. A Justiça entendeu que essas ações foram promovidas com o uso da estrutura pública e com potencial para influenciar o eleitorado.

Segundo a magistrada, houve “conduta vedada, com potencial para influenciar o resultado do pleito”, o que caracteriza abuso de poder. Com a decisão, Felipe Menezes teve o mandato cassado e também foi declarado inelegível por oito anos. O vice-prefeito José Carlos Felipe também teve o mandato cassado, mas não foi incluído na decisão de inelegibilidade.

As ações administrativas em questão ocorreram em 2024, ano de eleições municipais. A legislação eleitoral veda a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da administração pública em período eleitoral, exceto nos casos autorizados pela lei e em programas sociais pré-existentes e com execução continuada.

Permanência nos cargos

Apesar da decisão, tanto o prefeito quanto o vice continuam nos cargos. Isso ocorre porque a sentença foi emitida em primeira instância e ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN). Caso a decisão seja confirmada por instâncias superiores, o município poderá ter novas eleições para o Executivo.

Em nota à imprensa, Felipe Menezes afirmou que “nunca utilizou a máquina pública em benefício próprio”, disse que respeita, mas discorda da decisão judicial, e informou que está tomando as providências legais cabíveis para recorrer da sentença.

Primeira cassação em abril

A primeira cassação do prefeito e do vice-prefeito ocorreu no dia 7 de abril deste ano, também em decisão da juíza Gabriela Edvanda Marques Félix. Na ocasião, a Justiça Eleitoral considerou irregular a criação e o preenchimento de cargos comissionados em ano eleitoral.

De acordo com os autos, a gestão municipal encaminhou à Câmara de Vereadores um projeto de lei criando dezenas de cargos comissionados vinculados a secretarias municipais. A estrutura de coordenadorias saltou de 15 para 139 cargos, sendo que a maior parte das nomeações ocorreu apenas em 2024. A Justiça entendeu que houve utilização da estrutura pública para garantir apoio político e votos para a reeleição do atual prefeito.

A ação de investigação judicial eleitoral relatou que a ampliação de cargos foi feita com nítido objetivo eleitoral, configurando abuso de poder político e econômico, conforme previsto na legislação.

Possibilidade de nova eleição

Se as duas decisões forem confirmadas pelo TRE-RN, o município de Lajes poderá passar por uma nova eleição suplementar para escolha de prefeito e vice-prefeito. A legislação eleitoral prevê essa possibilidade nos casos em que a chapa eleita tem os registros cassados e a decisão transita em julgado antes do término do mandato.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Justiça Eleitoral cassa pela segunda vez mandato do prefeito de Lajes por abuso de poder político e econômico Read More »

STF marca para esta sexta análise da decisão da Câmara sobre Ramagem

STF marca para esta sexta análise da decisão da Câmara sobre Ramagem

Casa suspendeu ação penal contra deputado no caso da trama golpista

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para esta sexta-feira (9), às 11h, o julgamento da decisão da Câmara dos Deputados que suspendeu a ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) no caso da trama golpista na qual está envolvido o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O julgamento será realizado no plenário virtual da Primeira Turma da Corte, formada pelos ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin. O encerramento da votação está previsto para terça-feira (13).

A solicitação do julgamento colegiado por feita por Alexandre de Moraes após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), comunicar o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, sobre a decisão tomada ontem (7) pelo plenário da Casa.

“Comunico a Vossa Excelência que esta Casa, em sessão deliberativa extraordinária realizada no dia 7 de maio de 2025, resolveu pela sustação da ação penal decorrente do recebimento da denúncia contida na petição nº 12.100, em curso no Supremo Tribunal Federal”, diz o ofício.

A deliberação do STF é necessária porque a decisão da Câmara abre brecha para a suspensão de todas as acusações contra Ramagem e todos os demais réus do núcleo 1 da trama golpista, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Entenda

No mês passado, o Supremo enviou um ofício à Casa para informar que os deputados não poderiam suspender a íntegra do processo sobre a trama golpista contra o deputado.

A possibilidade de suspensão de processos contra deputados federais e senadores está prevista na Constituição. Conforme o Artigo 53, a Câmara e o Senado podem suspender uma ação penal contra um parlamentar.

No ofício enviado à Câmara, o STF disse que, apesar da permissão constitucional, somente os crimes que teriam sido cometidos por Ramagem após o mandato podem ser suspensos. O marco temporal é a diplomação, ocorrida em dezembro de 2022.

Segundo o Supremo, a suspensão vale para os crimes de dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.

Pelo entendimento, Ramagem deve continuar a responder pelos crimes de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Antes de ser eleito, Ramagem foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e foi acusado de usar a estrutura do órgão para espionar ilegalmente desafetos de Bolsonaro. O caso ficou conhecido como “Abin Paralela”.

Núcleo 1

Os oito réus compõem o chamado “núcleo crucial” do golpe, o Núcleo 1, e tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles:

. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;

. Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022;

. General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;

. Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);

. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;

. Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

. Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;

. Mauro Cid, tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

STF marca para esta sexta análise da decisão da Câmara sobre Ramagem Read More »

AGU pede bloqueio de R$ 2,5 bi de 12 associações por fraudes no INSS

AGU pede bloqueio de R$ 2,5 bi de 12 associações por fraudes no INSS

Associações constituem o “núcleo da fraude”

A Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou ter pedido nesta quinta-feira (8) à Justiça Federal o bloqueio urgente de R$ 2,56 bilhões em bens de 12 entidades associativas investigadas por possíveis fraudes em aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

De acordo com o ministro-chefe da AGU, Jorge Messias, as associações primeiro processadas constituem o “núcleo da fraude”, sendo alvo do maior número de reclamações de fraude por parte de segurados do INSS.

O valor buscado pelo governo corresponde a tudo que foi arrecadado por essas entidades ao longo dos anos, que é o dano estimado inicial.

“Estamos atribuindo aos descontos efetivados por essas entidades um risco pleno de 100%”, explicou Messias.

“Essa medida é de suma importância para que possamos obter êxito no rastreio do recurso. Agora vamos iniciar uma fase de judicialização, que é uma fase complexa que exige rigor”, disse Messias. Segundo ele, o ressarcimento das fraudes deve ser feito pelo governo primeiro com os recursos recuperados das entidades e pessoas responsáveis.

São alvo das ações cautelares urgentes ainda seis pessoas jurídicas suspeitas de intermediarem o desvio de recursos públicos, como laranjas. Segundo a AGU, o inquérito da Polícia Federal (PF) apresenta fortes indícios de que se tratam de empresas de fachada, criadas com o objetivo de cometer as fraudes ou para pagarem propinas a agentes públicos.

Em relação a outras entidades associativas que atuam junto ao INSS, Messias disse que será necessário aguardar o nível de resposta aos indícios de fraude. Ele lembrou que há associações legítimas, que possuem atuação histórica junto a aposentados e pensionistas.

“[É preciso] separar o que é irregularidade de perspectiva criminosa do que é irregularidade que pode ser sanada pela via administrativa”, disse.

Messias disse ainda ter orientado a equipe de procuradores do governo a ingressarem como auxiliares em processos criminais que busquem punir os responsáveis pelas fraudes.

“Não mediremos esforços para responsabilizar essas pessoas, não admitiremos nenhum tipo de impunidade”, afirmou AGU.

Além do bloqueio de bens, a União busca também outras medidas cautelares contra pessoas físicas e jurídicas envolvidas nas fraudes do INSS, incluindo a busca por cripto-ativos eventualmente utilizados para ocultar os recursos desviados. As medidas incluem:

  • Quebra dos sigilos bancário e fiscal;
  • Bloqueio de atividades financeiras, inclusive as operações com cartões de crédito;
  • Suspensão temporária das atividades das entidades associativas requeridas;
  • Apreensão dos passaportes dos envolvidos;
  • Expedição de ofício às corretoras de criptomoedas, com o objetivo de localizar e penhorar valores eventualmente existentes

Entenda

A Polícia Federal (PF) deflagrou no mês passado a Operação Sem Desconto, que apura o desconto irregular de mensalidades por entidades associativas de aposentados e pensionistas do INSS. As fraudes são alvo de reclamações há anos por parte de segurados, que alegam sobretudo não terem autorizado os descontos, conforme exige a lei.

Cifras iniciais apresentadas pela PF dão conta de que R$ 6,3 bilhões de descontos associativos realizados entre 2019 e 2024 são suspeitos de fraude.

Após o escândalo vir à tona, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Na última sexta (2), o antigo ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu demissão do cargo.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

AGU pede bloqueio de R$ 2,5 bi de 12 associações por fraudes no INSS Read More »

Ação dos Precatórios: ADURN-Sindicato realiza atendimento no interior

Ação dos Precatórios: ADURN-Sindicato realiza atendimento no interior

Consultas presenciais acontecem nos dias 07, 08 e 09 em Currais Novos e Caicó, cidades onde se concentram os beneficiários que não residem na capital

Nesta semana, uma equipe do ADURN-Sindicato irá às cidades de Currais Novos e Caicó prestar atendimento presencial aos professores beneficiados pela conhecida “Ação dos Precatórios”. Nesta quarta-feira (07), os docentes de Currais Novos serão recebidos na Faculdade de Engenharia, Letras e Ciências Sociais do Seridó (FELCS), das 14h às 18h. Na quinta-feira (08), será em Caicó – das 9h às 12h e das 15h às 18h no Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES). Será por ordem de chegada, levando em consideração a prioridade estabelecida nos Estatutos do Idoso e da Pessoa com Deficiência. A sexta-feira (09) será reservada para os casos especiais nas duas cidades.

A ação é decorrente da assinatura de acordo entre o ADURN-Sindicato e a Procuradoria Geral Federal (PGF) no início do mês de abril, em Brasília/DF. Com isso, 1.951 professores da UFRN, a maioria aposentados, terão direito a receber de forma retroativa as perdas salariais decorrentes dos Planos Econômicos Bresser e Verão, implantados pelo Governo Federal nos anos 1987 e 1989, respectivamente.

Com 34 anos, esse é considerado o processo mais antigo em tramitação na Justiça do Trabalho do Rio Grande do Norte. O montante ultrapassa o valor de R$300 milhões e deve ser pago em 2027, por depender da previsão na Lei Orçamentária Anual (LOA).

Apesar de a ação ser coletiva, cada um dos milhares de beneficiários poderá escolher pela adesão ao acordo ou não. Se optar por seguir com o processo, o docente ou herdeiro deverá aguardar os incidentes processuais e possíveis desdobramentos jurídicos.

“Estamos empenhados em atender presencialmente não só os professores da capital, mas também aos do interior, por entendermos que muitos deles estão em situação delicada devido à idade e também por conta de uma espera tão longa pela finalização desse processo. Só para se ter uma ideia, 437 já faleceram aguardando esse pagamento. Claro que os herdeiros receberão, mas não é a mesma coisa. Então, fazemos questão de ir até eles”, pontua Oswaldo Negrão, presidente do ADURN-Sindicato.

O processo da chamada “Ação dos Precatórios” estava arquivado, dado como perdido, e foi resgatado pelo escritório Munemassa Advogados, que começou a trabalhar nessa causa logo que assumiu a assessoria jurídica do ADURN-Sindicato, em 2013.

O documento pactuado entre o ADURN-Sindicato e a PGF prevê um deságio de 40% sobre o valor atualizado da ação. Ainda assim, o montante a ser pago em conformidade com o acordo é maior do que o valor atualmente homologado pela Justiça Trabalhista, graças ao índice aplicado nos termos do acordo: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – Especial (IPCA-E). No processo, o índice de correção foi a Taxa Referencial (TR).

SERVIÇO

O que: Atendimento aos beneficiários da Ação dos Precatórios do interior
Quando: 7 de maio em Currais Novos, das 14h às 18h | Local: FELCS
8 de maio em Caicó, das 9h às 12h e das 15h às 18h | Local: CERES
9 de maio – Atendimento de docentes em situações especiais nas duas cidades

Mais informações: https://www.adurn.org.br/ ou contato@adurn.org.br

Foto: Divulgação

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Ação dos Precatórios: ADURN-Sindicato realiza atendimento no interior Read More »

Ex-vereador de Natal é condenado a 18 anos por desvio de verba pública

Ex-vereador de Natal é condenado a 18 anos por desvio de verba pública

Justiça condena mais cinco envolvidos em esquema de fraude na Câmara Municipal; prejuízo supera R$ 250 mil

A 7ª Vara Criminal de Natal condenou o ex-vereador Adenúbio de Melo Gonzaga a 18 anos de prisão em regime fechado por crimes de peculato e uso de documentos falsos. A decisão, baseada em denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), também penalizou mais cinco pessoas envolvidas no esquema de desvio de recursos da Câmara Municipal de Natal.

Penas para os envolvidos

Além de Adenúbio Melo, os seguintes réus foram condenados:

  • André Fellipe Cesário de Araújo (ex-assessor parlamentar) – 18 anos de reclusão
  • Adriano Silva Freire (ex-assessor parlamentar) – 12 anos e 11 meses de prisão
  • Aurenísia Celestino Figueiredo Brandão (contadora) – 14 anos e 7 meses de reclusão
  • Cid Celestino Figueiredo Souza (advogado) – 14 anos e 7 meses de prisão
  • Sidney Rodrigues dos Santos (empresário) – 12 anos e 11 meses de reclusão

Todos os condenados terão direitos políticos suspensos após o trânsito em julgado da sentença e poderão recorrer em liberdade.

Como funcionava o esquema

As investigações apontaram que o grupo desviou R$ 250 mil dos cofres públicos entre 2010 e 2011. O esquema consistia em:

  • Contratação de empresas fantasmas para serviços não realizados
  • Emissão de notas fiscais fraudulentas para justificar gastos
  • Adulteração de cheques para saque ilegal de verbas
  • Uso de recibos falsos para ocultar beneficiários reais

Os recursos desviados eram provenientes da verba de gabinete do então vereador Adenúbio Melo, que coordenava a operação com auxílio de assessores e da contadora Aurenísia Celestino.

Restituição e perda de cargos

A Justiça determinou que os condenados devolvam integralmente os R$ 250 mil aos cofres públicos. Além disso, Adenúbio Melo, André Fellipe e Adriano Freire perderam os cargos públicos que ocupavam na época dos crimes.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Ex-vereador de Natal é condenado a 18 anos por desvio de verba pública Read More »

Justiça condena Estado do RN a indenizar viúva de homem morto durante operação policial em Pendências

Justiça condena Estado do RN a indenizar viúva de homem morto durante operação policial em Pendências

Decisão prevê pagamento de R$ 150 mil por danos morais e pensão mensal à esposa da vítima, que foi atingida por disparo de arma de fogo ao tentar fugir de abordagem policial

A Justiça do Rio Grande do Norte determinou que o governo estadual pague indenização de R$ 150 mil, por danos morais, à esposa de um homem morto durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na cidade de Pendências, localizada na região do Vale do Açu. O caso aconteceu em março de 2023 e foi julgado pela Vara Única da Comarca de Pendências.

A sentença também estabeleceu o pagamento de uma pensão mensal à viúva, correspondente à metade da última remuneração recebida pela vítima. A decisão foi assinada pelo juiz Nilberto Cavalcanti, que considerou indevida a ação letal dos policiais militares durante a operação.

De acordo com os autos, o casal dormia em casa no momento da abordagem policial. Por volta das 5h da manhã, os agentes arrombaram a residência para cumprimento do mandado de busca e apreensão. Surpreendido, o homem correu e tentou escalar o muro da casa. Nesse momento, foi atingido por disparos de arma de fogo efetuados pelos policiais militares.

O Tribunal de Justiça do RN informou que a esposa da vítima comprovou, por meio de documentos, que o disparo atingiu a parte posterior do crânio de seu companheiro, especificamente na altura da orelha. A documentação apresentada foi aceita como prova de que a morte ocorreu em decorrência direta da ação policial.

O juiz responsável pela sentença entendeu que o simples ato de tentar pular o muro não justificava o uso de força letal por parte dos agentes públicos. “A alegação de que o homem estaria tentando escalar o muro não caracteriza, por si só, comportamento que justificasse a atuação letal dos agentes estatais”, apontou o magistrado em sua decisão.

A autora da ação judicial declarou que vivia com a vítima desde 2008 e que ele era o principal provedor financeiro da família. Em razão disso, solicitou a concessão de pensão mensal, alegando ter perdido o sustento que possuía em vida por meio da contribuição regular feita pelo companheiro.

Ao analisar os documentos e o histórico familiar, o juiz considerou que a pensão era devida como forma de reparação material. Segundo ele, a ausência repentina do provedor financeiro configura perda patrimonial relevante para os dependentes, o que justifica a compensação financeira por parte do Estado.

Além da compensação econômica, a decisão também leva em conta o sofrimento emocional causado pela morte do cônjuge. O juiz destacou que a perda de um ente familiar, especialmente em uma situação que envolve ação policial com possível excesso, gera impacto psicológico evidente para os familiares sobreviventes.

“O dano moral no presente caso dispensa-se prova de sofrimento específico, por ser presumido o abalo emocional decorrente do óbito de um cônjuge”, citou o juiz, ao fazer referência ao artigo 5º da Constituição Federal, que assegura o direito à indenização por danos morais quando há violação a direitos da personalidade.

Segundo a Justiça, a responsabilidade do Estado está configurada pela atuação dos agentes públicos no exercício da função, o que exige a reparação quando comprovado o excesso ou ilegalidade na conduta dos servidores.

A decisão reforça o entendimento jurídico de que a atuação policial deve seguir critérios de razoabilidade e proporcionalidade, mesmo em situações de cumprimento de mandados judiciais.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Justiça condena Estado do RN a indenizar viúva de homem morto durante operação policial em Pendências Read More »

Moraes aceita denúncia contra sete acusados do núcleo 4 do golpe

Moraes aceita denúncia contra sete acusados do núcleo 4 do golpe

Primeira Turma do STF vota denúncia da PGR

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta terça-feira (6) para tornar réus mais sete denunciados pela trama golpista planejada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O voto do ministro, que é relator do caso, foi proferido durante o julgamento no qual a Primeira Turma da Corte decide se aceita denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o núcleo 4 da trama pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Pelo entendimento de Moraes, podem se tornar réus os seguintes denunciados:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército);
  • Ângelo Martins Denicoli (major da reserva do Exército);
  • Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente do Exército);
  • Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército);
  • Reginaldo Vieira de Abreu (coronel do Exército);
  • Marcelo Araújo Bormevet (policial federal);
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal)

O julgamento prossegue para tomada dos votos dos demais ministros do colegiado, que serão proferidos por Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin.

Foto: Fellipe Sampaio /STF

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Moraes aceita denúncia contra sete acusados do núcleo 4 do golpe Read More »

No STF, PGR defende abertura de ação penal contra núcleo 4 do golpe

No STF, PGR defende abertura de ação penal contra núcleo 4 do golpe

Hoje, STF começou a julgar trecho da denúncia apresentada pela PGR

A subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio Marques, reforçou nesta terça-feira (6), em Brasília, o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que sejam tornados réus mais seis denunciados por uma trama golpista durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar nesta terça-feira mais um trecho da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República sobre uma trama golpista, cujo objetivo era manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder mesmo após derrota nas eleições de 2022.

Desta vez, os cinco ministros que compõem a Primeira Turma do Supremo – Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux – julgam se recebem a parte da denúncia relativa a sete acusados do núcleo 4 do golpe.

Conforme o fatiamento da denúncia feito pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, os integrantes do núcleo 4 foram responsáveis por ações estratégicas de desinformação, com o objetivo de desacreditar as urnas eletrônicas e o processo eleitoral, gerando instabilidade social favorável ao golpe.

“Todos estavam cientes do plano maior da organização e da eficácia de suas ações para a promoção da instabilidade social e consumação da ruptura institucional”, reiterou, hoje, a subprocuradora Cláudia Sampaio Marques.

O núcleo 4 também foi acusado de praticar atos para constranger o comandante do Exército à época, general Freire Gomes, a aderir ao complô golpista. Segundo a denúncia, para isso foram mobilizadas “milícias digitais” para atacar o militar e sua família.

A PGR também apontou para o uso das estruturas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para avançar nos objetivos golpistas de gerar instabilidade social e intimidar quem se colocasse contrário ao plano. De acordo com a denúncia, equipamentos do órgão foram utilizados para monitorar opositores.

“Se valiam dos recursos e dos sistemas , das ferramentas de pesquisa da Abin para gerar desinformação e gerar notícias falsas que eram compartilhadas com vetores de propagação”, reforçou Marques.

O sete denunciados do núcleo 4 respondem por cinco crimes:

  • organização criminosa armada
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • golpe de Estado
  • dano qualificado pela violência
  • grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado

A maior parte desse núcleo é composto por militares. Também foram denunciados um policial federal e um engenheiro que teria respaldado os ataques à urna eletrônica. São eles:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército)
  • Ângelo Martins Denicoli (major da reserva)
  • Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente)
  • Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel)
  • Reginaldo Vieira de Abreu (coronel)
  • Marcelo Araújo Bormevet (policial federal)
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal)

Entenda

Pelo regimento interno do Supremo, cabe às duas turmas do tribunal julgar os processos criminais que chegam ou são abertos na Corte. Como o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, faz parte da Primeira Turma, a acusação é julgada por este colegiado.

Se a maioria dos ministros aceitar a denúncia, os acusados viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF, na qual as defesas poderão ter acesso mais amplo ao material utilizado pela acusação e pedir a produção de novas provas, bem como arrolar testemunhas.

Em 25 março, a Primeira Turma aceitou – por unanimidade – o trecho da denúncia relativo ao núcleo 1, tornando réus oito denunciados apontados como cabeças da trama golpista. O próprio Bolsonaro foi acusado pela PGR de liderar a organização criminosa. Entre os réus estão generais da reserva do Exército que foram integrantes do alto escalão do governo Bolsonaro, entre outros assessores.

Em 22 de abril, o colegiado, também por unanimidade, aceitou parte da denúncia contra outros seis envolvidos do núcleo 2, que reúne os acusados de terem prestado o assessoramento jurídico e intelectual para o golpe.

Com isso, somam 14 os réus pelo golpe de Estado fracassado. Caso seja aceita a parte da denúncia relativa ao núcleo 4, serão 21 réus. O julgamento de 12 denunciados do núcleo 3 foi marcado para 20 de maio.

O fatiamento da denúncia em seis núcleos foi autorizado pelos ministros da Primeira Turma do STF. O procurador-geral, Paulo Gonet, justificou o procedimento como um meio de facilitar a tramitação do caso sobre o golpe frustrado, que tem como alvo 34 pessoas.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

No STF, PGR defende abertura de ação penal contra núcleo 4 do golpe Read More »

Confederação dos Pescadores, presidida por Abraão Lincoln, é investigada por fraude bilionária no INSS

Confederação dos Pescadores, presidida por Abraão Lincoln, é investigada por fraude bilionária no INSS

CBPA teria pago operadores para corromper agentes públicos e saltou de 300 mil para 1 milhão de filiados, com faturamento de R$ 123 milhões em descontos de aposentadorias

A Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), presidida por Abraão Lincoln Ferreira, ex-dirigente do Republicanos e atual vice-presidente nacional da Força Sindical, passou a ser investigada no escândalo bilionário de fraudes contra aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A informação foi revelada em reportagem do portal Metrópoles, que aponta a CBPA como uma das entidades suspeitas de envolvimento direto no esquema.

De acordo com a publicação, a CBPA cooptou diretores do INSS e efetuou pagamentos milionários a operadores responsáveis por corromper servidores públicos. Entre os alvos está o operador conhecido como “Careca do INSS”, figura central no esquema desmontado pela Polícia Federal (PF).

A confederação, que representa pescadores e aquicultores em todo o Brasil, registrou um salto expressivo em seu número de filiados, passando de cerca de 300 mil para mais de 1 milhão em apenas um ano. Com isso, obteve um faturamento de R$ 123 milhões por meio de descontos aplicados diretamente nos benefícios de aposentadorias, segundo os dados apresentados na investigação.

As investigações tiveram início após a série de reportagens do portal Metrópoles, publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, os jornalistas revelaram que 29 entidades estavam arrecadando, juntas, cerca de R$ 2 bilhões ao ano por meio de descontos automáticos em aposentadorias e pensões. Muitas dessas entidades enfrentam milhares de processos judiciais por supostas fraudes na adesão de segurados.

O material jornalístico deu origem a um inquérito da Polícia Federal, reforçado por investigações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 reportagens do portal foram citadas na representação que levou à deflagração da Operação Sem Desconto, no dia 23 de abril de 2025. A operação resultou na exoneração do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e na saída do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Em resposta às acusações, a CBPA divulgou nota oficial nesta segunda-feira (6.mai.2025), afirmando que não compactua com práticas fraudulentas e que apoia as investigações conduzidas pelos órgãos de controle. A entidade informou representar mais de 1 milhão de pescadores, organizados em 1.037 colônias, associações e sindicatos, reunidos em 21 federações estaduais.

Segundo a CBPA, os benefícios oferecidos aos associados incluem descontos de até 40% em medicamentos e produtos de consumo, acesso a atendimento via telemedicina e auxílio-funeral no valor de R$ 5 mil. A confederação destacou ainda que todos esses serviços são financiados por meio da contribuição confederativa paga pelos filiados.

A nota ressalta que o perfil dos associados é, em sua maioria, formado por pescadores de baixa renda, com hábitos simples, o que contribui para que muitos se identifiquem apenas com a colônia local. Essa dinâmica, segundo a CBPA, pode gerar confusão sobre a estrutura nacional da entidade e a origem de cobranças em benefícios do INSS.

A Polícia Federal continua apurando se houve manipulação de dados cadastrais e utilização indevida do sistema de consignações para viabilizar os descontos. A CGU também está analisando os contratos firmados entre as entidades e o INSS para verificar eventuais irregularidades.

A CPI do INSS, proposta recentemente na Câmara dos Deputados, pode ampliar a investigação sobre as entidades envolvidas, incluindo a CBPA. O requerimento já conta com mais de 180 assinaturas e deve ser lido em plenário nos próximos dias.

Foto: Reprodução/Redes Sociais / Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Confederação dos Pescadores, presidida por Abraão Lincoln, é investigada por fraude bilionária no INSS Read More »

Ex-presidente Fernando Collor deixa presídio para cumprir pena em casa

Ex-presidente Fernando Collor deixa presídio para cumprir pena em casa

Decisão do STF foi realizada na noite desta quinta-feira

O ex-presidente da República Fernando Collor de Mello deixou, na noite de quinta-feira (1º) o presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira. O político foi autorizado a cumprir pena em casa, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, depois de parecer favorável do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

A prisão domiciliar foi pedida pela defesa do ex-presidente, sob a justificativa de problemas de saúde crônicos como apneia do sono, doença de Parkinson e transtorno afetivo bipolar, além de sua idade avançada (75 anos).

Collor, que cumpre pena de 8 anos e 10 meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, terá que usar tornozeleira eletrônica e só poderá receber visitas de seus advogados.

O ex-presidente foi condenado pelo STF em maio de 2023, em um processo que teve origem na Operação Lava Jato. A corte considerou que Collor, como dirigente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), foi responsável pelas indicações políticas para a BR Distribuidora, então estatal subsidiária da Petrobras, e teria recebido R$ 20 milhões em vantagens indevidas em contratos da empresa, entre 2010 e 2014.

Em novembro do ano passado, o STF manteve a condenação, depois de rejeitar os recursos da defesa para reformar a condenação. No dia 24 de abril deste ano, Moraes rejeitou um segundo recurso da defesa e determinou a prisão imediata do ex-presidente.

Collor foi preso no dia seguinte em Maceió, quando, segundo seus advogados, ele se deslocava para Brasília para cumprir a decisão de prisão do STF.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado / Marcos Oliveira/Agência Senado

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Ex-presidente Fernando Collor deixa presídio para cumprir pena em casa Read More »

Moraes autoriza Collor a cumprir pena de 8 anos e 10 meses em casa

Moraes autoriza Collor a cumprir pena de 8 anos e 10 meses em casa

Defesa do ex-presidente alegou doenças como apneia do sono e Parkinson

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu nesta quinta-feira (1º) prisão domiciliar humanitária ao ex-presidente Fernando Collor, autorizando o político a cumprir pena em casa.

Moraes atendeu a pedido da defesa, que alegou problemas de saúde crônicos como apneia do sono, doença de Parkinson e transtorno afetivo bipolar, além da idade avançada de Collor (75 anos). Segundo determinação do ministro, Collor deverá usar tornozeieira eletrônica e poderá receber visitas apenas dos advogados.

Na quarta (30), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, deu parecer favorável à prisão domiciliar.

“A manutenção do custodiado em prisão domiciliar é medida excepcional e proporcional à sua faixa etária e ao seu quadro de saúde, cuja gravidade foi devidamente comprovada”, escreveu.

O ex-presidente está preso há uma semana, depois de Moraes decidir que um último recurso da defesa, que questionava o cálculo da pena, tinha por objetivo apenas atrasar a prisão. O ministro então determinou a prisão imediata de Collor. Na segunda (28), por 6 votos a 4, a decisão foi referendada pelo plenário virtual do STF.

O ex-presidente e ex-senador foi detido na sexta-feira (25) em Maceió pela Polícia Federal e levado para uma cela especial no presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira.

Collor foi condenado pelo Supremo em 2023, quando recebeu a pena de 8 anos e 10 meses de prisão em regime inicial fechado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em um processo que teve origem na Operação Lava Jato.

De acordo com os termos da condenação, o ex-presidente e ex-senador, na condição de antigo dirigente do PTB, foi responsável por indicações políticas para a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, e recebeu R$ 20 milhões em vantagens indevidas de contratos da empresa. Segundo a denúncia, os crimes ocorreram entre 2010 e 2014.

Exames

Na decisão desta quinta-feira, Moraes disse que a defesa apresentou vasta documentação e que a situação de saúde grave de Collor restou “amplamente comprovada”.

Relator da execução penal do ex-presidente, Moraes citou relatório médico assinado pelo neurologista Rogério Tuma e mencionou o envio pela defesa de 136 exames diversos, incluindo ressonâncias magnéticas transcranianas.

“No atual momento de execução da pena, portanto, a compatibilização entre a Dignidade da Pessoa Humana, o Direito à Saúde e a efetividade da Justiça Penal indica a possibilidade de concessão da prisão domiciliar humanitária”, escreveu Moraes.

A decisão foi tomada “com a constatação real da presença progressiva de graves sintomas não motores e motores, inclusive histórico de quedas recentes”, complementou o ministro.

Ele indicou ter proferido decisões similares em ao menos outras sete execuções penais sob sua relatoria.

Saiba quem foi Collor

Fernando Collor de Mello foi eleito presidente da República em 1989, na primeira eleição direta para o cargo após a ditadura militar. Ele venceu sobre uma plataforma de combate aos “marajás”, apresentados como servidores públicos corruptos e com salários descomunais.

Então com 40 anos de idade, o político nascido no Rio de Janeiro, filho do ex-senador alagoano Arnon de Mello, derrotou nomes como o do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-governadores Leonel Brizola e Mário Covas, além de figuras folclóricas da política nacional, como Paulo Maluf e Enéas Carneiro.

O sucesso, porém, não se repetiu no governo Collor, que ficou marcado pela continuidade da hiperinflação, que chegou a 89% por mês, e por políticas econômicas desastradas, como o súbito confisco do dinheiro guardado pelos brasileiros na caderneta de poupança. A medida foi anunciada um dia após a posse, em 16 de março de 1990, como parte do Plano Brasil Novo, e foi explicada como um “bloqueio de liquidez” na economia.

A ideia era reduzir a inflação retirando dinheiro de circulação, numa época em que a economia era muito mais baseada na troca de dinheiro em espécie. O confisco, contudo, provocou uma paralisação da economia e uma crise de confiança nos ativos financeiros. O resultado foi uma forte recessão econômica, com queda de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) apenas em 1990. Cerca de 30 anos depois, em 2020, Collor pediu desculpas públicas pelo confisco das poupanças.

A partir da medida, o suporte eleitoral e político do governo Collor começou a se deteriorar. No terceiro ano de mandato, ele acabaria acusado de corrupção pelo próprio irmão, Pedro Collor de Mello, em uma entrevista de capa da revista Veja.

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi formada e em seu relatório final concluiu que Collor havia se beneficiado diretamente de um esquema de desvio de verbas públicas e tráfico de influência montado pelo tesoureiro de sua campanha, PC Farias.

O caso levaria o Congresso a aprovar o impeachment de Collor, que foi afastado do cargo em 30 dezembro de 1992. No dia anterior, ele tentou renunciar ao cargo, mas o ato não foi reconhecido pelos parlamentares.

Collor ficou inelegível até 2000. Depois disso, conseguiu se eleger senador por Alagoas, seu reduto político, em 2007. Nas eleições de 2022, o ex-presidente tentou se eleger governador do estado, mas acabou derrotado, ficando em terceiro lugar.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado / Edilson Rodrigues/Agência Senado

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Moraes autoriza Collor a cumprir pena de 8 anos e 10 meses em casa Read More »

ABC tem pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça do RN

ABC tem pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça do RN

Decisão da 23ª Vara Cível de Natal permite ao clube renegociar dívidas e suspende execuções contra o patrimônio

A Justiça do Rio Grande do Norte aceitou o pedido de recuperação judicial protocolado pelo ABC Futebol Clube em 23 de abril de 2025. A decisão foi proferida no dia 28 de abril pela 23ª Vara Cível da Comarca de Natal e permite o início formal do processo de reorganização econômica e financeira da instituição sob supervisão judicial.

De acordo com o comunicado oficial divulgado pelo clube, a solicitação foi feita com base na Lei nº 11.101/2005, que trata da recuperação judicial, extrajudicial e da falência de empresas e outras entidades. O objetivo da medida é permitir que o clube renegocie suas dívidas, suspenda execuções judiciais e evite a falência.

O clube argumenta que a iniciativa se tornou necessária devido às dificuldades financeiras enfrentadas nos últimos anos, agravadas por bloqueios judiciais, acúmulo de dívidas e problemas que afetaram diretamente sua capacidade de operação e investimentos.

Com o deferimento, o ABC passa a contar com garantias legais como a suspensão imediata das execuções e a proibição de atos de constrição patrimonial, o que inclui penhoras e bloqueios de bens. Essas condições oferecem uma maior previsibilidade para a elaboração de um plano de pagamento que seja viável para os credores.

A nota do clube também ressalta o compromisso com a manutenção de suas atividades esportivas, dos empregos diretos e indiretos e da função social exercida. A diretoria considera que a medida representa um passo importante rumo à construção de um novo ciclo de estabilidade institucional.

O ABC Futebol Clube reafirma ainda que a decisão foi tomada com base na necessidade de manter a transparência e a responsabilidade na gestão. A expectativa é que, com a supervisão judicial, o clube consiga recuperar a capacidade de pagamento e reestruturar suas obrigações financeiras sem comprometer o desempenho esportivo.

A recuperação judicial é um instrumento previsto em lei para evitar a falência de empresas em dificuldades, permitindo a reorganização sob controle do Judiciário. Ela é acompanhada por um administrador judicial e requer a apresentação de um plano de pagamento aos credores, que deve ser aprovado em assembleia.

A medida adotada pelo ABC segue o exemplo de outros clubes brasileiros que recorreram à Justiça para tentar superar crises financeiras e manter suas operações esportivas ativas.

Foto: Andrei Torres/ABC FC

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

ABC tem pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça do RN Read More »

Indústria de descontos ilegítimos no INSS é alvo de investigação da PF e CGU; ministro critica cobrança em folha

Indústria de descontos ilegítimos no INSS é alvo de investigação da PF e CGU; ministro critica cobrança em folha

Operação Sem Desconto revela suposta fraude em mensalidades associativas de aposentados; Lupi defende fim da intermediação do INSS

A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou indícios da existência de uma “indústria de descontos ilegítimos” nos benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As conclusões fazem parte da investigação que embasa a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) com o objetivo de combater irregularidades nas cobranças de mensalidades associativas realizadas sem autorização dos beneficiários.

O sigilo judicial do processo foi levantado nesta segunda-feira (28.abr.2025), permitindo a divulgação do conteúdo do relatório da CGU. O documento aponta que, em um dos casos analisados, houve o envio simultâneo de duas autorizações de desconto para o mesmo beneficiário, realizadas por entidades diferentes, no mesmo dia. As informações foram encaminhadas à Dataprev, empresa pública responsável pelo processamento de dados da Previdência Social.

Segundo os auditores, os casos verificados indicam o uso indevido de dados cadastrais dos beneficiários, reforçando a suspeita de existência de um sistema organizado para a produção e aplicação de termos de descontos não autorizados.

“A partir da análise, reiteram-se os indícios da existência de uma indústria de produção de termos de descontos ilegítimos, utilizados ilegalmente pelas entidades associativas”, destaca trecho do relatório.

Além disso, auditoria realizada pela CGU com entrevistas em todos os estados revelou que a maioria dos aposentados e pensionistas com descontos em folha desconhecia as entidades responsáveis pelas cobranças. Entre abril e julho de 2024, foram entrevistados 1.273 beneficiários. Desses, apenas 52 reconheceram filiação às associações cobradoras, e somente 31 confirmaram ter autorizado os descontos.

Diante da operação policial, o INSS suspendeu todos os descontos associados a acordos com entidades representativas. A Advocacia-Geral da União (AGU) instituiu um grupo de trabalho com o objetivo de buscar ressarcimento de valores pagos indevidamente nos últimos anos.

Posicionamento do Ministério da Previdência

Durante audiência na Comissão de Previdência da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (29), o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou que é contrário à prática de descontos diretos de mensalidades associativas nos benefícios do INSS, mesmo quando autorizados. Para o ministro, o instituto não deve atuar como intermediário entre aposentados e associações.

“Quem quiser se filiar, que se entenda com a entidade. E a associação que quiser manter [o associado], que cobre uma taxa, faça um boleto ou peça para a pessoa fazer um PIX”, declarou Lupi, reforçando seu posicionamento contra a intermediação do INSS nas cobranças.

A manifestação ocorre em meio às investigações que resultaram na exoneração do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, no afastamento de quatro dirigentes do órgão e de um policial federal lotado em São Paulo. A Polícia Federal já havia apontado, na deflagração da operação, irregularidades em parte dos cerca de R$ 6,3 bilhões movimentados entre 2019 e 2024 com as cobranças associativas.

As auditorias divulgadas pela CGU e pelo próprio INSS também registram um aumento significativo nos valores deduzidos dos benefícios ao longo dos anos. Em 2016, o total foi de R$ 413 milhões. Em 2017, R$ 460 milhões. Em 2018, R$ 617 milhões. Em 2019, R$ 604 milhões. Em 2020, R$ 510 milhões. Em 2021, R$ 536 milhões. Em 2022, R$ 706 milhões. Em 2023, os descontos saltaram para R$ 1,2 bilhão. E, somente em 2024, o montante já ultrapassou R$ 2,8 bilhões.

Em contrapartida, as reclamações sobre as cobranças também aumentaram. De janeiro de 2023 a maio de 2024, o INSS recebeu mais de 1,163 milhão de pedidos de cancelamento, a maioria alegando desconhecimento ou ausência de autorização por parte dos beneficiários.

A cobrança de mensalidades associativas é baseada em Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) entre o INSS e entidades representativas de categorias profissionais, sindicatos ou associações de aposentados. Os valores deduzidos são posteriormente repassados às instituições conveniadas.

Após a divulgação das investigações, o INSS afirmou que não comenta decisões judiciais em andamento. Em nota oficial divulgada na semana passada, o instituto destacou que, das 11 entidades investigadas, apenas uma firmou acordo em 2023, indicando que os descontos estavam sendo realizados desde gestões anteriores.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil / Roberto Suguino/Agência Senado

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Indústria de descontos ilegítimos no INSS é alvo de investigação da PF e CGU; ministro critica cobrança em folha Read More »

Por 6 a 4, STF mantém prisão do ex-presidente Fernando Collor

Por 6 a 4, STF mantém prisão do ex-presidente Fernando Collor

Julgamento no plenário virtual foi encerrado na noite de ontem

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta segunda-feira (28), por 6 votos a 4, manter preso o ex-presidente Fernando Collor de Mello, condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro em um processo derivado da Operação Lava Jato.

A prisão de Collor foi ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes na quinta-feira (24). A decisão monocrática foi levada a referendo dos demais ministros no dia seguinte, quando formou-se a maioria de 6 a 0 para manter a determinação. Concordaram com o relator, formando a maioria para manter a prisão, os ministros Flávio Dino, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Dias Toffoli.

O julgamento chegou a ser interrompido por um pedido de destaque – remessa a julgamento presencial – do ministro Gilmar Mendes, mas ele recuou no fim de semana, permitindo a continuidade da votação em sessão virtual extraordinária marcada para a segunda-feira.

O placar final foi alcançado algumas horas antes do fim da sessão de julgamento, encerrada às 23h59 desta segunda-feira. Todos os quatro ministros que votaram por último opinaram pela soltura do ex-presidente – André Mendonça, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Nunes Marques.

O ministro Cristiano Zanin se declarou impedido de participar do julgamento por ter atuado como advogado em processos da Operação Lava Jato antes de chegar ao Supremo.

Nos votos pela soltura de Collor, os ministros entenderam que um último recurso do ex-presidente ainda deve ser julgado pelo plenário, antes que ele possa ser preso para cumprimento de pena. Esse mesmo recurso havia sido considerado “protelatório” por Moraes, que o desconsiderou ao determinar a prisão para cumprimento de pena.

Moraes seguiu diversos precedentes do próprio Supremo, ao considerar protelatório um embargo infringente, um recurso cabível quando há ao menos quatro votos divergentes em um julgamento.

Os quatro ministro que votaram pela soltura, contudo, destacaram que houve quatro votos divergentes acerca do cálculo da pena de Collor, motivo pelo qual o embargo infringente do ex-presidente não poderia ser considerado protelatório, isto é, uma estratégia da defesa com o objetivo apenas de adiar a prisão.

Ao votar para que o embargo seja julgado, Gilmar Mendes argumentou que “a temática não se encontra pacificada na jurisprudência do STF de modo a autorizar a conclusão de que os embargos infringentes seriam meramente protelatórios”.

“Anoto, assim, ser o caso de superar o entendimento alcançado nos referidos precedentes e conhecer dos embargos infringentes”, afirmou.

Entenda

Collor foi condenado pelo Supremo em maio de 2023, em julgamento que tomou sete sessões presenciais do plenário. Por unanimidade, os ministros decidiram que o ex-presidente e ex-senador, como antigo dirigente do PTB, foi responsável por indicações políticas para a BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras, e recebeu R$ 20 milhões em vantagens indevidas em contratos da empresa. Segundo a denúncia, os crimes ocorreram entre 2010 e 2014.

Os ministros discordaram, contudo, sobre o cálculo da pena. Isso abriu caminho para sucessivos recursos que adiaram a prisão. A condenação viria a ser confirmada em novembro do ano passado, mas na ocasião quatro ministros votaram mais uma vez pela redução de pena para 4 anos – Dias Toffoli, Gilmar Mendes, André Mendonça e Nunes Marques. Eles reafirmaram que houve erro na dosimetria. Com esses votos divergentes sobre a sentença, a defesa recorreu mais uma vez.

Para Moraes, relator do caso, esse último embargo infringente se refere apenas ao tamanho da pena, e por isso não teria o efeito de impedir a prisão. Concordaram com o relator, formando a maioria para manter a prisão, os ministros Flávio Dino, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Dias Toffoli.

Collor está preso no presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió. Por ser ex-presidente, ele cumpre a pena em uma ala especial.

Os advogados pediram prisão domiciliar, alegando problemas graves de saúde, como apneia do sono, distúrbios neuropsicológicos e doença de Parkinson. Após audiência com os advogados, Moraes deu prazo de 48 horas para que a defesa detalhe com documentos e laudos o estado de saúde do ex-presidente.

Após esse prazo, caberá ao relator uma primeira análise sobre a concessão ou não do regime domiciliar por razão humanitária. A questão deve também ser remetida para julgamento pelo plenário.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado / Jefferson Rudy/Agência Senado / Geraldo Magela/Agência Senado

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Por 6 a 4, STF mantém prisão do ex-presidente Fernando Collor Read More »

INSS: Golpistas aproveitam esquema de descontos ilegais em aposentadorias e investigação leva à demissão de presidente

INSS: Golpistas aproveitam esquema de descontos ilegais em aposentadorias e investigação leva à demissão de presidente

Operação Sem Desconto investiga fraudes de R$ 6,3 bilhões e expõe golpe contra aposentados, resultando no afastamento de dirigentes do INSS

A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), revelou um esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), movimentando R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Segundo a investigação, entidades sindicais descontavam mensalidades associativas sem autorização dos beneficiários. Em decorrência das apurações, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo, junto com outros dirigentes do órgão.

A operação, iniciada com auditorias em 2023, apontou que as associações envolvidas não possuíam estrutura operacional para prestar os serviços oferecidos e que aproximadamente 70% delas não apresentaram documentação necessária para a formalização dos descontos. Entre as entidades investigadas estão o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) e a Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec).

O Ministério da Previdência Social alerta aposentados e pensionistas para tentativas de golpe. Estão sendo relatados contatos por e-mail, mensagens de texto e aplicativos, prometendo a devolução de descontos ilegais mediante o fornecimento de dados pessoais. A orientação é para que não sejam acessados links suspeitos e para que os segurados não forneçam informações pessoais a desconhecidos.

Conforme o Ministério, os valores descontados em abril ficarão retidos e serão devolvidos automaticamente na folha de pagamento de maio, entre os dias 26 de maio e 6 de junho. Para descontos anteriores a abril, a devolução será avaliada por um grupo da Advocacia-Geral da União (AGU). Não é necessário que o beneficiário solicite o cancelamento ou se dirija a uma agência do INSS.

A Operação Sem Desconto cumpriu 21 mandados de busca e apreensão e seis de prisão temporária, sendo três já efetivados. Foram apreendidos veículos de luxo, joias, quadros e quantias em espécie de alto valor. Segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a operação visa proteger os aposentados e pensionistas lesados.

O afastamento do presidente do INSS e de outros membros da diretoria foi determinado judicialmente. Além de Stefanutto, foram afastados Vanderlei Barbosa dos Santos (diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão), Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho (procurador-geral junto ao INSS), Giovani Batista Fassarella Spiecker (coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente) e Jucimar Fonseca da Silva (coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios).

A apuração identificou que servidores do INSS forneceram dados de aposentados mediante pagamento de propina para que as associações pudessem cadastrar beneficiários sem consentimento. As mensalidades eram de valores reduzidos, dificultando a percepção dos descontos pelos aposentados. Contudo, o montante apropriado irregularmente ultrapassou os bilhões de reais.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou operações suspeitas envolvendo o Sindnapi e a Ambec entre 2020 e 2023. A Ambec firmou Acordo de Cooperação Técnica com o INSS em 2021, permitindo os descontos em folha mediante autorização, que não foi comprovada.

Entre as associações citadas, o Sindnapi afirmou, em nota assinada por seu presidente Milton Cavalo, apoiar as investigações e colaborar com as autoridades. Já a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) reiterou seu respeito às normas legais e também se colocou à disposição para esclarecer os fatos.

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, assumiu a responsabilidade pela indicação de Stefanutto e informou que um presidente interino será nomeado até a conclusão das investigações. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informado desde o início da operação, determinou o cumprimento imediato das decisões judiciais.

As autoridades ressaltam que os segurados devem ficar atentos e denunciar qualquer tentativa de fraude. O ressarcimento de valores ocorrerá diretamente nos pagamentos do INSS, sem necessidade de intermediários.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil / Bruno Peres/Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

INSS: Golpistas aproveitam esquema de descontos ilegais em aposentadorias e investigação leva à demissão de presidente Read More »

TJRN mantém funcionamento da CEI das invasões de propriedades privadas em Natal

TJRN mantém funcionamento da CEI das invasões de propriedades privadas em Natal

Desembargador Cláudio Santos indeferiu pedido liminar do vereador Daniel Valença (PT) para suspender comissão de inquérito da Câmara Municipal

O desembargador Cláudio Santos, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), indeferiu o pedido liminar apresentado pelo vereador Daniel Valença (PT) para suspender a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga invasões a propriedades privadas em Natal. A decisão foi proferida na quinta-feira (24.abr.2025).

O parlamentar ingressou com agravo de instrumento com pedido antecipatório após ter sua solicitação inicial negada pela 5ª Vara da Fazenda Pública da capital. No entendimento do desembargador, não ficou comprovada, de maneira imediata, qualquer ilegalidade na instalação da comissão pela Câmara Municipal de Natal.

“Em análise dos pontos ressaltados e questionados pelo recorrente, não se extrai, de pronto, a dita ilegalidade na instauração da Comissão Especial de Inquérito pela autoridade coatora, situação que impõe, neste instante, a exaltação do princípio da separação dos poderes”, afirma trecho da decisão.

Na petição, Daniel Valença argumentou que o pedido de extinção da CEI baseia-se em diversos fatores. Entre eles, a ausência de descrição de fato específico, delimitado e concreto para investigação, a não indicação do período em que teriam ocorrido as supostas invasões, além da alegação de extrapolação de competências da comissão e suspeita de orquestração política.

O vereador também destacou que o requerimento para a criação da CEI não atendia aos requisitos constitucionais e regimentais para a instalação de comissões de inquérito no âmbito legislativo municipal.

A Comissão Especial de Inquérito das Invasões foi instalada para apurar denúncias de ocupações irregulares de propriedades privadas na capital potiguar. A investigação é conduzida por parlamentares que defendem a apuração rigorosa dos casos, em meio a embates políticos que marcaram os debates na Casa Legislativa.

Com a decisão do TJRN, a CEI segue com os trabalhos normalmente, respeitando o calendário de atividades previamente aprovado pela Câmara Municipal.

Foto: Câmara de Natal/Divulgação / Elpídio Júnior/Ilustração/Câmara de Natal

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

TJRN mantém funcionamento da CEI das invasões de propriedades privadas em Natal Read More »

STF forma maioria para manter prisão do ex-presidente Collor

STF forma maioria para manter prisão do ex-presidente Collor

Decisão final será tomada pelo plenário da Corte

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou, nesta sexta-feira (25), maioria de votos para manter a decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou a prisão do ex-presidente Fernando Collor.

Até o momento, seis ministros da Corte votaram pela manutenção da decisão individual do ministro. Contudo, apesar da maioria formada, o julgamento não será finalizado hoje.

Mais cedo, o ministro Gilmar Mendes fez um pedido de destaque do julgamento, que ocorre de forma virtual, e a decisão do caso foi transferida para a sessão presencial do plenário. A data para retomada da análise do caso ainda será definida.

Além de Moraes, os votos foram proferidos por Flávio Dino, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Dias Toffoli.

Cristiano Zanin está impedido de participar do julgamento por ter atuado como advogado em processos da Operação Lava Jato antes de chegar ao Supremo.

Na quinta-feira (24), Moraes determinou a prisão do ex-presidente para dar início ao cumprimento da condenação a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um dos processos da Lava Jato.

Em 2023, Collor foi condenado pelo STF. Conforme a condenação, o ex-presidente e ex-senador, como antigo dirigente do PTB, foi responsável por indicações políticas para a BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras, e recebeu R$ 20 milhões em vantagens indevidas em contratos da empresa. Segundo a denúncia, os crimes ocorreram entre 2010 e 2014.

Ao determinar a prisão, Moraes entendeu que os recursos da defesa de Collor para derrubar a condenação são protelatórios para evitar a condenação.

Collor ficará preso em um presídio em Maceió, onde mora.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

STF forma maioria para manter prisão do ex-presidente Collor Read More »

Ação dos Precatórios: professores beneficiados já podem consultar valores

Ação dos Precatórios: professores beneficiados já podem consultar valores

Atendimento presencial na sede do ADURN-Sindicato acontece a partir desta terça-feira (22) e segue até 23 de maio; montante ultrapassa R$300 milhões e deve ser pago em 2027

A partir desta terça-feira (22), os professores beneficiados pela Ação dos Precatórios já podem realizar consulta no site do ADURN-Sindicato (https://www.adurn.org.br) para saberem sobre os valores a que têm direito se aderirem ao acordo assinado entre a instituição e a Procuradoria Geral Federal (PGF). Os que concordarem, devem ir até a sede da instituição para entregar os documentos exigidos, mediante agendamento de horário. O presidente do ADURN-Sindicato, Oswaldo Negrão, tem reunião agendada para esta quarta-feira (23) na sede do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, para a homologação do documento.

O montante ultrapassa o valor de R$ 300 milhões e deve ser pago em 2027, por depender da previsão na Lei Orçamentária Anual (LOA). O processo estava arquivado, dado como perdido, e foi resgatado pelo escritório Munemassa Advogados, que começou a trabalhar nessa causa logo que assumiu a assessoria jurídica do ADURN-Sindicato, em 2013.

Para os primeiros dias de atendimento, serão priorizadas as pessoas acima de 85 anos. Professores deficientes e acamados podem solicitar o serviço remoto ou domiciliar, conforme estabelecido nos Estatutos do Idoso e da Pessoa com Deficiência. Alguns deles são centenários. O ADURN-Sindicato estabeleceu até o dia 23 de maio para a coleta da documentação individual necessária para, em seguida, dar andamento aos trâmites do acordo.

A expectativa é de que, por dia, sejam realizados em torno de 100 atendimentos, incluindo os docentes e os herdeiros dos 437 que já faleceram. Este número foi atualizado no último levantamento. O horário será corrido – das 9h às 15h, de segunda a sexta-feira.

Para receber os 1.951 beneficiados, o ADURN-Sindicato está organizando uma força-tarefa: contará com o auxílio de uma equipe treinada para a triagem e conferência dos documentos. Após essa etapa, docentes e herdeiros serão encaminhados para as salas, onde serão atendidos por seis advogados do escritório Munemassa Advogados.

“Devido ao cuidado com o sigilo das informações, toda a equipe envolvida assinará um termo de confidencialidade, e o atendimento sobre montantes a serem recebidos e demais detalhes serão informados individualmente pelos advogados em salas fechadas. Estamos nos cercando de todas as precauções necessárias para prestar com segurança os esclarecimentos necessários aos beneficiários”, aponta Oswaldo Negrão, presidente do ADURN-Sindicato.

Além de orientar para que façam o agendamento pelo site, ele reforça também que os docentes atualizem seus dados no cadastro da instituição, para facilitar os encaminhamentos que serão necessários para seguir com o processo. “Para se ter uma ideia, temos no nosso banco de dados apenas o nome de alguns docentes, o que dificulta o contato”, orienta Negrão.

Além da demanda da capital, o ADURN-Sindicato disponibilizará uma equipe para prestar a mesma assistência aos docentes e herdeiros do interior. Desta forma, nos dias 07, 08 e 09 de maio serão atendidos os beneficiários de Currais Novos e Caicó. Os locais nestas cidades para o atendimento ainda estão sendo definidos.

Sobre o acordo

O acordo do processo judicial que ficou conhecido como “Ação dos Precatórios” foi assinado entre o ADURN-Sindicato e a Procuradoria Geral Federal (PGF) no último dia 03 de abril, em Brasília/DF. Com 34 anos, é considerado o mais antigo em tramitação na Justiça do Trabalho do Rio Grande do Norte. Beneficia 1.951 professores que sofreram perdas salariais decorrentes dos Planos Econômicos Bresser e Verão, implantados pelo Governo Federal nos anos 1987 e 1989, respectivamente.

O documento pactuado entre o ADURN-Sindicato e a PGF prevê um deságio de 40% sobre o valor atualizado da ação. Ainda assim, o montante a ser pago em conformidade com o acordo é maior do que o valor atualmente homologado pela Justiça Trabalhista.

Isso só foi possível graças ao índice aplicado nos termos do acordo: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – Especial (IPCA-E). No processo, o índice de correção foi a Taxa Referencial (TR).

Apesar de a ação ser coletiva, cada um dos 1.951 beneficiários poderá escolher pela adesão ao acordo ou não. Se optar por seguir com o processo, o docente ou herdeiro deverá aguardar os incidentes processuais e possíveis desdobramentos jurídicos.

SERVIÇO

O quê: Atendimento aos beneficiados da Ação dos Precatórios
Onde: Sede do ADURN-Sindicato
Quando: A partir de terça-feira (22) | Das 9h às 15h, de segunda a sexta-feira
Agendamento: Atendimento em domicílio: (84) 3211-9236 | Atendimento presencial: https://www.adurn.org.br/
Mais informações: contato@adurn.org.br

Foto: Divulgação/Adurn-Sindicato

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Ação dos Precatórios: professores beneficiados já podem consultar valores Read More »

OAB quer derrubar medida que barrou entrada de celulares no STF

OAB quer derrubar medida que barrou entrada de celulares no STF

Jornalistas e advogados foram informados da restrição nesta terça

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou nesta terça-feira (22) que vai pedir a revogação da medida do Supremo Tribunal Federal (STF) que barrou a entrada de celulares no plenário da Primeira Turma durante o julgamento do núcleo 2 da trama golpista.

Na manhã de hoje, ao chegarem para acompanhar a sessão, os advogados do caso e os jornalistas que fizeram a cobertura do julgamento foram informados pelos seguranças do STF que os aparelhos estavam vetados durante a sessão e deveriam ficar guardados em envelopes lacrados na portaria do plenário.

Em nota divulgada à imprensa, o presidente da OAB, Beto Simonetti, disse que recebeu a medida com surpresa e irresignação e informou que vai pedir a revogação da proibição ao presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin.

“A OAB reconhece a importância da segurança e da ordem nos julgamentos. No entanto, o uso de aparelhos para gravação de áudio e vídeo em sessões públicas é amparado por lei e constitui prerrogativa da advocacia, não podendo ser restringido sem fundamento legal claro e específico. Eventuais excessos devem ser apurados com responsabilização individualizada, sem prejuízo das garantias institucionais”, declarou o presidente.

O STF informou que a medida foi tomada após o descumprimento da proibição de gravação de imagens dentro do plenário durante o julgamento do núcleo 1, realizado no mês passado, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros investigados se tornaram réus.

Além disso, Felipe Martins, ex-assessor de assuntos internacionais de Bolsonaro, um dos réus do núcleo 2, estava proibido pelo ministro Alexandre de Moraes de ser filmado ou fotografado durante o julgamento.

Núcleo 2

O grupo é composto por seis denunciados, todos acusados de organizar ações para “sustentar a permanência ilegítima” de Bolsonaro no poder, em 2022.

São eles o delegado da Polícia Federal Fernando de Sousa Oliveira; o ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República Filipe Garcia Martins Pereira; o coronel da reserva do Exército e ex-assessor da Presidência da República Marcelo Costa Câmara; a delegada da Polícia Federal Marília Ferreira de Alencar; o general da reserva do Exército e ex-secretário Executivo da PR Mário Fernandes, e o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques.

Entre as acusações estão a elaboração de minuta de decreto para justificar juridicamente o golpe de Estado no final do governo de Jair Bolsonaro; o monitoramento do ministro do STF Alexandre de Moraes e ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar a circulação de eleitores do Nordeste durante o pleito de 2022.

Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

OAB quer derrubar medida que barrou entrada de celulares no STF Read More »

Por unanimidade, STF torna réus mais 6 denunciados por trama golpista

Por unanimidade, STF torna réus mais 6 denunciados por trama golpista

Placar pelo recebimento da denúncia foi obtido com o voto de Moraes

Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (22) tornar réus seis denunciados do núcleo 2 da trama golpista. São eles:

  • Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do então presidente Jair Bolsonaro;
  • Marcelo Câmara, também ex-assessor de Bolsonaro;
  • Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal;
  • Mário Fernandes, general da reserva;
  • Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça;
  • Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça.

Com a decisão, os acusados do núcleo passam a responder a uma ação penal pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

O placar de 5 votos a 0 pelo recebimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi obtido com o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes. Ele foi acompanhado pelos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin.

Durante o julgamento, Alexandre de Moraes apresentou seu voto por tópicos e concordou com as acusações da PGR.

O ministro citou a participação dos denunciados na elaboração da minuta do golpe, documento no qual justificam a decretação de estado de sítio, a operação de Garantia da Lei e de Ordem (GLO) pelas Forças Armadas, além do plano “Punhal Verde Amarelo” para matar Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e as ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar a circulação de eleitores do Nordeste durante as eleições de 2022.

Ações da PRF nas eleições: O ministro concordou com a acusação da PGR e disse que Silvinei Vasques, Marília de Alencar e Fernando de Sousa atuaram para viabilizar as operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar a circulação de eleitores do Nordeste no segundo turno do pleito de 2022.

Segundo o ministro, Marília e Fernando produziram informações sobre os locais onde Bolsonaro obteve baixa votação no primeiro turno das eleições. Com base nas planilhas, a PRF realizou as operações.

Plano Punhal Verde Amarelo: Moraes também citou que o plano foi apreendido com o general da reserva Mário Fernandes e previa “ações para neutralizar” e matar o próprio ministro, além de Lula e Alckmin. Segundo as investigações, o plano foi impresso no Palácio do Planalto para iniciar as tratativas com Bolsonaro.

“Não há dúvida sobre a violência praticada. Cada um dos denunciados terá toda a ação penal para provar que eles não participaram, mas não é possível negar que houve, no dia 8 de janeiro de 2023, a tentativa de golpe de Estado”, afirmou.

Minuta do golpe: O relator também destacou que Bolsonaro tinha conhecimento da minuta do golpe, que foi apreendida pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

“O próprio réu, Jair Bolsonaro, logo após o recebimento da denúncia por esta turma, em entrevista coletiva, disse que recebeu a minuta do golpe, manuseou e analisou porque iria pensar sobre a decretação de um estado de sítio ou de defesa. O que importa é que não há mais dúvida de que essa minuta passou a mão em mão, chegando ao presidente da República”, disse.

Próximos passos

Com a abertura do processo criminal, os acusados passam a responder pelos seguintes crimes:

  • organização criminosa armada,
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito,
  • golpe de Estado,
  • dano qualificado pela violência,
  • grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

A ação penal também marca o início da instrução processual, fase na qual os advogados poderão indicar testemunhas e pedir a produção de novas provas para comprovar as teses de defesa. Os acusados também serão interrogados ao final dessa fase. Os trabalhos serão conduzidos pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes.

Após o fim da instrução, o julgamento será marcado e os ministros vão decidir se os acusados serão condenados à prisão ou absolvidos. Não há data definida para o julgamento.

Até o momento, somente as denúncias contra os núcleos 1 e 2 foram julgadas, totalizando 14 réus. No mês passado, por unanimidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete acusados viraram réus. Ainda serão analisadas as denúncias contra os núcleos 3,4 e 5.

Defesas

Durante a primeira parte do julgamento, realizada nesta manhã, os advogados dos denunciados negaram as acusações e qualquer ligação com a trama golpista.

Foto: Antonio Augusto/STF

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Por unanimidade, STF torna réus mais 6 denunciados por trama golpista Read More »

STF decide se mais seis denunciados pela trama golpista viram réus

STF decide se mais seis denunciados pela trama golpista viram réus

Julgamento está marcado para esta terça-feira na Primeira Turma

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (22) o julgamento que vai decidir se seis denunciados do núcleo 2 da trama golpista se tornarão réus.

Fazem parte desse núcleo Filipe Martins (ex-assessor de Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro); Marcelo Câmara (ex-assessor de Bolsonaro); Silvinei Vasques (ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal); Mário Fernandes (general de Exército); Marília de Alencar (ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça) e Fernando de Sousa Oliveira (ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça), ambos ligados ao ex-ministro Anderson Torres, que já se tornou réu.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), eles são acusados de organizar ações para “sustentar a tentativa de permanência ilegítima” de Bolsonaro no poder.

Entre as acusações, estão a elaboração da minuta do golpe, documento para justificar juridicamente a tentativa de golpe de Estado no final do governo Bolsonaro, o monitoramento do ministro do STF Alexandre de Moraes e ações da Polícia Rodoviária Federal para dificultar a circulação de eleitores do Nordeste durante as eleições de 2022.

Sessão

A sessão está prevista para começar às 9h30 e deve ter uma pausa para o almoço. Às 14h, o julgamento recomeça. A turma também programou uma sessão na manhã de quarta-feira (23) para finalizar a análise do caso.

Se a denúncia for aceita pela maioria dos ministros, os acusados se tornarão réus e vão responder a uma ação penal, que vai terminar com a absolvição ou condenação.

Crimes

A PGR apontou que os acusados cometeram cinco crimes contra a democracia:

  • Organização criminosa armada (3 a 8 anos de prisão);
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (4 a 8 anos de prisão);
  • Golpe de Estado (4 a 12 anos);
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça (seis meses e 3 anos de prisão);
  • Deterioração de patrimônio tombado (1 a 3 anos).

A pena máxima para as condutas ultrapassa 30 anos de prisão.

Primeira Turma

O caso será julgado pela Primeira Turma do Supremo, colegiado que é composto pelo relator da denúncia, Alexandre de Moraes, e pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Pelo regimento interno da Corte, cabe às duas turmas do tribunal julgar ações penais. Como o relator faz parte da Primeira Turma, a acusação será julgada pelo colegiado.

Até o momento, somente a denúncia contra o núcleo 1 foi julgada. No mês passado, por unanimidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete acusados viraram réus. Faltam mais três denúncias para serem julgadas.

Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

STF decide se mais seis denunciados pela trama golpista viram réus Read More »

STF rebate críticas da The Economist e defende atuação de Alexandre de Moraes

STF rebate críticas da The Economist e defende atuação de Alexandre de Moraes

Corte nega crise de confiança apontada pela revista britânica e afirma que decisões seguiram o devido processo legal e foram ratificadas pelos ministros

O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nota oficial neste sábado (19.abr.2025) em resposta a críticas publicadas pela revista britânica The Economist, que apontou supostos “poderes excessivos” do ministro Alexandre de Moraes e questionou a credibilidade da Corte junto à população brasileira.

Assinada pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, a nota rebate a análise da publicação e afirma que o Brasil vive uma democracia com funcionamento pleno das instituições e respeito aos direitos fundamentais. O documento ainda afirma que o conteúdo da revista se alinha à narrativa de grupos que tentaram um golpe de Estado no país.

A reportagem da The Economist avaliou que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Primeira Turma do STF, e não pelo plenário, poderia agravar uma suposta crise de confiança no Judiciário. Também foram citadas críticas aos ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e ao próprio Barroso.

Respostas do STF

O STF reiterou que o julgamento de ações penais contra autoridades segue o rito previsto no Código de Processo Penal, o qual determina que os casos sejam analisados pelas turmas, e não pelo plenário. “Mudar isso é que seria excepcional”, destacou a Corte.

Sobre a sugestão de afastar Alexandre de Moraes do julgamento de Bolsonaro, Barroso afirmou que o ex-presidente atacou diversos ministros da Corte e que “se a suposta animosidade pudesse ser critério de suspeição, bastaria o réu atacar o tribunal para não ser julgado”.

O presidente do STF também refutou a ideia de que Moraes age de forma isolada. Segundo ele, as decisões monocráticas do ministro foram posteriormente validadas pelo plenário, incluindo a suspensão do X (antigo Twitter), motivada pela ausência de representante legal da empresa no Brasil.

Dados de confiança

Para sustentar que não há crise institucional, o STF citou uma pesquisa do instituto Datafolha divulgada em março de 2024. Segundo o levantamento, 21% dos entrevistados disseram confiar muito no STF, 44% confiam um pouco e 30% não confiam. Para Barroso, esses dados demonstram que a maioria da população mantém algum nível de confiança na instituição.

A nota também relembrou episódios recentes de ameaças à democracia brasileira, como os ataques de 8 de janeiro de 2023 aos Três Poderes, planos de atentado contra autoridades e tentativas de explosão de bomba no STF.

Foto: Antonio Augusto/STF / Nelson Jr./SCO/STF

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

STF rebate críticas da The Economist e defende atuação de Alexandre de Moraes Read More »

CNJ afasta desembargador por mensagens públicas de apoio a Bolsonaro

CNJ afasta desembargador por mensagens públicas de apoio a Bolsonaro

Conselheiros reduziram período de afastamento de 90 para 60 dias

O plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afastou por 60 dias o desembargador Marcelo Lima Buhatem, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, pela publicação de mensagens político-partidárias nas redes sociais. Pela decisão, Buhatem fica em disponibilidade, afastado de suas funções, mas continua recebendo vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.

O desembargador, que respondia a processo administrativo disciplinar por possíveis infrações, foi acusado de tráfico de influência, paralisação irregular de processos e de não comunicar suspeição em processos onde uma familiar atuava como advogada. No entanto, o relator do processo, conselheiro Alexandre Teixeira, defendeu punição apenas para as publicações político-partidárias, por entender que não há provas de conduta ilícita nas outras acusações.

Buhatem compartilhou por diversas vezes publicações de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro em seu perfil na rede Linkedin. Além disso, conforme noticiado pela imprensa, o desembargador aparece em uma foto, jantando com o ex-presidente e sua comitiva durante uma viagem a Dubai. Ele também enviou mensagem a uma lista de transmissão no WhatsApp associando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à facção criminosa Comando Vermelho.

Segundo a defesa do desembargador, ele apenas “curtiu” postagens institucionais feitas pelo então presidente Jair Bolsonaro, “sem tecer manifestação pessoal sobre o conteúdo das publicações em redes sociais”. O plenário do CNJ entendeu, no entanto, que as mensagens tiveram grande alcance e fomentaram a desconfiança social acerca da justiça, segurança e transparência das eleições.

O relator do processo votou pelo afastamento por 90 dias, mas a maioria dos conselheiros decidiu reduzir a pena a 60 dias, acompanhando a punição aplicada em casos semelhantes. O acórdão da votação destaca que “as mensagens divulgadas pelo desembargador em seus perfis nas redes sociais caracterizam indevida publicidade de preferência político-partidária, conduta imprópria, nos termos da Constituição Federal e das demais normas legais e regulamentares que disciplinam os deveres da magistratura”.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

CNJ afasta desembargador por mensagens públicas de apoio a Bolsonaro Read More »

ABC consegue liberação e torcida geral poderá acompanhar jogo contra o CSA no Frasqueirão

ABC consegue liberação e torcida geral poderá acompanhar jogo contra o CSA no Frasqueirão

Partida da Série C, que antes teria público restrito, será aberta ao público geral após atuação da diretoria alvinegra

O ABC Futebol Clube anunciou nesta segunda-feira (15.abr.2025) a reversão da punição que limitava o acesso da torcida ao jogo contra o CSA, pela segunda rodada da Série C do Campeonato Brasileiro. Com a decisão, o público geral está autorizado a comparecer ao Estádio Frasqueirão na próxima segunda-feira (21.abr), às 19h30, para acompanhar a estreia do clube como mandante na competição.

Inicialmente, a partida seria realizada com restrição de público, permitindo o acesso apenas de mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência (PCDs). A medida foi determinada em razão dos incidentes registrados no confronto contra o Remo/PA, ainda pela temporada de 2024, quando houve invasão de campo por parte de torcedores.

A diretoria do ABC atuou nos bastidores para reverter a decisão. Segundo o clube, foram apresentadas justificativas e medidas de segurança junto aos órgãos competentes, o que permitiu a liberação da presença da torcida em sua totalidade.

Em publicação nas redes sociais, o clube celebrou a liberação e convocou os torcedores a lotar o Frasqueirão: “Agora, o Alvinegro conta com a força da Maior Torcida do Rio Grande do Norte pra lotar a nossa casa e empurrar o Clube do Povo rumo à vitória”, diz o comunicado.

A venda de ingressos deve ser iniciada ainda nesta semana, com detalhes sobre valores, pontos de venda e condições especiais sendo divulgados nos canais oficiais do clube. A expectativa da diretoria é de casa cheia, aproveitando o retorno da torcida e o clima de recomeço na Série C.

O jogo contra o CSA é considerado estratégico para o ABC, que busca uma recuperação após uma temporada marcada por rebaixamento e reestruturação interna. A presença da torcida é vista como um reforço emocional importante para os jogadores e comissão técnica.

A liberação total do público também traz implicações financeiras positivas para o clube, uma vez que amplia a arrecadação com bilheteria e movimenta o comércio local nos dias de jogos. A segurança no estádio será reforçada, com o apoio da Polícia Militar e vigilância privada contratada pelo clube.

O ABC segue sua preparação para o confronto com treinos no CT Alberi Ferreira de Matos, sob o comando do técnico Rafael Lacerda. A escalação oficial será divulgada na véspera da partida.

Foto: Rennê Carvalho/ABC F.C.

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

ABC consegue liberação e torcida geral poderá acompanhar jogo contra o CSA no Frasqueirão Read More »

Glaucio Garcia é nomeado procurador-geral de Justiça do RN para o biênio 2025-2027

Glaucio Garcia é nomeado procurador-geral de Justiça do RN para o biênio 2025-2027

Nomeação do novo chefe do Ministério Público do RN foi publicada no Diário Oficial; posse será em junho

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, nomeou o promotor de Justiça Glaucio Pinto Garcia para exercer o cargo de procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) no biênio 2025-2027. A nomeação foi publicada na edição desta quinta-feira (17.abr.2025) do Diário Oficial do Estado.

A escolha seguiu o resultado da eleição interna realizada pelo MPRN, em que Glaucio Garcia obteve 118 votos. A promotora de Justiça Iara Pinheiro, que também concorreu ao cargo, desistiu da disputa antes do envio da lista tríplice à governadora. Após a homologação do resultado pelo Colégio de Procuradores de Justiça (CPJ), a nomeação de Garcia foi oficializada.

A cerimônia de posse está prevista para o dia 18 de junho de 2025.

Trajetória profissional no Ministério Público

Natural de Jequié, na Bahia, Glaucio Pinto Garcia tem 52 anos e ingressou no MPRN em 2010 como promotor de Justiça substituto. De 8 de julho de 2010 a 12 de maio de 2011, atuou nessa função, sendo posteriormente promovido para a Promotoria de Justiça de São Bento do Norte, onde permaneceu até janeiro de 2013.

Em seguida, foi transferido para a Promotoria de Justiça de Jardim do Seridó, atuando entre janeiro de 2013 e setembro de 2021. Depois, assumiu a Promotoria de Justiça de Tangará, cargo que ocupou até fevereiro de 2024. Desde então, atua na 2ª Promotoria de Justiça de João Câmara.

Ao longo da carreira, Glaucio Garcia também acumulou funções administrativas no MPRN. Entre 2017 e 2021, coordenou o Centro de Apoio Operacional às Promotorias Criminais (Caop Criminal). Em fevereiro de 2019, foi designado para coordenar ações do Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o MPRN, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Governo do Estado, voltado à Política Nacional de Trabalho no Sistema Prisional.

O novo procurador-geral de Justiça também já foi diretor regional da Associação do Ministério Público do RN (Ampern), secretário executivo do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG) e colaborador da Corregedoria Nacional do Ministério Público.

Atualmente, ocupa o cargo de procurador-geral adjunto, função que deixará para assumir a chefia do MPRN.

Procuradora-geral adjunta

Glaucio Garcia anunciou que Juliana Limeira Teixeira será a procuradora-geral de Justiça adjunta durante sua gestão. Ela é promotora titular da 1ª Promotoria de Justiça de Parnamirim.

Declaração do novo procurador-geral

Em nota divulgada pelo MPRN, Glaucio Garcia agradeceu a confiança dos membros do Ministério Público do Estado e afirmou que irá se dedicar à nova função. “Sei do tamanho do desafio e da responsabilidade que nos aguarda. Mas teremos ao nosso lado profissionais capacitados e dedicados para fazer o MPRN seguir avançando”, declarou.

Foto: Divulgação/MPRN

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Glaucio Garcia é nomeado procurador-geral de Justiça do RN para o biênio 2025-2027 Read More »

Para maioria da 2ª turma, Deolane não pode depor em CPI das Bets

Para maioria da 2ª turma, Deolane não pode depor em CPI das Bets

Influenciadora foi convocada como testemunha, mas é investigada

A maioria dos ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta segunda-feira (14) manter a decisão que barrou o depoimento da influenciadora Deolane Bezerra na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, aberta pelo Senado.

A oitiva estava prevista para a última quinta-feira (10), mas foi inviabilizada por uma decisão proferida pelo ministro André Mendonça.

Na semana passada, Mendonça concedeu liminar solicitada pela defesa e entendeu que Deolane é investigada pela Policia Civil de Pernambuco. Dessa forma, ela não está na condição de testemunha, como definiu a CPI.

Pelo entendimento, a influenciadora pode exercer o direito à não autoincriminação e deixar de comparecer ao depoimento.

Após a decisão, a CPI entrou com recurso no Supremo, e o julgamento virtual foi iniciado nesta terça-feira.

Placar da votação

Além de André Mendonça, que reafirmou seu entendimento, os ministros Edson Fachin e Nunes Marques também votaram no mesmo sentido.

Ainda falta o voto de Gilmar Mendes, e Dias Toffoli se declarou suspeito e não participa o julgamento. A votação será finalizada amanhã, às 23h59.

No ano passado, André Mendonça também barrou o depoimento de Deolane em outra comissão, a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado, pelo mesmo motivo.

Deolane é investigada pela Operação Integration, da Polícia Civil de Pernambuco. A influenciadora é acusada de criar um site de apostas para lavar dinheiro de jogos ilegais. A ação foi desencadeada contra uma quadrilha suspeita de movimentar cerca de R$ 3 bilhões em um esquema de lavagem de dinheiro de jogos de azar. A influenciadora nega as acusações.

Foto: Reprodução/Redes Sociais / Fellipe Sampaio/SCO/STF

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Para maioria da 2ª turma, Deolane não pode depor em CPI das Bets Read More »

STF suspende todas as ações do país sobre pejotização de trabalhadores

STF suspende todas as ações do país sobre pejotização de trabalhadores

Decisão foi tomada pelo ministro Gilmar Mendes

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (14) suspender a tramitação de todos os processos na Justiça brasileira que discutam a legalidade da chamada “pejotização”, em que empresas contratam prestadores de serviços como pessoa jurídica, evitando criar uma relação de vínculo empregatício formal.

A decisão foi tomada após o Supremo ter reconhecido, em votação terminada no último sábado (12) (Tema 1389) a repercussão geral do assunto. Isso quer dizer que os ministros selecionaram um processo do tipo para que seu desfecho sirva de parâmetro para todos os casos semelhantes, unificando o entendimento da Justiça brasileira como um todo.

O tema tem colocado o Supremo em rota de colisão com a Justiça Trabalhista ao menos desde 2018, quando a Corte julgou ser inconstitucional uma súmula do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que barrava a pejotização.

Na ocasião, o Supremo decidiu, por maioria, liberar as empresas brasileiras, privadas ou públicas, para terceirizarem até mesmo suas atividades fim, e não só serviços de apoio como limpeza e vigilância. Desde então, esse entendimento tem embasado milhares de decisões dos ministros da Corte para derrubar vínculos empregatícios reconhecidos pela Justiça Trabalhista.

Para a corrente majoritária do Supremo, a decisão sobre terceirização garante a atualização das relações de trabalho para uma nova realidade laboral, conferindo maior “liberdade de organização produtiva dos cidadãos” e validando “diferentes formas de divisão do trabalho”, conforme escrito por Gilmar Mendes, relator do tema na Corte.

Ao reconhecer a repercussão geral do assunto, Mendes frisou o grande volume de recursos que chegam ao Supremo todos os anos, do tipo chamado reclamação constitucional, em que empresas buscam reverter o reconhecimento de vínculos trabalhistas, alegando descumprimento da decisão da corte sobre a terceirização irrestrita.

O ministro deu como exemplo o primeiro semestre de 2024, período no qual foram julgadas pelas duas turmas do Supremo mais de 460 reclamações “que envolviam decisões da Justiça do Trabalho que, em maior ou menor grau, restringiam a liberdade de organização produtiva”, descreveu Mendes. No mesmo período, foram 1.280 decisões monocráticas (individuais) sobre o assunto.

“Conforme evidenciado, o descumprimento sistemático da orientação do Supremo Tribunal Federal pela Justiça do Trabalho tem contribuído para um cenário de grande insegurança jurídica, resultando na multiplicação de demandas que chegam ao STF, transformando-o, na prática, em instância revisora de decisões trabalhistas”, escreveu Mendes na decisão desta segunda.

O recurso que servirá de paradigma sobre o assunto trata do reconhecimento de vínculo empregatício entre um corretor de seguros franqueado e uma grande seguradora, mas Mendes destacou que uma eventual tese de repercussão geral deverá ter alcance amplo, considerando todas as modalidades de contratação de trabalhador autônomo ou pessoa jurídica para a prestação de serviços.

“É fundamental abordar a controvérsia de maneira ampla, considerando todas as modalidades de contratação civil/comercial. Isso inclui, por exemplo, contratos com representantes comerciais, corretores de imóveis, advogados associados, profissionais da saúde, artistas, profissionais da área de TI, motoboys, entregadores, entre outros”, afirmou o ministro-relator.

Não há data definida para que o Supremo paute o processo para julgamento pelo plenário. Quando isso ocorrer, os ministros deverão decidir sobre três pontos já pré-definidos:

1) Se a Justiça do Trabalho é a única competente para julgar as causas em que se discute a fraude no contrato civil de prestação de serviços;

2) Se é legal que empresas contratem trabalhador autônomo ou pessoa jurídica para a prestação de serviços, à luz do entendimento firmado pelo STF no julgamento sobre a terceirização de atividade-fim.

3) Definir se cabe ao empregado ou ao empregador o ônus de provar se um contrato de prestação de serviços foi firmado com o objetivo de fraudar as relações trabalhistas ou não.

Uberização

O tema da pejotização está relacionado também ao fenômeno chamado “uberização”, que trata da prestação de serviços por autônomos via aplicativos para celular, como é o caso dos motoristas da plataforma Uber, por exemplo.

Em fevereiro do ano passado, o Supremo já havia reconhecido a repercussão geral num recurso sobre uberização, no qual deve definir se há ou não vínculo de emprego formal entre motoristas de aplicativos de transportes e as empresas responsáveis pelas plataformas (Tema 1291).

Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF / Nelson Jr/SCO/STF

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

STF suspende todas as ações do país sobre pejotização de trabalhadores Read More »

Por unanimidade, STF mantém condenações por incêndio na boate Kiss

Por unanimidade, STF mantém condenações por incêndio na boate Kiss

Ex-sócios da boate, músico e produtor de banda foram condenados

Todos os ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram nesta sexta-feira (11) para manter as condenações de quatro condenados pelo incêndio na Boate Kiss, ocorrido em 2013, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e que deixou 242 mortos e mais de 600 feridos.

O caso foi julgado em sessão virtual, que começou na semana passada. Hoje, os votos foram proferidos pelo relator, ministro Dias Toffoli, que foi acompanhado pelos ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Nunes Marques e André Mendonça.

Os cinco ministros do colegiado se manifestaram contra os recursos dos acusados para reverter a decisão do STF que manteve as condenações decididas pelo Tribunal do Júri e determinou a prisão dos envolvidos.

Com a decisão, ficam mantidas as condenações dos ex-sócios da boate Elissandro Callegaro Spohr (22 anos e seis meses de prisão) e Mauro Londero Hoffmann (19 anos e seis meses), além do vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor musical Luciano Bonilha. Ambos foram condenados a 18 anos de prisão.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil/Arquivo

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Por unanimidade, STF mantém condenações por incêndio na boate Kiss Read More »

Moraes nega pedido de Silveira para trabalhar e estudar fora da prisão

Moraes nega pedido de Silveira para trabalhar e estudar fora da prisão

Ex-deputado queria fazer aulas em faculdade e trabalhar em academia

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quarta-feira (9) negar o pedido do ex-deputado federal Daniel Silveira para trabalhar e estudar fora da prisão.

A decisão do ministro foi motivada por um pedido de trabalho externo feito pela defesa do ex-parlamentar, que está preso no Rio de Janeiro, em regime semiaberto. A íntegra da decisão ainda não foi divulgada.

“Diante do exposto, com base no artigo 21 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, indefiro o pedido da defesa de concessão de autorização de trabalho e estudo externos”, decidiu o ministro.

Pedido

De acordo com o pedido dos advogados, Daniel Silveira pretendia trabalhar e estudar no período entre 5h30 e 22h30 e retornar à Colônia Penal de Magé (RJ), onde está preso.

Durante as horas em que ficaria fora do presídio, a defesa disse que ele iria estudar em uma faculdade e trabalhar no setor administrativo de uma academia.

“O requerente não é um criminoso de alta periculosidade, apenas cometeu o pecado de falar demais no calor da emoção, assim não oferece nenhum risco à sociedade e muito menos ao eminente relator”, disse a defesa.

Condenação

Em 2023, Silveira foi condenado pela Corte a oito anos e nove meses de prisão pelos crimes de tentativa de impedir o livre exercício dos poderes e coação no curso do processo ao proferir ofensas e ameaças contra os ministros do STF.

Em dezembro de 2024, ele perdeu o livramento condicional após quebrar a cautelar determinada por Alexandre de Moraes para cumprir recolhimento noturno após às 22h.

Foto: João Ricardo/PTB na Câmara

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Moraes nega pedido de Silveira para trabalhar e estudar fora da prisão Read More »

AGU pede investigação de deputado por declarações contra Lula

AGU pede investigação de deputado por declarações contra Lula

Durante sessão, Gilvan da Federal (PL-ES) desejou morte do presidente

A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou uma notícia de fato à Polícia Federal (PF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando providências cabíveis contra o deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES). Durante sessão da Comissão de Segurança Pública, na Câmara dos Deputados, o parlamentar desejou a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A declaração foi feita ao comentar a ausência de provas acerca dos planos de assassinatos de Lula, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em 2022. O plano foi descrito em denúncia oferecida pela PGR contra acusados de tentativa de golpe de Estado, em fevereiro deste ano.

“Por mim, eu quero mais é que o Lula morra! Eu quero que ele vá para o quinto dos infernos! É um direito meu. Não vou dizer que vou matar o cara, mas quero que ele morra! Quero que vá para o quinto dos infernos, porque nem o diabo quer o Lula. É por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer… tomara que tenha um ataque cardíaco. Porque nem o diabo quer essa desgraça desse presidente que está afundando nosso país. E eu quero mais é que ele morra mesmo. Que andem desarmados. Não quer desarmar cidadão de bem? Que ele ande com seus seguranças desarmados”, disse o deputado durante sessão.

Entre as providências solicitadas pela AGU está uma possível investigação criminal. Em tese, segundo a AGU, as declarações podem configurar os crimes de incitação ao crime (artigo 286 do Código Penal) e ameaça (artigo 147 do Código Penal).

É preciso apurar, segundo a AGU, se as declarações “excedem ou não os limites da imunidade parlamentar, de acordo com o Artigo 53 da Constituição Federal, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que tem entendido que a imunidade material não protege manifestações que configurem crimes contra a honra ou incitação à violência, especialmente quando se voltarem contra instituições democráticas ou agentes públicos investidos em função de Estado. (STF, Inq 4.781)”, informa o documento da AGU.

Na mesma sessão em que Gilvan da Federal desejou a morte de Lula, os deputados da Comissão de Segurança Pública aprovaram o Projeto de Lei n. 4012/23, que veda o uso de armas de fogo pelos agentes da segurança pessoal do presidente da República e dos ministros de Estado.

A AGU também determinou a imediata instauração de procedimento administrativo interno para apurar o fato, ressaltando que as providências adotadas “visam à salvaguarda da integridade das instituições republicanas e do Estado Democrático de Direito”.

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

AGU pede investigação de deputado por declarações contra Lula Read More »

TRE-GO afasta inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado

TRE-GO afasta inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado

Ele havia sido condenado por abuso de poder político

O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) decidiu nessa terça-feira (8), por unanimidade, derrubar a inelegibilidade do governador do estado, Ronaldo Caiado (União). Ele havia recebido a punição após ter sido condenado por abuso de poder político, em dezembro do ano passado.

A segunda instância da Justiça Eleitoral manteve, contudo, a aplicação de multa de R$ 60 mil ao governador, pela prática de condutas vedadas durante as eleições municipais de 2024. Ainda cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), motivo pelo qual a decisão não produz efeitos imediatos.

Entenda

Caiado havia sido condenado pela juíza Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia. Ela considerou que Caiado violou a legislação ao utilizar a sede do governo estadual para eventos ligados à campanha de seu aliado Sandro Mabel (União), atual prefeito de Goiânia, em outubro do ano passado, logo após o 1º turno de votação.

Além de caiado, a juíza condenou Mabel e sua vice, Cláudia Lira (Avante), cassando a chapa vencedora. Todos receberam a mesma pena de inelegibilidade mais multa.

A magistrada destacou que, nos dois eventos no Palácio das Esmeraldas, o prédio histórico foi decorado com as cores da campanha de Mabel, e foram servidas comida e bebida a convidados.

A ação de investigação judicial eleitoral (Aije) sobre o caso foi aberta após representação de Fred Rodrigues (PL), candidato derrotado por Mabel na disputa pela prefeitura da capital goiana.

Defesa

As defesas dos condenados entraram com recurso, alegando que os encontros foram regulares e fechados a um grupo restrito de pessoas, sem grande impacto eleitoral. Ao julgar o apelo, os desembargadores do TRE-GO acolheram parte dos argumentos, mantendo a condenação de Caiado e Mabel, mas afastando a pena de inelegibilidade.

Ao votar, o presidente do TRE-GO, Luiz Cláudio Veiga Braga, afirmou que, a seu ver, a pena de inelegibilidade “fora empregada sem nenhuma razoabilidade”. O relator, desembargador José Mendonça Carvalho Neto, apontou irregularidades nos eventos em apoio a Mabel, mas entendeu que não tiveram alcance para comprometer o pleito.

Ao final, os desembargadores seguiram parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE). O órgão entendeu que a pena de inelegibilidade foi excessiva no caso, ainda que as condutas apuradas possam ser alvo de multa.

O afastamento da inelegibilidade de Caiado ocorre poucos dias depois do político ter se lançado como pré-candidato na corrida presidencial de 2026, em evento realizado em Goiânia.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado / Moreira Mariz/Agência Senado / Edilson Rodrigues/Agência Senado

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

TRE-GO afasta inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado Read More »

Família será indenizada após morte de paciente em UPA de Macaíba

Família será indenizada após morte de paciente em UPA de Macaíba

Justiça responsabiliza município por negligência no diagnóstico de dengue que levou paciente a óbito

O Município de Macaíba, na Região Metropolitana de Natal, foi condenado a indenizar a família de um homem que morreu após receber atendimento inadequado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) local. A decisão, proferida pelo juiz Witemburgo Gonçalves, da 1ª Vara da Comarca de Macaíba, determinou o pagamento de R$ 40 mil por danos morais, além de custas processuais.

De acordo com o processo, movido pela esposa da vítima, o paciente procurou a UPA com sintomas como febre e dores no corpo, mas foi liberado sem exames complementares. No dia seguinte, ao retornar, recebeu um diagnóstico inicial de síndrome viral, que só mais tarde foi confirmado como dengue.

A ação judicial destacou que o homem recebeu medicação inadequada (Tenoxicam, contraindicada para suspeita de dengue) e que houve demora no reconhecimento da gravidade do caso. Três dias após a primeira busca por atendimento, ele faleceu no Hospital Giselda Trigueiro, em Natal.

Defesa do município foi rejeitada pela Justiça

Em sua defesa, a Prefeitura de Macaíba argumentou que a gestão da UPA seria responsabilidade do Estado e da União, além de afirmar que os profissionais seguiram os protocolos médicos adequados. O município também alegou que a morte decorreu de complicações naturais da doença, sem relação com eventual negligência.

No entanto, o juiz rejeitou os argumentos, citando jurisprudência do STF e do STJ que estabelece a responsabilidade objetiva do Poder Público em casos de falha na prestação de serviços essenciais.

Negligência no diagnóstico e medicamento inadequado

A sentença destacou que:

  • O paciente não teve um diagnóstico precoce correto;
  • Recebeu um remédio contraindicado para dengue;
  • A equipe médica não solicitou exames imediatamente, retardando o tratamento adequado.

O magistrado afirmou que, se houvesse uma avaliação clínica mais cuidadosa, o homem poderia ter sido encaminhado a uma unidade de urgência com estrutura para tratar o agravamento da dengue.

Valor da indenização e correção monetária

Além dos R$ 40 mil em danos morais, o município deverá pagar juros pela taxa SELIC desde a data da decisão, além de custas processuais e honorários advocatícios equivalentes a 10% do valor da condenação.

Foto: Edeilson Morais/Prefeitura de Macaíba / KATRIN BOLOVTSOVA/Pexels/Ilustração

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Família será indenizada após morte de paciente em UPA de Macaíba Read More »

Ministro Juscelino Filho é denunciado pela PGR; Lula já prometeu afastar ministro caso houvesse denúncia

Ministro Juscelino Filho é denunciado pela PGR; Lula já prometeu afastar ministro caso houvesse denúncia

Suposto desvio de emendas parlamentares motiva denúncia no STF; presidente havia condicionado permanência no cargo à ausência de acusação formal

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta participação em um esquema de desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro, quando ainda exercia mandato como deputado federal. A denúncia foi protocolada na última semana e enviada ao ministro Flávio Dino, relator do caso no Supremo.

A acusação formal tem como base investigações da Polícia Federal (PF) e de órgãos de controle como a Controladoria-Geral da União (CGU), e envolve a destinação de recursos de emendas parlamentares para obras de pavimentação que teriam beneficiado diretamente propriedades da família do ministro, localizadas no município de Vitorino Freire (MA), cuja prefeita é Luanna Rezende, irmã de Juscelino.

A denúncia tramita sob sigilo judicial, mas foi confirmada por fontes da Agência Brasil e pelo portal UOL, que divulgou inicialmente a informação. O processo teve origem em reportagens publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, que revelaram o uso de emendas do orçamento secreto para asfaltamento de estradas com acesso a uma fazenda da família do ministro, no interior do Maranhão.

Investigação aponta contratação de empresa de fachada e repasses milionários

Segundo relatório da PF, Juscelino Filho teria direcionado recursos para obras sob responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), por meio de emendas parlamentares que somam mais de R$ 50 milhões. Parte desse montante, aproximadamente R$ 5 milhões, foi usada para a pavimentação da estrada que dá acesso direto à fazenda da família do ministro.

As investigações identificaram o envolvimento de uma empresa de fachada contratada para executar os serviços, além de indícios de que os valores repassados foram manipulados em um suposto esquema envolvendo organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Em junho de 2023, a Polícia Federal indiciou Juscelino Filho com base nas suspeitas, e a PGR, sob o comando do procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu apresentar a denúncia formal ao STF, a primeira contra um integrante do primeiro escalão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Com o recebimento da denúncia, o relator Flávio Dino deverá encaminhar o caso à Primeira Turma do Supremo, que decidirá se abre ou não uma ação penal. Caso a ação seja instaurada, terá início a fase de instrução processual, com produção de provas e oitiva de testemunhas.

Lula havia condicionado permanência do ministro à ausência de denúncia

Em junho do ano passado, quando Juscelino foi indiciado pela PF, o presidente Lula declarou que o ministro seria afastado do cargo caso viesse a ser denunciado formalmente. A declaração foi dada em entrevista ao portal UOL. “Se o procurador indiciar você, você sabe que tem que mudar de posição. Tem que ser afastado”, disse Lula na ocasião.

O presidente afirmou, ainda, que Juscelino tinha ciência de que sua permanência no governo dependia do andamento do processo judicial. “Vai ser afastado. Ele sabe disso”, declarou Lula em junho de 2023, reforçando que, até o oferecimento da denúncia, ele manteria o ministro no cargo.

Apesar das declarações anteriores, até a publicação desta reportagem o governo federal não havia se manifestado oficialmente sobre a continuidade de Juscelino Filho no Ministério das Comunicações.

Ministro nega irregularidades e diz confiar no STF

Em nota divulgada nesta terça-feira (8.abr.2025), a defesa do ministro afirmou que o oferecimento da denúncia “não implica em culpa” e que Juscelino Filho “reitera sua total inocência”. A manifestação é assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Francisco Agosti.

“Como deputado federal, no mandato anterior, Juscelino Filho limitou-se a indicar emendas parlamentares para custear a realização de obras em benefício da população. Os processos de licitação, execução e fiscalização dessas obras são de competência exclusiva do Poder Executivo, não sendo responsabilidade do parlamentar que indicou os recursos”, disse a nota.

A defesa também afirmou que o oferecimento da denúncia representa “a melhor oportunidade para se colocar um fim definitivo a essa maratona de factoides” e declarou confiar na isenção do Supremo Tribunal Federal para analisar a matéria.

Contexto político envolve o União Brasil

Juscelino Filho é filiado ao União Brasil, partido que compõe a base de apoio do governo no Congresso Nacional. Internamente, o presidente Lula e seus assessores avaliam que eventuais mudanças na composição ministerial devem considerar a posição da legenda, para evitar atritos políticos. Na época do indiciamento, membros do governo manifestaram a expectativa de que o próprio partido indicasse um substituto, caso necessário.

A possível saída do ministro das Comunicações poderá ter impactos diretos na articulação do Executivo com a Câmara dos Deputados, onde o União Brasil possui representação expressiva.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil / Marcelo Camargo/Agência Brasil / Ricardo Stuckert/PR

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Ministro Juscelino Filho é denunciado pela PGR; Lula já prometeu afastar ministro caso houvesse denúncia Read More »

Governo entrega PEC da Segurança Pública ao presidente da Câmara

Governo entrega PEC da Segurança Pública ao presidente da Câmara

Texto recebeu sugestões de governadores

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública – preparada pelo governo federal – foi entregue hoje (8) pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski (foto), e pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. O texto foi atualizado para a inclusão de sugestões dos governadores

Assim que recebeu o documento em sua residência oficial, Motta disse, via redes sociais, que dará prioridade à matéria na Câmara.

“Segurança pública é um tema que nos une. Há pouco, eu e os líderes da Câmara recebemos a PEC da Segurança Pública pelas mãos do ministro Ricardo Lewandowski e da ministra Gleisi Hoffmann. Daremos total prioridade para a discussão deste texto. Vamos analisar e propor as mudanças necessárias o quanto antes. O Brasil tem pressa para avançar com esta pauta”, declarou o presidente da Câmara.

Principais pontos

Entre os principais pontos da proposta figura o que poderá dar status constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública, criado em 2018 por lei ordinária. Segundo o governo, a ideia é, com as novas medidas, “estabelecer diretrizes para fortalecer o Estado no combate ao crime organizado”.

Para tanto, será necessário padronizar protocolos, informações e dados estatísticos – algo difícil de ser feito em um contexto em que, com 27 unidades federativas, tem-se 27 certidões de antecedentes criminais distintas, 27 possibilidades de boletins de ocorrências e 27 formatos de mandados de prisão.

“A padronização de dados e informações é fundamental para que se dê efetividade ao Sistema Único de Segurança Pública”, justificou, em nota, o governo federal ao garantir que essa normatização não significa que a União centralizará os sistemas de tecnologia da informação. Os estados não serão obrigados a usar plataformas distintas das que já são utilizadas”, destaca a nota.

PF e PRF

Além disso, a proposta atualiza as competências da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). No caso da PF, garante a atuação no combate a crimes ambientais, bem como contra práticas cometidas por organizações criminosas e milícias privadas que tenham repercussão interestadual ou internacional e exijam repressão uniforme.

Atualmente, a função de polícia ostensiva cabe às polícias militares dos estados e do Distrito Federal. “A partir da PEC da Segurança Pública, essa atribuição será estendida também à PRF, que passará a fazer o policiamento ostensivo em rodovias, ferrovias e hidrovias federais. A sugestão é que ela passe a ser chamada de Polícia Viária Federal”, explicou o governo.

Para desempenhar suas atribuições, a PRF não exercerá funções próprias das polícias judiciárias, nem fará a apuração de infrações penais, cuja competência é exclusiva da Polícia Federal e das polícias civis.

Segundo o governo, o novo texto não prevê ingerência nos comandos das polícias estaduais; tampouco modificará a atual competência dos estados e municípios na gestão da segurança pública.

No entanto, a União poderá estabelecer diretrizes gerais quanto à política de segurança pública e defesa social, que compreenderá o sistema penitenciário.

Fundos e guardas municipais

A PEC prevê também a constitucionalização dos fundos nacionais de segurança pública e política penitenciária; e define as atribuições das guardas municipais, incluindo-as entre os órgãos de segurança pública que poderão atuar na segurança urbana, em ações de policiamento ostensivo e comunitário, além de fazer prisões em flagrante – desde que não se sobreponham às atribuições das polícias civil e militar.

“O texto deixa claro, ainda, que as guardas municipais são instituições de natureza civil e não podem exercer qualquer atividade de polícia judiciária. Além disso, também está prevista sua submissão ao controle externo do Ministério Público”, informou o governo.

Sociedade civil no Conselho de Segurança

Outro ponto previsto pela PEC é a inclusão de representantes da sociedade civil na composição do Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, que terá também representantes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Por fim, prevê a criação de corregedorias e ouvidorias dotadas de autonomia funcional para apurar a responsabilidade funcional dos profissionais de segurança pública e defesa social.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Governo entrega PEC da Segurança Pública ao presidente da Câmara Read More »

MPRN inclui mais nove suspeitos em denúncia por assassinato de prefeito de João Dias e seu pai

MPRN inclui mais nove suspeitos em denúncia por assassinato de prefeito de João Dias e seu pai

Vice-prefeita à época do crime e irmã são apontadas como mentoras intelectuais; grupo é acusado de integrar organização criminosa

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) apresentou um aditamento à denúncia no caso que investiga o assassinato do ex-prefeito de João Dias, Francisco Damião de Oliveira (Marcelo Oliveira), e de seu pai, Sandi Alves de Oliveira, além da tentativa de homicídio do motorista Alcino Gomes da Silva, ocorrido em 2024. A nova peça acusatória inclui mais nove pessoas como suspeitas de participação nos crimes.

A denúncia original já apontava Francisco Emerson Lopes da Silva, Jadson Rodrigues Rolemberg, Heliton Leandro Barbosa da Silva e Rubens Gama da Silva como envolvidos. Com o avanço das investigações, o GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e a Promotoria de Justiça de Delitos de Organizações Criminosas formalizaram a acusação contra:

  • Damária Jácome de Oliveira (ex-vice-prefeita de João Dias)
  • Leidiane Jácome de Oliveira (irmã de Damária)
  • Weverton Claudino Batista
  • Carlos André Claudino
  • Marcelo Alves da Silva (“Pastor”)
  • Everton Renan Fernandes Dantas
  • Olanir Gama da Silva
  • Thomas Vitor Soares Pereira Tomaz
  • Gildivan Junior da Costa

Parte dos suspeitos já está presa em unidades de Caraúbas e Mossoró, enquanto outros permanecem foragidos, incluindo Damária e Leidiane, consideradas mentoras intelectuais do crime.

Motivação e estrutura da organização criminosa

De acordo com o MPRN, o atentado foi motivado por vingança pessoal e política. O documento afirma que os investigados integravam uma organização criminosa estruturada, com divisão de tarefas e atuação em crimes graves.

A ação teria envolvido pelo menos 14 pessoas, cada uma com funções específicas:

  • Olanir Gama da Silva: articulador do grupo
  • Heliton Leandro, Francisco Emerson, Jadson Rolemberg e Gildivan Júnior: executores dos crimes
  • Thomas Vitor e Rubens Gama: suporte logístico e transporte
  • Weverton Claudino, Everton Dantas, Carlos Claudino e Marcelo Alves (“Pastor”): provisão de recursos e informações
  • Damária e Leidiane Jácome: mentoras intelectuais

Plano para novo assassinato

Após a apreensão do celular de Marcelo Alves da Silva (“Pastor”), as investigações revelaram que o grupo planejava assassinar a atual prefeita de João Dias, Maria de Fátima Mesquita da Silva (“Fatinha”), viúva do ex-prefeito Marcelo Oliveira.

Além disso, Josenilson Martins da Silva, outro envolvido, foi encontrado morto em Antônio Martins em outubro de 2024, em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas.

Situação processual

O MPRN reforça que as provas coletadas demonstram a participação ativa dos acusados no duplo homicídio qualificado por motivo torpe (vingança) e pelo recurso que dificultou a defesa das vítimas.

Foto: Reprodução

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

MPRN inclui mais nove suspeitos em denúncia por assassinato de prefeito de João Dias e seu pai Read More »

Zanin nega prisão domiciliar para presos do 8 de Janeiro que não foram julgados

Zanin nega prisão domiciliar para presos do 8 de Janeiro que não foram julgados

Deputado do PL pediu extensão do benefício a esse grupo

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta sexta-feira (4) pedido de concessão de prisão domiciliar para os presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro que ainda não foram julgados pela Corte.

O pedido foi encaminhado ao Supremo pelo deputado federal Zucco (PL-RS). O parlamentar defendeu a extensão da decisão que concedeu prisão domiciliar para a cabelereira Débora Rodrigues, acusada de participar dos atos e de pichar a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça.

Zucco defendeu o benefício para réus com doença grave, mulheres com filhos menores de 12 anos, idosos e presos que sejam responsáveis pelos cuidados de crianças.

Na decisão, o ministro entendeu que o pedido não pode ser analisado por questões processuais.

Segundo Zanin, não cabe habeas corpus contra decisão das turmas e dos ministros da Corte.

“Em que pesem os argumentos do impetrante, este pleito não deve prosseguir”, decidiu o ministro.

Foto: Rosinei Coutinho/STF / Gustavo Moreno/STF

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Zanin nega prisão domiciliar para presos do 8 de Janeiro que não foram julgados Read More »

Nunes Marques pede vista e suspende julgamento de Palocci no STF

Nunes Marques pede vista e suspende julgamento de Palocci no STF

Análise do caso na Segunda Turma permanece empatada em 2 votos a 2

O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu vista e suspendeu nesta sexta-feira (4) o julgamento do recurso que trata da anulação de processos abertos contra o ex-ministro Antonio Palocci na Operação Lava Jato.

Com a suspensão da análise do caso, o julgamento permanece empatado em 2 votos a 2.

Até o momento, os ministros André Mendonça e Edson Fachin votaram contra a anulação. Gilmar Mendes e Dias Toffoli se manifestaram a favor.

O julgamento virtual começou na semana passada e não tem data para ser retomado.

A Segunda Turma da Corte julga um recurso da Procuradoria-Geral da República (PGR) que pretende suspender uma decisão de Dias Toffoli, relator do caso.

Em fevereiro deste ano, Toffoli atendeu ao pedido de anulação feito pelos advogados de Palocci e aplicou os precedentes da Corte que consideraram o ex-juiz Sergio Moro parcial para proferir as sentenças contra os réus das investigações. Moro era o juiz titular da 13ª Vara Federal em Curitiba.

Com a decisão, todos os procedimentos assinados por Moro contra Palocci foram anulados. Em um dos processos, ele foi condenado a 12 anos de prisão.

Apesar da anulação, o acordo de delação assinado por Palocci está mantido.

Foto: Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon Sindical)/Ilustração / Nelson Jr./SCO/STF / Carlos Moura/SCO/STF

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Nunes Marques pede vista e suspende julgamento de Palocci no STF Read More »

STF estabelece medidas contra violência em operações policiais do Rio

STF estabelece medidas contra violência em operações policiais do Rio

Corte define regras a serem cumpridas por policiais nas comunidades

O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu nesta quinta-feira (3) medidas para combater a letalidade policial durante operações da Polícia Militar contra o crime organizado nas comunidades do Rio de Janeiro.

As medidas foram definidas durante o julgamento definitivo da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 635, conhecida como a ADPF das Favelas.

A decisão da Corte foi anunciada pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, após a definição de um voto de consenso apresentado em nome dos 11 ministros da Corte.

Conforme a decisão do tribunal, o governo do Rio deverá seguir diversas regras nessas operações, como o uso proporcional da força policial, câmeras nas viaturas, elaboração de um plano de reocupação de territórios invadidos pelas organizações criminosas, além da entrada da Polícia Federal nas investigações contra milícias e tráfico de drogas interestadual e internacional.

Medidas adotadas

  • Câmeras nas viaturas – Em 180 dias, o estado do Rio deverá comprovar a instalação de câmeras nas viaturas das polícias Militar e Civil, exceto nos casos de uso para atividades de investigação. Os equipamentos já são usados nas fardas dos policiais.
  • Proporcionalidade no uso da força – As polícias deverão planejar antecipadamente as operações e fazer uso proporcional da força em cada ocasião;
  • Operações nas proximidades de escolas e hospitais – Devem respeitar o uso da força, principalmente, no horário de entrada e saída das aulas;
  • Reocupação territorial – Os ministros também determinaram que o governo do Rio elabore um plano de reocupação de áreas dominadas pelas organizações criminosas;
  • Morte de policiais e de civis – Os agentes que atenderem a ocorrência devem preservar o local do crime até a chegada de um delegado responsável. O Ministério Público também deverá ser comunicado imediatamente;
  • Ambulâncias em operações policiais – Acompanhamento obrigatório de ambulâncias nas operações;
  • Policia Federal – O STF determinou a abertura de inquérito para apuração de crimes interestaduais e internacionais cometidos pelas organizações criminosas que atuam no Rio. O trabalho será para combater as milícias, tráfico de armas e drogas e lavagem de dinheiro;
  • Corregedorias das polícias – Esses órgãos, que devem acompanhar as ocorrências de mortes, terão prazo de 60 dias para finalizar o eventual processo disciplinar;
  • Buscas domiciliares – Somente durante o dia, exceto em situações de flagrante, não sendo admitido o ingresso forçado de policiais, se não for nessa circunstância;
  • Acompanhamento psicológico de policiais – Obrigatoriedade de participação de policiais envolvidos em operações com mortes em programas de assistência psicológica;
  • Relatórios de operações policiais – A polícia deverá elaborar um relatório das operações e encaminhar ao Ministério Público;

Críticas

Durante o julgamento, o ministro Edson Fachin, relator do caso, rebateu críticas feitas às restrições da atuação da polícia que foram determinadas pelo STF e disse que as medidas contribuíram para redução dos índices de letalidade policial e de vítimas por disparos da polícia.

“Diante de qualquer narrativa de imputar a decisões do STF a responsabilidade de problemas graves e pré-existente à ADPF, problemas que tanto afligem a população do estado, hão de falar mais alto os fatos”, afirmou.

Castro diz que STF retirou barreiras

O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, disse nesta quinta-feira (3) que o Supremo Tribunal Federal (STF) retirou “barreiras importantíssimas” contra a atuação da Polícia Militar na decisão final do julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 635, conhecida como a ADPF das Favelas.

Mais cedo, o Supremo definiu medidas para combater a letalidade policial durante operações da Polícia Militar contra o crime organizado nas comunidades do Rio. Castro acompanhou o julgamento no plenário do Supremo.

Na decisão final, os ministros retiraram as determinações estipuladas pela Corte antes do julgamento definitivo que proibiram a realização de operações nas proximidades de escolas e o uso de helicópteros, além da obrigatoriedade de comunicação prévia de operações para representantes das áreas da educação e da saúde.

“[O STF] tirou barreiras importantíssimas”, comentou o governador. Segundo ele, as escolas eram usadas como depósito de drogas porque a PM não podia realizar as operações nas proximidades.

Castro também informou que vai analisar pontos específicos da decisão, como a determinação para elaboração de um plano para retomada de territórios invadidos por organizações criminosas.

“Me sinto contemplado por essa decisão. A gente ainda vai ter que analisar alguns pontos específicos dela, como essa questão da confecção do plano de retomada e entender como a gente faz essa retomada e respeitar o uso moderado da força”, afirmou.

A partir da decisão da Corte, o governo do Rio deverá seguir diversas regras nessas operações, como o uso proporcional da força policial, colocação de câmeras nas viaturas e a elaboração de um plano de reocupação de territórios invadidos pelas organizações criminosas.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil / Tomaz Silva/Agência Brasil / Fernando Frazão/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

STF estabelece medidas contra violência em operações policiais do Rio Read More »

TRF2 concede prisão domiciliar ao ex-deputado Roberto Jefferson

TRF2 concede prisão domiciliar ao ex-deputado Roberto Jefferson

Situação de extrema debilidade do ex-parlamentar pesou na decisão

A 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) deferiu o pedido da defesa do ex-deputado federal Roberto Jefferson para concessão de prisão domiciliar humanitária. Na decisão, tomada nesta quarta-feira (2), a relatora do pedido de habeas corpus, desembargadora federal Andréa Esmeraldo, levou em consideração a situação de extrema de debilidade de Jefferson.

A resolução foi baseada em um relatório da junta médica da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), segundo o qual as complicações enfrentadas pelo ex-parlamentar estão associadas ao ambiente hospitalar de infecção. Jefferson está internado num hospital particular no Rio, desde julho de 2023, devido a problemas de saúde.

A decisão do colegiado do TRF2 não significa a imediata transferência para o regime domiciliar humanitário, tendo em vista que há outra prisão preventiva decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que se encontra em vigor.

Nos termos do voto da relatora, o ex-presidente de honra do PTB está proibido de usar as redes sociais ou aplicativos de comunicação e também de sair do estado do Rio de Janeiro, salvo em situação de emergência médica, que deve ser comprovada e comunicada à Justiça Federal.

O ex-parlamentar, que teve cassados os documentos de posse e registro de armas de fogo, ficará livre do uso de tornozeleira eletrônica.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

TRF2 concede prisão domiciliar ao ex-deputado Roberto Jefferson Read More »

MPF quer elevar penas de policiais envolvidos em crime em Sergipe

MPF quer elevar penas de policiais envolvidos em crime em Sergipe

Soma das sentenças iniciais passa de 73 anos

O Ministério Público Federal (MPF) de Sergipe apresentou recurso ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) para pedir o aumento das penas dos três ex-policiais rodoviários federais condenados pela morte de Genivaldo Santos de Jesus.

O caso se tornou representativo da letalidade policial no país, pois a vítima tinha esquizofrenia e foi abordada com truculência pelos agentes, mesmo não oferecendo resistência.

O crime foi na cidade de Umbaúba, no estado de Sergipe. Apesar de o homicídio ter ocorrido em 25 de maio de 2022, o julgamento dos policiais começou somente em 26 de novembro de 2024.

Em 7 de dezembro de 2024, a Justiça Federal de Sergipe condenou ex-policial rodoviário Paulo Rodolpho Nascimento por homicídio triplamente qualificado – por asfixia, por motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima – a 28 anos de reclusão. Ele atirou uma granada dentro da viatura na qual Genivaldo foi detido por estar dirigindo uma motocicleta sem usar capacete. ]

Pena menor

Os ex-policiais William Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas tiveram pena menor – 23 anos um mês e nove dias de reclusão. Os jurados entenderam que os dois não tinham intenção de matar Genivaldo. Em janeiro deste ano, contudo, as sentenças foram alteradas, respectivamente, para 22 anos, 2 meses e 25 dias e para 23 anos, 8 meses e 14 dias.

Quanto a Paulo Rodolpho, condenado pelo conselho de sentença por homicídio doloso, foi negado o pedido para reconhecimento de sua conduta como homicídio culposo. Os procuradores querem que as penas subam para 30 anos de reclusão, no caso de Nascimento, e para 25 anos e 13 dias de reclusão para Noia e Freitas.

Em nota, o MPF argumenta que o aumento serviria para deixar inscrita a mensagem de que não há, por parte do Estado, nenhuma margem de tolerância com casos de violência policial.

Os procuradores que entraram com o recurso ainda apontam como uma das consequências do crime o prejuízo à imagem da corporação (PRF) que os acusados integravam e a ampliação da descrença da população na polícia.

No documento endereçado ao Tribunal Regional Federal, o MPF também diz que a falta de uma punição adequada em casos de violência estatal contra vítimas vulneráveis, como no caso de Genivaldo Santos, o resultado pode ser a responsabilização do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). O episódio, então, iria reverberar com mais intensidade na comunidade internacional.

Foto: Antonio Augusto/Secom/PGR / Tânia Rêgo/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

MPF quer elevar penas de policiais envolvidos em crime em Sergipe Read More »

Moraes nega pedido para prender Bolsonaro

Moraes nega pedido para prender Bolsonaro

Pedido foi feito por vereadora do PT que alega incitação ao crime

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quarta-feira (2) o pedido de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Moraes acolheu parecer enviado mais cedo pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra a medida.

A decisão é resposta a uma notícia-crime protocolada no mês passado pela vereadora Liana Cirne (PT-PE) pedindo que a medida fosse adotada. Na petição, a parlamentar alegou que Bolsonaro cometeu incitação ao crime ao convocar manifestações de seus apoiadores para defender a anistia para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

Segundo Moraes, a vereadora não tem legitimidade para solicitar a prisão.

“Diante do exposto, acolho a manifestação da Procuradoria-Geral da República e não conheço dos pedidos formulados por ilegitimidade de parte”, decidiu.

No parecer enviado ao STF, a PGR acrescentou que já avaliou a necessidade de prisão de Bolsonaro na denúncia sobre a trama golpista. A prisão do ex-presidente não foi solicitada.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Moraes nega pedido para prender Bolsonaro Read More »

STF solicita análise da PGR sobre prisão preventiva de Jair Bolsonaro

STF solicita análise da PGR sobre prisão preventiva de Jair Bolsonaro

Ministro Alexandre de Moraes pede manifestação sobre necessidade de prisão para “garantia da ordem pública”; decisão pode impactar investigações em curso

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes notificou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para que se manifeste sobre a necessidade de decretar prisão preventiva contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação, divulgada pelo colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, tem como base documento assinado pelo magistrado em 18 de março, durante análise de uma notícia-crime protocolada contra Bolsonaro.

No pedido, Moraes solicita que a PGR avalie se a medida é essencial para “garantir a ordem pública e a instrução processual”. A prisão preventiva é um instrumento jurídico que pode ser aplicado antes do julgamento definitivo, com prazo indeterminado, quando há risco à investigação ou à segurança coletiva.

Contexto do pedido

O ministro também determinou que a PGR analise se Bolsonaro, ao convocar atos pela anistia, cometeu os crimes de:

  • Obstrução de Justiça
  • Incitação a crimes contra instituições democráticas
  • Coação no curso do processo

A decisão ocorre em meio a investigações sobre supostas tentativas de desestabilização democrática após as eleições de 2022. O STF já havia determinado medidas restritivas contra o ex-presidente, como o recolhimento do passaporte e a proibição de contato com outras pessoas investigadas.

O que diz a lei sobre prisão preventiva?

De acordo com o Código de Processo Penal (CPP), a prisão preventiva pode ser aplicada quando há:

  • Risco à ordem pública
  • Perigo de fuga ou destruição de provas
  • Necessidade de assegurar a aplicação da lei

A medida não tem prazo definido e depende de avaliação judicial constante. Se decretada, Bolsonaro poderá ficar recolhido até o fim das investigações ou julgamento.

Próximos passos

A PGR terá prazo para se manifestar, e o STF decidirá com base no parecer. Caso a prisão seja autorizada, Bolsonaro poderá recorrer por meio de habeas corpus.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Valter Campanato/Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

STF solicita análise da PGR sobre prisão preventiva de Jair Bolsonaro Read More »

Juiz suspende norma que autoriza farmacêuticos a prescreverem remédios

Juiz suspende norma que autoriza farmacêuticos a prescreverem remédios

Decisão foi motivada por ação do Conselho Federal de Medicina

A Justiça Federal em Brasília decidiu nesta segunda-feira (31) suspender a resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) que autorizou farmacêuticos a prescreverem medicamentos. A decisão foi motivada por uma ação movida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

Na decisão, o juiz federal Alaôr Piacini afirmou que a resolução do CFF que autorizou a medida invade as atividades privativas dos médicos.

“O balcão de farmácia não é local para se firmar um diagnóstico nosológico de uma doença, porque o farmacêutico não tem competência técnica, profissional e legal para tal procedimento”, afirmou o magistrado.

O juiz também acrescentou que somente os médicos têm competência legal e técnica para fazer diagnósticos e receitar tratamento terapêutico.

Para fundamentar a decisão, o magistrado citou a Lei 12.842, de 2013, conhecida como Lei do Ato Médico.

“Verifica-se da referida lei que somente o médico tem competência legal e formação profissional para diagnosticar e, na sequência, indicar o tratamento terapêutico para a doença, após a realização do diagnóstico nosológico, processo pelo qual se determina a natureza de uma doença, mediante o estudo de sua origem, evolução, sinais e sintomas manifestos”, afirmou.

Alaôr Piacini também ressaltou casos de diagnóstico inadequado divulgados pela imprensa.

“É fato incontroverso que a imprensa noticia, quase diariamente, mortes e deformações estéticas, com repercussão para a vida toda da pessoa, em tratamentos realizados por profissionais da área da saúde que não são médicos e passam a realizar procedimentos sem a formação técnica adequada”, completou.

De acordo com a Resolução 5/2025 do CFF, o farmacêutico está autorizado a prescrever medicamentos, incluindo os de venda sob prescrição, renovar prescrições e prescrever medicamentos em atendimento à pessoa sob risco de morte iminente.

Para o Conselho Federal de Medicina, os farmacêuticos não têm atribuição legal e preparação técnica para definir tratamentos.

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

Juiz suspende norma que autoriza farmacêuticos a prescreverem remédios Read More »

STF mantém multa por Bolsonaro impulsionar “Lula Flix"

STF mantém multa por Bolsonaro impulsionar “Lula Flix”

Valor estipulado pela Corte foi R$ 40 mil

A maioria dos ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votou por manter uma multa de R$ 40 mil do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua coligação nas Eleições de 2022.

Bolsonaro foi condenando pela Justiça Eleitoral por ter impulsionado, durante a corrida presidencial de 2022, o portal “Lula Flix”, com material negativo ao seu então adversário Luiz Inácio Lula da Silva.

Em sessão virtual, votaram por rejeitar recurso de Bolsonaro e manter a multa os ministros Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, formando maioria entre os cinco ministros que compõem a Primeira Turma.

O ministro Cristiano Zanin, presidente do colegiado, declarou-se impedido de votar no caso, por ter atuado como advogado da campanha de Lula em 2022. O ministro Luiz Fux, por sua vez, tem até o fim da próxima sexta-feira (4) para votar.

A maior parte dos ministros confirmou decisão monocrática de Dino, relator do caso, que já havia negado andamento ao recurso, afirmando que a defesa não conseguiu apontar quais teriam sido as condutas inconstitucionais do TSE.

A defesa de Bolsonaro e sua coligação alegam que o material impulsionado não foi produzido pela própria campanha, mas tratavam-se de reportagens jornalísticas publicadas em veículos de ampla circulação, sendo dessa forma protegidas pela liberdade de expressão e imprensa.

Entenda

Na internet, o chamado impulsionamento é um serviço em que plataformas de buscas ou de redes sociais cobram para que determinado material ganhe maior alcance entre os usuários. Pelas regras eleitorais, esse tipo de serviço é permitido para destacar material positivo do próprio candidato, mas nunca para disseminar material negativo contra algum adversário político.

Durante a campanha de 2022, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entendeu que Bolsonaro e sua coligação violaram as regras ao terem inserido no site favorável ao então candidato à reeleição, em destaque, material compilado pelo portal apócrifo “Lula Flix”, que à época surgiu na internet com a proposta de ser um agregador de informações negativas sobre o candidato do PT.

A campanha de Bolsonaro contratou dez inserções de material em destaque no Google, plataforma de buscas dominante no país. Pelo contrato, quem buscasse por determinados termos recebia entre os primeiros resultados o site favorável ao candidato, mas quando acessava esse portal se deparava, na página de abertura, com material negativo sobre Lula, e era direcionado ao canal do YouTube “Lula Flix”.

Para o TSE, tratou-se de um “ardil” e “notória burla” às normas eleitorais. Pelo acórdão (decisão colegiada) sobre o caso, Bolsonaro e sua campanha “lançaram mão de propaganda eleitoral a princípio regular visando em tese se promover na internet, mas que, ao fim e ao cabo, direcionava os usuários a sítio eletrônico no qual estampada de forma ostensiva publicidade em desfavor de concorrente político”.

O valor da multa, de R$ 40 mil, foi a máxima prevista como punição para violação das regras de impulsionamento.

Derrubada

A campanha de Lula chegou a pedir a derrubada do Lula Flix, apontando que o canal estava registrado sob o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) da campanha de Bolsonaro. O TSE, contudo, negou a retirada do ar de toda a página, derrubando somente as notícias já reconhecidas como sendo falsas pela Justiça Eleitoral.

Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF / Nelson Jr/SCO/STF

Da Agência Brasil

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

STF mantém multa por Bolsonaro impulsionar “Lula Flix” Read More »

Enem 2025: inscrições começam em 26 de maio e provas serão aplicadas em novembro Prefeitura divulga programação do São João de Natal 2025 com shows em toda a cidade iPhone 16 com 50% de desconto na TIM vira destaque no Dia das Mães Dupla de Páscoa 2025 tem prêmio recorde e apostas podem ser feitas até este sábado (20) Carnaval de Natal 2025: Programação, transporte gratuito e tudo que você precisa saber Jogo entre Flamengo x Nova Iguaçu pelo campeonato Carioca na Arena das Dunas é cancelado